☪ .☆ ━━ ONE HUNDRED AND FIVE ━━ ☪ .☆
Quando finalmente consegui abrir os olhos, por um momento, não soube onde estava. Meu coração foi parar na garganta; será que minha tia tinha mesmo conseguido me tirar da porra do país? Não, não, não! Aquilo era uma catástrofe, uma desgraça do caralho, mas quem me salvaria, afinal? Que merda, que merda, que merda! Como eu fugiria da França para Tokyo? Isso era impossível. Minha tia se importava comigo, eu sabia disso, mas ela estava errada. Estava agindo da forma errada e fazendo merda, porque me levar pra França não era a porra da solução para os meus problemas! Aliás, só ia fazer eles ficarem ainda maiores! E eu nem falo francês!
Em algum momento diante da minha imensa agitação, caí do lugar confortável e macio que eu estava e fui parar no chão. Pisquei. Espera um pouco...
-Aiko?- escutei uma voz me chamando e apenas virei a cabeça para ver Sam saindo da cozinha. E, vindo atrás dela, uma caralhada de gente. Draken, Mikey, Kazutora, Mitsuya, Baji e Chifuyu. Pisquei os olhos.
-Como todos vocês couberam naquela cozinha minúscula?- foi a primeira coisa que saiu da minha boca enquanto eu franzia o cenho.
-Ela bateu com a cabeça ou sei lá? - Baji disse torcendo o nariz.
Sam veio até mim, me abraçando com força. Tive que me segurar pra não chorar ali mesmo. Merda, eu quase tinha perdido minha irmã porque minha tia é uma puta surtada do caralho! Apertei Sam com força.
-Como você soube?- perguntei enquanto Sam me ajudava a levantar.
-Sua irmã veio atrás de mim. - ela disse e eu torci o nariz. Bom, pelo menos Sayuri fez algo de útil, pelo menos uma vez na vida dela! -A gente não sabia de nada.
-Bem, minha tia fez questão mesmo que ninguém soubesse, até roubou a porra do meu celular. - eu disse irritada, passando a mão pelo cabelo com força. -Isso foi um sequestro!
-Ela te drogou?- Kazutora perguntou, me encarando. Suspirei.
-Ela me entupiu de calmante. - resmunguei. -Sabe o que é engraçado, fiquei dois anos presa e ninguém fez merda nenhuma. Fiquei morando na rua por muito tempo, me meti com uma caralhada de merda, e ninguém ligou. Agora que eu tô na paz de Deus ela vem com essa porra pra cima de mim? Toma no cú.
-É, e não acho que ela vai desistir tão cedo assim.- Baji disse e eu me virei para encarar ele. Baji suspirou. -Sua tia já foi até encher o saco da minha mãe pra saber onde você tava, Aiko. Ela não vai sair da sua cola nem tão cedo.
-Mas que merda!- eu disse com irritação, passando a mão pelo cabelo. -Assassinato é sempre uma boa opção.
-Você não deveria dizer isso numa sala cheia de gente louca.- Mitsuya disse com um meio sorriso. Suspirei.
-Tudo bem, não precisa necessariamente ser um assassinato. Só ferir gravemente? Dar um sustinho?- eu disse. Sam me deu um chute na perna para que eu parasse de falar merda e, por Deus, que chute doído da porra!
-Você precisa se acalmar primeiro, tomar decisões precipitadas nunca dá certo. - Draken disse me encarando daquele jeito que me fazia querer dar três tapas na cara dele. -Já deveria saber disso, Tanaka.
-Ah, cala essa boca. Já tô toda fodida, não preciso escutar seu discurso motivacional de merda, Draken. - eu resmunguei cruzando os braços. Mikey deu risada.
-Puxa, Aiko, você é um imã pra problemas, né?- ele disse me olhando. Ah, mas que caralho, viu.
-Mikey, porque você acha que eu só me fodo?- falei meio indignada e ele riu.
-Vamos indo, Kenchin.- Mikey disse e deu um tchauzinho pra gente antes de desaparecer.
-A gente tá indo também.- Baji disse arrastando Kazutora. -Minha mãe tá puta comigo e quer saber o que aconteceu com você. Por algum motivo que desconheço, ela acha que estou envolvido no seu desaparecimento. Que absurdo!
-Ridículo.- eu disse dando um tapa na testa dele. Olhei para Baji e Kazutora. -Obrigada.
Eles apenas deram um tapinha no meu ombro antes de irem embora. Sam disse que ia buscar Angeli na escola e arrastou Mitsuya com ela, me deixando completamente sozinha com Chifuyu.
Ele apenas me fitou com aqueles olhos verdes, como se tentando ver tudo o que estava de errado comigo. Bem, a questão não era o que estava de errado, mas sim o que ainda estava certo!
Apenas fui até ele e o abracei com força, meus olhos queimando enquanto eu tentava afastar as lágrimas. Sinceramente, depois do tanto de merda que tinha acontecido na minha vida de merda nos últimos dias, eu precisava daquilo.
Chifuyu passou a mão com calma pelo meu cabelo e me abraçou com carinho. E pensar que talvez eu nunca mais tivesse visto ele... Mas que merda!
-Eu fiquei com medo.- eu disse, me afastando para olhar ele nos olhos. -Da minha tia conseguir fazer isso. Fiquei com medo de nunca mais ver a Sam e a Angeli e o Baji. E de nunca mais ver você.
Ele passou a mão pelo meu rosto com calma, tirando as lágrimas que estavam na minha bochecha. Suspirei e encostei a testa na dele, fechando os olhos com força enquanto passava os braços ao redor do pescoço dele.
-Aiko, mesmo que você estivesse do outro lado mundo, eu ainda continuaria te amando, sabia?- ele disse e eu resmunguei.
-Uma hora você ia acabar esquecendo de mim.- eu murmurei. Ele me deu um beliscão e eu me asfatei para olhar Chifuyu com indignação.
-Nunca, tá bom? Nunca. Para de falar isso. Você sabe qual é o futuro.- ele disse, dando um tapa leve na minha testa.
-Esse vai ser seu argumento pra tudo agora, é?- eu disse empurrando o ombro dele. -Que a gente ainda se pegava no futuro?- provoquei e ele revirou os olhos.
-A gente até ia ter um filho.- ele disse. Torci o nariz.
-E ai Kisaki encheu a gente de tiro.- eu disse com um sorriso sarcástico. Chifuyu me olhou feio.
-Sabe, você sempre consegue estragar o clima, né?- ele reclamou e eu dei risada.
-Chifuyu, a situação toda já tá uma bela de uma merda.- eu disse. Ele bufou e me puxou, me abraçando com força. Apenas suspirei, deitando a cabeça no peito dele e fechando os olhos. Ficar assim com ele era a única coisa que ainda me mantinha calma. Que não me fazia surtar completamente, ter um colapso nervoso. De alguma forma, Chifuyu me trazia uma calma que eu não era capaz de explicar. -Eu te amo.
-Também te amo, Aiko.- ele disse entrelaçando os dedos no meu cabelo. Apenas o apertei com força.
Minha vida já era a merda de um caos e ainda estávamos tentando mudar a porra do futuro para não acabarmos mortos pelo arrombado do Kisaki. O que mais poderia dar errado, afinal?
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro