☪ .☆ ━━ FOURTY SIX ━━ ☪ .☆
Por algum motivo, Angeli queria ver Aiko. Ela tinha praticamente me arrastado pelo caminho inteiro, animada para contar algo que não me disse o que é para Aiko. Fiquei com medo de acabar com sua alegria ao revelar que com certeza nossa irmã não estaria em casa mas, sim no trabalho naquela hora. Mas, a cara de decepção da menina foi inevitável quando chegamos em casa e ela não viu nenhum vestígio de Aiko em lugar nenhum.
Enquanto ajudava minha irmãzinha a tirar seus sapatos para que ela pudesse ir logo tomar um banho e vestir alguma roupa quente para ir dormir, peguei meu celular e fui rápida em digitar uma mensagem para Aiko.
"Onde você tá? Angeli tá te esperando >:'( "
─ Vá tomar banho, cuidado pra não cair.─ A criança balançou a cabeça e foi retirando as roupas enquanto corria para o banheiro. Soltei um suspiro, retirando o elástico que prendia meus cabelos, deixando com que os fios róseos caíssem por meus ombros conforme me aproximava da cozinha e já começava a preparar o leite de Angeli.
Quando tudo estava pronto e minha irmã decidiu ficar na sala para beber seu leite, esperando Aiko que ainda não deu sinal de vida, fui até meu quarto e tomei o cuidado de retirar o vestido, limpando rapidamente o tecido branco antes de tomar um banho.
Havia sido uma tarde tranquila e divertida. Parecia que tudo ficava um pouco mais leve e mais fácil quando eu estava ao lado de Mitsuya. Ficava mais fácil rir e agir como uma adolescente normal. Era legal ficar andando de moto por aí entre risadas e provocações toscas que sempre nos fazia sorrir como se estivéssemos em algum filme de comédia romântica.
Sorri suavemente enquanto prendia o vestido nos pegadores do varal da minúscula área de serviço. Foi uma tarde divertida, mas ainda assim, um momento. Ele ficaria em minha mente por bastante tempo, mas continuaria ser um momento simples e isolado, pois minha vida jamais estaria sob o meu controle por conta da desgraçada que me colocou no mundo. Soltei um suspiro ao me encarar no espelho, a visão da puta de Seiji. Que incrível...
─ Angeli?─ Perguntei, me aproximando da minha irmãzinha que já estava no décimo quinto sono, pegando-a em meus braços e a colocando na cama, cobrindo seu pequeno corpo com o lençol antes de sair para a noite. Mas, assim que eu havia colocado meus pés para fora da minha casa e me focava em trancar todos os cadeados que iriam manter Angeli segura, ouvi passos e então, uma voz que eu infelizmente conhecia muito bem.
─ Ei, Sammy, quer dar uma volta?
Fitei Kazutora por um momento. Ele estava no início do beco, ostentando a jaqueta da Valhalla e um sorriso que fez meu corpo inteiro se arrepiar. Ah, mas que merda....
Tudo bem.... Provavelmente, vou ser morta e é isso. Talvez eu devesse ter abraço Angeli e Aiko mais ou sei lá empurrar Kisaki de alguma escada, isso ia resolver todos os problemas da vida de Aiko. Kazutora me dava medo, e nem era por ele ter matado Shinichiro, era por conta dos olhos dele e aquela estranha necessidade por sangue. Ele gostava de atrair e causar caos. E eu já precisava lidar com muitos surtos na minha vida, então não estava muito interessada em arranjar problemas.
─ Sammy!─ Ele cantarolou, jogando um braço por cima dos meus ombros e colando sua bochecha na minha.─ Você não parece estar se divertindo, por quê?
Revirei meus olhos, girando minha cabeça para o lado e encarando as vitrines das lojas que já estavam bem próximas de fechar por conta do horário.
─ Kazutora, eu não posso ficar andando por aí, tenho que ir para um lugar.─ O garoto de cabelos bicolores mirou seus olhos grandes em mim e sorriu.
─ Ah, você tá preocupada com isso?─ Ele riu, balançando os ombros.─ Hanma disse que eu podia brincar com você hoje, disse que um tal de Seiji deixava.
Pisquei meus olhos e não tive vergonha de recuar um passo diante das palavras do garoto.
Brincar? Hanma e Seiji, seus bando de filhos da puta! Se querem tanto me foder então me jogava de alguma ponte e não pra cima de um provável psicopata!
Kazutora ainda me olhava, sorrindo. Tudo bem, parece que eu realmente vou ser morta hoje. É, pelo menos, tive um último dia muito bom....
─ Vem! Eu quero te mostrar um lugar, Sammy!─ Ele exclamou, pegando minhas mãos e me puxando para sei lá onde. É, parece que é o momento que vou ser morta e jogada em alguma vala....
Minutos depois, eu me encontrava com as costas pressionadas contra uma parede enquanto observava Kazutora ficar em pé na beirada de um prédio, se inclinando para olhar as ruas sem parecer ter medo da altura ou do vento que estava tão forte ali que enviava meus fios para os cincos cantos, deixando meu cabelo ainda mais parecido com um ninho.
Que droga... Kazutora bem que podia só ter metido um cano na minha cabeça e me matado logo, mas claro que o imbecil vai me jogar de um prédio. Obrigado, Deus. Não vou nem ter a porra do direito de morrer de uma forma menos dolorosa, que merda....
─ Você tá achando legal?─ Perguntou Kazutora, se virando com um equilíbrio impecável, ele nem ao menos oscilou realizando o movimento. Não o respondi. Ele inclinou a cabeça para o lado e fez um bico com os lábios.─ Você tá muito longe, Sammy!
─ Se eu for até aí, vou acabar caindo, Kazutora.─ Falei quase que gritando por cima da ventania. Ele não pareceu nem um pouco satisfeito com minha resposta, rapidamente o garoto saiu da beirada e começou a caminhar até mim. Talvez eu tenha me preparado para sair correndo dali, mas nem ao menos fui capaz de dar um passo quando meu braço foi agarrado pelo garoto que começou a me arrastar a beirada.
Soltei um grito e tentei me soltar do imbecil do caralho, chegando até mesmo dar um tapa no rosto do imbecil mas nada adiantou quando Kazutora praticamente me empurrou para a beirada, me fazendo tropeçar e só não cair por algum milagre que desconheço.
Soltei um suspiro trêmulo, afundando minha testa na pedra lisa. Kazutora ao meu lado não notou meu desespero, seus olhos estavam presos nas luzes da cidade com um leve sorriso no rosto.
─ Gosto muito daqui, sabia?─ Ele me olhou e reprimi minha vontade de jogá-lo prédio abaixo.─ É bonito e calmo, me faz pensar melhor nas coisas.
Franzi o cenho e olhei para o cenário em nossa frente. Realmente, era um lugar bonito. As luzes vindas dos faróis dos automóveis e dos postes ao longo das ruas refletiam, se misturando nas janelas dos prédios ao redor criando um espetáculo legal de luzes. Mas ainda assim....
─ Daqui a alguns dias, vou cumprir minha vingança, Sammy.─ Soltou ele, sendo ágil ao se sentar na beirada.─ Finalmente vou matá-lo.
Seus olhos vidrados me fizeram piscar os olhos e minha confusão aumentar cada vez mais enquanto observava lentamente o ódio surgir nas orbes de Kazutora.
─ Matar?─ Sussurei, baixo. O garoto me olhou e sorriu.
─ Sim, vou matar o Mikey e tudo vai ficar bem...
Matar? Ah, caralho, isso só pode ser alguma brincadeira. Então é isso que Kisaki tava planejando ao pedir a Seiji para encontrar Kazutora. Ele queria a morte de Mikey... Essa merda toda pareceu piorar umas mil vezes e para um caralho, matar Mikey vai dar um poder a Kisaki que jamais deveria chegar na porra daqueles dedos.
Tentei não demonstrar meu desespero quando afundei minha testa na pedra lisa e soltei um choramingo manhoso...
Toda aquela merda sempre vai de 8 para 80 em meros segundos e eu tava bem perto de me jogar daquele prédio por causa disso.
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