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☪ .☆ ━━ ONE HUNDRED AND ONE ━━ ☪ .☆


Eu geralmente tendia a fazer as piores escolhas possíveis e imagináveis. Mas nunca pensei que me casar fosse se tornar uma delas. Apenas fechei meus olhos com força, passando as mãos trêmulas pelo meu cabelo pintado de vermelho. Eu precisava manter a calma, até porque, me estressar agora não ia trazer nada de bom. Eu já tinha destruído metade da sala e rasgado quase todas as roupas do imbecil que eu chamava de marido.

Olhei para meu reflexo no espelho trincado; quando minha vida tinha começado a desandar tanto, quando tudo foi parar no buraco? Em que momento eu permiti que aquilo acontecesse comigo? Que deixe que os outros decidissem por mim o que eu deveria ou não fazer e aceitar? Que merda. Que merda, que merda, que merda. Estava cansada; eu tinha vinte e dois anos, eu não deveria estar passando por essas coisas, não deveria passar por tanto estresse a ponto de fazer fios de cabelo branco surgirem. E vivia com a constante sensação de que tudo estava errado.

Sayuri continuava me ligando, sem parar; ela continuava fazendo isso, insistindo, como se eu fosse mesmo acreditar nas desculpinhas de merda dela. Me fiz de cega em relação a Sayuri por muitos, muitos anos, até não poder mais. Até pegar ela na cama com a porra do meu marido, como se aquilo não fosse nada demais. Como se eu não tivesse sido traída pela minha própria irmã.

Se eu for ser sincera comigo mesma, uma parte de mim sempre soube que Hanma não valia absolutamente nada. Mas quis ter esperanças de que poderia mudar ele, que nos casando eu podia, sei lá, fazer a melhor versão dele aparecer. No fim das contas, como sempre, eu apenas quebrei a porra da minha cara. Porque eu apenas tinha facilidado para que ele e minha irmã tivessem desculpas para se verem e, eventualmente, acabassem trepando enquanto eu estava ocupada demais me auto destruindo. Não que eles se importassem comigo, porque se tivessem um pingo de consideração, não estariam tendo um caso pelas minhas costas só Deus sabe há quanto tempo.

Escutei a porta da frente se abrir, e sabia que devia ter insistido para que o chaveiro viesse hoje mesmo trocar a fechadura. Escutei Hanma me chamando, e aquilo só fez meu sangue ferver ainda mais. Abri a porta do quarto com violência, apenas para encarar os olhos dourados dele.

-Não me olhe com essa cara de raiva, Aiko.- ele disse, como se aquilo tudo fosse uma porra de piada do caralho, como se eu estivesse surtando atoa. -Você sabe que isso não significou merda nenhuma pra mim. Eu amo você.

Escutar aquilo foi o suficiente para me fazer explodir de vez. Agarrei a primeira coisa que vi, jogando com tudo na direção de Hanma. Ele apenas teve tempo de desviar antes que o vaso atingisse em cheio seu rosto. E observou o objeto se espatifar no chão.

-Você pode ir para o inferno, você e Sayuri.- eu disse com irritação, pegando minha bolsa e marchando até a porta.

-Onde pensa que vai?- ele gritou atrás de mim, mas não ousou me seguir a medida que eu saía de casa.

Eu estava irritada, estava cansada e estava triste para caralho. Não por causa de Hanma, sinceramente. Seria uma grande mentira se eu dissesse que o amava ardentemente, mas ao menos eu o respeitava e respeitava nosso casamento, coisa que ele nunca fez. Keisuke tinha me dito, no dia do meu casamento, que casar sem amor não dava certo. E eu deveria ter escutado meu melhor amigo. Eu nunca devia ter aceitado ficar com Hanma, para início de conversa, então porque eu o fiz? Só para minha mãe e meu pai finalmente parassem de ficar na minha cola? Só para que eu pudesse ser mais livre, mesmo que minimamente livre? Tudo o que eu tinha conseguido com aquele casamento havia sido me afundar ainda mais em um poço de escuridão.

O caminho até o bar era o que eu mais fazia. Todos os dias, no mesmo horário. A mesma bebida, a mesma cadeira no balcão. Já tinha praticamente decorado toda a playlist do bar e sabia quais os dias que tinham shows ao vivo e também sabia quais eram os nomes dos integrantes da banda, o que gostavam de cantar, quais músicas novas estavam trabalhando. Também sabia quais eram as pessoas que sempre estavam ali, como eu, assim como sabia quais eram novas. Tinha apenas uma pessoa que sempre ia ali, no mesmo horário que eu, e se sentava ao meu lado, sem dizer nada. Afinal, o que diriamos um para o outro, de qualquer jeito?

Quando entrei, a primeira coisa que me deparei foi com o cabelo escuro dele. Se ele tinha chego primeiro, então significava que eu estava atrasada. Não enrolei mais antes de puxar a cadeira e me sentar, pedindo a mesma bebida de sempre, que logo surgiu na minha frente. E eu virei tudo de uma vez na minha garganta, não me importando com o como aquilo desceu queimando.

-Achei que não ia vir hoje.- Chifuyu comentou, aqueles olhos verdes me analisando enquanto eu virava mais um copo de bebida. Dei uma risada ácida para ele.

-E perder a chance de encher a cara até estar caindo? Nunca.- resmunguei. Chifuyu deu uma risada fraca.

Eu o conhecia há anos. Eu o tinha amado mais do que qualquer outra pessoa no mundo e olhe para nós agora: agindo como se tivéssemos acabado de nos conhecer naquele bar. Como se não tivéssemos tido uma história, como se ele não tivesse sido o grande amor da minha vida. Até um de nós foder com tudo e cada um seguir o seu caminho.

As vezes, quando fechava os olhos, ainda voltava a ser aquela Aiko de dezesseis anos perdidamente apaixonada por um garoto idiota que fazia tudo por mim. Que teria me dado a porra da lua se eu tivesse pedido. E, no fim das contas, aquilo não tinha sido o suficiente para nos manter juntos; não tinha sido o suficiente para que eu não tivesse casado com Hanma e fodido minha vida. Sentia falta de quando tudo era mais fácil para mim e de quando Chifuyu não era apenas um outro cliente daquele bar.

-Está sem sua aliança.- ele comentou, levando o copo até a boca. Olhei para minha própria mão, por mais tempo que o necessário.

-É. Meu casamento já era.- eu disse dando de ombros. -Peguei ele na cama com minha irmã.

Chifuyu cuspiu a bebida em sua boca e me olhou, surpreso. Então, ele deu risada, o que me fez fazer cara feia.

-Não tem a menor graça, garoto.- eu disse irritada. Chifuyu apenas balançou a cabeça.

-Não, não tem mesmo, é que... Para alguém que acabou de pegar o marido na cama com a irmã, você parece calma até demais.- ele disse e eu torci o nariz.

-Se for pra chorar, não vai ser por causa de Shuji e Sayuri, Chifuyu. Eu tenho mais o que fazer da minha vida.- respondi, de forma ríspida.

-Então porque casou com ele se sequer se importa o suficiente?- Chifuyu disse. E eu senti as palavras não ditas pesando entre nós. Sabia o que ele realmente queria dizer: porque escolheu ele e não eu?

-Sinto muito.- murmurei. Ele piscou, supreso.

-Quer sair daqui?

Não sei exatamente em que momento acabamos indo parar no apartamento dele, e também não sei o como acabamos nos beijando de forma desesperada. Mesmo que anos tenham se passado desde que havia beijado ele pela última vez, eu jamais consegui esquecer o como ele me beijava. Daquele jeito que fazia agora mesmo, como se nada mais importasse ou existisse além de nós, como se o mundo pudesse acabar amanhã porque nada importaria.

Tropecei as cegas enquanto minha boca envolvia a de Chifuyu, minhas mãos no cabelo macio dele. Meu coração batia na garganta, e eu apenas sabia que aquilo era certo e nada mais importava. Pelo menos, não agora.

Chifuyu me puxou para seu colo e eu envolvi as pernas ao redor da cintura dele, abraçando com força o pescoço de Chifuyu. Ele não parou de me beijar nem mesmo por um segundo enquanto me levava as cegas até o quarto dele.

Não tive tempo para analisar o lugar conforme tirava as presas a camiseta de Chifuyu. Foram anos desejando poder ter ele dessa forma e agora eu teria. E poderia ter tido antes, muito antes, se eu não fosse tão estúpida.

Ele era delicado e carinhoso comigo, de uma forma que sempre havia feito minha garganta se fechar porque jamais ninguém tinha sido desse jeito comigo. Ele me tocava e me beijava como se eu fosse a coisa mais importante na vida dele. Até mesmo agora, mesmo que anos tenham se passado desde a última vez que nos tocamos, ele ainda me tocava assim.

Porque eu tinha fugido? Porque não tinha lutado por nós? Agora... Era tarde demais. Tinha algumas coisas que simplesmente não podiam ser reparadas, e aquela era uma delas.

Meu coração batia acelerado quando deitei a cabeça no peito nu de Chifuyu, sentindo a mão dele deslizando pelas minhas costas com calma. O silêncio entre nós era grande, mas também era calmo. Ainda assim, nós dois sabíamos que, por mais que aquele momento significasse o mundo, não poderíamos ficar juntos de novo.

-Não tem um dia sequer que eu não tenha me arrepedido de ter te deixado.- eu murmurei, fechando os olhos. Não sabia se Chifuyu estava sequer respirando agora. -Sinto muito, Chifuyu.

Ele não disse nada e também não precisava; apenas beijou minha cabeça com calma e passou a mão pela minha bochecha. E nós dois sabiamos que aquilo era, de fato, uma despedida.

Me divorciar de Hanma foi um processo chato e demorado, mas estava finalmente livre daquele encosto do caralho. Livre pra finalmente viver a merda da minha vida da forma que eu queria, longe dali, longe de tudo e de todos. E talvez eu finalmente pudesse encontrar a felicidade que tanto procurava.

Eu não vi Chifuyu desde aquela noite que tivemos, tantas semanas atrás. Mas ainda conseguia sentir o gosto da boca dele contra a minha toda vez que fechava os olhos, e aquilo fazia meu coração acelerar tanto quanto o machucava. Tudo o que eu mais queria, queria de verdade, era ter Chifuyu da forma como deveria ter tido. Mas não era justo; Não era justo exigir isso dele, não depois que eu tinha fodido com tudo entre nós tantas vezes.

Keisuke me disse que eu era uma cagona e por isso estava fugindo, mas eu queria que ele fosse tomar no cú. Sinceramente, Baji podia pegar as opiniões dele e enfiar no rabo. Ok, eu sabia que muita merda que ele me falava estava certo, mas...

De qualquer forma, não tinha mais o como me arrepender de minhas escolhas. Não quando já estava na porra do avião, esperando ele decolar e me levar para o outro lado do oceano em uma viagem só de ida. Quando me ofereceram aquele emprego, não pensei nem mesmo duas vezes antes de aceitar.

Apenas fechei os olhos, deitando a cabeça do lado da janela do avião. Esperava conseguir dormir a viagem toda, assim eu não precisava ficar remoendo que estava deixando pra trás a porra do cara que amava de novo. Porque, sinceramente? Sou uma puta covarde.

Escutei alguém sentar ao meu lado, mas não fiz questão de abrir os meus olhos. Bem, que se foda, eu só quero desaparecer do universo mesmo!

-Então, você tá fugindo de novo, é?

Aquela voz... Quase dei um pulo, meu coração indo parar na garganta. Me virei tão rápido que derrubei a bolsa que estava no meu colo. Chifuyu me olhava, os olhos verdes cravados em mim. E ele estava sorrindo de leve. Aquilo... Porra, era um sonho ou uma alucinação?

-O que tá fazendo aqui, Chifuyu?- perguntei, incrédula.

-Viajando?- ele tentou. Torci o nariz. -Tudo bem, Baji me contou o que você ia fazer.

-E ai o que? Veio me dizer que sou covarde pra caralho e, sei lá, tentar me impedir de ir embora?- perguntei, arqueando uma sobrancelha.

-Não. - ele disse. -Não vim tentar te impedir de nada.

-Ah.- falei, a voz cheia de desesperança. Porque, sinceramente, uma parte de mim achou que talvez, sei lá, ele apenas... Quisesse que eu ficasse. Que eu ficasse com ele.

-Vim te dizer que estou indo com você, Aiko.- ele me falou. Eu apenas pisquei. -Porque não vou deixar você fugir de novo.

-Mas...

-Não tem "mas", Aiko. Eu amo você. Pode apenas aceitar isso?- ele perguntou, me fitando.

Apenas pisquei os olhos para afastar as lágrimas enquanto segurava o rosto de Chifuyu no meu e o beijava. E, no fim das contas, às vezes, nem tudo fica fodido. Mesmo com minha tendência a fazer escolhas de merda.

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