☪ .☆ ━━ ONE HUNDRED FIFTY FIVE ━━ ☪ .☆
A maior gritaria do caralho se instalou do lado de fora do meu quarto, me fazendo trocar um olhar confuso com Chifuyu. Mas que porra era aquela? Parecia que estavam se assassinando do lado de fora, mas a questão era o porquê estariam fazendo isso. Encarei Chifuyu, esperando ele levantar a bunda dali para ir olhar e me atualizar de que merda tava rolando. Ele nem se mexeu, o imbecil.
-Chifuyu!- eu reclamei, o empurrando de leve. Abri a boca para mandar ele sair dali quando escutei alguém gritar xingamentos. E arregalei os olhos. Ah, nem fudendo. -Me ajuda a levantar.
-Você ficou louca, foi? Você esqueceu que sua coluna tá toda fodida e não vai conseguir nem ficar de pé, Aiko? Porra, você quase morreu!
-Por isso tô mandando você me ajudar, caralho!- eu rosnei, já começando a ficar puta com aquela bosta toda. -Se você não me ajudar, eu vou sozinha. Tô falando bem sério, Chifuyu.
Ele me olhou e bufou com irritação, mas começou a me ajudar com calma. E, puta que pariu, ele tinha mesmo razão. No momento que meus pés tocaram o chão, quase caí de boca. Se Chifuyu não tivesse me sustentando, eu teria caído. Parecia que eu não tinha força o suficiente para me manter em pé, e meu corpo não reagia aos meus comandos. Eu não conseguia andar! Tudo bem, isso me deixou um pouco desesperada.
-Você tá bem?- ele perguntou com preocupação, me segurando com força. Balancei a cabeça. Claro que não, cacete!
-Só... Me leva até a porta logo.- eu murmurei, tentando não pensar muito no assunto de que e se eu nunca mais conseguisse andar direito? Tá bom, sei que pensei que tudo bem ficar sem andar se eu estivesse viva, mas puta que pariu.
Chifuyu me carregou sem nenhuma dificuldade, o que me fez até olhar pra ele meio chocada, sinceramente. Mas não tive tempo de dizer absolutamente nada quando ele abriu a porta e eu vi o maior caos do caralho no corredor. Arregalei os olhos;
Sam estava puxando o cabelo de Rindou, que estava xingando ela de tudo quanto era nome enquanto tentava jogar ela para longe enquanto Mitsuya tentava, em vão, separar os dois. Baji e Kazutora estavam atracados com Ran, e Draken não sabia se separava ou apenas ficava ali, do lado do Mikey, apenas observando os nossos amigos darem porrada em Ran e Rindou.
-Mas que porra é essa?!- gritei tão alto que até meus ouvidos doeram. Eles pararam de brigar na hora, todos se virando para me encarar, mesmo que não tivessem se soltado. -Mas que merda! Vocês tão pensando que isso aqui é o que, porra? Enquanto eu tô toda fodida vocês ficam aí, brigando como um bando de imbecis? Nossa, vão todos se foder!
-Ei, calma aí, Aiko!- Baji começou, mas ergui a mão e ele calou a boca.
-Entrem nessa porra de quarto agora, vocês todos. Eu tô falando sério. Ou juro, juro por Deus, que vou arrebentar todo mundo.- eu rosnei com irritação.
-Me diga, minha querida Aiko, como você vai fazer isso se nem de pé consegue ficar?- Ran cantarolou. Baji enfiou o cotovelo no nariz dele com força, e Ran deu um soco em Keisuke.
-Chega, porra!- eu gritei. -Vocês querem pagar pra ver?
-Nossa, se acalma, Aiko.- Chifuyu disse, me olhando incrédulo.
-O cacete! Estão agindo como um bando de merdas. Que saco. - eu reclamei. E sussurrei, apenas para Chifuyu: -Me leva de volta, não aguento mais ficar de pé.
Chifuyu não esperou nem meio segundo antes de me pegar no colo e me levar de volta pra cama. Olha, sinceramente, se eu não estivesse toda cagada, eu certamente ia esfolar todos eles. E quis mesmo fazer isso conforme via aquele bando de imbecis entrarem no meu quarto. Draken, Mikey, Sam, Baji, Kazutora e Mitsuya de um lado. Ran e Rindou do outro. Respirei fundo, esfregando o rosto com força.
-Que merda tá rolando?- eu disse arqueando a sobrancelha. Por um segundo, todo mundo ficou quieto. Ai Sam começou a explodir.
-Como assim que merda tá rolando, esses dois bostas aí tão aqui, já não é motivo o suficiente?- ela rosnou, fuzilando Ran e Rindou com o olhar.
-Você deveria calar a sua boca, garota. - Ran disse, cruzando os braços e a analisando. -Acha que tá falando com quem?
-Ran, fica quieto.- eu disse o olhando seriamente. Ele suspirou e, por incrível que pareça, ficou quieto. O que fez todos os meus amigos escancararem a boca. -Quem começou essa merda?
-Seus amigos. - Ran e Rindou disseram em uníssono. Me virei para encarar eles, e Keisuke parecia bem perto de voar de novo no pescoço de Ran.
-A gente só veio ver se você tava, sabe, viva.- Rindou disse e deu pra mim um sorriso sarcástico. -Já que a última vez que te vimos, você tava sangrando no chão.
-Você é uma puta surtada, né, Aiko?- Ran riu.
-Você olha bem o jeito que fala com ela, ou juro...- começou Sam, dando um passo na direção dele, mas Mitsuya a agarrou.
-Pelo amor de Deus, Dean, dá pra se acalmar?- eu disse olhando Sam, que me olhou perplexa.
-Me acalmar? Eles são dois bostas do caralho!- ela gritou. Respirei fundo.
-Garota, sinceramente, você é chata pra porra, né?- Rindou rosnou. O fuzilei com o olhar.
-Rindou, se falar mais um a que seja da minha irmã, juro que eu te atiro por aquela janela.- eu disse com irritação. Ele, sabiamente, calou a porra da boca.
-É sério que a Aiko tem a coleirinha dos Haitani? Isso sim é surreal. - Kazutora soltou. Olhei para ele, indignada com o como ele podia ser tão sem noção. Ran e Rindou pareciam bem perto de atirar o garoto pela janela.
-Eles só fuderam a vida dela.- Sam disse olhando feio para os dois. Ran franziu o cenho e cruzou os braços.
-Você acha que Aiko estaria viva pra te conhecer se não fosse pela gente?- ele soltou. Sam continuou olhando para Ran como se fosse dar um murro nele a qualquer instante. -Ela era uma merdinha quando saiu do reformatório, e, sim, Aiko, eu sei que você era forte, mas ainda assim não teria durado dois minutos sozinha na rua.
-E eu não sei disso? - eu reclamei. -Nunca disse que vocês não me ajudaram. Mas vocês continuam sendo dois merdas, sabem disso, não é?
-Como se você fosse muito melhor.- Rindou riu. Revirei os olhos, puxando Chifuyu de volta quando ele fez menção de voar na cara de Rindou.
-Pode até ser. Mas cinquenta porcento das coisas ruins que eu fiz e sei fazer é culpa dos dois, sabia?- eu disse e Ran me deu um sorrisinho.
-Vai dizer que não foi útil? Olha aí, até matou o Kisaki. Quem foi que te ensinou a atirar, hein?- ele provocou. Mostrei pra ele o dedo do meio.
-Vá se foder. Já viram que tô viva, né? Então, tchau, vai, tchau, tchau.- eu disse balançando a mão para os dois. Ran riu e Rindou revirou os olhos.
-A gente volta depois, quando seus cachorrinhos não estiverem aqui.- Ran cantarolou, dando as costas e saindo, sendo seguido por Rindou. Sam e Baji pareceram bem perto de irem atrás dos dois para comer eles na porrada.
-Chega, vocês também. - eu disse com irritação.
-Você tá bem, Aiko?- Mitsuya perguntou me olhando. Suspirei.
-Tá vendo, seu bando de imbecil? É assim que uma pessoa normal age!- gritei com irritação e me virei para olhar Mitsuya. -Sinceramente, preferia ter sido atropelada por um carro.
-Cala a boca, Aiko!- Sam disse, se aproximando e dando um tapa na minha testa. Dei outro tapa nela.
-Sua ridícula.- eu resmunguei. -Vocês são um bando de idiotas.
Ainda assim, eu estava sorrindo. Porque eles estavam todos ali. Minha família. E eu não precisava de mais nada além deles.
Tudo bem, Kisaki tinha me fodido pra cacete. Tudo tava uma bela de uma merda fodida, eu tinha que ser sincera sobre isso. Não só pra mim, mas como para Sam e sua família que resolveu aparecer do cú do mundo logo agora! Era um verdadeiro inferno.
No fim das contas, eu tive que ir pra casa da minha tia quando, umas semanas depois, recebi alta do hospital. Era uma merda, uma merda do cacete, porque eu não conseguia andar direito. Sinceramente, era desesperador. O médico dizia que era só questão de tempo e que tudo voltaria ao normal, mas isso não significava que eu não ficava frustrada ou com medo toda vez que tentava fazer qualquer merda que fosse sozinha e não conseguia.
Era pior ainda quando não sabia que merda estava rolando com Sam. Minha tia tinha dito à minha irmã que ela podia ficar lá na casa dela se quisesse, comigo, mas Sam tinha as merdas dela para resolver. O que não me deixava nada tranquila.
-Você tá bem?- abri os olhos quando escutei a voz de Chifuyu. Ele se sentou ao meu lado na cama, franzindo o cenho para mim. -Porque está com essa cara?
Apenas resmunguei e voltei a enfiar o rosto nos braços. Estava deitada de barriga para baixo fazia horas e eu simplesmente não conseguia me virar. Sim, eu estava à beira de começar a chorar de desespero.
-Não consigo me mexer. - eu murmurei, me sentindo derrotada. Chifuyu nem disse nada, apenas se aproximou de mim, passando os braços por baixo do meu corpo e me virando com calma. Eu suspirei. -Me sinto uma inútil.
-Para com isso, Aiko. - ele reclamou.
-É uma merda, sabia?- eu reclamei, olhando nos olhos verdes dele. Chifuyu apenas suspirou, se deitando do meu lado e me ajudando a deitar mais perto dele.
-Você precisa ter calma também. Se estressar não vai fazer melhorar mais rápido. - ele disse.
Não ia discutir com ele, até porque eu sabia que ia acabar perdendo aquela discussão. Então apenas fechei os olhos e suspirei quando ele levou a mão até meu cabelo, acariciando de leve.
Passei os braços ao redor do pescoço dele, o puxando para mais perto de mim. Chifuyu deslizou as mãos pelas minhas costas com calma, as colocando por dentro da minha camiseta. Passando por cima da cicatriz que tinha ficado ali, me fazendo estremecer de leve. Fechei os olhos com força, enterrando o rosto na curva do pescoço dele.
-Será que tudo acabou agora?- eu murmurei contra ele. Chifuyu se afastou um pouco de mim para me olhar, o cenho franzido.
-Tudo o que?- ele perguntou. Dei um tapa na testa dele, o fazendo fazer uma careta.
-Todo esse caos nas nossas vidas, Chifuyu. Será que a morte de Kisaki foi o suficiente pra ter um futuro que seja bom?- eu suspirei. Chifuyu me olhou por um tempo antes de se inclinar na minha direção e grudar a boca na minha.
-A gente faz nosso próprio futuro. E o que eu quero é ficar com você.- ele murmurou, descendo os lábios até meu pescoço.
Eu poderia mesmo começar uma discussão sobre aquilo, mas era difícil me concentrar em qualquer outra coisa quando a boca dele estava no meu pescoço e ele mordia de leve minha pele. Porra, ele sabia exatamente quais eram meus pontos fracos.
Entrelacei os dedos no cabelo loiro de Chifuyu, o puxando de leve. Passei o braço ao redor da cintura dele, o puxando para ainda mais perto, até que estivéssemos completamente grudados um no outro.
-Também quero ficar com você.- murmurei, o apertando de leve quando Chifuyu mordeu a curva do meu pescoço.
O puxei até que a boca dele estivesse contra a minha de novo. Até que a língua de Chifuyu estivesse percorrendo pela minha com calma, enquanto eu o apertava mais e mais contra mim.
No fim das contas, se ter quase morrido e ficado fodida desse jeito fosse a solução para termos um futuro bom, um futuro juntos... Então tudo tinha valido a pena.
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