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Adeus.

Maratona - (3/5)

Ludmilla sentiu seu corpo parar e quando enfim sua mente voltou ao local seu por direito ela pode perceber estar parada em frente a uma porta. Quanto 302 se destacava naquela porta de madeira clara, Ludmilla não sentia seus pês ou se quer suas mãos, ela apenas olhava para aquela porta fechada, sem rumo, sem coragem e muito menos felicidade por rever seu pai. Ludmilla havia perdido tudo em sua vida e foi naquele momento em que pensou se um dia poderia perder Brunna e se filhos, se algum dia o destino seria quão cruel por arrancar-lhe tudo o que mais amava na vida, se lhe daria esse desgosto.

Mas como se fosse um choque percorrendo seu corpo, Ludmilla  pode sentir o aperto de mão de Brunna, a latina ainda permanecia ao seu lado, foi como se ela tomasse um gole de coragem, no conforto que sua esposa estava lhe passando, Ludmilla colocou a mão na maçaneta da porta, a girou e abriu, e quanto seus olhos encontraram os de seu pai, ela enfim soube o porque veio... Ele a estava esperando e tudo o que ele disse apenas confirmou o que presidiu.

- Eu sabia que você viria minha grande piloto. – Murmurou sorrindo enquanto olhava para sua filha que permanecia parada na porta o olhando.

Os olhos atentos de Ludmilla percorreram cada canto daquele quarto de hospital, a morena sentia seu peito subir e descer rapidamente pela agitação de sua respiração desregulada, os olhos castanhos estavam perdidos, temerosos pela realidade a sua volta, Ludmilla sentia seu coração se apertar e tudo piorou quando seus olhos se encontraram com os de seu pai, deitado naquela cama, sorrindo para a morena que não via a anos.

Ludmilla  se sentia impotente, com medo e sem forças, sentia suas pernas moles como gelatina mas não soube dizer qual era a força que tinha para que permanecesse ali, parada em pé o olhando enquanto seu sorriso era a única coisa que importasse naquela hora, Ludmilla havia visto seu pai no pior momento de sua vida, mas naquele instante ele parecia tão bem...

Talvez apenas parecesse mesmo, porque todos naquele quarto sabiam o que tudo aquilo significava, sabiam que Renato estava com as horas contadas e sabiam principalmente de que não havia mais nada que poderia ser feito.

Marcos, Renato, Brunna, Ludmilla e Silvana.

Todos ali presentes continham tamanho amor por Renato, mas tamanho era o sentimento de ódio entre si.

Ludmilla odiava Silvana, Marcos odiava Ludmilla assim como Silvana... e Renato, amava todos da mesma forma, mas algo em si sabia que amava Ludmilla muito mais do que amava até mesmo sua própria esposa, afinal Ludmilla era seu porto seguro, da mesma forma que ele havia sido para ela a alguns anos.

Sorrindo Renato estendeu sua mão direita para a direção de sua filha que foi de encontro ao seu pai, lhe esticou a mão e pode sentir o toque quente e forte de seu pai, Ludmilla sentia falta dele muito mais do que poderia negar.

- Oi pai. – Ludmilla murmurou o olhando.

- Oi Lud. – Ele sorriu a olhando. – Eu sabia que você viria, mesmo que sua mãe tenha me dito que não, mas eu sentia que viria. – Confessou o homem com um sorriso amargo em seus lábios.

- Silvana não sabe nada sobre mim, é claro que eu viria ver meu pai. – Ludmilla disse o olhando. – Quero te apresentar uma pessoa. – Ludmilla olhou para trás e chamou Brunna com a mão, a mesma caminhou até os dois e olhou para Renato. – Está é Brunna, minha esposa.

- Oh meu deus, você se casou? - O homem perguntou. Após ver Ludmilla afirmar ele sorriu – É um prazer conhece-la Brunna.

- O prazer é, todo meu senhor, Oliveira.

- Oh, por favor, me chame apenas de Renato. – Murmurou o homem sorrindo para a latina.

- Tudo bem, Renato – Brunna sorriu o olhando.

- Sinto muito não poder ter ido em seu casamento filha... as circunstâncias eram complicadas. – Murmurou o homem e logo após soltou um suspiro.

-Tudo bem papa, eu lhe entendo. – Ludmilla sorriu levemente – Mas eu fico feliz por estar conhecendo Brunna, ela mudou completamente minha vida papa, me tornou alguém melhor... Um alguém que eu jamais pensei que existiria.

- Você merece toda a felicidade do mundo meu amor. – Renato sorriu após dizer aquelas palavras. – Mas me conta, você ainda está correndo?

Ludmilla  sorriu ao ouvir aquela pergunta, com certeza passaria horas com seu pai conversando sobre carros de corrida, isso era algo que jamais entenderia, em como a conversa entre os dois Oliveira's sempre terminavam em carros, era algo surreal e as vezes assustador, mas Ludmilla amava aquilo e amava principalmente poder conversar com seu pai novamente sem ter que lhe lembrar quem ela era.

[...]

Horas a fio se haviam passado, Marcos e Silvana haviam ido embora após uma longa briga entre Silvana e Ludmilla para ver quem ficaria com Renato naquela noite, acabou que Renato pediu para que Ludmilla ficasse, afinal ainda teria muitos anos da vida da garota que ele desejava saber.

- Então ele do nada fez a proposta? – Renato perguntou curioso.

- Sim. – Ludmilla sorriu – Eu tinha acabado de tirar o capacete quando sai do carro, aí ele chegou e disse que queria marcar uma hora comigo em seu escritório na segunda feira. – Ludmilla riu – Eu estranhei, achei que ele era algum tipo de maníaco que queria me machucar.

- Não acredito que pensou isso sobre o recrutador da Ferrari. – Renato comentou rindo.

- Ué, eu ia saber... – Ludmilla riu – Naquela época eu era insegura, desconfiava de tudo ao meu redor.

- Meu deus, o que aconteceu? – Renato perguntou curioso.

- Eu fui no escritório dele na segunda e descobrir que eles queriam fazer testes comigo para uma futura proposta para correr com o carro numero 2 da Ferrari. – Ludmilla confessou.

- E você passou. – Renato falou convicto.

- Não só passei como me deram o carro numero um, gostaram tanto da forma que eu corria que me fizeram sua piloto principal.

- Isso é tão...

- Insano eu sei. – Ludmilla respondeu por ele.

- E foi lá que conheceu essa bela moça. – Renato olhou para Brunna.

- Sim, ela é minha assistente pessoal, - Ludmilla olhou para Brunna. – Uma coisa levou a outra e então acabamos nos apaixonando. – Ludmilla olhou novamente para seu pai.

- Estou tão feliz que você tenha seguido sua vida tão bem, sem ficar dependendo de ninguém para a sua felicidade. Isso é tão lindo de se ver.

- É sim. – Ludmilla sorriu e olhou para Brunna. – Papa, tenho que lhe contar outra coisa. – Ludmilla o olhou. – A Brunna está gravida. – Confessou a morena. – Você será avô.

- Eu não acredito. – Exclamou o homem empolgado, - isso é sério? – Ele olhou para Brunna que apenas afirmou e colocou a mão em sua barriga. – Parabéns meninas, isso é tão maravilhoso. – Ele dizia sorrindo.

- É sim, ainda está no começo, não sabemos ainda o sexo por ter apenas alguns meses, mas pra gente não importa se vir menino ou menina, iremos amar da mesma forma. – Brunna disse o olhando.

- Isso é o que importa, o amor entre pais e filhos. Sem discriminação ou preferência. – Disse o homem e logo após olhou para Ludmilla. – Seja para o seu filho a mãe que você nunca teve, seja a melhor mãe do mundo para o seu pequeno bebê.

- Eu serei pai. – Ludmilla disse sorrindo e segurou sua mão. – Queria tanto que estivesse ao nosso lado quando ele nascesse.

- Eu também queria pequena, mas não podemos mandar em Deus, se ele me quer morto então eu estarei.

- Mas ele não te quer morto.

- Não, mas sinto que minha jornada aqui já acabou. – Confessou o homem, eu apenas voltei para me despedir. – Após dizer Renato pode notar os olhos cheios de lagrimas de sua filha. – Não chore Lud, você sabe que isso um dia aconteceria.

- Sim, mas nunca pensei que seria assim, cedo demais.

- Eu tive uma vida maravilhosa. – O homem disse. – Eu amei meus filhos, os criei para se tornarem essas pessoas maravilhosas que são hoje. Eu estou feliz por isso, por saber que não falhei em sua educação e a de seu irmão.

- Eu vou sentir a sua falta. – Ludmilla confessou já chorando.

- Não sinta... Saiba que agora estarei melhor, pararei de sofrer...

- Eu te amo. – Ludmilla disse a se jogou nos braços de Renato, lhe abraçando fortemente.

- Eu também te amo minha grande piloto. – Disse o homem em meio a suas próprias lágrimas. – Agora vá lá levar sua esposa para descansar, ela deve estar cansada da viagem, e agora que carrega meu neto tem que ser muito mimada han? Cuide bem dela Ludmilla, ou eu voltarei para puxar seu pé. – O homem sorriu ao arrancar um pequeno riso de sua filha e nora.

Quando Ludmilla se levantou e olhou pela janela, pode perceber que já era noite, e ela mal percebeu o tempo passar. Conversaram tantas coisas que Ludmilla nem se deu conta que estavam apenas o três naquele quarto.

- Eu voltarei ok? – Ludmilla perguntou e viu Renato assentir.

- Agora vá.

Afirmando Ludmilla  saiu do quarto com Brunna, ao chegarem no corredor as belas mulheres entrelaçaram seus dedos e saíram daquele hospital, em silencio absoluto pois nenhuma palavra era capaz de interromper aqueles corações doloridos e aquelas mentes perturbadas, não se era fácil ver de tão perto alguém importante estar com os dias, ou horas contadas... Não se era fácil perder alguém em que se importava.

Quando Ludmilla enfim foi a primeira a cortar aquele silencio, elas já estavam em um taxi a caminho de um homem em que Brunna havia reservado sua estadia.

- Vou só tomar um banho e voltar, irei passar essa noite com ele.

- Tudo bem. – Brunna disse. – Só coma algo antes de ir.

- Não estou com fome. – Confessou Ludmilla.

- Mas irá comer mesmo assim. – Ordenou Brunna. Quando os olhos de Ludmilla se colocaram sobre sua esposa ela continuou. – Não desobedeça a uma mulher gravida de seu filho.

- Tudo bem. – Ludmilla se rendeu.

Não levou mais do que 10 minutos para chegarem no hotel, como já estava de madrugada, as ruas estavam quase vazias, deixando o trânsito para de manhã. Fizeram o chekin e se encaminharam para seu quarto. Ludmilla foi a primeira a tomar seu banho enquanto Brunna pedia duas refeições pelo serviço de quarto.

Ao se sentar na cama do hotel, Brunna respirou profundamente. Tudo aquilo de hospital e morte estava fazendo seus hormônios se agitarem, ao colocar a mão sobre a barriga ela contou até 10, tentando de alguma forma se acalma e consigo acalma seu bebê que com toda certeza sentia tudo o que sua mãe acaba lhe transmitindo.

- Está tudo bem? – Ludmilla perguntou ao sair do banheiro já trocada e de banho tomado.

- Só os hormônios. – Explicou Brunna.

- Vem aqui. – Ludmilla se sentou ao lado de sua esposa e lhe abraçou fortemente enquanto beijava sua cabeça. – Calma meu amor, estou do seu lado.

Brunna se aconchegou nos braços de Ludmilla e só assim pode suspirar ao se sentir segura novamente, pois era ali, naqueles braços em que toda a preocupação desaparecia e apenas ali ela podia enfim se acalmar de tudo e todos que tentavam lhe afetar. Apenas ali, Brunna se sentia segura de todo o mundo.

- Eu te amo. – Sussurrou a latina.

- Eu também te amo. – Respondeu Ludmilla antes de beijar levemente a cabeça de sua esposa.

Demorou alguns minutos para Brunna enfim se acalmar e sentir que seu filho também estava calmo dentro de si, quando Ludmilla a sentiu relaxar em seus braços beijou-lhe os lábios.

- Vá tomar um banho, irei ficar aqui até você dormir, depois voltarei para o hospital.

- Ok. – Murmurou Brunna ao se levantar e ir tomar seu banho.

Ludmilla esperou sua esposa enquanto arrumava a cama pela qual ela dormiria, ao se deitar ela escutou a porta do banheiro se abrir e de lá sair a mulher mais linda do mundo.

Brunna não vestia mais do que apenas seu baby doll, fofinho e larguinho para não incomodar sua barriga enquanto dormia, era confortável e fresco e Ludmilla o achava sexy demais.

Ao ver o sorriso que sua esposa tinha em seus lábios, Brunna percebeu o que seu corpo causava, apesar de se sentir gorda e pesada o tempo todo ter aqueles olhos castanhos a encarando daquela forma só lhe mostrava o contrário.

- Fecha a boca pra não babar. – Brunna murmurou ao se deitar no lado de Ludmilla.

- Você pode me culpar? – Ludmilla murmurou ao puxa Brunna para seus braços novamente.

- Com toda certeza não. – Confessou Brunna.

Ao suspirar Brunna fechou seus olhos e levou uma de suas mãos a sua barriga.

- Precisamos escolher o nome – Ludmilla olhou para o que Brunna fazia.

- Gosta de algum nome? – Perguntou Brunna.

- Bom, se for menina eu gosto de Jasmine e menino Louis

- São lindos nomes. – Brunna disse a olhando. – O que será que vai ser? Menino ou menina?

- Não sei, mas estou torcendo para ser um menininho. – Ludmilla disse sorrindo.

- Você tem cara de que será uma mãe excelente...

- Eu vou mimar muito, dar muito carinho ao nosso bebê. – Ludmilla se remexeu e beijou a barriga de Brunna que apenas sorria para sua amada esposa.

Era tão apaixonada por aquela mulher que dizer em apenas palavras não seria o suficiente para demonstrar tamanho amor que sentia.

Brunna não conseguia ver sua vida sem Ludmilla e pode-se dizer que Ludmilla tinha a total certeza que vivia apenas para ter Brunna ao seu lado, tendo uma família e cuidando de seu futuro filho que talvez poderiam ter outros filhos pela frente.

A vida estava apenas começando para aquelas belas mulheres e fariam de tudo para serem felizes.

Enfrentariam o mundo se fosse preciso, Ludmilla iria proteger sua Bru e seu filho de todos, mesmo que um dia ela não consiga, ela fará de tudo para retornar e protege-la, porque afinal, Ludmilla a amava e um amor como o delas não poderia se quer um dia ser ameaçado.

A intensidade era tamanha comparada a de alguns casais, algumas pessoas acreditam em amor a primeira vista, outros a almas gêmeas, outros no opostos se atraem, mas no caso de Brunna Gonçalves e Ludmilla Oliveira elas simplesmente foram destinadas a ficarem juntos, e por mais obstáculos que colocassem a frente, as belas mulheres sempre permaneceriam juntas, como uma só, apenas como um só corpo e espirito.

Um amor selvagem, cavalheiro, companheiro e leal.

Um sentimento promissor, confidente, inocente.

Uma pessoa amada e amante.

Apenas uma pessoa.

Quando Ludmilla  enfim se deu conta do mundo ao seu redor, ela percebeu Brunna dormir tranquilamente em seus braços, ela delicadamente se desvencilhou do aconchego de sua esposa e se levantou da cama, trocou de roupa e saiu do quarto de hotel se encaminhando novamente para o hospital pelo qual seu pai estava internado.

Já se passava de 2 horas da manhã quando ela enfim se sentou na poltrona que continha ao lado do leito de seu pai, declinou-a para que o encosto de pé levantasse e assim ela pode olhar seu pai dormir tranquilamente.

Nem parecia o homem que ela havia um dia conhecido, O pai que apareceu apenas alguns anos depois de seu nascimento, por enfim se dar conta que ela era sua filha da mesma forma em que Marcos também era, o arrependimento lhe bateu tão forte que acabou deixando sequelas em seu corpo.

Ludmilla não pode deixar de pegar a mão livre de seu pai, a segurou tão firmemente que Ludmilla de alguma forma queria que sua força passasse para aquele homem tão enfermo.

Olhando para aquele homem, Ludmilla não deixou de lembrar de um dos momentos pelo qual passou com seu pai, quando ainda estava lucido e ela era apenas uma garotinha curiosa.

Já era o 7º dia em que Ludmilla acompanhava seu pai no trabalho, ele era mecânico. Os olhos curiosos daquela garotinha de olhos castanhos não deixava nada passar despercebido, nem mesmo quando um dos mecânicos que trabalhava com seu pai acabou por deixar de soldar um dos parafusos do pneu do carro automobilismo e isso acabou causando um acidente entre um dos pilotos de teste, naquela tarde ela descobriu o que era a morte e contigo também descobriu os riscos de correr tão rapidamente sem saber ao certo se o carro estava perfeito para tal feito.

Naquela tarde quando chegou em casa, a garota não conseguiu comer ou se quer dormir, ela só conseguia pensar e rever a cena do carro capotando milhares de vezes na pista, naquela noite ela pensou que se ela corresse ela poderia correr o risco daquilo lhe acontecer.

O medo lhe atingiu por anos e quando se deu conta de que estava deixando de viver por um medo bobo, quase foi tarde demais, pois seu pai havia sido demitido e as horas que passava perto daqueles carros se foi com o emprego de seu pai.

Sentia-se incapaz, com medo do futuro e curiosidade, porque afinal, naquela idade Ludmilla só conseguia ser curiosa...

Ludmilla Oliveira tinha apenas 8 anos.

Os olhos da morena se fecharam tão rapidamente quanto suas lembranças foram embora, sem perceber ela caiu em um sono profundo, ainda segurando a mão de seu pai, Ludmilla deixava que seu corpo enfim descansasse daquele caos que estava sendo aquele dia e provavelmente do que estava para acontecer, Ludmilla sentia que o pior ainda estava por vir... E ficava ainda pior saber que não poderia fazer nada para mudar isso.

Se sentia incapaz, prepotente e com medo... Ludmilla não conseguia fazer nada para mudar o destino de seu pai, porque se a própria médica que cuida dele há anos disse que não há nada a ser feito, com toda certeza uma piloto de formula 1 também não conseguiria fazer nada.

O sono profundo de Ludmilla acabou sendo despertada quando a morena sentiu o peso de um corpo deitar sobre si, ela se assustaria porém quando sentiu o perfume conhecido preencher o quarto, ela apenas suspirou e abraçou-se ao corpo, sem nem se quer abrir os olhos para confirmar.

- Deveria ter ficado no hotel descansando. – Ludmilla murmurou.

- Não consegui dormir sem você. – Brunna murmurou ao deitar sua cabeça na curva do pescoço de Ludmilla.

- Tudo bem... – sussurrou a morena – Durma agora amor.

Sem dizer mais nada, as belas mulheres dormiram, juntas naquela poltrona, Ludmilla segurava Brunna com um braço enquanto o outro segurava a mão de seu pai.

Mas naquela noite, Renato havia se despedido do mundo pelo qual viveu, de sua esposa, seus filhos e de seu neto.

As exatas 5:27 foi quando o homem deu seu último suspiro, a não reanimação estava programada porque Renato  havia assinado um termo que o deixava a par de tudo, tendo a sua insanidade perfeita o homem decidiu que não era justo sofrer e levar consigo a sua família, porque afinal ele ficou anos sem viver da maneira em que poderia, Renato simplesmente perdeu muito anos numa clínica especializada em Alzheimer,

Renato enfim, pode descansar.

O coração de Ludmilla  sabia o que estava acontecendo, de alguma forma ela não conseguiu mais sentir seu pai quando tocava sua mão, era como se ele não estivesse mais lá, e quando a morena abriu seus olhos ela enfim percebeu que ele de fato não estava mais, e ali, naquele momento Ludmilla percebeu que seu pai havia morrido, ao seu lado, segurando sua mão.

As lagrimas surgiram como cachoeiras em seus olhos, deslizavam tão rapidamente que Ludmilla  mal conseguia ver o que estava a sua frente, chorando em silêncio ela apenas continuava ali, ao lado de seu pai, segurando-lhe a mão enquanto se sentia com medo novamente, era como se Ludmilla tivesse voltado aos seus 5 anos de idade quando sentia medo de tudo e todos ao seu redor, e naquela época Ludmilla tinha seu pai para lhe proteger, era como se ele fosse seu super herói, mas agora... Ludmilla o havia perdido, estava indefesa novamente.

Mal percebeu quando o primeiro soluço saiu independente de sua garganta, acordando Brunna  que ainda permanecia em seu colo dormindo, ao escutar sua esposa, Brunna  a olhou e depois olhou para Renato, ao perceber quando o peito do homem não se movimentava, ela olhou para o receptor que captava seus batimentos, e ao constar a linha continua, ela suspirou e apertou Ludmilla  em seus braços, a abraçando tão forte que poderia lhe causar falta de ar, mas não causou, aquele abraço apenas ajudou Ludmilla a perceber que não estava sozinha, que mesmo sem seu pai, ela tinha Brunna, que ela não estava indefesa e que mesmo não tendo seu super herói, ela agora tinha uma super heroína.

O abraço era quentinho e confortável, Ludmilla se sentia bem nos braços de sua esposa e não era apenas por ama-la, mas também por poder confiar nela, e ter a certeza que não importasse o que acontecesse, Brunna estaria ao seu lado para tudo.

Para simplesmente tudo...

[...]

O dia havia amanhecido como no dia anterior, chuvoso e frio.

O movimento das pessoas parecia passar em câmera lenta para Ludmilla que apenas olhava para um único ponto, todos os seus sentidos, sensações e palavras haviam sumido completamente, ela só conseguia chorar em silêncio. Brunna  estava ao seu lado, segurando-lhe a mão enquanto também segurava o guarda-chuvas com a outra, a latina não havia saído um minuto se quer do lado de sua esposa, pois ela conseguia sentir como Ludmilla estava quebrada por dentro, do quanto sua mulher estava machucada e indefesa, Ludmilla desejou nunca mais ver Ludmilla triste daquela maneira nunca mais em sua vida.

Jurou para todos os seres que existiam que ela a protegeria, mas Brunna sabia que primeiro Ludmilla precisava se proteger de si mesma, superar a morte de seu pai para enfim seguir em frente... E ao olhar para Ludmilla vendo o caixão de seu pai descer ao solo, ela percebeu no olhar esmeralda que não poderia sair de perto da morena um minuto se quer, Ludmilla estava quebrada de mais para ficar sozinha.

Ela poderia fazer alguma coisa contra si mesma, tentando se punir de algo que apenas sua mente conseguia pensar de que ela havia não feito por seu pai.

Brunna deslizou a mão pela qual segurava a de Ludmilla e a colocou sobre sua barriga pela qual já se formava um volume gestacional.

Ao sentir aonde sua mão estava, Ludmilla a olhou e pode perceber o quanto de poder havia naqueles olhos castanhos.

- Nós nunca te abandonaremos. – Brunna lhe disse enquanto apenas encarava as esferas esverdeadas a sua frente.

E foi ali, naquele momento em que Ludmilla percebeu que não importava quem ela perdesse, contando que não seja Brunna e seu filho, Ludmilla superaria.

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