Mudança.
De volta para NY, Ludmilla e Brunna estavam a um mês de seu casamento.
Com a lista de convidados já pronta e enviada, Brunna terminava de planejar a última parte de seu casamento com sua chefe, o buque das noivas.
Brunna havia optado por usar lírios brancos, a flor demonstrava a sua pureza. Já Ludmilla estava ainda pensando em sua rosas vermelhas, achava ser algo típico de casamentos mas a flor era tão linda, cheirosa e apaixonante que havia se tornado algo simbólico para seu casamento.
Virando amante de rosas Ludmilla a optou para seu buque.
O contraste do buque vermelho de Ludmilla iria se mesclar ao branco de Brunna, duas cores totalmente diferentes que carregavam consigo um significado tão intenso e único. Ludmilla e Brunna estavam se casando na inocência do amor verdadeiro.
Sentiam a cada dia mais esse sentimento tomar posse de seu corpo e sua alma, sem conseguirem ficar muito tempo longe uma da outra, Brunna estava nesse exato momento arrumando suas malas para ir morar na casa de sua futura esposa e que em breve também seria sua.
Juliana havia ajudado sua amiga antes e depois do trabalho e isso ocasionou em ter sua mudança quase pronta em apenas 2 dias.
- Você vai ficar bem?. – Brunna perguntava pela 7° vez a Juliana.
Revirando seus olhos Juliana se jogou na cama de Brunna.
- É claro que sim. Mas também se eu me sentir sozinha eu me mudo para aquela mansão maravilhosa... – Murmurou Juliana.
- Eu estou nervosa... – Confessou Brunna.
- Não é pra menos, morar com aquela demônia do olhos verdes naquele casarão?. Eu também ficaria.
- Eu não me referia a isso. – Comentou Brunna. – Eu dizia sobre o casamento em si.
- Você não disse que estão juntas de verdade?. Então...
- Mas isso é diferente Dj... Não nos casaremos porque nos amamos loucamente, mas sim para ela não ser deportada.
- Mas você confessou gostar dela da mesma forma que ela confessou gostar de você. – Disse Juliana a olhando dobrar suas roupas e colocar na mala sobre a cama.
- Mas gostar não é amar... – Brunna a olhou. – Ela não me ama Dj e esse casamento é uma farsa, por mais que exista algum sentimento ele continua sendo uma farsa.
- Você já pensou em que se algum momento do casamento vocês se apaixonem loucamente e resolvam transformar essa farsa em algo real?. – Juliana perguntou a olhando.
- Isso não aconteceria. – Comentou Brunna enquanto suspirava.
- E porque não?.
- Porque eu conheço Ludmilla a tempo de mais para saber que ela nunca se apaixona. – Brunna terminou de colocar suas roupas na mala e a fechou. – Gostar é uma coisa, amar é outra e eu sei bem como Ludmilla é em relação a isso. Já vi tantas namoradas rápidas que teve durante esses anos que acho até estranho alguém de fato ter acreditado nesse noivado.
- Eu notei o brilho no olhar dela quanto te vê. – Juliana disse enquanto analisava suas unhas feitas recentemente.
- O brilho no olhar de quem se gosta Dj. – Relutou novamente Brunna. – Agora vamos mudar de assunto e me ajudar a levar essas malas pra sala.
- Estou cansada Bru, meus pés estão latejando. – Reclamou Juliana.
- Vou me lembrar disso quando você aparecer do nada na casa de Ludmilla pra usar a piscina. – Brunna falou debochada olhando para a careta de sua amiga.
- Não se pode mais ficar cansada nessa casa?. – Resmungou Juliana se levantando e ajudando Brunna com as malas.
- Isso não se chama cansaço Ju.
- E como se chama então?. – Juliana parou de andar para olhar sua amiga.
- Preguiça. – Comentou Brunna após deixar sua mala maior perto da porta de entrada do apartamento delas.
- Ta afiada hoje han?. – Murmurou Juliana.
- Fale o que quer, ouça o que não quer. Leve sesse ditado por toda sua vida. – Brunna piscou um de seus olhos chocolates em direção a sua melhor amiga.
- Ok... – Murmurou Juliana. – Quando a senhorita dragão irá chegar pra te ajudar com isso tudo?.
- Ela já deve estar chegando. – Brunna comentou e logo depois olhou para seus pertences todos encaixotados e arrumados em lugares específicos. Suspirando profundamente meus olhos tornaram-se na tonalidade avermelhada assim que olhou sua amiga ao seu lado. – Eu vou sentir sua falta... – Murmurou Brunna tendo a atenção de Juliana para si.
- Não é como se não nos fossemos nos ver nunca mais Chancho. – Juliana se aproximou envolvendo Brunna em seus longos braços.
- Mas não iremos nos ver todos os dias e comentar o quanto odiávamos nossas chefes e o quanto nos davam trabalhos demais, não passaremos as noites de quarta-feira esparramadas no sofá sendo acompanhadas de pizza e filme de comédia.
- Ainda podemos fazer tudo isso. Posso ir a mansão passar um longo tempo com você.
- Está falando sério?. – Perguntou Brunna.
- Mas é claro. Até porque passar um tempo naquela mansão não teria mal algum. – Comentou Juliana fazendo Brunna sorrir.
- Eu não quero te deixar sozinha. – Confessou a latina.
- E não irá. Eu te conheço melhor do que você mesma e sei o quanto me ama e que não irá me abandonar.
- Convencida você. – Brunna estapeou levemente o braço de Juliana limpando em seguida uma de suas lágrimas que ousou cair de seus olhos. – Não sei se teu futuro namorado irá te aturar assim, quem consegue aturar você por muito tempo?.
- Futuro namorado?. Olha pra mim Bru, eu me namoraria com toda certeza. Sou a melhor opção. – Juliana deu de ombros debochada.
- Esqueci que falava com a rainha do deboche.
- Se ajoelhe aos meus pés plebeia. – Ordenou Juliana rindo levando Brunna consigo.
As risadas haviam sido sessadas após ouvirem batidas na porta, por estarem próximas a elas Brunna abriu-a rapidamente dando de cara com sua noiva.
- Olá. – Ludmilla as cumprimentou sorridente. – Está tudo pronto?.
- Quase. – Murmurou Brunna se aproximando de sua noiva e selando seus lábios aos dela. – Agora sim está tudo pronto.
- Ok senhorita dragão eu quero que me prometa cuidar bem de minha Chancho ou eu corto isso que você tem no meio das pernas. – Ameaçou Juliana olhando friamente para as esferas esmeraldas de Ludmilla.
- Eu cuidarei, não se preocupe. – Prometeu Ludmilla sorrindo para logo após olhar novamente sua noiva notando o quão linda ela era até mesmo sem maquiagem, assim como estava naquele momento.
Tão natural.
Seus sentidos estavam tão naturais quando seu corpo ferveu de sentimentos por aquela latina, era uma mistura que ela não sabia explicar o que sentia a cada dia.
Ludmilla não sabia o que era, não sabia o que sentia por Brunna e muito menos se a latina correspondia da mesma proporção, mas de uma coisa Ludmilla sabia era que não conseguia mais ficar muito tempo sem ter a sua mulher ao seu lado. Por isso acatando rapidamente uma das dicas de Dayane, decidiram que Brunna iria morar com Ludmilla naquele mês. Dividiriam o mesmo quarto para a empregada de Ludmilla não desconfiar de algo e também porque... Não conseguiam ficar mais sem uma à outra.
Quando Ludmilla colocou a última mala de Brunna em seu porta malas e o fechou, ela se deu conta de que Brunna seria a sua primeira "namorada" a passar mais de uma semana contigo. Que Brunna seria a primeira mulher a morar consigo durante toda a sua vida, claro que além de sua mãe mas ela de fato não contava com isso já que não considerava Silvana Oliveira sua mãe, apesar do tipo sanguíneo nada mais as ligavam uma a outra.
Ludmilla nunca mais falou com Silvana depois que se mudou para NY, e não é como se elas se falassem o tempo todo em Londres, Ludmilla foi criada apenas por seu pai, sua mãe era ausente e preferia dar atenção ao seu irmão Marcos do que a ela.
Tudo por causa da aberração que Silvana vivia dizendo que era sua filha. Na verdade ela nem dizia que era sua filha, apenas que foi um bebê defeituoso, uma aberração da natureza que merecia ter sido morto no parto... Era assim que Silvana descrevia Ludmilla Oliveira.
- Lud... Está tudo bem?. – Brunna tocou levemente a mão de Ludmilla que estava sobre o porta malas fechado.
- Sim... – Murmurou Lauren saindo de seus devaneios. – É só que... Você é a primeira mulher que eu levo para morar comigo. – Confessou olhando para as esferas chocolates que a encaravam tão intrigadas.
- Acha precipitado?. Não deveríamos esperar um pouco mais?. – Perguntou Brunna receosa.
- Não!. Bru eu quero muito que você vá morar comigo, é que tudo isso é novo pra mim e pode parecer um pouco estranho as vezes.
- Estranho?. – Perguntou Brunna confusa.
- Sim, você é minha primeira namorada, noiva e será esposa... É a primeira que irei dividir um teto, a primeira que despertou sentimentos em mim que eu achava que não existissem.
- Você também é a minha primeira. – Confessou Brunna. – Acredite, isso pode ser tão assustador para você o quanto é para mim.
- Mas iremos descobrir todos esses sentimentos juntas. – Falou Ludmilla levando suas mãos delicadamente para o rosto de Brunna e o acariciou.
- É claro que sim. – Falou Brunna sorrindo enquanto olhava nas esmeraldas brilhantes de Ludmilla.
Brunna já não conseguia negar que aquele tom de castanho mesclado ao caramelo claro estava se tornando o seu preferido de todos, amava aquela cor e amava ainda mais a quem pertencia...
Espere... Amar?...
Brunna a amava? Estava ao ponto de se sentir tão presa a alguém que se envolveu tão rapidamente? Porque nunca sentiu esses sentimentos por Ludmilla durante esses dois anos em que trabalharam juntas?.
Talvez a resposta estava em sua frente mas ela não conseguia a enxergar corretamente, vendo embasado o que se perguntava.
Quando foi que Brunna Gonçalves se apaixonou por Ludmilla Oliveira?.
Simples...
Foi exatamente no mesmo dia em que acordou atrasada, tomou um café indo para o escritório principal da Ferrari, quando derrubou café em seu blazer vermelho no elevador, quando tropeçou ao adentrar a sala de sua futura chefe e quase foi ao chão, e principalmente quando seus olhos bateram com os de Ludmilla Oliveira em sua entrevista de emprego na Scuderia Ferrari.
Brunna Gonçalves havia se apaixonado por Ludmilla no mesmo dia em que descobriu estar contratada como sua nova assistente pessoal.
Mas porque esse sentimento permaneceu adormecido por todos esses anos?.
Talvez a distância entre seus corpos seja um dos principais fatores, Ludmilla nunca se quer havia relado um único dedo em Brunna, nunca haviam sentido a eletricidade que fora passada de seus corpos, nunca haviam se arrepiado após ouvirem baixinho aquela voz tão linda... Ou talvez seja porque elas estavam ocupadas de mais com outras coisas e pessoas que nem perceberam o que sentiam uma pela outra.
Bastou apenas um único beijo, uma única vez ter seus corpos colados para sentissem o que nunca pararam para prestar atenção.
Ludmilla Oliveira pertencia a Brunna Gonçalves da mesma forma que ela pertencia a si.
Mas e Ludmilla?. Ela amava Brunna?.
Você pode ter sua resposta no brilho do olhar de Ludmilla em direção a latina, preste atenção você irá encontra-lo mais cedo ou mais tarde...
- Seja bem vinda a sua nova casa. – Comentou Ludmilla enquanto estacionava seu Jaguar em frente a sua mansão em um dos condomínios mais caros e seguros de NY.
Os olhos atentos de Brunna percorreram cada parte da casa pelo lado de fora, saindo devagar do carro ela permanecia estática enquanto a olhava.
- Ela é tão... – Começou Brunna mas Ludmilla a cortou.
- Bonita?. – Ludmilla perguntou enquanto a olhava sorrindo. Já estavam fora do carro e apenas observavam aquela casa
- Enorme... – Completou Brunna. – Como você consegue morar sozinha num lugar tão grande assim?.
- Quando eu comprei eu imaginei um dia me casar e ter muito filhos, mas isso nunca aconteceu então fui apenas levando. – Ludmilla deu de ombros.
Fechando os olhos levemente Brunna sentiu a brisa fria lhe percorrer a espinha, ela estava nervosa. Entrar em uma mansão novamente a fez se lembrar de sua família... De seu pai e do que sofreu com eles.
Percebendo o incomodo de sua noiva, Ludmilla se aproximou e enlaçou a cintura de Brunna com seus braços.
- Esta agora é a nossa casa e eu quero que você se sinta segura nela. – Comentou Ludmilla.
- Eu estarei com você... Então eu estarei segura. – Brunna comentou sorrindo deixando que Ludmilla lhe retribuísse o sorriso e a puxasse delicadamente pelo jardim até chegarem a porta.
Destrancando-a Ludmilla a abriu e entrou, deixando que Brunna entrasse e logo após fechou a porta a suas costas.
- É ainda maior por dentro. – Murmurou Brunna mas não passou despercebido por Ludmilla que ainda sorria.
O silêncio se fez presente por alguns instantes até que as duas mulheres ouviram patas seres batidas contra o chão de madeira de carvalho, Em segundos um ser pequeno e branquinho foi de encontro a Ludmilla que agachou-se no chão e a recebeu de braços abertos.
Ao ter inúmeras lambidas por seu rosto, Ludmilla sorriu para a felicidade de sua pequena Gracie.
- Ei garota tenha modo, temos visita. – Ludmilla comentou enquanto se erguia e ajeitava Gracie em seu colo. – Gracie está é Brunna, Brunna está é Gracie. – Ludmilla as apresentou notando os olhos de Gracie vidrados em Brunna sem demonstrar qualquer reação a cachorra apenas a observava.
- Gracie?. – Brunna perguntou olhando Ludmilla. – Então aquele dia do leilão está era a Gracie em que você estava o dia todo que não atendeu minhas ligações e nem respondeu minhas mensagens?. – Afirmando Ludmilla sorria olhando Brunna.
Mas o sorriso da morena dos olhos castanhos acabou quando Gracie começou a latir ferozmente para Brunna tentando-a de alguma forma morde-la com tamanha raiva.
Gracie não havia gostado de conhecer Brunna.
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