A verdade - parte 2.
- Esse plano é horrível. – Indagou o homem pensativo.
- Ah então me diga algo melhor vovozinho – Resmungou Ludmilla enquanto sentava na maca.
- Primeiro, você esqueceu que está com o pijama desse hospital? Segundo, se passar despercebida pela recepção nessa roupa ai não vai ser nada sutil. – Comentou Simon.
- O que você tem em mente então?
- Você vai usar esse jaleco que estou usando.
- Mas e você? Como vai sair daqui? – Perguntou Ludmilla.
- Vou sair como entrei, um visitante, mas precisamos de um ponto de encontro
- Quando Dayane vem me visitar ela sempre traz um café, deve ter algum aqui por perto, podemos nos encontrar lá.
- Ótimo – Simon olhou Ludmilla se levantar da cama devagar – Tem certeza que consegue andar? Não faz muitos dias em que sofreu o acidente – Murmurou.
- Eu consigo – Ludmilla foi objetiva.
Determinada a fazer o que fosse preciso para salvar sua família, Ludmilla encontraria forças de qualquer lugar que tivesse, a miséria força que tivesse, ela lutaria bravamente até seu último esforço, traria Brunna e seu filho de volta para casa, para seus braços.
Dando início a um plano mal feito, que precisasse urgentemente que desse certo, Simon saiu primeiro pela porta do quarto de Ludmilla, olhou ao redor e assim que notou ninguém estar olhando para si, ele bateu 2 vezes levemente na porta indicando que Ludmilla poderia sair.
E assim a morena fez, portando o jaleco de Simon em seu corpo, Ludmilla saiu como se fosse uma simples médica daquele hospital, caminhou pelos corredores evitando o máximo de pessoas que podia, andando como se estivesse determinada do que fizesse para não passar insegurança para alguém que por alguns milésimos de segundos a olhasse, Ludmilla caminhava pelos corredores daquele hospital em busca da saída.
Ludmilla estava nervosa, nunca tinha feito algo parecido com aquilo algum dia, ela se sentia uma criminal por forjar as regras daquele hospital, Mas Ludmilla estava fazendo isso por Brunna e por seu filho, então Ludmilla sabia que precisava quebrar algumas regras para consegui-los de volta.
Ludmilla entrou em um dos elevadores daquele andar e apertou o botão do térreo, respirando profundamente ela se encostou na parede de metal quando viu que as portas estavam prestes a se fechar, porém o seu momento de paz terminou quando uma voz afeminada pediu que segurasse o elevador enquanto ela corria em direção a ele, Ludmilla sabia que não poderia fazer aquilo porque sabia que quanto menos contato tivesse com qualquer pessoa melhor seria para conseguir sair daquele hospital, então ela simplesmente cruzou os braços em frente ao seu peito.
Mas mesmo assim a mulher conseguiu alcançar o elevador e entrar no mesmo, respirando ofegante a mulher sorriu por finalmente ter conseguido entrar naquele lugar antes que se fechasse, ela ajeitou o jaleco em seu corpo e olhou para Ludmilla que estava encostada na parede metálica do elevador, entretida por não se lembrar daquela medica a jovem a fitava curiosa.
- Nunca te vi aqui, é nova? – A médica perguntou
Ludmilla demorou alguns segundos para pensar em uma resposta, e assim que a obteve ela respirou profundamente tentando controlar as batidas incessantes de seu coração.
- Ah sim, sou de Boston. Vim visitar um paciente e seu caso. – Ludmilla comentou.
- Entendo – Ela murmurou ainda a olhando.
Ludmilla permaneceu de cabeça baixa o tempo todo, sabia que poderia ser reconhecida, por isso assim que as portas do elevador se abriram novamente, Ludmilla passou pela medica com tanta rapidez que os cabelos esvoaçaram pelo vento, e naquela fração de segundo, a medica pode enfim olhar para seu rosto, ela sabia muito bem quem era aquela jovem, sabia muito bem que não era medica algum e ainda mais, sabia que ela estava internada por ter sofrido um grave acidente.
- Espera. – A mulher gritou segurando a porta do elevador que queria fechar novamente – Você é Ludmilla Oliveira, que eu saiba ainda não ganhou alta, aonde está indo?
Ludmilla a olhou e olhou ao redor podendo ver algumas pessoas a olharem, sabia que precisava agir antes que aquele plano fosse por agua a baixo, então ela respirou profundamente quando alguns seguranças começaram a se aproximar, sabendo que se a pegassem ela não conseguiria resgatar Brunna, Ludmilla viu a pequena porta de saída no canto direito da onde estava, ela olhou novamente para os seguranças e correu para aquela porta.
Em busca de sair daquele local, a jovem correu como nunca havia corrido antes, suas pernas doíam por ter ficado aquele tempo todo na cama de hospital e ainda mais por causa do grande baque que teve do acidente, ao tocar a porta Ludmilla respirou profundamente e passou pela mesma, sentindo os raios solares a atingirem brutalmente, Ludmilla percorreu pelas ruas daquela cidade tendo consigo em sua cola os seguranças do hospital, a morena sabia que não conseguiria, mas algo dentro de si exigia que ela tentasse, que fosse mais forte do que jamais foi em toda a sua vida, e ela sabia que esse algo era sua família, Ludmilla arrumaria forças aonde jamais achou que tivesse para poder resgata-los das mãos de Jorge.
E foi naquele momento determinada em tudo o que faria que Ludmilla notou os seguranças cada vez mais longes, a oportunidade de despista-los estava cada vez mais próxima, e foi pensando assim que quando Ludmilla virou uma das esquinas, ela se escondeu atrás de uma lata de lixo em uma das casas perto daquela esquina.
Respirando profundamente por toda a corrida que havia feito, Ludmilla ficou ali enquanto notava os seguranças passarem por ela sem ao menos verem-na, Ludmilla sabia que havia conseguido.
Ficou ali por alguns segundos para ter a certeza que havia despistados os mesmos, mas sabia que não poderia demorar mais do que havia demorado, então a jovem tirou o jaleco de seu corpo e o jogou ali mesmo naquela lata de lixo e foi a procura da cafeteria que havia combinado com Simon, ao entrar na cafeteria pode ver o homem sentado em uma das mesas no canto ao fundo daquele estabelecimento.
- Que bom que conseguiu – Ele disse assim que a olhou se sentar na cadeira a sua frente
- Foi por pouco – A jovem murmurou cansada – Eles quase me pegaram.
- Precisamos ir – Simon disse antes de tomar o ultimo gole de seu café.
Precisavam ir, foi o que Ludmilla pensou, precisava ir... Brunna precisava... Eles precisavam de Ludmilla... Sua família precisava de ti.
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