Pai.
Maratona - (2/5)
Velocidade.
Era tudo o que Ludmilla mais amava a alguns meses..., mas agora, sua vida havia mudado completamente, havia se apaixonado, se casado e agora estava esperando um filho. Quem pensou um dia que a famosa Ludmilla Oliveira, piloto de formula 1 profissional, pervertida e dominadora, altruísta e egocêntrica, cafajeste... um dia poderia formar uma família? Provavelmente te dariam a loucura como resposta, Ludmilla achou que tudo fosse loucura, mas Ludmilla sentia, ela possuía o sentimento dentro de si, não conseguia evitar dizer que tudo aquilo era real, que seu amor por Brunna era real...
Pensou em um certo ponto o que faria de sua vida se não tivesse beijado Brunna naquela noite, em se não tivesse fingido ser sua namorada...talvez Ludmilla nunca tivesse descoberto o amor, por isso pensou que em tudo na vida à um motivo, mas qual era o motivo que a fez se apaixonar justo por Brunna? Porque havia passado anos com a latina e nunca a tinha olhado com outros olhos? O porquê?
Talvez Brunna lhe respondesse aquela pergunta, porque afinal ela era a mulher certa, mas ela se sentia em questão, em duvida e poder ter a certeza que nem mesmo Brunna poderia responder aquela pergunta, porque aquele beijo mudou suas vidas completamente?
O amor estava adormecido, o tocar suave dos lábios foi apenas a chama para ele poder acordar em meio a escuridão em que vivia, apenas o beijo foi capaz de tudo, somente isso. Foi o beijo do amor verdadeiro para despertar quem estava adormecido a anos.
A borboletas voaram no estomago da fada cubana, a vibração passou por seus corpos ao se tocarem, sentiu-se em chamas, sentiu livre finalmente.
Mas do que estava presa para enfim se libertar?
Brunna estava presa em seu passado, no medo de se apaixonar novamente e acabar se machucando mais uma vez, porém Ludmilla era sua chefe..., se não desse certo ela teria que arrumar outro emprego e só deus sabe o quão difícil foi ela conseguir aquilo, por tudo o que passou acabar sendo assistente pessoal da piloto mais famosa do mundo, a qual gerava milhões a Ferrari apenas por ser contratada, Brunna teve medo de perder tudo, tudo o que demorou anos pra conseguir, com o suor que gastou, das privadas que teve que limpar... Brunna enfim se sentiu livre ao tocar nos lábios de Ludmilla, mas ela não estava penas presa em seu passado, ela estava presa dentro de si própria, pois o medo a fazia temer por se arriscar, por enfim tentar algo novo e melhor..., Brunna deu um grande passo em sua vida pelo qual jamais imaginou que tomaria.
Alisando a barriga inexistente que continha, Brunna pensou em seu bebê, no futuro que teria com Ludmilla. No amor que sentia por aquele ser que era apenas uma ervilha dentro de si.
Seu coração se esquentou apenas por pensar em seu bebe em seus braços, no sonho de que ela tivesse os olhos da mulher que ela amava, as tão maravilhosas e intensas esmeraldas. No olhar penetrante que ela possuía, será que seu filho herdaria esses olhos? A maneira pelo qual a olha?
Era inevitável não pensar em Ludmilla, em como ela se sentia ao ter a morena somente para ti, na intimidade que compartilhavam, nas noites mal dormidas por passarem horas se amando em cada canto daquela casa.
Não pode evitar sentir seu corpo se esquentar, com seus hormônios alterados Ludmilla começou a sentir os efeitos de deixar sua esposa excitada. E isso era irreversível.
- No que pensa? – Ludmilla perguntou ao entrar em sua sala e se deparar com sua esposa olhando através da janela os mecânicos mexendo nos carros da Ferrari.
- Em você nua, e dentro de mim. – Brunna murmurou e apenas virou sua cabeça podendo ver Ludmilla se aproximar ainda vestida com seu macacão de corrida.
- É um pensamento um tanto quanto interessante não? – Ludmilla jogou os cabelos de Brunna para apenas um lado para deixar seu pescoço livre para seus beijos.
Brunna fechou seus olhos enquanto sentia a boca de Ludmilla em si, os lábios carnudos traçando uma linha até sua orelha aonde mordeu levemente seu lóbulo.
- Você tem 5 segundos pra trancar essa porta. – Brunna murmurou.
Ludmilla pode sorrir ao escutar a voz de sua esposa, correu até a porta e a trancou, ao se virar foi recebida por Brunna lhe atacando os lábios.
A fera estava a domando completamente, Brunna não precisava de muito para ter Ludmilla em suas mãos em segundos.
Bastou apenas um beijo para Ludmilla ficar completamente nas mãos de sua Brunna.
Brunna arranhou o pescoço de Ludmilla enquanto a mesma a empurrava até sua mesa, ao se colidirem com a madeira maciça. Ludmilla segurou as pernas de Brunna e a colocou sentada na mesa, Brunna rapidamente enlaçou suas pernas na cintura de sua amada.
Um suspiro profundo saiu da garganta de Brunna quando Ludmilla mordeu seus lábios e os puxou.
Brunna não queria preliminares, ela queria ali e agora e quanto mais tempo tinha, menos queria ficar apenas beijando Ludmilla, portanto ajudou Ludmilla a retirar seu macacão rapidamente.
Brunna podia sentia a excitação de sua esposa explicita no volume de sua cueca, Ludmilla a ajudou a retirar sua roupa, deixando-a completamente nua em cima da mesa.
Ludmilla se afastou poucos passos apenas para poder apreciar de sua mulher, notar o quão linda ela era, e espetacularmente sexy ela podia se tornar de uma hora para outra, as pernas levemente inclinadas se pressionando para não dar a Ludmilla a visão que tanto queria, o sorriso cafajeste nos lábios de Brunna foi apenas o ingresso vip para seu delírio diário.
Ludmilla se aproximou e a tomou para si, a beijou com vontade e desejo, suas mãos percorreram todo o seu corpo para pararem apenas em sua bunda e apertar fortemente, fazendo Brunna soltar um gemido abafado que estava preso em sua garganta.
Ao escutar seu gemido Ludmilla soube que aquela tarde não acabaria tão cedo... Pelo menos não naquela sala.
Se amaram por longas horas, saciaram seus desejos mais...
Brincadeira, vamos ao hot.
Os lábios de Ludmilla voltaram para o pescoço de Brunna, os marcaram como território, Brunna enfim abriu suas pernas e Ludmilla se encaixou no meio, perdendo-se em Brunna Gonçalves.
As mãos ágeis da latina percorreram todo o corpo de sua esposa, arranhando o abdômen saliente de sua esposa, Brunna sentia a quão pronta para ti Ludmilla estava, sentia sua excitação bater em sua coxa.
- Me tenha para ti antes que eu mesma faço isso. – Brunna esbravejou pela demora de sua mulher.
Ela estava tão molhada que a cada minuto que se passava se sentia frutada por não ter Ludmilla finalmente dentro de si.
O suspiro pesado lhe refletiu assim que Ludmilla se roçou contra sua intimidade.
- Está querendo me dar ordens senhora Gonçalves Oliveira? – Ludmilla perguntou ao morder o pescoço de Brunna e rebolar contra sua intimidade.
- Não provoque uma gravida excitada Oliveira... Não sabe as consequências. – Brunna murmurou entredentes enquanto olhava para a imensidão esverdeada que a observava.
Ludmilla sorriu para tal resposta de sua esposa, e sem esperar minuto algum e penetrou de uma vez. Sentindo o quanto as paredes de Brunna se abriam para ti. As belas mulheres gemeram juntas em êxtase, não demorou para que Ludmilla tomasse o controle e enfim dominasse Brunna completamente, entrando e saindo de si, Ludmilla a tinha em suas mãos totalmente entregue.
Brunna segurou na nuca de Ludmilla enquanto a sentia dentro de ti, os gemidos da mulher eram controlados pois por traz daquelas portas ainda continham pessoas trabalhando.
Suas respirações estavam desreguladas enquanto Ludmilla investia contra Brunna, a morena segurou firmemente as pernas de sua latina quando elas ameaçaram descer contra a mesa.
Brunna sentia seu corpo formigar, seu estomago revirar junto com seus olhos enquanto estava queimando por dentro, queimando de tamanho desejo que continha. O suor escorria por seu corpo como se fosse uma cachoeira, moldando suas curvas e fazendo sobre si uma fina camada molhada.
Ludmilla olhou para os olhos castanhos de sua esposa, os olhos que tanto amava, possuíam as sombras que o desejo adquiria, Ludmilla mordeu seus lábios quando sentiu seu corpo queimar e se convulsionar, sentia-se perto, mas não gostaria de gozar antes de Brunna. Era algo que começou a levar para si, antes preferia o prazer de sua mulher do que o seu, talvez isso deva da parte em que ela começou a se importar com mais alguém além de si mesma. Começou a enxergar que em uma transa não é apenas um que deve sentir prazer, mas sim os dois.
Ao sentir o liquido de Brunna escorrer por seu membro e a bela e forte mordida da latina em seu ombro, Ludmilla teve a certeza de que sua mulher havia gozado, e foi naquele momento em que ela se permitiu gozar também, misturando os líquidos dentro da latina que se contorcia no membro de Ludmilla.
Seu corpo tremeu, o suor de seu corpo pingou em sua mesa, quando enfim se sentiu bem para olhar sua esposa, ela estava sorrindo. Sorrindo para si, mas não era qualquer sorriso, Ludmilla conhecia bem aquele, o conhecia porque seu filho havia sido concedido por causa dele...Ludmilla sabia o que aquilo significava e seu membro pulsou ao se dar conta do que sua esposa queria lhe dizer apenas por olha-la daquela forma.
Não seria apenas uma rapidinha no escritório.
[...]
Naquele dia, ao chegarem em casa, Ludmilla se jogou no sofá da sala enquanto pegava o controle da Tv e a ligava, enquanto Brunna se encaminhou direto para o quarto, afim de um banho para limpar todo o cheiro de sexo que possuía em seus poros.
Retirou sua roupa e entrou no box, assim que a água quente tocou seu corpo ela pode suspirar profundamente.
O corpo cansado e dolorido enfim poderia descansar em sua enorme a confortável cama, seus pés agradeceriam, então não demorou muito no chuveiro, logo estava deitada em sua cama, relaxando enquanto deslizava lentamente os dedos pelos lençóis macios.
- Quer pedir pizza de jantar? – Ludmilla perguntou ao se encostar no batente da porta e cruzar seus braços enquanto observava sua esposa.
- Não sabia que estava aí. – Brunna murmurou ao olhar sua esposa.
- Acabei de chegar. – Ludmilla se aproximou e se sentou na cama ao lado de Brunna. – Está tudo bem amor?
- Sim... Só cansada e dolorida. – Murmurou Brunna ao suspirar.
- Quer pedir uma pizza? – Ludmilla acariciou o rosto de sua esposa.
- Quero. – Brunna sorriu.
- Ótimo – Ludmilla murmurou antes de se inclinar e beijar o rosto de sua esposa para logo em seguida beijar seus lábios.
O tocar dos lábios era delicado, singelo e sem intensões... Apenas se tocavam, se provando e se deliciando da boca da pessoa que amava. Ludmilla não soube dizer, mas jamais pensou que um dia enjoaria de beijar Brunna, ou se quer se cansaria de tal ato.
Quando as línguas se tocaram, Ludmilla percorreu sua mão esquerda lentamente o rosto de Brunna enquanto a direita se apoiava no colchão segurando todo o seu peso. Quando enfim seus lábios desconectaram, seus olhos não deixaram de se envolverem, Brunna sorriu e Ludmilla pode sorris também.
- Vou lá pedir. – Ludmilla sussurrou e selou mais uma vez os lábios de sua esposa, para enfim se levantar e sair do quarto a procura de seu celular.
Jantaram a pizza no quarto enquanto assistiam a um filme na Tv, Ludmilla fazia todos os desejos de sua esposa e Brunna começava a se sentir mimada por isso, mas não negaria que adorava ter Ludmilla assim.
Naquela noite, se amaram mais uma vez em sua cama, distribuíram o amor que possuíam e ao adormecerem naquela madrugada, seus corpos enfim se relaxaram colados um ou outro as horas e horas de prazer não passavam perto do que era dormir abraçado com quem se amava e com quem formaria uma família. Seus corações estavam cheios e seus estômagos com borboletas, tamanho era o medo por não ser uma boa mãe, mas se tinham uma a outra nada seria capaz de destruir isso. Nada e nem ninguém destruiria o amor que aquelas belas mulheres possuíam, se sentiam aquecidas naquele amor.
Talvez nada mudaria, mas sabemos que isso nunca acontece, pois na vida sempre há um motivo para tudo, e talvez a ligação naquela madrugada mudasse a vida delas... Inclusivamente de uma pessoa em especial. Mas elas eram casadas, aonde decidiram dividir tudo, inclusive a dor...
O telefone residencial tocou incansavelmente na sala, Brunna suspirou ao se despertar por seu toque, ela chamou Ludmilla, mas a morena dormia tão profundamente que nem havia lhe escutado. Suspirando Brunna se levantou e caminhou até a sala para atendê-lo.
- Alo? – Ela disse assim que atendeu.
- Senhora Oliveira? – Uma voz feminina disse do outro lado da linha.
- Sim? – Brunna falou enquanto esfregava seus olhos por causa do sono.
- Aqui é do hospital Royal Brompton, temos informações sobre seu pai, poderia comparecer dentro de algumas horas?
- Meu pai? – Brunna perguntou estranhando a ligação e estranhando ainda mais o nome do hospital. – O que aconteceu com meu pai?
- Não podemos dar esse tipo de informação por telefone, por favor compareça para que possamos explicar.
- Ok. – Brunna Murmurou e escutou a linha ficar muda. Ao colocar o telefone na tomada ela percebeu que Ludmilla estava na sala a olhando.
- Quem era? – Ludmilla perguntou.
- Eu acho que era um trote. – Brunna respondeu confusa. – Falaram que era de um hospital que tinha informações sobre meu pai..., mas eu não conheço esse hospital.
- Qual hospital? – Ludmilla se aproximou.
- Royal Brompton – Brunna respondeu.
Ludmilla ao ouvir aquele nome respirou profundamente, se lembrava muito bem dele.
- Não é seu pai que esse hospital tem informações... – Ludmilla começou. – É o meu.
Ao encarar sua esposa Brunna suspirou e lhe abraçou, sabia o que aquilo significava, e no estado em que o pai de Ludmilla se encontra só havia duas opções... Ou seu quadro havia se agravado, ou havia morrido, Brunna não sabia dizer qual seria o melhor final. Apenas de tudo o que o pai de Ludmilla havia lhe feito no passado, ele continuava sendo seu pai, a quem lhe ajudou e enfrentar um dos momentos mais difíceis de sua vida e a quem a encorajou a se empenhar na corrida. Seu pai de certa forma era seu herói...
Ludmilla apertou Brunna em seus braços e nem percebeu quando lagrimas invadiram seus olhos com tamanha força, apenas percebeu quando molhava a camisola de sua esposa. Ludmilla apertou seus olhos para tentar parar, mas era em vão, de alguma forma ela sabia o que viria a seguir e sentia medo, medo de enfrentar tudo... Medo de perder seu pai pra sempre...
[...]
Não bastou mais do que algumas ligações para Brunna e Ludmilla enfim estarem em um jatinho particular para Londres, Ludmilla queria chegar o quanto antes, sentia que seu coração pedia para ir depressa pois sabia que seu pai não tinha muito tempo, e pensando nesta forma foi que Ludmilla chorou a viagem toda no colo de sua esposa que lhe consolava enquanto tentava ser forte, mas seus hormônios não a ajudavam muito, Ludmilla se sentia insegura por mais que estivesse nos braços de sua esposa. Ela sentia medo...
Não levou mais do que 6 horas para enfim pousarem no aeroporto de Londres, a cidade estava fria e chuvosa, de alguma forma o clima se adaptava com o humor de Ludmilla que não estava bem, Brunna não saiu do seu lado, lhe segurou a mão a todo o momento... Até mesmo quando estavam em frente ao hospital em baixo de um guarda chuvas grande para lhes protegerem da chuva, Ludmilla não sabia se entrava ou ficava ali, apenas olhando para aquela estrutura que continha seu pai em uma de suas camas.
Ludmilla não conseguia mexer um músculo se quer, havia travado de uma tal maneira que jamais havia acontecido contigo antes, Ludmilla estava apavorada e nem mesmo Brunna conseguia a confortar naquele momento, mas mesmo sabendo disso a latina tentou, pois afinal, aquela ali era sua esposa, a quem jurou amar e respeitar, a quem jurou amar na saúde e na doença, e sabia que seus sentimentos não seriam capazes de toca-la para longe de ti.
Brunna ficou na frente de Ludmilla enquanto tocava seu rosto e a fazia olhar para si.
- Eu sei que palavra alguma minha será capaz de mudar o que esta sentindo ai dentro, mas saiba que eu estarei ao seu lado para tudo, não importa o que aconteça você continuará sendo o amor da minha vida, a quem eu jurei amar e respeitar, por tanto você sempre me terá como seu suporte, sempre que ficar triste ou desolada eu estarei ao seu lado, da mesma forma que estarei nos momentos felizes. Mas aqui, agora, eu quero que você segure minha mão enquanto eu te guio por aqueles corredores temeroso até o seu destino, até seu amado pai que está a sua espera, e eu sei que você pode sentir isso, - Ludmilla deixou que um soluço saísse de sua boca – Eu sei que você sente ele te esperando da mesma forma que eu estou sentindo agora, não sei se são os hormônios, mas eu sei que ele está aqui, lhe aguardando chegar.
- Eu não sei se consigo Bru – Ludmilla murmurou confessando.
- Eu sei que consegue porque você é forte e me terá ao seu lado a todo momento, mesmo que sinta que não pode, eu lhe darei forças para continuar.
Respirando fundo Ludmilla enfim conseguiu tomar a força que havia lhe fugido, segurou firmemente a mão de Brunna e adentrou aquele imenso hospital mais uma vez em sua vida.
Ao se aproximarem da recepção Brunna informou a uma das atendes seus nomes e esperaram que sua passagem fosse concedida e não levou mais do que 10 minutos para isso acontecer e uma médica de meia idade aparecer e reconhecer Ludmilla assim que pós seus olhos na morena mais uma vez.
- Senhora Oliveira – A medica disse a cumprimentando assim que chegou perto.
- É Gonçalves Oliveira agora – Ludmilla lhe informou.
Brunna olhou para sua esposa e não soube dizer de onde veio a forma para corrigir aquela medica naquele momento já que ela havia passado horas sem se pronunciar muito.
- Pois bem senhora Gonçalves Oliveira me acompanhe – A médica disse e saiu andando entre os corredores daquele imenso hospital.
Ao chegarem em uma sala vazia com muitas cadeiras, poltronas e dois sofás, a medica apontou para um dos sofás e Ludmilla e Brunna se sentaram no mesmo enquanto a medica pegou uma das cadeiras e colocou em frente ao sofá.
- Porque estamos aqui doutora? – Ludmilla perguntou para a medica.
- Lembra-se de que tivemos uma conversa a alguns anos de que se um dia chegasse a hora... Eu te ligaria para estar ao lado de seu pai? – Ludmilla afirmou – Eu sinto muito lhe contar desta forma Ludmilla, mas o caso de seu pai se agravou, o Alzheimer tomou conta do cérebro de seu pai que chegou a um ponto que nem mesmo as atividades que lhe ajudavam antes lhe servem agora. – A medica suspirou – Neste momento, ele está lucido, mas não sabemos até quando ele ficará e muito menos do que virá a seguir pois essa doença é muito previsível, podemos tentar destruí-la, mas ela sempre vencerá... E neste caso seu pai é apenas mais uma vitima desta crueldade humana.
- Eu posso vê-lo? - Ludmilla perguntou enquanto a olhava e nem se quer quis saber o que mais a medica queria dizer, ela queria logo ver seu pai.
- Sim, me acompanhem – Ela informou ao se levantar e sair da sala tendo ao seu alcance Brunna e Ludmilla que não desgrudavam suas mãos um minuto se quer.
Percorreram extensos corredores, passaram por milhares de salas, encontraram com bilhões de pessoas, mas nada daquilo foi capaz de desviar a mente de Ludmilla que processava apenas a frase, "Seu pai está morrendo". Tudo o que Ludmilla fazia era se permitir ser guiada por suas pernas que não atendiam mais ao seu comando, sua mente estava longe de seu corpo. Sua vida estava mudando, pensou que enfim seria feliz, mas em meio a felicidade toda que sentiu uma tragédia acontece, penso no porque somos felizes naquele momento sendo que em segundos, minutos, dias ou meses toda aquela felicidade pode ser destruída por apenas um acontecimento inevitável, a morte.
Ludmilla se sentia impotente, perdida e confusa, seu pai estava morrendo e era apenas o que conseguia pensar. Seu coração estava doendo, seus pulmões ardiam por falta de ar, sua mente girava e voltava ao normal, era como se sentisse apagões em seu próprio corpo, o desligamento do interruptor ou simplesmente um mal funcionamento.
Ludmilla sentiu seu corpo parar e quando enfim sua mente voltou ao seu local por direito ela pode perceber estar parada em frente a uma porta. Quanto 302 se destacava naquela porta de madeira clara, Ludmilla não sentia seus pês ou se quer suas mãos, ela apenas olhava para aquela porta fechada, sem rumo, sem coragem e muito menos felicidade por rever seu pai. Ludmilla havia perdido tudo em sua vida e foi naquele momento em que pensou se um dia poderia perder Brunna e seu filho, se algum dia o destino seria quão cruel por arrancar-lhe tudo o que mais amava na vida, se lhe daria esse desgosto.
Mas como se fosse um choque percorrendo seu corpo, Ludmilla pode sentir o aperto de mão de Brunna, a latina ainda permanecia ao seu lado, foi como se ela tomasse um gole de coragem, no conforto que sua esposa estava lhe passando, Ludmilla colocou a mão na maçaneta da porta, a girou e abriu, e quando seus olhos encontraram os de seu pai, ela enfim soube o porque veio... Ele a estava esperando e tudo o que ele disse apenas confirmou o que presidiu.
- Eu sabia que você viria minha grande piloto. – Murmurou sorrindo enquanto olhava para sua filha que permanecia parada na porta olhando-o.
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