FATE
Costa de Fukuoka, porto Hakozakifuto. Japão, 19 de maio de 2011.
Por volta das 2:50 da madrugada, perante os ventos gelados vindos do mar, em meio a grandes containers e aos caminhões Munck usados para içá-los, várias escrituras cintilantes de uma língua desconhecida vão surgindo magicamente no chão, fazendo ranger todo ferro e aço ao redor. Um desafortunado funcionário do porto que fazia a vigia naquela área escutou os sons estridentes vindo do local da invocação, e rapidamente seguiu com sua lanterna e pistola em mãos se preparando para o que ele imaginaria ser um ladrão ou alguns moleques baderneiros.
Quando finalmente chegou no largo corredor feito de containers, o segurança mesmo enxergando com os próprios olhos não conseguia acreditar no que via. Sem dúvidas era uma pessoa, – pelo menos se tratava de um humanoide – porém não qualquer humano convencional.
– Parado! Quem é você e o que está fazendo aqui? – Gritou o segurança tremendo e apontando a pistola na direção daquela pessoa estranha.
– Diga-me você o seu nome. E explique-me aonde estamos e que período da humanidade é este!
– Aqui é o segurança Yoshida Akinori, preciso que mande mais alguém aqui na seção 13 do porto entre os containers B-01 e B-02, tem um cara esquisito aqui. Câmbio!
– Akinori hum! Pois bem Akinori, diga-me, aonde estou? – Aquele ser já se aproximava do segurança.
– Para trás ou eu atiro!
– É visível que não foi você quem me invocou aqui! – ele desiste de seguir até o segurança e lhe dá as costas – Veja só este belo mar Akinori, uma bela noite para morrer, não acha? – Ele vira levemente seu pescoço para o lado na direção do segurança o observando com um dos olhos e um sorriso sarcástico.
– Mais um passo e eu juro que atiro em você seu estranho!
– Hunpf! Imundo.
O segurança apenas vê um clarão a sua frente. Seu companheiro de vigia chega em seguida e acha o corpo sem vida de Akinori, havia uma poça de sangue que se iniciava em sua cabeça, horrorizado com a visão o outro grita por socorro no rádio, e sem que ele percebesse, aquele ser seguia pelas extremidades do porto apreciando a linda noite.
21 de maio, distrito de Kumamoto à 107 km de Fukuoka. 2 dias após o incidente.
13hrs, várias pessoas almoçando no centro da cidade de Kumamoto em um restaurante de Tonkatsu, na TV do restaurante passava uma matéria sobre diversos assassinatos que aconteceram nos últimos dias entre as cidades de Fukuoka e o distrito Tamana em Kumamoto.
– Que terrível! Os tempos de paz estão ameaçados por pessoas desse tipo, assassinos. – Dizia uma senhora sentada numa das mesas.
– Seja lá quem for, já chegou aqui em nossa cidade, o distrito de Tamana é bem próximo. – Respondia o funcionário do restaurante trazendo um prato de Tohnkatsu recheado com carne de porco.
– O que as autoridades estão fazendo que ainda não prenderam essa pessoa?
– Presumo que não esteja sendo fácil para eles também.
Com uma entrada bem chamativa, um homem alto, loiro vestindo um blazer preto entra no restaurante. Todos que estão presentes no lugar o encaram discretamente, não é comum ver um estrangeiro em Kumamoto, a maioria deles visita Tokyo.
– Eh... o senhor fala a nossa língua? – Perguntou um dos funcionários que atendia no balcão.
– Sim, claro! O cheiro que sai daqui é maravilhoso, me lembra dos grandes porcos assados que meus servos me traziam em Uruk.
– Ah, sim, pois bem senhor – as pessoas em volta estranharam ainda mais o comentário daquele homem –, seria mesa para uma só pessoa?
– Claro! Consegues enxergar mais alguém junto a mim? Hahaha.
– Desculpe-me a pergunta idiota.
– Estás desculpado, agora me dê um pouco desta comida deliciosa. – Dizia o homem olhando em volta.
– Sim, tenha a bondade de acompanhar o nosso garçom, ele o guiará até uma das mesas para que o senhor escolha alguma coisa no cardápio.
– Pois bem!
O garçom o guiou até uma mesa mais ao fundo do restaurante, ele observava atento e curioso em todos os cantos do interior do estabelecimento. O garçom lhe entrega o MENU, porém ele logo o interrompe.
– Não preciso disso, quero o que está cheirando tão bem. – Dizia ele absorvendo o aroma do local por suas narinas dilatadas.
– Sim, um prato de Tohnkatsu saindo.
– Humano, antes que saia, quero saber uma coisa! Conheces algum mago que more por aqui?
– Haha. Não senhor, me desculpe, mas não conheço.
A expressão dele se tornava séria, já era seu segundo dia neste mundo e nenhum sinal de mago, anteriormente havia matado algumas pessoas a procura de informação, mas desta vez queria buscar apropriadamente sem causar muito tumulto, sabia que ao início da guerra santa inúmeras pessoas morreriam.
Alguns minutos se passaram e o seu prato de Tohnkatsu chegou, ele se deliciou com vontade na refeição e conseguiu repeti-la 3 vezes.
– Vocês estão de parabéns, nem meus servos em Uruk preparavam deliciosa refeição. – Dizia ele enquanto limpava sua boca no guardanapo.
– Muito obrigado pelos elogios senhor – o garçom agradecia mesmo ainda estando confuso com toda aquela história de servos –, mandarei seus comprimentos ao chefe.
– Sim, ele merece. – O homem se levantava e ia em direção à saída.
– Senhor? Senhor!! Espera, a conta, o senhor precisa pagá-la!
– Conta? O que isto significa? Está cobrando de mim? Que atrevimento seu humano dissimulado.
Todos o encaravam com desdém, os funcionários do restaurante se aproximavam ainda mantendo uma certa distância. O humor do homem rapidamente mudou, ele se irritava com a situação.
– Não pode sair sem pagar senhor, não sei como funciona de onde você vem, mas aqui é preciso pagar pelo que come!
Seu rosto começava a demonstrar fúria por causa do “insulto” dito em voz alta por um dos homens atrás do balcão. Com uma expressão de raiva e decepção, ele proclama “Muito bem! Eu gostaria de evitar fazer isto, mas imundos como vocês não merecem o perdão real”. Antes mesmo que alguma coisa acontecesse, uma terceira pessoa interveio.
– Por favor não faça isso! Fiquem tranquilos, eu irei pagar a conta dele, por favor todos voltem às suas atividades.
– Hum! Vejo que tem uma magia que corre pelo seu corpo. Apresente-se humano. – Exclamava ele voltando ao seu bom humor.
O homem que entrava pela porta se vestia de uma maneira um pouco diferente, usava uma espécie de batina eclesiástica com tons góticos de preto e roxo, ele o encarava com um sorriso simpático no rosto fazendo reverência e pondo-se de joelhos em respeito.
Todos em volta assistiam a cena não entendendo absolutamente nada do que acontecia perante seus olhos simplórios e mortais.
– Me chamo Kirei Kotomine, e vim de longe para buscá-lo. Seja bem-vindo ao nosso mundo, meu senhor. Àquele que reinou quando o mundo era apenas um, àquele que possui todos os tesouros da terra, o mais antigo dos governantes, o rei herói. O grande Gilgamesh!
O prelúdio da guerra pelo Santo Graal ganhava suas primeiras formas com a chegada do até então maior e mais difícil desafiante.
Ao mesmo tempo, cidade de Tokyo, Museum histórico do Japão Koto Furuishiba, distrito de Fuyuki.
– Não acredito que fizemos isso Sr. Kimura, encontramos ela, a verdadeira, a única!
– Sim Minoru, mas teremos problemas em colocá-la em exposição, em teoria isto deveria pertencer ao museu histórico britânico.
– Mas fomos nós que a encontramos, somos os donos da descoberta e vamos expô-la aonde quisermos. – Dizia Minoru quase abraçando o grande recipiente de vidro que protegia o objeto.
– Agora isso não vem ao caso, antes de mais nada precisamos examiná-la com cuidado, aparentemente ela permaneceu intacta e intocada desde o século V. – O professor Kimura examinava através do vidro com a ajuda de uma pequena luneta de mão.
– Definitivamente essa é uma das maiores descobertas do nosso século, e além do mais, prova a veracidade de uma lenda.
– Orgulhe-se Minoru! Encontramos um artefato mitológico que foi sabiamente batizada com o nome da histórica ilha, e feita também pelas mãos do grande mago Merlin. Encontramos Avalon, a bainha da lendária Excalibur!
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