☪ .☆ ━━ FOURTY TWO━━ ☪ .☆
Aos poucos e lentamente, meu choro foi diminuindo, mesmo que os soluços ainda balançassem meu corpo por completo. Mitsuya, agora, deslizava seus dedos por minhas bochechas, limpando as lágrimas e seus resquícios com delicadeza enquanto eu fungava, respirando fundo em uma tentativa de me acalmar.
Um pouco brusca, abaixei suas mãos para eu mesma limpar minhas lágrimas e cobrir meu rosto com minhas mãos. Tudo bem, Sam... Está tudo bem agora, você tem que ficar calma, você tem que pensar...
─ Você está se sentindo melhor?─ Perguntou ele, uma mão tocando levemente meu ombro. Balancei a cabeça, confirmando que sim. E suspirei, abaixando minhas mãos para encarar as orbes lavanda de Mitsuya que brilhavam em tom preocupado.
─ Defina melhor.─ Murmurei, fungando mais uma vez.
─ Você quer se jogar daquela ponte ali?─ Ele perguntou, apontando para a dita ponte. Aquilo me fez franzir o cenho, levemente confusa.
─ Não?
─ Então, você está melhor.─ Mitsuya riu, me empurrando de leve com o ombro, um ar de brincadeira flutuando entre a gente. Soltei uma risada rouca, passando as mãos por meus cabelos para tirar algumas mechas que caíram no meu rosto.
─ Seu humor é uma merda.─ Resmunguei com um sorriso. Minhas mãos escorregaram para um dos bolsos da minha jaqueta, eu precisava saber qual era a hora...
─ Você que pediu para definir.─ Ele deu de ombros, um sorriso nos lábios. Por um momento, fiquei encarando Mitsuya. Pelo símbolo bordado no tecido, o uniforme preto com escrituras em dourado deveria ser o uniforme da Toman. Aquela roupa até que era bonita e sei lá dava um ar de delinquente que Mitsuya não exalava quando estava com uma fita métrica ao redor do pescoço enquanto dava ordens para um bando de garotas energéticas. Definitivamente, o uniforme da Toman deixava o garoto de cabelos liláses ainda mais bonito e atraente.
─ Está olhando demais, Sam.─ Ele sussurou, os olhos parecendo cintilar em meio a luz amarelada do farol da sua impulso. Meus olhos encararam os seus por um mísero segundo e enxerguei algo neles que me deixou nervosa para um caralho.
Rapidamente, peguei meu celular e fitei a tela que revelava o horário. Tudo bem, era quase nove da noite e nada estava bem. Eu precisava ir para casa agora!
Da forma mais torta possível, consegui me levantar, mesmo que tivesse quase caído em cima de Mitsuya e por esse motivo, suas mãos estavam agarrando minhas coxas com firmeza, impedindo minha quase queda. Soltei uma tosse forçada, e rapidamente Mitsuya me soltou, se levantando também.
A gente se encarou, ainda meio sem jeito com o que acabou de acontecer, mesmo que não tenha sido nada, certo? Ele só me impediu de cair por ser um cara legal, um dos poucos que ainda existiam por essa merda de mundo. E é isso, não tem motivos para a gente ficar agindo como se tivesse feito algo de errado, mas isso não significava que minhas bochechas iriam parar de queimar...
─ Eu vou para casa.─ Disse de forma repentina, fazendo-o franzir o cenho por um momento e então, soltar uma risada como se eu tivesse acabado de soltar uma piada.
─ Levo você.─ Mitsuya deu um passo em direção da sua impulso no mesmo momento que eu abria a boca, sendo interrompida pelo garoto.─ Não vou deixar você andar por aí sozinha e de noite, Sam.
─ Tô acostumada a andar por aí sozinha, Mitsuya. Não precisa disso!
Ele não ligou para minhas palavras, apenas subiu na moto e me encarou com os olhos brilhantes, esperando. Bufei, dando passos até ele em passos arrastados e colocando minhas mãos em seus ombros para subir na moto.
─ Você deveria começar a se acostumar com isso, já que comigo você nunca vai pra casa sozinha.─ Falou, dando partida. Dei um tapa leve em suas costas, fazendo-o soltar uma risada que foi abafada pelo vento por conta da velocidade que foi aumentando cada vez mais, o que me fez agarrar na cintura de Mitsuya com força.
Pude sentir seu tronco tremer levemente quando ele riu novamente, me lançando um olhar através do retrovisor. Nem preciso dizer que ele riu novamente quando viu meu dedo do meio erguido.
Pelo menos, agora eu ia chegar rápido em casa. Só esperava que Aiko não tenha surtado com Angeli...
Mitsuya não questionou quando eu pedi para que ele parasse na frente do beco, mas tinha um sorriso estúpido na cara quando saiu da moto para me ajudar a descer.
─ Se continuar sorrindo, seus dentes vão cair.─ Avisei, parada em sua frente com as mãos enfiadas nos bolsos da minha jaqueta. Ele arqueou uma sobrancelha e olhou para um ponto no outro lado da rua.
─ O ditado não é esse.─ Soltou, agora me olhando. Sorri, começando a dar passos arrastados para trás.
─ Eu não disse que era um ditado.─ Então, lhe dei as costas e comecei a andar em direção ao beco que me permitiria entrar na minha casa e finalmente estar nos braços das minhas irmãs.
─ Ei, Sam!─ Cessei meus passos e me virei para encarar o delinquente que sorriu para mim.─ Quer ir a um lugar comigo amanhã?
─ Que lugar?─ Perguntei, levemente confusa com o convite. Mitsuya não me respondeu até estar sentado na sua impulso e me encarando com um olhar contendo mil segredos.
─ Você vai ter que ir para saber.─ E com isso, sem nem ouvir uma reposta, ele se foi. O som doce de sua impulso pareceu ecoar por toda a rua por um momento, eu fitei ali, parada, apenas observando ele ir embora até desaparecer no horizonte.
Soltei um suspiro. Mitsuya, você é um grande idiota...
Fui rápida em caminhar pelo beco, destrancando e trancando os cadeados. Enquanto subia as escadas, som de risadas foi chegando aos meus ouvidos... Risadas femininas e masculinas, quase caí quando comecei a correr escada acima, abrindo a porta em um só movimento brusco.
Meu cenho se franziu em confusão ao me deparar com a cena que se desenvolvia em minha frente. Tudo bem, acho que acabei inalando o que não deveria quando estava naquele escritório de Seiji. É, isso! Eu deveria ter fumado alguma coisa porquê não era possível que Chifuyu estivesse sentado ao lado de Aiko no meu sofá como se a porra da casa fosse dele. Não era possível que Baji estivesse brincando de boneca com minha irmã mais nova.
Não era possível... Eu só podia tá alucinando aquela porra, mas aqueles idiotas não sumiram da minha visão quando esfreguei meus olhos com tanta força que cheguei a ver pontinhos coloridos.
─ Sammy!─ Gritou Angeli assim que me viu, jogando uma boneca na cara de Baji e correndo na minha direção com os braços abertos. Aiko arregalou os olhos e rapidamente se levantou, também começando a correr na minha direção.
As duas me abraçaram com força, quase me fazendo cair da escada. Soltei uma risada levemente nervosa, lançando um olhar cheio de rancor para Chifuyu que retribuiu ele com ainda mais intensidade. Ainda bem que minha mão ainda tava na cara daquele puto....
Decidi ignorar ele por um momento, abraçando minhas irmãs e tentando me controlar para não perguntar que porra tava acontecendo ali.
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