☪ .☆ ━━ ONE HUNDRED AND TWENTY TWO ━━ ☪ .☆
Aiko me analisou, parecendo surpresa ao ver o cabelo loiro com mechas coloridas. Ela não disse nada e nem eu por um momento. Pude notar Kazutora ficar tenso atrás de mim quando dei um passo na direção da garota, não demorando muito para abraçá-la com força. Claramente Aiko não soube como reagir por um momento mas também não demorou para que ela me abraçasse fortemente com seu único braço disponível. Angeli soltou uma risada e nos abraçou, sem saber a tensão que nos rodeava.
─ Desculpa.─ Murmurei para Aiko, me afastando, segurando seus ombros.─ Eu fui exagerada demais e eu não deveria ter falado daquele jeito com você. E, só, desculpa...─ Eu encarei seus olhos.─ Fiquei magoada por você ter escondido seu aniversário porque pensei que a gente não deveria esconder coisas uma da outra, mas, eu errei. Não deveria ter pressionado você. Mas acho que isso é normal, não é? Irmãs sempre brigam, certo?
Aiko ficou calada por longos segundos até começar a chorar de forma silenciosa, lentamente ela colocou Angeli no chão e então me abraçou com força novamente. Retribui seu gesto com a mesma intensidade.
─ Me desculpa, Sam.─ Ela chorou. Sorri, mesmo sentindo as lágrimas também escorrerem por meu rosto.
─ Ei, fui eu quem errou aqui.─ Soltei, me afastando para poder fitar seu rosto vermelho. Meu sorriso aumentou quando me afastei e ergui a sacola com a marca da lojinha que acabei de sair.
─ O que é?─ Perguntou ela, pegando a sacola quando entendeu que o que estava dentro da sacola era para ela. Observei minha irmã pegar a caixinha de veludo e a abrir, analisando os colares gêmeos e com pingentes complementares. Uma lua crescente e um sol.
Ela arregalou os olhos, erguendo a cabeça, prestes a falar quando interrompi ela.
─ É um presente de pedido de desculpas.─ Disse para Aiko, pegando um dos colares, aquele que tinha o pingente de lua crescente, enquanto minha irmã fazia o mesmo com o colar o pingente de sol.
─ O brilho da Lua é o reflexo da luz do Sol. A Lua não tem brilho próprio, ela só brilha por causa da Sol.─ Sussurei, abrindo um sorriso, lançando um olhar para Aiko.─ Eu vivia sozinha antes de conhecer você, na verdade eu tinha Angeli e só. Graças a você, Aiko, pude não só ganhar mais uma irmã mas também pessoas que gostam de mim. E sempre vou ser agradecida por terem colocado você na minha vida, irmã.
E lá estávamos nós, chorando que nem duas idiotas, mesmo que estivéssemos sorrindo.
─ Bota em mim?─ Perguntou Aiko, deixando seu colar em minhas mãos e se virando, rapidamente fiz seu pedido. Minha irmã segurou o pingente de sol entre os dedos, o analisando com um sorriso cheio de tristeza antes de enfiá-lo dentro de sua blusa.
─ Eu também era sozinha antes de conhecer você, bom, eu tinha o Hanma mas depois do Kisaki, parecia que eu só vivia com um fantasma que fingia se importar comigo.─ Ela murmurou.─ Mas, conheci você e todo mundo, e eu não tava mais sozinha...
Ela piscou os olhos, começando a chorar novamente. Rapidamente abracei a delinquente que enterrou seu rosto em meu pescoço.
─ Obrigada, Sam. Obrigada por tudo, nunca vou me esquecer o que você fez.─ Pisquei meus olhos, acariciando suas costas com meus dedos enquanto escutava tudo que ela dizia contra minha pele.─ Obrigada por me amar.
─ Ei...─ Me afastei, só para poder olhar em seus olhos.─ Não fala assim, não é como se você fosse desaparecer, certo?─ Eu sabia que meu tom estava trêmulo, pois sabia que de alguma forma aquela era uma despedida. Não sei como ou porquê, mas eu sentia que Aiko estava me dando adeus. E saber disso doía. Doía como o inferno saber que se ela estava indo era por minha culpa.
Eu não havia sido uma amiga boa. Não havia sido uma boa irmã para ela... Mesmo que seja por um momento, só o suficiente para dar nos dar espaço para pensar, eu a dei as costas. Depois de tudo, depois de saber todos os traumas de Aiko...
Eu tinha acabado feito a mesma coisa que todos aqueles idiotas que já xinguei tinham feito. Eles tinham dado as costas para um garota incrível como a Aiko.
Abaixei minha cabeça e segurei suas mãos, incapaz de encará-la.
─ Desculpa.─ Murmurei novamente, encostando minha testa em suas mãos, chorando ao ponto de sentir meu corpo tremer por conta dos soluços. ─ Desculpa, eu deveria ter sido melhor para você.
Aiko soltou um suspiro trêmulo, afastando uma das mãos para poder tocar em meus cabelos.
─ Não, eu que deveria pedir desculpas.─ Soltou ela.─ Acabei estragando tudo...
Balancei a cabeça, negando.
─ Você nunca estragou nada, Aiko.─ Murmurei, erguendo minha cabeça e fitando seus olhos.─ Você é meu sol, lembra? Todo esse tempo, você só me fez brilhar...
O choro de Aiko pareceu se intensificar cada vez mais, assim como o meu. A gente se encarou mais uma vez.
Eu encarei Aiko. Minha irmã, não aquela que eu dividia sangue mas sim aquela que escolhi. Encarei a garota que sempre me protegeu com garras e dentes. A garota que me impediu de quebrar inúmeras vezes. Aquela que literalmente meteu a mão na cara da desgraçada da minha mãe sem pensar duas vezes. Aquela que amou minha irmã mais nova com todo seu coração.
Eu a encarei e aceitei que aquele era um adeus. Aceitei mesmo sabendo que meu coração se encontrava quebrado com aquilo.
A gente não disse nada. Não dissemos nada quando Aiko se ajoelhou, abraçando Angeli com força e beijando sua bochecha. Não dissemos nada quando ela abraçou até mesmo Kazutora.
Eu a olhei se afastar com lágrimas caindo por suas bochechas. Me encolhi, tampando meu rosto com as mãos.
Aquela porra toda era minha culpa, como eu podia aceitar tudo aquilo sem fazer nada?
Não vi quando Aiko recuou um passo e então, dois, três e quatro até nos dar as costas, começando a andar pelas ruas.
Foi naquele momento, em um momento dominado pelas minhas emoções, que ergui minha cabeça, fechando minhas mãos em punhos.
─ Você vai voltar para casa, não vai?─ Gritei para Aiko que parou de andar, mas não se virou.─ Por favor, só volte para casa, não importa quanto tempo demora. Só volte para casa.
A garota não me respondeu, começando a andar novamente para um destino que eu desconhecia. Aquilo doeu e ali foi quando meu coração se quebrou de vez.
Me abracei com força, me agachando no chão e meus lábios tremendo por conta do meu choro que não pararia nem tão cedo.
Eu nem me dei conta quando Kazutora me abraçou junto de Angeli. Ficamos ali, encolhidos, eles me consolando por ter acabado de perder alguém que amava...
Kazutora sorria quando ergui minha cabeça para encará-lo. Eu não precisei questioná-lo para que ele me dissesse o motivo pelo qual estava sorrindo.
─ Eu me lembrei que casa nem sempre é um lugar. Às vezes, casa pode ser uma pessoa.
Faz tempo que esse capítulo foi escrito, mas vou chorar toda vez que ler ele
Sim, eu e a Maria ficamos chorando que nem duas imbecis depois que essa merdae foi escrita KKKK nunca esquecerei os áudios de choro, então significa que temos sim coração!!!!
Depois dessa bomba, durmam bem, beijinhos
~Ana
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