08
Assim que entrou em seu quarto de hotel, Verena buscou o computador em sua mala e passou a buscar notícias sobre alguma confusão próxima a região onde a base de Catarina ficava.
Não demorou muito até conseguir achar algumas matérias sobre um tiroteio em uma cidadezinha próxima a Maceió. Foi o mais próximo que conseguiu chegar da base em si, considerando que todas elas tinham sua localização apagada dos mapas oficiais. Mas o que viu nas imagens foi o suficiente. Não haviam sido apenas tiros o que matou Catarina. Algo bem pior estava relacionado.
Casas queimadas, corpos quase impossíveis de serem reconhecidos e muitos mortos. O número era exorbitante, grande o bastante para nem mesmo a organização de Fátima conseguir encobrir. Se aquilo havia chegado as mídias, só conseguia imaginar o que não poderia estar encoberto por baixo dos panos. E no meio de tudo aquilo, estaria Catarina.
O que havia acontecido naquele lugar para matar uma mulher como ela? Uma das melhores, se não a melhor agente de sua geração. Uma pessoa que colocava medo em seus inimigos apenas pelo citar de seu nome! Não tinha mais como negar que a presença de Miquéias podia ser mesmo necessária se algo como aquilo estava acontecendo.
E falando no diabo, não demorou muito para que o tal entrasse em seu quarto com a respiração ofegante, um curativo mau feito no nariz e os olhos castanhos arregalados lhe dando a notícia que ela no fundo já esperava.
— Eles fugiram.
— E você ta surpreso por quê? — questionou ela guardando seu computador e pegando sua arma já carregada. Apesar de não pretender atirar em nenhum dos dois, tinha uma regra de nunca sair desarmada. Nunca se sabia quando iria precisar. — Onde foi o último lugar em que foram vistos?
Verena sabia que aqueles dois não iriam simplesmente aquietar o facho e esperar que fossem levados para uma desconhecida que muito bem poderia estar associada a máfia. Então, não a surpreendeu em nada aquela notícia, só lamentou que tivesse que parar de procurar sobre o ataque em Maceió para ir atrás das duas crianças birrentas.
— Saída de descarte de lixo. Levaram pouquíssimas coisas além de uma mochila. Os aparelhos de celular permanecem no quarto. E eles roubaram um carro.
Plano inteligente. Pelo menos tinham algo decente em mente depois de serem burros o bastante para ir contra as recomendações dela. Aquela seria uma longa noite e Verena não via a hora daquela missão terminar de vez.
— Tudo bem. Pegue o carro e avise os seus amiguinhos para ficarem de olho nas estradas, se possível isso faça desviar o trânsito de civis para longe da rota que eles possam ter tomado. Quanto menos gente pra fazer volume, mais fácil encontrar quem queremos. Encontro você em dez minutos no estacionamento.
Verena saiu do quarto com sua bolsa pendurada no ombro e as chaves do quarto no outro. Após encerrar as contas de dois dos quartos, o que deixou o atendente totalmente confuso, Verena foi para o estacionamento, entrou no carro e pegou as chaves das mãos de Miquéias, decidindo que iria dirigir dessa vez. Não estava com a menor paciência para o modo de idosa prudente do homem, sem falar que a chuva batento na lataria só o deixaria ainda mais ansioso.
— Para que lado vamos? — questionou Miquéias entrando no lado do passageiro e colocando o sinto. Mau Verena tinha ligado o carro e ele já se agarrava na porta com tanta força que seus dedos ficaram brancos.
— Pelo mesmo caminho que viemos. — declarou a mercenária saindo do estacionamento. — Eles não conhecem a área direito e Marc passou o caminho todo avaliando a estrada. Seria a coisa mais prudente a se fazer voltar para o aeroporto ao invés de se afastar dele. Sem contar que esperam que o sigamos exatamente para o lado contrário.
Miquéias apenas concordou com a cabeça enquanto eles entravam na rodovia e Verena pisou fundo no acelerador.
A velocidade com que se moviam eram bem maior do que a recomendada, chegando inclusive a ser perigosa. Porém, precisavam alcançar os dois fugitivos antes do amanhecer. Então, por mais que quisesse ser empática com o homem ao seu lado e ir mais devagar para impedir que ele tivesse uma síncope, Verena continuou a dirigir perigosamente, os limpadores se movimentando freneticamente para afastar as gotas pesadas de água que batiam no parabrisa.
— Qual carro estamos procurando? — perguntou ela desviando de um carro que ficou buzinando atrás dela. Precisava dar créditos a equipe de Miquéias, em outro momento aquela rodovia estaria tão cheia de carros que mal estariam se movendo.
— Um Fiat Uno azul escuro. Modelo antigo. — respondeu, os olhos fechados muito apertados. Após engolir em seco pelo que pareceu a décima vez, lhe ditou a placa.
A mulher sabia que tentariam algo do tipo, tinha tentado não criar expectativas de que seguiriam seus concelhos e ficariam em seus quartos como pessoas obedientes, porém mesmo assim, se sentia cheia de raiva por ter que lidar com aquilo. Custava eles irem com ela até seu destino tranquilamente? Precisavam mesmo fazê-la sair de seu quarto quentinho do hotel em uma maldita madrugada fria de junho em São Paulo?
Já era quase uma e meia da manhã e a chuva começava a dar uma mínima trégua, mesmo que ao longe ainda se ouvisse alguns trovões. Verena queria aumentar a velocidade, mas com a pista molhada, sabia que não era prudente. Isso a deixava impaciente e irritada, porém seu humor melhorou logo em seguida quando os faróis de seu carro refletiram em um veículo logo a frente, iluminando uma placa satisfatóriamente familiar.
— Peguei vocês! — ela riu de forma que até mesmo o assustado Miquéias a encarou.
Voltando a ignorar a chuva, Verena pisou no acelarador e se pôs a perseguir o carro a frente com um foco quase assassino. O pobre fiat uno a frente, capenga como estava, não foi páreo para o carro mecanicamente alterado de Miquéias, então logo, a mercenária conseguiu ultrapassar o carrinho azul meia noite e fazer uma curva que a permitiu parar de forma atravessada na pista, impedindo aqueles fugitivos de continuar.
Ela nem se importou de desligar o carro antes de abrir a porta e sair com sua pistola já na mão. Sentindo a garoa molhar seu rosto, Verena ergueu os braços e apontou a arma até conseguir atirar nos dois pneus dianteiros do fiat. O carro deu um tranco e do volante, a mulher pode ver facilmente o olhar raivoso de Marc Spector lhe fuzilando.
Sem esperar que Miquéias a seguisse, já que o homem metido a garanhão ainda estava agradecendo a Deus por estar vivo retirando o cinto na velocidade de uma lesma, Verena andou pisando forte até o monte de lata azul que parava a poucos metros cantando pneus e ao chegar, abriu a porta do motorista com um único puxão.
— Eu avisei vocês! — ela rosnou puxando Marc para fora pela gola de sua camisa. Se sentia tão irada que nem se importava com a forma ameaçadora que aquele homem a encarava. — Fugir só vai cansar a todos nós e me deixar muito puta da vida!
A última palavra de Verena foi pontuada com o impacto de seu punho acertando o queixo de Marc.
Certo, poderia ter sido uma reação bem exagerada. Socar a cara de alguém por ter tentado escapar dela não deveria ser sua única reação e geralmente ela conseguia ser bem mais controlada. Porém, naquela noite estava se sentindo em seu limite com sua cabeça repleta de pensamentos confusos e emoções desagradáveis das quais tentava evitar durante toda sua vida desde a morte das irmãs.
— O que infernos estavam pensando? — continuou gritando enquanto tentava olhar nos olhos de Marc. — Achou que não iria alcançar vocês? Ou que iriam se enfiar em um maldito avião sem documentos? Vocês nem mesmo conhecem o país!
Marc ainda parado na lateral do carro, passou a mão no queixo enquanto voltava seu olhar para ela de maneira vagorosa. Ela viu seus olhos escuros brilhando com raiva, viu o sangue quente escorrendo do canto de sua boca e também percebeu que ele tentava se controlar para não revidar o golpe. Até mesmo sua respiração estava diferente, mais ofegante e os ombros tensos.
Mesmo assim, ela não recuou. Nunca teve medo de cara feia. Mas Layla parecia temer que ele fizesse alguma coisa, pois logo estava ao lado deles, uma mão no ombro de Spector.
— Marc... — a voz de Layla chamou. — Não...
Qualquer que seja a frase que a cacheada tivesse tentando falar foi interrompida por um grito estridente e sobrenatural. Todos, inclusive Miquéias que só naquele momento Verena notou a estar segurando, olharam em volta assustados, esquecendo por um momento da tensão entre Marc e a mercenária.
— Que merda vai acontecer agora? — Verena berrou jogando as mãos para o lado.
— Vere, é melhor a gente ir. — Miquéias disse parecendo preocupado enquanto tentava puxar a mulher para trás — A gente tem que sair daqui! Agora!
— O que foi isso? — Marc questionou.
— Explico no carro. — continuou o outro. — Mas precisamos sair daqui. Agora mesmo! Antes que...
A frase permaneceu inacabada. Verena estava odiando essas falas incompletas e se encontrava prestes a xingar Miquéias quando viu sua expressão.
O rosto bronzeado estava pálido, até mesmo os lábios rosados tinham perdido a cor por baixo da barba por fazer. A mão em seu ombro estava tremula e os dedos que tocavam seu pescoço haviam ficado gelados. Não era muita coisa além de viagens de carro em alta velocidade que deixavam aquele homem em tal estado apoplético. Porém, quando Verena seguiu aqueles olhos arregalados, deu para entender o motivo do choque.
Parado a poucos metros fora da estrada, estava uma criatura humanóide. Seus braços pareciam se esticar para muito além dos joelhos e suas costas eram recurvadas, deixando um calombo bem acima da cabeça coberta de cabelos. Mesmo todo corcunda, a criatura parecia mais alta do que qualquer um deles.
— Miquéias, o que é aquilo? — Verena perguntou se deixando ser puxada para trás, os dois dando passos muito lentos em direção ao carro escuro deles ainda ligado.
— Um dos problemas que fez Fátima me mandar vir aqui.
Um relâmpago brilhou no céu por segundos, iluminando rapidamente a criatura assombrosa. Se aquela coisa já era feia no escuro, quando foi vista sobre a luz, era muito pior.
Ele não tinha pele. Seu corpo era apenas couro seco e repuxado sobre os músculos magros e quase esqueléticos. E aquilo que era possível ver de seu rosto entre os longos fios de cabelo sebosos, eram apenas os buracos escuros dos olhos e uma boca cheia de dentes podres.
— Corre. — anunciou Marc após notar algo que era ainda mais aterrorizante que a criatura em si. — Corram, agora!
Layla foi a primeira a se mover, contornando o carro azul inútil e disparando em direção ao outro atravessado na estrada. A criatura no acostamento, que não estava sozinha, soltou outro berro de estourar os tímpanos e correu atrás dela.
Miquéias também correu, abrindo as portas do carro com pressa tentando evitar os monstros que os perseguiam. Verena e Marc também correram, mas pareciam se manter mais lentos de propósito. A mercenária esperando a oportunidade certa para conseguir atirar e Marc... Bem, ela não sabia o que Marc estava pensando em fazer, mas esperava que fosse algo muito bom, porque aquelas coisas haviam alcançado o pobre do fiat e quando pularam em cima dele, a lataria amassou que nem papel.
— Quantos dessas coisas você acha que tem? — Marc lhe perguntou sem tirar os olhos dos bichos.
— Uns cinco, talvez... — respondeu ela erguendo a arma. — Quatro se eu conseguir derrubar um.
Verena apontou a arma para o monstrengo mais próximo e puxou o gatilho ao mesmo tempo que a voz de Miquéias gritou um "não" desesperado. Ela não entendeu imediatamente o porque daquilo, já que tinha conseguido acertar a cabeça do bicho de forma certeira. Mas logo ela entendeu. Ao invés de cair duro como ela desejava, a criatura soltou outro berro e pulou em cima dela, a derrubando no chão.
Verena gritou de dor quando os dentes estragados da criatura morderam sua mão, arrancando a pistola de seus dedos e quase os levando junto. Outros gritos eram ouvidos do lado de fora da luta que ela travava com o cara de múmia, mas dos quais ela não dava muita atenção já que tentava impedir que as garras gigantes cortassem seu rosto e que aquele bafo de tumba a fizesse desmaiar.
Verena se debatia no chão, tentando se livrar da besta, mas com seus braços segurando as garras e as pernas presas embaixo daquele corpo nojento, ela mau tinha espaço para tentar dar um golpe decente. Estava quase usando sua cabeça para acertar o rosto feioso que se aproximava do seu, a saliva daquela coisa escorrendo pelo queixo, quando o peso foi arrancado de cima da mercenária e ela se viu livre para se levantar.
Ofegante, Verena olhou na direção de quem a tinha ajudado, encontrando Marc vestido com seu traje de capa de super herói, assim como Layla, que lutava contra outras duas criaturas, as cortando com duas asas cheias de lâminas tentando derruba-las, porém sem sucesso. Aquelas coisas pareciam invencíveis!
— Não fique parada, mortal! Lute ou morra nas mãos desses seres sombrios!
Verena olhou para trás assustada ao ouvir a voz cavernosa ao mesmo tempo que se perguntava como aquele pássaro decomposto tinha sido libertado. Considerando que ele estava usando aquele seu cajado para afastar uma das criaturas para longe de Verena, ela decidiu lidar com aquilo mais tarde e correu para o carro a fim de pegar outra arma.
— Você não vai conseguir mata-los com isso! — Miquéias surgiu o seu lado, parecendo lhe dar cobertura. — Essas coisas já estão mortas. Você precisa dar fim ao corpo deles. Uma bala não é suficiente!
— O que você sugere, então? — Steven, em seu terno branco impecável, apareceu por cima do carro, chutando uma das criaturas para longe. — Eles não caem também com golpes nem quando perdem a cabeça.
— Qualquer ferida causada não vai tirar eles de combate. — explicou Miquéias. — É preciso acabar com os corpos. Não deixar nenhuma parte para se remontarem. Da última vez usamos ácido... Mas não tem isso aqui. Então...
— Vamos usar fogo! — Layla gritou após cortar um monstro ao meio. — Mesmo que sobrem as cinzas, nos dará tempo para escapar enquanto eles juntam suas migalhas.
— Certo... Porém onde...?
Steven pulou de cima do carro para o chão e Marc assumiu o controle logo em seguida. Khounshu estava a frente, segurando o grupo de criaturas enquanto os quatro se agrupavam para pensar em um plano, mas dava para ver que não iria durar muito tempo. Aquelas coisas pareciam sugar a energia do deus, o deixando translúcido a cada segundo. A situação ficava cada vez mais preocupante.
Verena olhou em volta, pensando no que poderiam usar para mandar aquelas coisas para o inferno. Porém não havia muito o que pudessem fazer para queimar os cinco de uma vez. Ela queria ter um lança chamas, mas era muito difícil encontrar um daqueles no Brasil e duvidava que Miquéias tivesse um no porta malas. Ela se sentia cada vez mais inquieta, sabendo que cada segundo era crucial quando seu olhar recaiu sobre o pobre carrinho azul amassado.
Verena olhou para Marc ainda ao seu lado e ele também tinha olhado para o carro. Percebendo que ambos tinham tido a mesma ideia, a mercenária assentiu para o homem mascarado e saiu correndo puxando seu insqueiro do bolso. Nunca tinha se sentido tão feliz por ser uma fumante.
A mulher saiu correndo em disparada para o carro com Layla e Marc logo atrás. Os dois pareciam surreias naqueles trajes e ela sabia que estavam se segurando para acompanhar sua corrida de ser humano comum. Ao chegarem até o fiat, Verena foi direto para a entrada de combustível lacrada. Nem mesmo precisou pedir antes que Layla usasse suas asas para cortar o fecho.
— Precisamos atraír aquelas coisas para cá. — disse Verena sentindo o cheiro forte de combustível encher suas narinas.
— Eu cuidarei disso, fêmea humana.
Verena ergueu o olhar e viu o deus da lua ainda lutando contra as criaturas. Suas roupas de bandagens estavam totalmente rasgadas, ficando ainda mais penduradas do que o normal em seu corpo ossudo. A mercenária tremeu levemente ao ver a cena. Se aquelas coisas eram capazes de fazer aquilo com um deus, o que não poderiam fazer com eles?
A mulher concordou com a ideia, tendo um passo do plano resolvido. Mas vendo o olhar preocupado da cacheada, a mercenária sabia que ainda havia outra parte crucial sem solução. Precisariam explodir o carro, isso era óbvio. Mas alguém precisava ficar para trás para acender a faísca próximo o suficiente da entrada de combustível para ser efetivo. Porém, muito certamente não haveria tempo para a pessoa infeliz fugir antes de virar churrasco.
— Vão. — Marc disse roubando o isqueiro das mãos de Verena.
Layla assentiu e disparou para o carro escuro, entrando no veículo logo no banco do motorista, se preparando para escapar dali antes mesmo do inferno começar. Verena queria saber qual era o problema dela. O cara por quem ela parecia apaixonada estava prestes a se explodir com um carro e ela o deixava para trás? Que tipo de relacionamento era esse?
— O que você ainda ta fazendo aqui? — gritou Marc. — Vai pro carro!
— Você ta louco? Sabia das suas questões mentais, mas não imaginei que queria se matar! — retrucou ela.
Em cima do carro azul, Kounshu surgiu como mágica, fazendo as criaturas correrem na direção deles como um bando de hienas famintas em cima de uma carcaça. Os berros e rosnados que soltavam eram dignos de um filme de terror. A mulher sabia que aquilo iria ficar em seus sonhos por semanas.
— Eu sei me virar! Agora sai daqui! — Marc a empurrou para longe, mas a mesma apenas cambaleou para trás.
— Não! — bateu o pé. — Você vai acabar se matando!
— Porra! — xingou ele, talvez percebendo que ela não o deixaria para trás para morrer assim. Vamos lá, ela podia ser uma mercenária que adorava dinheiro, mas não era insensível ao ponto de deixar ele morrer carbonizado. – Eu não vo... Ah, foda-se!
Parecendo desistir de dar qualquer explicação para ela ao ver que estavam praticamente sem tempo, Marc agarrou a cintura de Verena logo em seguida e a puxou de encontro ao seu corpo. A capa branca logo foi enrolada nos dois e com a mão livre, o homem acendeu o isqueiro. A mercenária estava chocada demais olhando os bichos subirem em cima do carro, as garras rasgando o metal como se não passasse de um incômodo para se quer reclamar da ousadia de Spector. Ou mesmo para o impedir de jogar o objeto acesso no buraco que cheirava a gasolina assim que o grupo de cinco animais chegou no local desejado.
Nem meio segundo depois, Marc disparou para longe do veículo ainda com Verena nos braços, porém, não rápido o bastante para estarem a uma distância segura quando um estrondo soou e o mundo explodiu em milhões de pedacinhos.
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