Poucos minutos antes do ataque de Caster contra Archer; a cidade começava a ficar uma bagunça, as várias pessoas que estavam nas ruas caminhando ou dirigindo seus carros entraram em pânico, todos fugiram em direção contrária a ponte, a polícia surgiu para tentar controlar a situação de alvoroço e a todo instante orientava aos cidadãos que fossem imediatamente para suas casas.

Em meio a confusão, pulando por cima das casas, Lancer trazia consigo a Rin no colo, ela não aparentou nenhum ferimento e seguindo com Lancer não pronunciava palavra alguma, permanecia pensativa. Já longe da ponte e mais ao centro da cidade, Lancer avistou uma cena que o fez parar, uma pequena garotinha de aparentemente 6 anos, com os cabelos pretos e amarrados dos lados da cabeça, vestindo um macacão branco, com uma mochila amarela nas costas e um pequeno chapéu rosa que permanecia pendurado em seu pescoço preso por um barbante; a criança chorava e andava de um lado para outro sem rumo, visivelmente ela não estaria na companhia de um adulto, e as pessoas simplesmente passavam correndo ao lado dela, Lancer não pensou duas vezes e desceu para ajudar a garotinha.

- Oi. Calma, está tudo bem! - Lancer pousava ao lado da garotinha após um salto em sua direção. - Como se chama meu anjo? - Ele desce Rin dos braços e se agacha para falar com a garotinha.

- Me chamo... Meiko... Meiko Honma, mas todos os meus amigos me chamam de Menma. - Ela dizia entre choro e soluços.

- Menma. Que lindo apelido. - Lancer sorri amigavelmente e passa a mão na cabeça da garotinha. - Menma, vou te ajudar a encontrar os seus pais.

- Eu... eu vim com a minha mãe, a gente ia no Zoológico.

- Certo, obrigado pela informação, vamos começ.... - De repente Lancer avista uma sombra saindo de dentro da loja de conveniência que se localizava as costas de Rin.

Ao ver a expressão temerosa no rosto de Lancer, Rin instintivamente se joga para frente girando no chão e ficando ao lado do servo e da garotinha. Mesmo todos tendo se alarmado, a pessoa que saia de dentro das sombras não emitia nenhuma aura maligna ou intensão de matar.
A correria na rua em que estavam acabava aos poucos, ninguém prestava atenção em Lancer parado no meio da rua trajando aquele tipo de roupa e segurando uma lança. À medida em que o número de pessoas diminuía o servo se revelava aos poucos, quando apareceu por completo sob a luz do sol sua aparência revelava os traços de um guerreiro oriental.

- Meu senhor Lancer, parece que nos encontramos em uma situação peculiar. - Dizia o servo começando a puxar lentamente a comprida katana que estava presa a sua cintura. Após sacá-la ele a apoia em seu ombro direito.

O servo que havia se revelado na presença de todos ali era um homem alto, usava um kimono de samurai cor roxo escuro, seus olhos puxados ressaltavam sua nacionalidade, os cabelos de cor azul escuro permaneciam amarrados por uma fita branca deixando solto apenas uma franja que cobria os dois lados de seu rosto.

- Na verdade, eu diria que nos encontramos num momento complicado. - Lancer se colocava à frente de Rin e da garotinha.

- Vejo que você, senhor Lancer, é um homem de bom coração. - O servo sorria timidamente.

- Eu tento ser! Mas parece que seu mestre seja lá quem ele for, não é tão bonzinho assim. - Lancer já empunhava sua lança vermelha na mão direita enquanto a lança amarela surgia em sua mão esquerda.

- Creio que você esteja certo. - O servo dirige seus olhos às construções em volta. - Quando morri pensei que jamais iria ver meu país novamente, mas veja só agora senhor Lancer, estou aqui, praticamente tudo mudou e infelizmente nessa situação, porém não posso contrariar o meu mestre.

- Você está certo, não podemos contrariá-los!

- A garota dos Von Einzbern invocou um ótimo espírito heroico. - Exclamava o servo olhando fixamente para Lancer.

- Parece que você sabe muito sobre nós, por outro lado eu não sei nada sobre você, acho isso meio injusto! - Lancer esboçava uma expressão de preocupação enquanto forçava um sorriso.

- Sim, sim... sei sobre a escola - Rin que estava atrás com a garotinha fez uma cara de pânico -, entretanto o que dizes é verdade, não sabem nada sobre mim. Bem, como meu mestre não impôs nenhuma restrição sobre isso não vejo mal algum em me apresentar... Me chamo Sasaki Kojiro, sou da classe Assassin.

Ao mesmo tempo, na ponte.

Caster comemorava o que achava ser a sua vitória, seus guerreiros esqueletos e suas miragens já teriam sido desfeitos. Ela descia levitando para próximo do buraco na ponte quando viu um escudo no formato de uma grande flor se desfazendo, instantaneamente sua gargalhada se transformou em grunhidos de raiva.

A visão de Caster naquele momento era a de Archer no fundo do rio cercado por um turbilhão de água que girava ao seu redor sem tocá-lo, agachado com um dos joelhos no chão e com o seu enorme arco em mãos, Archer se preparava para usar uma poderosa magia, dentro do arco surgiu uma grande flecha que se assemelhava a uma lança, Archer esticava a corda do arco até o limite mirando em Caster entre o buraco feito na ponte, ela permanecia em seu limitado campo de visão, e então ele se preparou para atirar.

- I am the bone of my sword... - Várias pequenas faíscas vermelhas de eletricidade estalavam ao redor de Archer e seu arco na medida em que ele puxava a corda.

Caster agiu rápido, conjurou uma magia ao redor de Archer, uma espécie de doma feita com pura energia que o prendeu e restringiu seus movimentos, sessando assim o poder que emanava ao redor do servo.

- Hahaha. Não sei como consegui se defender a tempo do meu último ataque, mas agora acabou para você! - Caster pronunciava as palavras com um certo medo e alívio em sua voz.

Archer permanecia em silêncio e observando Caster.

- O que foi? Nem consegue falar? Hahaha. Essa magia pode aprisionar qualquer servo de qualquer classe, nem mesmo um Berserk que é a classe de maior poder físico poderia quebrar esta doma de energia. - Aos poucos ela recuperava a pose de orgulhosa. - Pena, eu queria ao menos saber qual espírito heroico você é.

- Hunpf! De fato, - ele suspira e fecha os olhos consentindo - eu não conseguiria me soltar na base da força bruta, porém... - Archer abre um sorriso malicioso - você deveria ter me impedido antes que eu fizesse meu encantamento, e agora feiticeira... você está na minha mira!

Caster se assustou, a magia voltou a fluir ao redor de Archer que se esforçou em fazer apenas um movimento, soltar a corda com a flecha.

- Caladbolg!

A flecha foi lançada velozmente e com um poder gigantesco deixando para trás a onda do impacto que dividiu o rio ao meio e destruiu o solo abaixo de Archer. Caster não conseguiria desviar e na tentativa falha de invocar um escudo de proteção não obteve sucesso, o poderoso golpe de Archer, Caladbolg, atravessou o peito da serva riscando o céu, finalizando assim a batalha e a vida de Caster.

Uma contida explosão aconteceu, os céus sob a ponte antes escuros voltaram a ser iluminados pelo sol. Archer saltou do fundo do rio antes que as águas o cobrissem.

Agora já sentado na margem tomando fôlego, Archer voltou seu olhar para a ponte, não se ouvia mais as pessoas gritando, todos haviam fugido de lá, contudo, ele viu de relance uma garota de cabelos marrom claro passando lentamente na ponte o observando. Por mais que ele tenha achado aquilo estranho, seu pensamento estava em Rin, e em sua situação, ele se perguntava se sua mestra teria chegado a escola.