☪ .☆ ━━ ONE HUNDRED FIFTY FOUR ━━ ☪ .☆
Fugir do hospital foi a coisa mais fácil que já fiz. Mikey não parava de rir nem mesmo quando o Draken metia um soco forte em suas costas e eu não tirava a razão do garoto loiro de baixa estatura. Tudo bem, eu tava simplesmente ridícula demais. Vestindo um suéter colorido maior que meu corpo e um shorts jeans que Draken conseguiu roubar de alguma paciente, ignorando o fato que não sei como mas o loiro tatuado também conseguiu pentear meus cabelos e prender as presilhas coloridas da nonna de uma forma que eu parecia uma criança.
─ Eu vou te levar pra um parquinho depois, Sam, pode deixar.─ Soltou Mikey.
─ Só se for pra você ir brincar comigo no escorrega, né, já que é o único brinquedo que tu consegue alcançar.─ Retruquei, lançando um olhar cheio de raiva para o garoto que apenas riu, levando um tapa do Draken que mandava ele calar a boca.
Revirei meus olhos para eles, me virando para meu namorado, pronta para começar o plano de fuga que apelidei como "A Fuga das Galinhas". Mitsuya sorria para os amigos e parecia bem perto de soltar um comentário que os fariam dar socos nele.
Não fazia muito tempo desde que ele soltou que queria casar comigo e eu ainda não me recuperei. Tudo bem, eu já sabia que ele se casaria comigo por conta de Takemitchy mas ainda assim.... Conseguimos mudar o futuro. Não só Mitsuya mas todos estariam vivos, Aiko estaria viva e Chifuyu também. Daqui a doze anos, eu não seria Sam Dean Salvatore mas sim, Sam Dean Mitsuya. Daqui a doze anos, eu estaria grávida de uma bela menina que me encontrava rezando para ter os olhos de Mitsuya. Daqui a doze anos, minhas irmãs estariam vivas e felizes com seus respectivos destinos.
E eu estava feliz por isso. Muito feliz...
─ Sam?─ Pisquei meus olhos, e encarei o garoto que eu amava. Mitsuya Takashi me deu as costas, se agachando levemente.
─ Temos que ser rápidos.─ Balancei minha cabeça em confirmação e pulei nas costas do garoto que não hesitou em agarrar minhas coxas com firmeza. Soltei um suspiro, escondendo meu rosto no pescoço de Mitsuya enquanto Draken e Mikey abriam a porta com rapidez.
Tudo bem, Aiko, eu estou chegando...
Caralho, essa foi a única palavra que se passou por minha mente quando me deparei com um corredor que tinha dois garotos com a inegável cara de delinquente. E não consegui pensar muito quando fui sufocada com os braços de Baji que me apertou contra si em um abraço. Soltei uma risada, dando tapinhas em seus ombros para que ele me largasse, mas isso não aconteceu, principalmente quando Kazutora se jogou na gente, tentando me abraçar.
─ Ei, já tá bom, tão sufocando a garota!─ Gritou Draken, agarrando o colarinho da blusa de Kazutora e o afastando. Baji soltou uma exclamação irritadiça quando sentiu Mitsuya segurar minha cintura e me puxar para perto dele, quebrando nosso abraço por completo.
─ Eu pensei que você tinha esquecido da gente.─ Soltou Baji. E por um minuto, jurei que ele ia se desfazer em lágrimas por causa de seu tom choroso. Franzi o cenho, confusa.
─ Chifuyu não disse que eu não tinha reconhecido por causa dos remédios?─ Perguntei. Baji assentiu, e vi lágrimas brotarem nos cantos de seus olhos.
─ Ele disse mas eu não sabia se era pra eu ficar menos desesperado.─ Não consegui segurar e soltei um risada, me aproximando de Baji, dando mais um abraço nele.
─ Bom, eu tô viva e me lembro muito bem de vocês.─ Baji balançou a cabeça, mergulhando seu rosto em meu pescoço. Meu Deus, ele e Aiko são praticamente a mesma pessoa. Dois surtados que choram por qualquer coisa, não muito diferentes do Takemitchy.
─ Tá legal, já deixa dessa merda sentimental!─ Exclamou Baji, se afastando de mim.─ Ela vai querer ver você.
Pisquei meus olhos e abri um sorriso.
Aiko estava em choque, não sei se ela sequer respirava. Arqueei uma sobrancelha para a garota, estranhando seu comportamento.
Eu que quase morri de algo cerebral e é ela que tá com sequela?
Lancei um olhar questionador para Chifuyu. Por que Aiko tava agindo como se tivesse em frente a um fantasma?
─ Sam?─ Ela murmurou, gaguejando. Chifuyu encolheu os ombros, soltando um suspiro enquanto enterrava o rosto no pescoço da namorada que deu uma cotovelada nele quando tentou sair da cama mas foi impedida pelo garoto. Abri um sorriso, me aproximando da garota.
─ Você não pode me ver morrendo que também quer morrer, né, solzinho.─ Falei, e claro que não demorei muito para abraçar minha irmã, melhor amiga e alma gêmea. Aiko retribuiu meu abraço com as mãos trêmulas.
─ Você tá viva.─ Murmurou ela, parecendo ainda em choque.
─ E o Kisaki tá morto.─ Soltei uma risada e me inclinei para empurrar Chifuyu.─ De repente, a vida ficou menos merda.
Aiko soltou uma risada e me abraçou mais forte.
─ É...─ Ela concordou, começando a chorar. Comecei a fazer carícias pelo seu cabelo e não demorou para que Chifuyu tentasse acalmar a namorada também. Foi naquele momento que ouvi Baji soltando um grito de guerra. Em conjunto, nós três franziu o cenho, completamente confusos.
E claro que não demorou muito para que eu me afastasse de Aiko para ver que porra tava rolando. Me senti ainda mais confusa quando coloquei meus pés para fora do quarto e me deparei com a cena caótica onde Baji tinha seus cabelos presos em um rabo-de-cavalo e parecia muito perto para meter o soco nos dois garotos em sua frente, assim como todos os garotos ali. Tudo bem...
Cabelos coloridos e um maior que o outro, eles tinham feições um pouco iguais e isso me fazia crer que eles eram irmãos, mas isso também vinha por eles estarem usando roupas praticamente iguais. Lentamente, eu me virei para trás e encarei Aiko e Chifuyu que esperavam que eu falasse o que estava rolando mas apenas fechei a porta, me virando para os imbecis no corredor.
─ Ei, que porra vocês estão fazendo?─ Perguntei, a voz baixa e talvez um pouco ameaçadora. Baji se virou para mim mas não sem antes lançar um olhar que prometia não só um nariz quebrado para os irmãos. Mas Mitsuya, Draken, Mikey e Kazutora continuaram parecendo que estavam prestes a fazer uma guerra civil entre delinquentes no meio do hospital.
─ Esses dois imbecis querem ver a Aiko.─ Rosnou o garoto, ele parecia ainda mais com um gato quando ficava irritado. Pisquei e arrastei os olhos até os irmãos que encaravam todo mundo ali com um ar de deboche.
─ E quem são vocês?
O mais alto e que tinha os cabelos trançados me olhou com o cenho franzido.
─ Ran Haitani.
Arqueei uma sobrancelha, cruzando meus braços, dando um passo na direção deles.
─ Ah, então vocês são os irmãos que só vencem por não confiarem nas próprias mãos.
Um deles arqueou a sobrancelha e deu um passo na minha direção, ignorando a forma que Mitsuya se meteu entre a gente.
─ Acho que você fala demais, sua puta.
Soltei uma risada. E mal pensei quando fechei meu punho e joguei ele na cara de um deles com toda minha força.
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