☪ .☆ ━━ ONE HUNDRED FIFTY NINE ━━ ☪ .☆
Sam se jogou no meio da cama, entre Chifuyu e eu. Meu namorado reclamou, mas ela o ignorou, deitando a cabeça no meu ombro e suspirando. Angeli rapidamente pulou para meu colo, se agarrando ao meu pescoço. Franzi um pouco o cenho. Tudo bem, sabia que a situação toda com a família de Sam estava uma bela de uma merda. E pela cara que minha irmã estava fazendo agora, as coisas provavelmente tinham piorado uma mil vezes. Abri a boca para perguntar a ela o que estava rolando, mas Kazutora foi mais rápido, soltando suas pérolas.
-Aiko, mostra pra Sam também. - ele disse. Torci o nariz. Mas é um belo filha da puta mesmo!
-Kazutora, cala essa boca.- rosnei, jogando o travesseiro bem no meio da cara do imbecil. Kazutora deu um grito enquanto cambaleava e caía em cima de Sayuri, que deu outro grito. Foi aí que Sam pareceu perceber a presença da minha irmã, olhando para ela meio dividida entre revirar os olhos ou ficar surpresa.
-Mostrar o que pra mim?- ela perguntou franzindo o cenho e me olhando com aqueles olhos que indicavam que, sim, Sam tinha chorado.
-Merda nenhuma!- eu disse em um grito desesperado, mas claro que Keisuke ia abrir a bocona.
-Ela fez uma tatuagem igual a do Kazutora!
-Cala essa boca!- eu gritei, agarrando o caderno do meu lado e atirando na cara dele. Assim como Kazutora, Baji deu um gritinho quando meu caderno atingiu seu nariz.
-Que papo é esse?- Sam disse, me olhando meio perplexa. Chifuyu deu um longo e bem auditivel suspiro, o que me fez me virar para fuzilar ele com os olhos.
-Pois é, uma bela merda. Pelo menos tá pequena, da pra cobrir com outra.- Chifuyu provocou. Tentei dar um tapão nele, mas Sam estava bem no meio, me impossibilitando de chegar no imbecil. Não que eu fosse conseguir, de qualquer jeito.
-Vocês são um bando de imbecis.- resmunguei enquanto fazia carinho no cabelo de Angeli, que já tinha dormido com a cabeça no meu peito.
Sayuri se levantou e suspirou, me fazendo franzir o cenho.
-Acho que vou indo.- ela murmurou, meio sem jeito. Torci o nariz.
-Porque? - eu perguntei confusa. Ela parecia meio desconfortável ali, e sabia que ela sentia como se não pertencesse a aquele momento. -Para de ser ridícula, Sayuri. Senta a bunda aí.
Baji começou a rir, porque ele era um grande idiota, e minha irmã foi até ele, tentando dar um tapa nele. Mas Keisuke segurou ela e, caralho, que climão. Sam e eu trocamos um olhar e vi Chifuyu fazer uma careta.
-Eu acho que vocês deveriam dar uma afastada, ou vão deixar o Chifuyu com ainda mais ciúmes do Baji. - Sam soltou e eu dei risada. Chifuyu deu um tapa em Sam e, pronto, lá vai os dois se atracando de novo enquanto Sayuri e Keisuke ficavam vermelhos que nem dois tomates. Kazutora ficou olhando aquele caos, se decidindo quem ele iria atormentar primeiro.
-Parem vocês dois!- eu disse erguendo o braço pra tentar separar Sam que puxava o cabelo de Chifuyu, que por sua vez tentava chutar ela pra fora da cama, se esquecendo que se ela caísse, eu cairia junto. -Eu falei pra parar, seus imbecis! Eu já sei que vocês se amam, essa porra de teatro não cola mais!
-Amar essa idiota? O caralho!- Chifuyu resmungou. Sam deu risada, apertando a bochecha dele com força o suficiente pra deixar vermelha. Chifuyu sibilou.
-Acredito muito nisso, Chifuyu! Nem é como se você não tivesse chorado que nem uma criança por minha causa.- ela zombou e eu ri. Chifuyu revirou os olhos, erguendo a mão para mostrar a ela o dedo o meio.
-Não tava chorando por sua causa merda nenhuma, tava chorando por toda a situação!- ele reclamou.
-Mentiroso! Admite logo que você me ama. - Sam provocou, começando a cutucar Chifuyu. Ele resmungou com irritação.
-Tá, sua chata do caralho, eu te amo. Feliz agora, sua insuportável?- ele reclamou e Sam deu risada antes de dar um tapa nele. E depois o abraçar. Ah, sim, eles são uma bela dupla de idiotas.
-E ai, agora que tá mais calma vai contar o que tá rolando?- Keisuke perguntou se jogando no meio entre Chifuyu e Sam.
-Ei, eu sei que a cama é grande, mas quatro já é demais e...- comecei, mas mal terminei de falar e Kazutora já tinha se jogado em cima de nós. -Kazutora, seu merda!
Sayuri olhou para nós todos, praticamente quebrando a cama, e sabiamente puxou a cadeira. Sam deu um longo suspiro.
-Minha nonna quer que eu me case. - ela resmungou. -Com um primo chamado Vincenzo.
-Mas que porra é essa?- eu quase gritei, preparada para voar na cara dessa velha.
-Quem é Vincenzo perto de Takashi Mitsuya?- Baji disse arqueando a sobrancelha. Chifuyu e Kazutora concordaram. Revirei os olhos.
-Quer que eu quebre ele na porrada? - perguntei. Sam franziu o cenho.
-Aiko, se liga, você não tá levantando sozinha nem pra ir cagar.- ela disse. Meti um tapa na testa dela.
-Sua babaca. - reclamei.
-Ela tem razão mesmo. - Chifuyu disse. Olhei para ele com indignação.
-Chifuyu, caralho, e nosso trato de o que rola no banheiro fica na porra do banheiro?- eu quase gritei.
-Nem fodendo, você que tá levando ela no banheiro?- Baji caiu na gargalhada. Enfiei o cotovelo na costela dele.
-Calado, a Sam te levou pra mijar várias vezes que eu tô ligada.- rosnei. Ele parou de rir na hora, ficando vermelho como um tomate, o que fez Sam dar risada. -Vocês são um bando de idiotas, sabiam?
Mesmo assim, ter eles ali era oque fazia tudo valer a pena. Porque eles me faziam querer viver de novo. E, no fim das contas, nem me importei muito que todos nós tivessemos dormido todos tortos e enrolados uns nos outros naquela cama.
As semanas passaram e eu tinha melhorado. Claro, não cem porcento, porque acho que isso ainda vai demorar um tempo, mas agora eu conseguia ficar de pé sozinha. Sim, eu precisava de apoio para andar, mas pelo menos conseguia fazer isso agora. O que já era a porra de um avanço.
-Voltar a estudar foi uma ideia de bosta, uma bosta do caralho!- reclamei pela quinta vez no dia, e Chifuyu chutou minha cadeira. Me virei para olhar feio para meu namorado. -E se já não bastasse, tive que repetir um ano.
-Ei, eu também e não tô reclamando. - Baji disse do meu lado. Revirei os olhos.
-Você repetiu porque é burro. Eu repeti porque estava morando na rua!- eu disse e ele me olhou indignado.
-Juro, se você já não tivesse fodida, eu ia te comer na porrada.- Keisuke disse. Eu dei risada.
-Ia porra nenhuma, cala boca.- falei.
-Sério que vou ter que aguentar os dois brigando o dia todo agora?- Chifuyu suspirou, deitando a cabeça na carteira. Dei um tapa na cabeça dele.
-Para de ser ridículo.- eu reclamei. Ele nem se mexeu. -Chifuyu?
-Ele dormiu.- Baji disse, dando risada. Olhei perplexa para meu namorado e, sim, ele estava mesmo dormindo. Porra, que aluno bom da porra que ele era!
Baji puxou a carteira dele e grudou na minha, jogando o caderno dele do meu lado. Torci o nariz.
-Vai, me ajuda a fazer essa merda ai.
Apenas revirei os olhos. Ah, sim, ideia de merda me fazer voltar a estudar. Uma ideia ainda pior me botar na mesma escola que Sayuri. Piorava ainda mais estar na sala desses dois idiotas.
Deus me dê paciência.
Chifuyu estava me carregando nas costas porque, no fim das contas, eu não aguentava andar pra lá e pra cá por muito tempo. Tinha quase enfiado a muleta no cú de Baji por ser um puta de um arrombado e ficar rindo da minha cara. Um belo cuzão, eu diria.
-Ei, Takemitchy!- Chifuyu chamou e o garoto se virou na nossa direção. Ele arregalou um pouco os olhos antes de vir até nós. -E aí.
-Estava mesmo procurando os dois.- ele disse e eu franzi o cenho. Mas Chifuyu pareceu entender tudo.
-Vai voltar, né?- ele disse. Takemichi apenas assentiu.
-Obrigada. - eu disse esticando a mão para segurar a dele. Takemichi me olhou e eu sorri. -Por mudar meu futuro.
-Eu nem sei se foi o suficiente. - ele murmurou.
-Kisaki morreu, Takemichi. - eu disse. Ele assentiu. -Se essa porra não mudar, desisto.
-Para com isso.- Chifuyu disse aoertsndo minha coxa com força até demais, e eu sibilei, puxando de leve o cabelo dele.
-Juro, ainda não sei como isso entre vocês funciona.- Takemichi disse com uma careta e eu dei risada. -Obrigado, Aiko. Por tudo.
-Ei, para que assim eu choro.- eu disse e ele deu risada.
-E eu, cacete, vai esquecer de mim?- Chifuyu reclamou. Takemichi deu um soco de leve em Chifuyu e sorriu.
-O futuro vai mudar, Takemichi. - eu disse.
-Eu espero que sim.
-Você tá bem?- Hanma perguntou, me olhando. Minha tia estava fuzilando o garoto com o olhar, mas não disse nada enquanto eu e ele estávamos conversando na sala.
-É, acho que sim. - eu disse o olhando. -Porque você tá aqui?
-Você ainda pergunta?- ele disse com uma careta. Suspirei.
-Matei seu amigo.- eu murmurei.
-Ele nunca foi meu amigo.- ele disse com um suspiro. -Você tava certa. Sinto muito, Aiko.
Olhei para Hanma. Apesar de tudo entre nós, de toda a mágoa... Ele significava muito pra mim. E tinha ficado do meu lado no final, apesar de tudo.
-Apenas espero que um dia você possa me perdoar.- ele murmurou.
Estiquei a mão e segurei a dele e sabia o que aquilo significava pra ele. No fim das contas, eu não queria passar o resto da minha vida remoendo aquilo. Eu apenas queria que tudo voltasse ao normal. E, se fosse ser sincera... Eu o queria na minha vida.
Então, empurrei ele de leve e sorri.
-Eu perdoo você, seu idiota.
E sabia que aquilo bastava.
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