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☪ .☆ ━━ ONE HUNDRED FIFTY THREE ━━ ☪ .☆

Eu não estava morta.

Tive bastante certeza disso quando senti algo na minha garganta, algo que me fez tentar tossir em desespero. Sequer tinha aberto os olhos, mas meu coração batia acelerado dentro do peito. Outra coisa que indicava que, sim, eu estava viva. Estava viva, por algum milagre. Porque eu tenho bastante certeza que fiquei bem perto de morrer, e a fraqueza que eu sentia e o tubo no meio da minha garganta eram apenas uma comprovação do óbvio: quase foi meu fim.

-Aiko, você consegue me escutar?- alguém estava falando comigo. O tubo tinha sumido da minha garganta agora e eu tossi desesperada em busca de ar.

Abri os olhos. Pisquei algumas vezes, completamente confusa. O que tinha acontecido, aliás?

Tentei falar algo; tentei perguntar porque estava ali e quando sairia e que caralhos estava acontecendo. Mas nada saiu; eu estava completamente sem voz, e aquilo só me deixou ainda mais desesperada.

-Calma, querida, está tudo bem.- aquela voz eu conhecia. Aquela era minha tia. Senti o aperto dela em minha mão esquerda e apertei com toda força que eu tinha. Porque estava desesperada, não conseguia falar, não conseguia entender o que estava acontecendo. -Ela está desesperada!

-Ela ficou em coma por três dias, é compreensível esse tipo de reação. - a voz de outra mulher, alguém que eu não conhecia, soou. -Precisa dar tempo para que ela assimile tudo.

Coma? Que porra é essa?

O que tinha acontecido para eu ficar em coma, cacete?

Quando a dor me atingiu com força, foi como um estalo na minha mente. E aí, eu me lembrei o porque eu estava ali, porque eu estava sentindo tanta dor.

Dois tiros. Eu tinha tomado dois tiros nas costas e sangrei até quase morrer. E talvez eu tenha mesmo morrido em algum momento.

Olhei para o lado, meus olhos se encontrando com os olhos castanhos de minha tia. Iguais aos meus; podia ver todo o desespero no rosto dela, o quanto ela estava preocupada comigo. Por algum motivo, isso me fez começar a chorar. Eu não podia falar, não conseguia me mexer, e sentia muita, muita dor, mas eu conseguia entender aquilo. Ela se importava comigo. Me amava, apesar de tudo. Minha tia tinha errado, sim, mas ela era diferente da minha mãe. E estaria ao meu lado sempre que eu precisasse, eu entendi isso naquele momento. Por isso, apertei com ainda mais força a mão dela na minha.

Abri a boca, tentando falar alguma coisa, mas não conseguia, o que era muito frustrante. Queria gritar; queria sumir.

-Aqui, querida, isso vai ajudar a melhorar.- a mulher ao meu outro lado, que logo percebi ser a enfermeira, disse me ajudando a beber água. Eu engasguei um pouco, mas logo consegui colocar o líquido para dentro. -Você passou muitas horas desacordada e respirando por aparelhos. Sua garganta ainda está um pouco machucada, mas é um milagre você ter acordado agora.

Pisquei os olhos. Porra, então a situação tinha mesmo ficado uma merda. Pelo jeito estive mesmo com o pé no inferno!

-Você quase morreu, Aiko.- minha tia disse, chorosa. -Quase perdi você de novo.

Ah, droga...

-Seu coração parou, você chegou sem vida no hospital. Foi difícil para eles te trazerem de volta, a cirurgia levou horas. E depois...- vi ela engolir em seco, as lágrimas escorrendo por sua bochecha. -Depois, você estava tão, tão fraca que seu corpo não conseguia trabalhar sozinho. Você não conseguia sequer acordar. Eu fiquei com muito, muito medo.

-Desculpa. - foi a primeira coisa que consegui falar, a voz rasgando minha garganta quando o fiz. Apenas aquilo já tinha sido mais que o suficiente para fazer minha tia voltar a chorar aos prantos, segurando minha mão com força na dela. -Onde ele tá?

Ela me olhou, piscando os olhos. Eu sabia que minha tia sabia exatamente de quem eu estava falando naquele momento. Ela respirou fundo e abriu um meio sorriso para mim.

-Do lado de fora. Quer que eu chame ele pra você?- ela perguntou. Respirei fundo.

Bem, eu estava toda fodida, mas não tinha dúvidas do que eu queria naquele momento. A única pessoa que eu queria ver naquele momento, sinceramente. Então, olhei para ela e assenti. Minha tia olhou para enfermeira, que assentiu com uma permissão.

Eu apenas observei as duas saírem. Me senti um pouco ansiosa, não nego. Achei que ia morrer; achei que nunca mais ia ver o garoto que eu amava. Achei que tinha perdido tudo e...

E Chifuyu entrou no quarto, completamente desesperado. O cabelo dele estava todo bagunçado, os olhos estavam vermelhos de tanto chorar e ele parecia que não dormia há dias. Ele estava verdadeiramente acabado, e ver Chifuyu daquele jeito quebrou meu coração de milhares de formas diferentes.

Abri a boca para dizer algo, mas ele já estava em cima de mim, me abraçando com tanta força que me fez fazer uma careta de dor. Mas eu não me importei; não me importei enquanto reunia forças para passar os braços ao redor de Chifuyu e o puxar para mais perto de mim, não me importei que as lágrimas dele estivessem me molhando assim como as minhas estavam molhando ele. Eu só sabia que precisava daquilo; pensei que nunca mais ficaria assim com ele, achei que nunca mais o teria em meus braços. Mas ele estava ali, e estava bem, e eu estava viva e...

-Você tava morrendo nos meus braços. - ele murmurou no meu ouvido e eu fechei os olhos com força, passando a mão pelo cabelo dele. -Você fechou os olhos e eu achei que tinha perdido você pra sempre.

-Me desculpa.- eu disse num sussurro. -Me desculpa, me desculpa, me desculpa.

Ele se afastou, segurando meu rosto em suas mãos que tremiam. Chifuyu se inclinou na minha direção, até que sua testa encostasse na minha.

-Nunca mais faça isso.- ele murmurou e eu dei uma risada.

-Ei, eu não me atirei em frente as balas, o arrombado que atirou em mim.- eu resmunguei. Chifuyu me deu um olhar extremamente cortante e eu torci o nariz. -Eu tô viva, Chifuyu.

-Mas você quase morreu.- ele disse num fio de voz que terminou de me quebrar. Segurei a mão dele com força, levando ela até meus lábios e a beijando.

-Mas eu não morri. Morrer e deixar você casar com outra garota? Nem fudendo.- eu zombei e ele revirou os olhos com irritação.

-Fiquei com medo, Aiko. Fiquei com muito medo, caramba. Você...

-Ei.- eu falei, o puxando até que ele estivesse me abraçando com força de novo. -Eu sei que você ficou com medo. Eu também fiquei, Chifuyu. Achei que ia morrer. E, sinceramente... Eu não queria morrer. Eu não queria perder você. Foi por isso que voltei, viu? Vai ser difícil se livrar de mim.

-Não entendeu ainda, sua idiota?- ele murmurou, se afastando e segurando meu rosto com carinho. -Não quero me livrar de você. Eu te amo, eu te amo tanto, Aiko.

Acariciei a bochecha dele de leve e sorri para Chifuyu com carinho.

-Eu também te amo.

Chifuyu se inclinou na minha direção, beijando meus lábios com calma. Como se ele fosse me machucar ou sei lá. Apenas o segurei contra mim, me sentindo em paz agora. Porque eu tive uma segunda chance. Tinha quase morrido, mas tinha uma segunda chance agora, e eu faria tudo certo agora. Chega de me meter em encrencas, chega de fugir. Kisaki estava morto e...

Arregalei os olhos e me afastei de Chifuyu.

-O que foi?- ele perguntou, desesperado, procurando em mim algo que pudesse estar fora do lugar. Segurei a mão dele com força.

-Vou ser presa de novo.- eu disse, o coração batendo na garganta, começando a me desesperar. -Vou ser presa por ter matado o Kisaki.

Chifuyu me olhou e me olhou e, caralho, eu não conseguia decifrar aquele olhar dele!

-Não, você não vai. Quem matou o Kisaki foi o Izana Kurokawa.- ele disse. Pisquei os olhos e franzi o cenho. Quê?

-Não foi, não. - eu disse confusa. Chifuyu abriu um meio sorriso.

-Bem, não foi, mas ele assumiu a culpa no seu lugar e tá preso.- Chifuyu disse, dando de ombros. Mas aquilo era uma puta notícia do caralho, como ele podia agir com tanta naturalidade, cacete?

-Porque?- eu murmurei. Chifuyu suspirou e se deitou ao meu lado na cama.

Foi difícil me mexer. Porra, foi difícil pra caralho, tudo estava doendo e Chifuyu disse que eu tinha que tomar cuidado para não acabar arrebentando os pontos. Eu não conseguia sentir direito minha perna esquerda e ele também me disse que aquilo era "normal". Bem, normal não era, mas a porra do tiro que Kisaki me deu tinha afetado uma caralhada de coisa na minha coluna. Chifuyu disse que eu voltaria a me locomover direito com o tempo, mas que isso demoraria. Sinceramente, um grande foda se. Pra quem achou que ia morrer, não conseguir andar direito até me recuperar não era nada, sinceramente.

Eu deitei a cabeça no peito dele e fechei os olhos com força, entrelaçando meus dedos em uma mão dele enquanto ele levava a outra até meu cabelo.

-Não sei porque Izana assumiu a culpa, Aiko. Ele lutou com o Mikey e, sinceramente, não sei o que eles falaram. Mas ele assumiu a culpa por tudo e foi preso. - Chifuyu disse, a mão deslizando pelo meu cabelo. -Baji tá do lado de fora. Pedi pra ele avisar os outros que você acordou. Logo eles devem estar aí também, e vão começar a te lotar de informações, então preciso te contar algo.

-Espera. Cadê a Angeli? Porque agora que a Sam morreu, ela...- eu comecei, mas Chifuyu me cortou, fazendo uma careta para mim.

-É sobre isso mesmo que quero falar com você. - ele disse. Já sentia meus olhos cheios de lágrimas de novo só de lembrar que minha melhor amiga, minha irmã, estava morta. Porra, ele queria mesmo tocar nesse assunto?

-Não quero falar da morte da Sam agora, Chifuyu.- eu murmurei. Meu namorado parecia prestes a entrar em colapso.

-Não, espera, você não entendeu, a Sam, ela...

Mas aí a porta do quarto se abriu. E tive bastante certeza que se eu não tinha morrido antes, ia morrer agora.

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