☪ .☆ ━━ ONE HUNDRED FIFTY TWO ━━ ☪ .☆
Hoje é dia 24 de fevereiro. Para muitos, um dia normal e devo dizer que também é um dia normal para mim, claro que só eu tirar o fato que aquele foi o incrível dia que nasci.
Nonna estava feliz por ser o dia do meu aniversário. Ela havia me trazido uma caixa que continha só roupas dentro, quer dizer, naquelas caixas só tinham suéteres das mais diversas cores e também trazido outra caixa pequena que tinha um monte de presilhas para cabelo.
Tudo bem, eu tentei não fazer uma careta para todas aquelas coisas e fingi que estava agradecida com tudo aquilo. Nonna ficou feliz, não deixando de dizer que eu ia receber muito mais quando finalmente fosse voltar para o lar da nossa família, ou melhor, a Itália. Sim, também tentei não dizer a ela que o lar da minha família era muito diferente da dela.
Zietta teve a incrível ideia de passar uma hora me mostrando fotos de primos que não tinha a mínima ideia que existiam e me dizendo seus nomes, eu tenho que falar que esqueci de tudo que ela disse em um único minuto?
Graças a Deus, as duas foram embora com a incrível desculpa que precisavam dar uma passada em casa por causa dos meus primos mas que voltariam no dia seguinte. Eu esperava que elas não voltassem.
Soltei um suspiro, me afundando no travesseiro macio do hospital. Eu não precisava me preocupar com Angeli, ela estava em boas mãos. Emma e Mikey cuidariam bem da minha irmã até eu sair dali o mais rápido possível e ver Aiko, afinal é ela que estava me preocupando. É Aiko que está em uma espécie de coma por conta do tiro que levou e que corre risco de voltar para um reformatório por ter matado Kisaki.
─ Olá, Sam Dean.─ Pisquei meus olhos, girando a cabeça para encarar a enfermeira que acabou de entrar no quarto.
─ Oi...─ Murmurei, franzindo o cenho para ela. Como alguém pode ser tão animado em uma hora daquelas da manhã?
A mulher sorriu e se aproximou, fazendo os típicos exames matinais. Na verdade, ela só queria ter certeza que eu ainda não tive uma crise e acabei falecendo de morte cerebral.
─ Bom, parece que você está bem. O doutor Nakajima deve suspender um de seus remédios nos próximos dias, se isso continuar acontecendo. Você vai voltar para casa, rapidinho.
Ótimo, era o que mais queria naquele momento. Ontem, foi suspendido um remédio e por esse motivo que agora eu não parecia mais lenta como estava nos dias anteriores. Então, me lembrava claramente de Kazutora, Chifuyu e os outros idiotas. Agora, me permiti ficar levemente em choque ao me lembrar como Chifuyu ficou quando me viu.
Tudo bem, Chifuyu era um idiota. Mas, bom, pelo menos sei que aquele idiota é importante pra mim da mesma forma que sou importante para ele. Não que eu já admitir isso para alguém...
A enfermeira rapidamente foi embora com um sorriso. E aproveitei que ela saiu para saltar para fora da minha cama, pronta para andar pelo hospital até me cansar e conseguir dormir.
Assim eu fiz. Com meus pés escorregando no piso liso e encerrado, andei por boa parte do hospital com cuidado para não acabar me perdendo pelos corredores brancos que eram tão iguais e me mantendo bem longe da parte funerária. Deus, que aniversário mais merda, não que os outros não tivessem sido péssimos mas nos outros, eu ainda tinha Angeli que costumava desenhar uns mil desenhos para mim como presente de aniversário.
Soltei um suspiro, passando uma mão por meu rosto e cutucando a atadura em meu nariz que não doía, talvez seja por causa nos analgésicos que tomei nos últimos dois dias. Eu estava no corredor que achava ser do meu quarto, já que até agora não encontrei a porcaria do quarto que tinha 9230 como numeração.
Tudo bem, eu estava começando a ficar levemente desesperada. Não acredito que consegui me perder no hospital...
Duas cabeleiras loiras se encontravam paradas em frente à um quarto, eram dois garotos e eles estavam longe demais para que eu pudesse ver seus rostos. Eles pareciam murmurar entre si. Inclinei a cabeça e consegui ver que havia mais um garoto junto, mas aquele tinha cabelos lilás. E nas mãos daquele garoto, havia um buquê de flores, reconheci a coloração roxeada da flor de lavanda entre as flores de pétalas brancas.
Abri um sorriso, meus olhos já se enchendo de lágrimas quando comecei a correr na direção deles e me joguei no primeiro que notou minha presença ali. Mikey suspirou contra meu pescoço e pude sentir que ele estava se segurando para não chorar quando apertei seu corpo contra o seu, enterrando meu rosto em seu pescoço.
─ Obrigada, Mikey.─ Murmurei e o senti balançar a cabeça. Com rapidez, me afastei dele e lancei um sorriso para os dois que o acompanhava. Draken piscou os olhos e surpreendemente me abraçou com tanta força que faltou ar em meus pulmões. Acabei soltando uma risada.
─ Nunca mais faça isso, sua idiota.─ Ele rosnou quando se afastou, me dando um tapa leve na cabeça.
─ Você fala como se eu tivesse pedido pra ter quase morrido, seu imbecil.─ Retruquei, dando um soco em seu peito. Certo que aquilo nem fez cosquinhas em Draken mas o provocou suficientemente para ele me dar um pequeno empurrão em mim. Eu tava bem perto de devolver o empurrão quando senti meu braço ser puxado e então, lábios se pressionaram contra os meus.
Mitsuya se afastou de mim e notei Mikey e Draken entraram no meu quarto para sei lá nos dar privacidade, mas não sei que tipo de privacidade eles queriam dar quando estávamos no meio de um corredor de hospital.
Meu namorado, o garoto que eu amava, não disse nada por um momento. Apenas fitou meu rosto com carinho. Eu não sabia dizer o que ele estava sentindo naquele momento e nem sei se queria, pois sabia o quão desesperada eu ficaria se estivesse no lugar dele.
Com um suspiro, Mitsuya me estender o buquê de flores, sem dizer mais nada. Cuidadosamente, peguei o buquê e não consegui resistir, enfiando meu nariz entre as flores para sentir seus aromas.
─ Fiquei com medo.─ Pisquei meus olhos e encarei ele. Mitsuya suspirou novamente, pegando minha mão e a segurando entre seus dedos trêmulos.─ Eu nunca me senti assim, sabia? Parecia que...─ Ele não disse mais nada, apenas se aproximou perto o bastante para poder colar nossos lábios sem esforço mas ele não o fez, apenas encostou nossas testas.─ Eu amo você, Sam Dean. Sei que você já sabia disso mas é que eu percebi que amo você mais do que imaginei e, caralho, eu não quero saber como é uma vida sem você, Sam. Por isso que,─ Ele suspirou novamente, aproximando nossos rostos e roçando nossos lábios.─ vou fazê-la minha esposa.
Meus olhos se arregalaram... O que?
─ Não hoje e com certeza não amanhã mas vou fazê-la minha esposa, pois amo você como todo meu coração e não consigo suportar a ideia de perder você. Então, por favor, me deixe ser aquele que ficará ao seu lado para sempre quando chegar a hora.
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