24
Marc precisava admitir, aqueles deuses sabiam dar uma festa.
Por mais que Maiara tenha os chamado para aquela ocasião a denominando de "reunião", não havia outra definição para aquele amontoado de gente em roupa chique andando e sorrindo com suas taças de champanhe caro se não uma festa.
Pessoas de todas as cores, tamanhos e etinias perambulavam pelo salão decorado em tons de branco, creme e prata, as roupas dos convidados sendo os únicos pontos de cor abaixo dos grandes candelabros. Decoração feita para desmontar os desavisados e esbanjar o poder daqueles que realmente dominavam o ambiente.
As coisas pareciam estar indo bem a primeira vista durante aquela reunião estranha. Desde que chegaram, Marc havia sido apresentado para alguns dos avatares presentes, todos parecendo bem interessados no desconhecido que tinha como patrono um deus que vinha de fora de seu Panteão. Pelo que havia entendido, ele não era o primeiro, mas tal coisa acontecia com tão pouca freqüência que era o suficiente para gerar curiosidade.
Pelo menos em cima dele, já que o foco estava totalmente voltado para Marc. Seus companheiros mau recebiam um segundo olhar após as apresentações não muito entusiasmadas de Maiara. E ao notarem como eram ignorados, três deles se espalharam pelo salão da festa, deixando apenas Layla ao seu lado como sua escudeira fiel.
Miquéias, estando estranhamente calado, se empoleirou em uma das mesas cobertas com toalhas brancas, logo sendo cercado por todos os cantos por mulheres. O que pareceu agrada-lo, considerando o sorriso em seu rosto enquanto se revesava entre dar atenção a todas as moças, sempre galanteador. Não muito distante, parecendo incapaz de permanecer parada por muito tempo em um único lugar, Camila observava todo o ambiente como uma águia. Marc tinha para ele que a mulher havia assumido a função de identificar prováveis perigos e resolve-los antes que ocorressem.
E então havia Verena que reclamou o bar do outro lado do salão como seu posto de vigia. Ou talvez ele devesse chamar de abastecimento, já que desde que sentara lá a uma hora, seu copo mal tinha tempo de ficar vazio antes de outro surgir a sua frente. Aparentemente, ela havia feito amizade com o barman, que não parava de jogar sorrisos galanteadores, dos quais eram ignorados com graça. Ou apenas ignorância, pois pela forma educada com que continuava a conversar com o mesmo, não parecia perceber que o garoto estava arrastando os quatro pneus por ela. Porém quando era Jake a lhe lançar elogios, ela não era tão agradável.
Ao menos era o que ele reclamava dentro de sua cabeça, parecendo estar de mau humor por conta disso e por não poder ir até lá e reclamar os direitos de paquera de Verena para si enquanto Marc guiava Layla na pista de dança em um dos poucos momentos em que conseguiram ficar sozinhos.
— O que está achando de tudo isso? — Layla perguntou enquanto giravam pela pequena pista de dança mais afastada do salão principal. Ali, a luz era mais amena, dando um clima até que romântico.
— Um verdadeiro espetáculo. — respondeu com desprezo. — Ainda me pego perguntando porque aceitei essa coisa toda. Mas então me lembro do perigo que nos cerca apenas por termos sido avatar de Khonshu...
— Essa parte da história ainda precisa ser explicada. Não há garantias que esses monstros iriam atrás de vocês.
— É por isso que estamos aqui, não é? Para descobrir o motivo desses ataques.
— Sim...
Os dois se moveram em silêncio na pista de dança por alguns momentos, a música lenta soando suave e calma em seus ouvidos.
Em um dado momento, enquanto girava Layla pelo salão, percebeu que Verena olhava na 0direção deles parecendo confusa. Um segundo depois voltou a olhar para um homem desconhecido ao seu lado que parecia sorrir convencido.
—Você realmente não sabia sobre ele? — Layla o chamou tentando fixar seu olhar no dele. Ela fazia isso as vezes, quanpdo queria saber respostas realmente sérias. Era como se apenas dessa maneira pudesse ter certeza de que ele estava falando a verdade, buscando profundamente dentro dele.
— Não. — respondeu, sabendo sem questionar sobre quem ela falava. –— Não tinha tido contato com Jake até a noite no abrigo e os apagões.
Layla assentiu, desviando o olhar para o único outro casal que dançava com eles, a expressão fechada. Talvez por ser uma música lenta, uma balada em português do qual ele não compreendia a letra, poucos eram os que desejavam dançar. A melancolia na voz do intérprete era óbvia, o que devia afastar os menos corajosos. A proximidade que aquele tipo de música proporcionava era íntima demais para aquelas pessoas.
— Você não acredita em mim. — Marc declarou, seus olhos percorrendo o salão por sobre o ombro de Layla.
— Não falei nada do tipo.
— Não precisou. — ele a encarou, esperando que seu rosto se voltasse para ele mais uma vez. — As vezes você fala mais do que deseja quando fica calada desse jeito.
— Bem, você não pode me culpar, pode? — ela voltou aqueles olhos castanhos para ele mais uma vez, brilhando com mágoa e fúria. — Você me escondeu Steven, por que não me esconderia Jake também?
— Layla...
— Não, Marc. — interrompeu. — Pensei muito durante esses dias, por mais curtos que tenham sido e cheguei a conclusão de que isso, nós, não vai dar certo.
Marc abriu a boca para falar. Queria dizer a ela que concordava em certo ponto com o que dizia. Ele não era tolo e tentava não se fingir de um na maior parte das vezes. Então tinha consciência do quanto a havia machucado. Não podia culpa-la por não confiar nele, sendo que era o único culpado por tal coisa.
Porém antes de ter a oportunidade de colocar aquilo em palavras, ela ergueu a mão o impedindo.
— Apenas escute, por favor. — pediu com gentileza. — Não vou mentir dizendo que esses meses longe de você foram fáceis. Eu fiquei louca de preocupação. Mas quando Steven me ligou, eu estava pronta para seguir em frente! Na noite anterior, assinei os papéis do divórcio e estava disposta a te esquecer, por mais que doesse. Mas então houve o telefonema e me permiti ter esperanças mais uma vez.
— Não culpo você por isso. — engoliu em seco baixando os olhos. — Sei que errei com você e não achei que fosse esperar por mim. Não desejava isso, inclusive.
— Eu entendo seus motivos agora, mas ainda... — ela mordeu os lábios, desviando o olhar. Mas ele sabia que seus olhos estavam cheios de lágrimas que ela se recusaria a derramar. — Tentei superar isso. Tentei perdoar. Por você. Por mim. Por Steven... Mas não dá, Marc! Não consigo.
— Eu sei.
Marc segurou o queixo de Layla entre seus dedos e a fez olhar para ele. Quando seus olhos se encontraram, ali ele foi capaz de ver toda a dor que causou aquela mulher refletida em forma de lágrimas.
— Quando fugi, sabia que muito provavelmente não teria volta. — explicou, seu coração doendo um pouco mais a cada palavra. — Eu decidi pagar esse preço por sua segurança. Decidi sozinho por algo que deveria ter lhe contado. Mas não posso mudar o passado. Da mesma maneira que não posso te prender a mim depois disso.
— Tivemos algo bonito, não é? — questionou passando os braços em torno dele, um abraço o qual ele retribuiu.
— Sim, tivemos. — concordou beijando os cachos que tanto acariciou.
— Eu te amo, Marc. É só que... — uma pausa. — Não acho que você confie em mim. E não me entenda mau, sei que me ama. É só que... Acho que merecemos mais um do outro. Não quero que fique se machucando para me dar o que preciso.
— Não desejo isso para você, muito menos.
— Desculpe, Marc. – ela se afastou para olharem um no rosto do outro.
— Amor nem sempre é suficiente. — deu de ombros, tentando não se render a tristeza também.
— Não me olha com essa cara! — pediu tentando rir. — Permanecerei por perto. Como amiga. Sua e de Steven, já que Jake ainda é uma incógnita.
— Fico feliz em saber disso. — sua voz quebrou, não apenas a dele, como a de Steven. O homem havia permanecido calado até o momento, mas agora, tendo seu coração partido pela primeira vez, parecia sofrer tanto quanto Marc.
Ambos se olharam uma ultima vez e por fim a música acabou.
Se soltaram do abraço e com um único beijo na testa de Layla, Marc ae afastou.
—
Noite difícil?
A voz masculina chamou, fazendo Verena erguer o olhar de seu copo vazio. Era o segundo ou terceiro que ela esvaziava em uma velocidade nada saudável, mas não poderia dizer ao certo. Havia parado de contar após trocar da champanhe para o conhaque, sua mente precisando de algo mais forte para se manter no lugar. Ou melhor, para fugir do lugar de antes. Sabia também que talvez não deveria estar misturando álcool com os antibióticos que estava tomando para seus ferimentos. Mas a bebida estava fazendo mais para aliviar a dor do que os remédios.
O homem parado ao seu lado era bonito. Talvez mais que isso e não dizia apenas por ter seu julgamento afetado pelo álcool. Ele era realmente bonito! Se olhasse bem, o rosto bem desenhado com olhos castanhos claros e barba por fazer, o homem poderia passar facilmente por uma beldade de novelas. Talvez um galã de trama das nove. Porém, se fosse apenas isso, Verena teria apenas desviado o olhar e seguido adiante pedindo outra dose de bebida. Mas havia mais. Junto daquela beleza que deveria ser considerada criminosa, o homem tinha um maldito magnetismo que tornava impossivel ignora-lo.
— Perdão? — ela piscou algumas vezes, tentando se encontrar no mundo com aquele sorriso direcionado para si.
— Você não parece estar tendo a noite mais agradável do mundo. — respondeu deixando seu cotovelo apoiado na bancada do bar. — O que não é aceitável considerando que estamos em uma festa.
— Na verdade, vim parar aqui como uma quase penetra achando que era uma reunião de negócios. — seus olhos relutantemente se desviaram do homem para o barman, pedindo mais uma bebida.
— Claro. Vi você chegando mais cedo com o avatar egípcio. Maiara quase não soltou o braço dele durante toda a noite. — debochou tirando o chapéu branco da cabeça para passar a mão pelo cabelo castanho. Era um tanto estranho que alguém usasse um acessório daqueles em uma festa como aquela. Mas ela não iria julgar. O que sabia sobre as regras de vestimenta dos deuses?
— Bem, se dependesse dela tenho certeza que ainda estaria arrastando Marc pela gravata por todo o salão. — talvez fosse o álcool, mas Verena não conseguiu esconder o amargor em sua voz. Ver aqueles homens olhando para Layla como se ela fosse a única estrela no universo era uma coisa, ver Maiara sorrindo e se jogando em cima deles era outra totalmente diferente.
Pensar nos sorrisos que a avatar de Ticê lançava para Marc durante toda a noite trazia um gosto amargo a sua boca que não tinha relação alguma com o conhaque que virava garganta abaixo. Desde que saíram do apartamento horas mais cedo, Verena não conseguia ignorar as pontadas em seu peito sempre que via Steven ou Marc próximos de Layla, com seus olhares apaixonados que a cacheada parecia não ver. Isso tinha sido motivo o bastante, ao menos na cabeça dela, para entornar duas taças de champanhe seguidas logo que chegaram para tentar apagar aquela chama dolorida. O conhaque era para a impedir de voar no pescoço de Maiara a cada vez que ela segurava o braço de Marc como se ele fosse sua posse.
— É a primeira vez que sente isso, não é? — o homem a questionou mais uma vez, agora os dois braços sobre o balcão enquanto se colocava o lado dela, o cotovelo quase a tocando. — Da para ver a inexperiência apenas pelo brilho voraz em seus belos olhos.
— Do que diabos você está falando? — ela o encarou irritada, esperando encontrar o sorriso brilhante do desconhecido, mas vendo em seu lugar as sobrancelhas franzidas de Marc.
Verena piscou confusa, olhando para o espelho atrás do bar para confirmar que Marc ainda estava na pista de dança, girando lentamente com Layla em seus braços. Ver aquilo enviou mais uma pontada de dor em seu peito, mesmo de longe sendo capaz de ver os olhos apaixonados do homem para sua parceira.
Quando olhou mais uma vez para o homem ao seu lado, outra pontada de dor ao ver aquele mesmo olhar direcionado a ela. Mas não era real. Não podia ser real! Não era Marc ali, ou Steven e muito menos Jake. Era um estranho vestindo o rosto deles. Isso ou ela estava muito mais bêbada do que achava. Mesmo desconfiada da primeira opção, afastou seu copo ainda cheio pela metade.
— Talvez essa tenha sido uma boa ideia. — o homem falou, até mesmo a voz era como a de Marc.
— Quem é você? — questionou querendo dar um passo para longe daquele clone, mas se descobrindo incapaz.
— No momento, apenas alguém curioso. — ele inclinou a cabeça, se aproximando ainda mais de Verena, os rostos muito próximos.
Mesmo sabendo que aquele não era o Marc verdadeiro e que o olhar brilhante e apaixonado era tão falso quanto uma nota de três reais, Verena não conseguiu impedir que seu batimento cardíaco acelerasse, que sua boca se abrisse e os olhos caíssem em direção aos lábios iguais aos de Marc. O homem estava próximo demais, o calor de seu corpo muito perto do dela a deixando tonta. No fundo de sua mente sabia que deveria sair dali, fugir de quem quer que aquele homem fosse, mas suas pernas não lhe obedeciam. Seu corpo não era mais seu.
Era uma sensação aterrorizante!
Se sentia prestes a ceder aquele último fiozinho de sanidade que a mantinha de olhos abertos quando ele se afastou, o rosto de Marc se dissovendo como uma neblina. Por baixo, o rosto do homem desconhecido voltou a surgir.
Verena engoliu em seco, finalmente dando dois passos para trás, querendo ficar o mais longe possível daquele ser. Não precisava pensar muito e nem mesmo estar sóbria para saber que ele era perigoso.
— Como imaginei. — ele sorriu voltando a colocar seu chapéu. — Você está caidinha pelo avatar!
— O que? — ela balançou a cabeça confusa. — Do que tá falando? E acho bom falar logo quem é você e me dizer que porra toda foi essa aqui!
— Calma! — ele riu de leve e estendeu a mão. — Meu nome é Guto.
— Então, Guto... — falou a mercenária ignorando completamente a mão a sua frente. — Vai me dizer que truquezinho de avatar foi esse ou vou ter que lhe dar um tiro?
— Uma pena realmente seu coração já ter dono. Seria divertido brincar com você. — ele falou negando com a cabeça, ainda sorrindo como se muitas imagens obscenas estivessem passando por aquela cabeça. — Não que eu não possa dar um jeito nisso. Mas você não me parece o tipo de pessoa que se contentaria com outro homem, mesmo sendo capaz de vestir o rosto daquele que você deseja.
— Acho bom começar a falar. — rosnou se sentindo irritada.
— Tudo bem, bela flor. — ele ergueu as mãos. — Como disse, me chamo Guto. Mas não sou nenhum avatar. O que você acabou de ver foi apenas um truque que uso quando encontro alguém de meu interesse. É bem útil quando saio das águas em noite de lua cheia.
Verena o avaliou e deixou aquelas falas se encaixarem em sua cabeça. O homem se vestia todo de branco, usava um chapéu trazendo uma única faixa rosa o envolvendo. Aquele papo de lua cheia era uma boa dica, assim como aquele magnetismo que o cercava mesmo agora quando ele não parecia nem estar tentando.
— Você é o Boto. — concluiu ela fechando os olhos, um sorriso incrédulo e levemente irritado surgindo.
— Em carne e osso, bela flor. — ergueu o chapéu rapidamente. — E desculpe se a deixei desconfortável. É que simplesmente não resisti ao ve-la aqui sozinha, enquanto o alvo de sua paixão dança por aí.
— Então achou que conseguiria me encantar usando o rosto de Marc?
— Você pode me condenar por isso? — piscou os olhos com falsa inocência. — Não sou capaz de resistir a mulheres solitárias e de olhares tristes. Elas são meu ponto fraco.
— Tenho certeza que será capaz de encontrar outra dessas por aí.
— Eu sei. Mas nenhuma será tão cativante quanto você.
— Pelo amor de Deus! Você realmente é o comedor de casadas mais famoso do país com esse papo? — Verena bateu as mãos sobre o balcão, mas a reação dela apenas pareceu o divertir.
— Não exatamente! — riu. — Estou apenas tentando distrai-la. Se ainda estivesse tentando te seduzir, você não teria como me dizer não.
A voz havia ficado mais profunda ao final da frase e Verena podia jurar que aqueles olhos escureceram até um tom muito conhecido de castanho.
— Pare! — pediu se afastando mais uma vez.
— Relaxe! Não vou te levar daqui. — tentou tranquiliza-la. — Por mais que eu queira, sei entender quando uma mulher me rejeita. Mesmo sem palavras. Não sou um crápula!
— Sei...
— Minha fama realmente não me favorece.
— Você não pode nos culpar, pode?
— Olhe, pelo menos eu não afogo ninguém nos rios como a Iara. Acredite em mim, aquela mulher não é nada boazinha!
— É. Você apenas conquista mulheres por aí e as abandona grávidas. Realmente muito melhor!
— Ei, eu tenho ciência de cada filho meu que deixei no mundo. — ele falou parecendo sério pela primeira vez na conversa. – Apenas não posso ficar ao lado deles. E isso me mata um pouco a cada dia.
— Então por que continua voltando a terra conquistando mulheres? — Verena questionou, realmente querendo entender.
— Elas precisam de mim. — deu de ombros. — E eu preciso delas. Não espero que entenda. Mas é isso.
— Seres mitológicos e suas desculpas! — revirou os olhos. — Não podia usar camisinha, não? Ou ao menos deixar uma pílula do dia seguinte?
Guto apenas riu das falas de Verena, porém não deu nenhuma resposta. Muito menos parecia que iria lhe dar uma para explicar seus atos e no fim, a mercenária nem sabia se realmente queria. Era um problema dele, assim como das mulheres que seduzia e dos maridos corneados delas. Ela tinha problemas demais na cabeça e não precisava se distrair com aquelas coisas. Mesmo que seu olhar insistisse em voltar para o espelho, vendo Marc e Layla agora parados na pista de dança, abraçando um ao outro de maneira íntima demais.
— Se me permite dar um conselho. Não se limite a apenas observar de longe. — falou o boto próximo ao seu ouvido. — Se vai ficar miserável e de coração partido, ao menos passe a viver isso tentando. Não aqui bebendo até ficar tonta enquanto se morde de ciúmes. Conte a ele o que sente e deixe as coisas acontecerem. Você pode ficar surpresa com as respostas.
Verena virou sua cabeça para explicar ao boto intrometido que não poderia simplesmente entregar seu coração a alguem que já havia dado o dele para outra pessoa. Mas no lugar onde antes estava Guto, nada mais havia. Ele havia praticamente evaporado como se nunca houvesse estado ali. A mercenária apenas sabia que aquela conversa havia sido real e não apenas um delírio de sua mente alcoolizada por conta de um presente. Sobre o balcão ao lado de seu cotovelo, Guto havia lhe deixado regalo. Um belo e redondo cravo cor de rosa.
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