Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Classificatória.

O grande dia havia chegado, hoje seria a corrida de Ludmilla. A classificatória que levaria 5 dos melhores corredores profissionais de formula 1 do mundo, para a grande final em Luxemburgo.

Claro que ainda restavam mais 2 corridas classificatórias para conseguirem os 15 competidores ao total.

Ludmilla já havia chegado ao GP e estava em seu camarim terminando de vestir seu macacão protetor térmico. Sozinha no cômodo Ludmilla escutava sua playlist de concentração.

Calmamente a morena dos olhos castanhos estava se concentrando, necessitava desse tempo para si, para sua mente excluir tudo o que era desnecessário neste momento.

Assim que terminou de subir seu zíper, respirou 7 vezes e saiu do camarim pegando um boné vermelho com o logo da Ferrari e seu sobrenome gravado atrás, colocando-o em seguida ela caminhou pelos corredores daquele local, encontrando Brunna e sua equipe próxima a porta que levaria para seu carro. Ainda faltavam alguns minutos para o inicio da prova e com isso a deixava livre para fazer algo se bem desejasse, então quando se aproximou de todos Ludmilla selou seus lábios ao de Brunna e a abraçou pela cintura enquanto seus olhos percorriam seu carro, o tom vermelho chamativo era o seu preferido, seu e de seu pai Renato Oliveira.

Mas tirando seus fones de ouvido sua atenção havia sido totalmente tomada assim que ouviu os gritos histéricos perto da onde estavam.

- Porque estão gritando assim?. – Ludmilla perguntou baixo para Brunna que ainda estava em seus braços.

- Achei que tivesse percebido. – Murmurou Brunna a olhando. – Olhe para seu lado esquerdo.

Assim que a latina havia terminado de falar, Ludmilla seguiu seu olhar para aonde ela havia dito e pode encontrar uma multidão de fãs perto da grade em que separava eles da garagem dos carros, lá era o estacionamento do público.

Sorrindo para eles Ludmilla caminhou em sua direção sendo seguida por Brunna junto a 5 seguranças pessoais da piloto.

- Oi. Oi. – Ludmilla os cumprimentou sorrindo ouvindo-os gritarem mais ainda.

Se aproximando da grade Ludmilla deu alguns autógrafos e tirou algumas fotos com os que estavam próximos a grade.

Mas alguns minutos depois o alvoroço havia aumentado e por presarem pela Ludmilla, os 5 seguranças a puxaram levemente para longe da multidão, mas algo a chamou a atenção... Algo não, alguém... Um garotinho loiro estava quase sendo esmagado por aquelas pessoas que tentavam a todo custo se aproximarem de Ludmilla.

Indo contra as ordens e broncas de seus seguranças Ludmilla se aproximou novamente olhando diretamente para aquele garoto.

- Ei você!. – Ludmilla  sorriu apontando para o garoto. – Pessoal deixem-no passar. – Pediu educadamente para seus fãs que assim que viram ao oque ela se referia, pegaram o menino no colo e o passaram para frente até que um dos seguranças de Ludmilla o pegou e passou pela grade colocando-o ao chão em seguida perto de Ludmilla.

- Oi. – Ludmilla sorriu assim que se abaixou para ficar em sua altura.

Os olhos do garoto se arregalaram ainda não acreditando que Ludmilla Oliveira estava a sua frente falando contigo. Sorrindo Ludmilla o abraçou.

- Ei se acalma, respira fundo ok?. – Pediu calmamente fazendo o menino respirar fundo e lhe abraçar de volta. – Prazer, sou Ludmilla e você como chama?.

- Jason. – Murmurou após desabraçar-lhe para olha-la. – Jason O'Brien.

- É um prazer conhecer-lhe senhor O'Brien. – Ludmilla sorriu novamente. – O que acha de tirarmos uma foto han?.

Ludmilla o observou acenar com a cabeça freneticamente enquanto sorria abobalhado ainda não acreditando que estava na frente de Ludmilla.

Ludmilla pegou seu celular que Brunna havia lhe estendido e abriu sua câmera, olhando para a imagem dos dois pelo celular Ludmilla franziu o cenho.

- Espera falta algo. – Ludmilla murmurou colocando seu celular no chão já que estava abaixada na altura do garoto.

- O que?. – Ele perguntou receoso, queria muito tirar sua foto, era uma oportunidade única.

Ludmilla não podia conter o sorriso em seu rosto, tirando seu boné de sua cabeça, Ludmilla regulou a medida para ficar mais apertado e pediu para Brunna sua caneta de tinta permanente que sempre carregava consigo para caso Ludmilla fosse dar algum autógrafo, o que no caso foi exatamente isso.

Autografando a aba do boné vermelho, Ludmilla o colocou sobre a cabeça do garotinho.

- Agora sim. – Voltou a pegar seu celular tirando a foto dos dois.

Sorrindo bobamente o garotinho pode notar Ludmilla entregar a caneta para Brunna que estava ao seu lado sorrindo para aquela cena, se recordando do que havia visto na internet que seu pai havia lhe mostrado, Jason não pode conter a língua na boca quando comentou com a piloto a sussurros.

- A sua noiva é bonitona. – Sussurrou no ouvido de Ludmilla a fazendo rir e sussurrar de volta.

- Está aprovada então?.

Assentido freneticamente Ludmilla não pode conter o sorriso em seus lábios, havia gostado de mais daquele garotinho.

- Você veio com quem?. – Ludmilla perguntou.

- Meu papai e meu tio.

- E vocês vão assistir a corrida certo?.

- Mais ou menos. – Jason murmurou triste. – Papai não teve dinheiro para comprar os ingressos então vamos assistir pelo telão do estacionamento.

- Você pode apontar seu pai e seu tio para mim?. – Ludmilla perguntou o vendo afirmar logo em seguida, o pegou no colo e se levantou com ele olhando para a multidão até que o dedinho indicador de Jason apontou dois homens mais ao fundo daquela multidão.

- Ok. – Ludmilla murmurou. Olhou para os seguranças ao seu lado e sussurrou para um deles. – Traga ao dois aqui e os ajude a atravessar a grade.

- Mas senhora sua segu... – Um dos seguranças ia terminar sua fala mas Ludmilla o cortou.

- Apenas traga-os aqui. – Ordenou.

Acatando a ordem de sua chefe mesmo sendo contra sua vontade, os seguranças os ajudaram a atravessar a grade de proteção.

- Olá. – Ludmilla sorriu os cumprimentando com Jason ainda em seu colo.

- O-Oi. – O pai de Jason disse nervoso. – É um prazer finalmente conhece-la.

- O prazer é todo meu. – Ludmilla sorriu quando o tio de Jason tirou uma foto deles todos. – Jason me disse que vocês não tinham ingressos.

- Ah não. – Murmurou o pai suspirando ao olhar seu filho. – Eu expliquei pra ele que o dinheiro estava curto esse mês e que não poderíamos assistir a corrida da arquibancada mas que poderíamos assistir do estacionamento.

- É... Ele me contou... – Murmurou Ludmilla. – Gostei dele desde o principio e agora ainda mais depois dele ter elogiado minha noiva. – Ludmilla sorria largamente olhando o garoto em seu colo. Olhou para Brunna. – Amor pode pegar as pulseirinhas pra eles?.

Afirmando Brunna olhou para o pai de Jason.

- Quantos anos ele tem?. – Perguntou Brunna.

- 7 anos. – Murmurou a olhando.

Afirmando novamente Brunna saiu da onde estávamos e entrou em meu camarim pegando duas pulseiras verde limão, Brunna colocou no pulso do pai e do tio de Jason.

- Está pulseira é da ala Leste, perto do pódio. Não é necessário pulseira no Jason pois crianças até 10 anos não pagam. – Brunna explicou tranquilamente.

- Oh meu Deus, Obrigado Ludmilla. Muito obrigado. – O pai de Jason dizia animado.

- Ludmilla está na hora. – Simon apareceu os interrompendo.

Colocando Jason no chão Ludmilla ainda sorria os olhando.

- Bom, eu tenho que ir. Mas foi um prazer conhecer vocês. – Sorrindo Ludmilla saiu da onde estavam e entrou novamente na garagem em que seu carro estava.

- Foi lindo o que você fez com eles. – Brunna se aproximou de Ludmilla com o colar cervical que acoplava ao capacete.

- É sempre bom fazer algo para meus fãs. – Ludmilla ainda tinha um sorriso magnifico em seu rosto e Brunna não deixou de nota-lo.

Ao terminar de fecha o colar, Brunna selou levemente seus lábios ao de Ludmilla.

- Boa sorte!. – Murmurou, se afastou e pegou o capacete que estava sobre uma bancada de vidro e ajudou Ludmilla a vesti-lo depois que a morena dos olhos verdes colocou a touca térmica.

Os ajudantes de Simon levam o carro vermelho da Ferrari sendo empurrado, não se dirigiam naquela parte da pista. Após colocarem o carro na faixa 5 a qual Ludmilla sairia, a morena retirou o volante e entrou no carro em seguida.

Ao encaixar o volante na ignição novamente Ludmilla percebeu Austin passar ao seu lado, com o macacão vermelho como o seu era apenas diferenciado pelos capacetes, Ludmilla usava um vermelho com detalhes brancos e dourados, já Austin usava um todo preto com fogo vermelho cintilante.

- Vai comer poeira hoje Ludmilla. – Debochou Austin entrando em seu carro que ficava alguns centímetros atrás de Ludmilla mas ainda ao lado.

- Me observe no pódio Austin. Estarei um passo mais alto que você. – Retrucou Ludmilla.

- Não cante vitória antes do tempo Ludmilla, eu treinei muito para... – Austin dizia mas Ludmilla o interrompeu.

- Você ainda treina? Já passei dessa fase quando tinha 17 anos. – Ludmilla debochou rindo.

- Eu te odeio. – Resmungou Austin terminando de ajeitar o volante na ignição.

- Acredite Mahone, é reciproco. – Ludmilla piscou um dos olhos para logo depois abaixar a viseira e ligar o carro quando viu a primeira bandeira se erguer.

Acelerando o carro Ludmilla começou sua corrida assim que a bandeira verde foi levantada dando inicio a prova.

O barulho gritante dos carros poderiam deixar qualquer um por perto surdo se não usassem os equipamentos adequados.

Ludmilla acelerava enquanto mantinha a 5 posição pela qual havia dado partida.

- Sejam bem vindos ao centro automotivo de Berlim. – Um dos comentaristas americanos reportavam a corrida para seu país. – Foi dado o inicio da corrida e ainda não se teve nenhuma ultrapassagem. Aparentemente estão poupando os carros neste começo de competição.

- Lembrando que... – O outro comentarista começou a dizer. – Hoje os 5 primeiros competidores estarão classificados para a final em Luxemburgo.

- Será que nossa equipe da Ferrari conseguirá ficar entre os 5?.

- Estou torcendo para que sim, afinal estou preocupado com Ludmilla, seu carro havia quebrado a poucos dias da corrida e mesmo estando correndo hoje, seu carro não esta 100%.

- Temos que levar isso em consideração. – Comentou o comentarista.

- Deveremos torcer pela melhor das hipóteses.

- Dizendo assim até parece que Ludmilla não é uma grande corredora. – Resmungou o comentarista.

- Não é isso é só que...

- Austin Mahone acaba de ultrapassar o piloto da RedBull e consegue a 6 posição. – Cortou o outro comentarista.

Ludmilla seguia na segunda posição, logo atrás do piloto da Petrona, Simon instruía a piloto a cada possível erro que custaria sua posição, mas Ludmilla estava tão focada em sua corrida que seus extintos a obrigava a agir por si só, ignorando os comentários de seu chefe de equipe.

Acelerando após uma curva Ludmilla tentou a primeira ultrapassagem, mas o piloto da Petrona jogou seu carro sobre o de Ludmilla a impedindo de avançar.

Depois de diversas voltas faltavam apenas 2 e Ludmilla teria que atravessar o carro da Petrona se quisesse o primeiro lugar, mas a pista não ajudava e o carro de Ludmilla e dos outros pilotos derrapavam na pista de gelo derretido.

Mas ignorando os conselhos de seu chefe de equipe mas uma vez, Ludmilla tentou a ultrapassagem que não obteve sucesso mas lhe rendeu uma pequena batida na lateral de seu carro fazendo-o rodopiar.

Socando o volante com força Ludmilla gritou quando viu alguns carros a passarem.

- Você está bem?. – Simon perguntou.

- Sim. – ludmilla respondeu curta e apenas ligou o carro novamente e acelerou tentando recuperar sua posição.

- É disso que eu estou falando. – Um dos comentarista voltou a falar. – Pode ser que haja um equivoco de Ludmilla naquela ultrapassagem que lhe custou a 2° posição, será que ela conseguirá recuperar em apenas 2 voltas?.

- É tudo o que lhe resta, afinal a batida lhe trouce a 6° posição. Ela segue atrás do piloto da RedBull e de seu companheiro de equipe Austin.

- A rivalidade entre eles é grande. – Comentou sem querer um dos comentaristas mas ao perceber o que havia feito se calou e voltou a olhar para a corrida.

Correndo velozmente Ludmilla estava prestes a ultrapassar o piloto da RedBull em uma das curvas, ao percebe por onde o piloto jogaria seu carro, Ludmilla tomou o outro lado e assim que a curva foi feita ela acelerou ainda mais conseguindo ultrapassa-lo e ganhar a 5 posição.

Faltava apenas 1 volta e todos sabiam que Ludmilla não conseguiria chegar a 2° posição, mas mesmo em negação ela tentou e por tentar ela conseguiu ultrapassar seu companheiro de equipe Austin e lhe deu a 5° posição enquanto ela ficava com a 4°. Mas não havia mais como ultrapassar o carro a sua frente, Ludmilla estava a alguns metros longe e a bandeira quadriculada havia sido erguida anunciando os ganhadores, os 5 classificados.

E Ludmilla havia perdido a 2° posição, mas ainda sim estava classificada para a final em Luxemburgo.

Ao parar seu carro perto do Pit Stop Ludmilla saiu calada do veículos enquanto seu chefe de equipe e ajudantes colocavam o carro novamente no estacionamento a mando das ordens do chefe de equipe que brigava com sua piloto pela manobra arriscada daquele dia.

Ainda sem explicar a sensação que sentia, Ludmilla olhava ao redor e apenas via as pessoas abrirem suas bocas e se movimentarem, mas o som se quer não saia e isso não a preocupava pois não queria ter que enfrentar tudo aquilo depois da humilhante manobra que havia feito.

Retirou seu capacete e logo depois a touca térmica, caminhou para seu camarim sem nem falar uma única palavra as pessoas que chamavam sua atenção.

Se materializando por seu ato, Ludmilla se sentia uma péssima corredora, pensando em seu pai neste momento e em seu rosto de decepção após está grande merda, em sua cabeça negando enquanto se afastava e deixava sua filha refletir sobre suas ações.

Este era o tipo de reação que Ludmilla esperava de seu pai, mas ela não imaginava o tipo de reação que sua noiva teria assim que a viu quando entrou pela porta do camarim.

Respirando profundamente Ludmilla caminhou até o frigobar e pegou uma garrafa de água, se jogando no sofá que continha ali ela permaneceu quieta enquanto Brunna mexia em seu tablet.

A jovem latina já sabia o que havia acontecido na corrida, e respeitando o tempo de Ludmilla, Brunna não cutucaria a fera com palito de dente. Sabia o quão feroz era Ludmilla quando estava zangada com as pessoas ou consigo mesma.

Brunna deixaria Ludmilla ter seu tempo de reflexão, mas nem todos pensavam como a latina porque levou cerca de 20 minutos para a porta ser aberta e Simon passar por ela.

- Vamos dar uma social na piscina do hotel, iremos comemorar a sua classificatória. – Falou Simon animado.

- Não sei porque querem comemorar esse desastre. – Resmungou Ludmilla bebendo outro gole de sua água.

- Você ficou entre os 5, isso é o que importa. – Retrucou Simon. – Agora coloque um sorriso na cara e vá lá pra fora, seus fãs e repórteres querem ver sua piloto feliz por estar entre os 5 e não uma adolescente mal humorada por não ter conseguido o que quer.

Após suas palavras Simon saiu do camarim deixando novamente Ludmilla e Brunna sozinhas.

- Eu não sou uma adolescente. – Bufou Ludmilla cruzando os braços.

A latina a olhou e lhe ergueu a sobrancelha.

- Esse gesto me diz o contrário. – Murmurou Brunna.

- Até você?. – Ludmilla perguntou incrédula.

- Não meu bem, eu não ficaria com pena e nem zangada com você, você sabe o que faz e suas atitudes geram consequências... Basta apenas você decidir seguir o caminho das consequências boas ou ruins. – Aconselhou Brunna.

- Então acha que eu deveria sair e dar-lhes atenção?.

- Isso faz parte da fama, você é uma pessoa pública... Eles irão querer saber todos os seus passos e seus gostos, mesmo você querendo ou não. Seus fãs te ajudaram a formar sua fama e você deve todo o amor que tem por eles. – Brunna se levantou e foi até Ludmilla lhe estendendo a mão.

Olhando para a mão de Brunna, Ludmilla a segurou e se levantou do sofá.

- Vá lá e demonstre aos seus faz o quão bela você é, tanto de beleza quanto de personalidade e humildade. Mostre a eles que mesmo depois de seus próprios erros se eles estarão lá com você então você também estará lá para eles.

- Obrigada... – Ludmilla agradeceu olhando aos olhos chocolates de Brunna. – Obrigada Bru.

- Bru?. – Brunna perguntou a olhando enquanto sentiu os braços de Ludmilla lhe enlaçar em sua cintura.

- Todos te chamam de Bru, eu queria ser diferente, te dar meu próprio apelido. – Ludmilla sorriu assim que viu um sorriso singelo brotar nos lábios da latina.

- Eu amei... – Brunna selou seus lábios ao da morena dos olhos castanhos, sentindo a paixão passar por seus corpos, o sentimento as entregando a cada minutos.

- Eu tenho que ir. – Ludmilla anunciou assim que selou a última vez os lábios de sua noiva e saiu pela porta do camarim para ir atender seus fãs e repórteres que lhe esperavam.

[...]

- Como ela está?. – Verônica perguntou a latina assim que sentou na espreguiçadeira ao seu lado, bebendo de seu vinho quente para esquentar naquela noite fria da Alemanha.

- Zangada com ela mesma. – Murmurou Brunna enquanto olhava para sua noiva ao outro lado da piscina enquanto estava na mesa de petiscos que o hotel ofereceu.

- Imagino, sua ultrapassagem prejudicou a si mesma. – Suspirou Dayane.

Brunna bebeu de seu vinho quente enquanto ajeitava um cobertor sobre seu corpo. Fechando os olhos sentiu a brisa gelada a invadir naquela noite, amou a Alemanha mas não pensaria em morar num local como aquele, era acostumada com Miami e New York, se adaptar a um lugar totalmente diferente de sua cultura e sua língua seria um grande desafio... Mas afinal porque Brunna estava pensando sobre se mudar de pais?.

Abriu seus olhos ao sentir seu cobertor ser puxado e um corpo quente se sentar ao seu lado, quando percebeu era Ludmilla com um mini prato de petiscos e um copo de vinho quente em sua mão.

- Oi. – Murmurou Ludmilla para Brunna.

- Eu acho que vou deixar o casalzinho ai sozinho. – Comentou Dayane se levantando.

- Você sabe a verdade Dayane. – Falou Ludmilla olhando sua amiga.

- É... Eu sei a verdade. – Piscou Dayane para logo após sair deixando Brunna e Ludmilla sozinhas.

- O que ela quis dizer com isso?. – Perguntou Ludmilla encarando a latina.

- Provavelmente ela sabe que estamos juntas... De verdade. – Murmurou Brunna após se aconchegar nos braços da morena.

- Ah... – Murmurou Ludmilla.

- Como você está?. – Brunna perguntou preocupada.

- Ainda furiosa comigo mesma. – Ludmilla olhou para seu copo de vinho afim de evitar as esferas chocolates.

- Você não deve se culpar Ludmilla.

- Claro que eu devo, se eu não tivesse feito aquela ultrapassagem eu estaria em uma posição melhor.

- Ludmilla... Olha pra mim. – Brunna pediu enquanto pegava em uma das mãos de Ludmilla. Assim que a latina teve os olhos castanhos sobre si ela continuou. – Você é uma piloto talentosa, você se arriscou hoje assim como qualquer outra pessoa se arrisca em algum momento da vida, mas se não deu certo hoje você não deve se culpar e sim tentar novamente a procura do que errou e melhora-lo, apesar da sua ultrapassagem perigosa você conseguiu 4° posição. Está entre os 5 primeiros classificados. Não se culpe por isso.

- Eu sinto que deveria ter feito melhor. – Murmurou Ludmilla.

- Você sente isso da mesma forma que eu sinto orgulhoso de você estar entre os 5. Ludmilla... – Brunna entrelaçou seus dedos aos da morena. – Você foi incrível hoje, mesmo depois de tudo não parou de lutar por aquilo que queria e eu te admiro por isso.

- Obrigada Bru. – Ludmilla comentou sorrindo.

- Sabe... acho que eu deveria ter estudado psicologia. – Brincou Brunna.

- Não... Ainda prefiro a minha futura esposa advogada. – Ludmilla se aproximou e selou seus lábios aos de Ludmilla.

- E eu prefiro esse beijo. – Comentou Brunna.

- Você é incrível e eu tenho orgulho de você. – Ludmilla disse do nada obtendo os olhos da latina sobre si novamente.

- Nunca ninguém me disse isso. – Comentou Brunna se encolhendo nos braços de sua noiva.

- Nem mesmo seus pais?.

- Não... – Brunna suspirou. – Sempre tivemos uma boa relação mas nunca chegou ao ponto deles sentirem orgulho... E nunca chegará porque afinal a única coisa que sentem por mim é nojo.

- Você nunca me contou a história sobre você e eles...

- É porque é longa... – Sussurrou Brunna. – E não acredito que você queria ouvir.

- Mas eu quero amor, tudo o que envolver você eu quero saber, iremos compartilhar uma vida juntas e não pretendo ter segredos com você da mesma forma que não quero que tenha comigo. – Comentou Ludmilla.

Respirando profundamente Brunna tomou impulso para contar sua verdadeira história para Ludmilla, a história que lhe doia tão profundamente...

- Eu tinha 16 anos quando me senti atraída pela primeira garota. – Começou Brunna. – Frequentávamos a mesma escola, naquela época eu não sabia o que era aquilo que sentia mas depois quando cheguei ao meu primeiro ano de faculdade eu enfim percebi o que aquilo realmente era, eu não sentia atração por homens mas sim por mulheres e meus pais sempre me jogavam para os solteiros mais cobiçados de Miami, e o que irritava ainda mais meu pai era o meu desinteresse neles e meu interesse em minhas amigas.

Acariciando a mão de Brunna, Ludmilla lhe dava conforto para continuar.

- Minha primeira namorada apareceu no meu primeiro semestre de faculdade, saiamos para festas e jantares, cinemas ou até mesmo visita-la na casa dela... Mas eu mal imaginava que o pior estava por vir. Meu pai sempre foi do tipo muito religioso que seguia as palavras da bíblia ao pé da letra e ter uma filha lésbica foi uma abominação. Quando ele descobriu que minha amiga era na verdade minha namorada ele fez um escândalo... Destruiu meu quarto, rasgou algumas de minhas roupas, me xingou e me bateu e para completar tudo ele me expulsou de casa, me deixando levar apenas uma mochila com algumas roupas que minha mãe havia montado, ele me deixou na rua... Eu tentei voltar para a faculdade e conseguir um dormitório lá mas eu acabei descobrindo que ele havia trancado a minha matricula. – Brunna suspirou se lembrando dos momentos em que passou. – Eu vaguei pelas ruas de Miami em busca de algum conhecido e de minha namorada mas todos fecharam as portas em minha cara... Eu me via sem chão, sem destino e sem vida... Mas então eu vi um folheto perto da onde eu estava dormindo na rua de que em New York precisavam de camareiras em um novo hotel que havia aberto a alguns dias.

Brunna nem se quer percebeu quando as primeiras lágrimas escorreram de seus olhos deixando que molhasse seu rosto.

- Estão eu fui para New York, pegando caronas eu consegui chegar lá depois de dias viajando. – Brunna tentou encurtar sua história. – Depois de 2 dias eu consegui chegar ao hotel e fazer a minha entrevista de emprego, eu sabia que não conseguiria... Eu estava fedendo por ficar dias sem tomar banho, estava com fome e sem dinheiro mas mesmo assim eu tentei, a minha última chance e quando eu achei que não conseguiria eu fui contratada... – Murmurou Brunna deixando um leve sorriso brotar em seus lábios. – Minha vida começou a mudar depois daquele dia. Eu continuei morando nas ruas porque o dinheiro que eu recebia não dava para pagar um misero sobrado.

Bebendo um gole de seu vinho quente para tentar afastar a estranha sensação de uma bola em sua garganta, Ludmilla olhava para sua noiva percebendo o quanto ela havia sofrido antes de cair como um paraquedas na Ferrari.

- Eu dormi na rua por dias, a cada dia era um local diferente porque os policiais me tocavam da onde eu estava sem ao menos terminar de amanhecer o dia... Depois que eu acordava eu ia ao hotel e tomava um banho no banheiro dos funcionários, lavava minhas roupas lá mesmo com sabonete e as pendurava dentro do meu armário, quando eu passava pela cozinha antes de ir limpar os quarto eu sempre roubava comida o suficiente para matar a minha fome daquele dia e para eles não perceberem.

- E Juliana?. – Lauren perguntou. – Eu lembro que você disse que havia a conhecido lá.

- Juliana havia entrado depois de alguns dias, e logo quando nos encontramos já nos tornamos amigas, era como se uma precisasse da outra, era como se fossemos irmãs sem ao menos percebermos... – Comentou Brunna, Respirando fundo novamente ela deu inicio ao fim de sua história. – Um dia eu estava na rua, já estava de noite eu estava arrumando um dos papelões que eu havia pego do lixo do hotel, eu estava prestes a dormir sobre eles novamente quando uma figura feminina parou a minha frente e me deu abrigo, Juliana havia me acolhido quando eu mais precisava... Quando ninguém me ajudou, quando quem eu menos esperava que fosse me tratar como um lixo, me jogou ao mundo para morrer de fome ou frio, porque de fato eu sentia isso... O frio congelava e a fome doía, mas o que me doía mais era que eu havia sido expulsa de casa pela minha própria família, pessoas que deveriam me amar e me aceitar da forma que eu sou...

- Eu te aceito da forma que você é, e você nunca passará frio ou fome enquanto estiver casada comigo, eu te darei um teto e amor. – Ludmilla acariciou o rosto de Brunna. – Eu prometo a você Bru.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro