Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

05

— Sim, apesar dos imprevistos, tudo correu bem.

— Você é muito otimista ou muito burra se acha que tudo correu bem apenas por estar conseguindo traze-los pra cá.  — a voz irritada soou do outro lado da linha fazendo a mercenária revirar os olhos.

Ela odiava ter que fazer relatórios para Fatima. Porém odiava ainda mais ter de passar os acontecimentos de suas missões para algum de seus subalternos. Eles eram ainda mais temperamentais que sua chefe e alguns, como aquele com quem ela falava, pareciam ter um ressentimento especial em relação a ela. Mas não era culpa de Verena se era a pessoa que pegava as missões mais interessantes!

Outra coisa que a incomodava era saber que se Fátima não estava recebendo o relatório ela mesma, as coisas não estavam boas. Ela só fazia isso quando estava de mau humor sobre algo que Verena fez. Ou naquele caso, algo que ela pode não ter feito.

Desde o momento em que se prestou a ligar afim de passar o longo relatório sobre como havia sido seu dia, Verena sabia que a mulher não ficaria satisfeita mesmo conseguindo o que queria. Fazia parte de sua personalidade nunca se ver totalmente realizada com algo, mesmo quando tudo ocorria sem desviar por um minuto do planejado. Depois que percebeu isso, Verena apenas desistiu de tentar fazer tudo certinho e meteu o foda-se. Quando conseguia fazer direito, o fazia e quando não, só se virava como dava. De uma forma ou de outra, Fátima teria o que reclamar. Só não esperava que ela reclamasse antes mesmo de saber o que aconteceu.

— Pelo menos da minha parte, tudo correu perfeitamente bem. — Verena disse ao telefone e em seguida tomou um longo gole de seu café. — Estou com o deus pássaro na caixa e o homenzinho dele ao meu lado indo até o Brasil assim como disse que faria. Tudo correu bem!

— Trabalhar com você é sempre um tormento! — reclamou Vitório, o reclamão da vez do outro lado da linha. —  Já falei para Fátima que as dores de cabeça que você causa não valem a pena!

— Não posso dizer que fazer negócios com você também é uma maravilha! Pelo menos compenso as dores que causo com um trabalho decente e muito lucro! Não sou como você que só fode com tudo toda vez! Inclusive, esse é o motivo pelo qual ela me manda nessas missões no seu lugar!

— Puta irritante!

— Obrigada! — agradeceu ela deixando a caneca de café preto sobre a mesinha a sua frente. — Nos encontramos em no máximo uma semana, docinho. Tente não morrer de raiva até lá!

Verena encerrou a chamar e desligou o aparelho feliz por não precisar falar com Vitório por mais tempo. Aquele homem sugava sua paciência como ninguém no mundo conseguia. Ele era uma verdadeira cobra sádica e venenosa, que poderia pular no seu pescoço no menor sinal de distração. Sua contratante não ficava muito atrás, porém por motivos complemente diferentes. Se bem que a mercenária estava descobrindo que sua cliente mais fiel e seus agregadinhos não eram os únicos capazes de a irritar até quase ao ponto da loucura, já que seus novos companheiros de viagem estavam se tornando uma pedra no sapato muito parecida.

Desde que terminou o serviço de matar Harrow do qual Marc Spector se recusou a cumprir e quase terem morrido no processo, ele junto ao seu querido companheiro de corpo e possível namorada, eram uma presença constante na vida de Verena.

Como havia imaginado devido a postura defensiva de Layla para com os homens, eles se recusaram a ir com Verena para qualquer lugar se fossem separados. E após considerar por muito tempo, decidiu que não valia o esforço apagar os dois, deixar o corpo de Layla para trás e arrastar o Tico e o Teco até um aeroporto. Se fizesse isso, só ganharia um mercenário irritado, um inglês moralista e uma perseguidora com mania de resgate para aumentar sua necessidade de cafeína. Assim, aceitou as condições deles e agora tinha tudo aquilo. Só que pior!

Após voltarem para o hotel onde Verena estava hospedada para descansarem, ela tratou de deixar bem claro que fugir não era uma opção a nenhum deles. Se tentassem, só ficariam cansados e perderiam o direito de ficarem com seus braços e pernas soltos. Nenhum dos três pareceu gostar muito daquela ideia, cada um dando seu jeitinho de deixar sua opinião bem clara para ela enquanto se revesavam para usar o banheiro e escolhiam o que comer.

Layla seguia cada movimento que Verena fazia com seus olhos castanhos e desconfiados, desde mexer em sua mala, guardar suas armas e até levar o garfo a boca. Já Marc e Steven se revezavam em lançar olhares magoados e raivosos para ela, como se estivessem fazendo planos de como poderiam apaga-la para conseguir fugir. Ela por sua vez, deixou os dois com suas ilusões e se concentrou em cumprir suas tarefas.

A noite deles também não foi muito animadora. Nenhum deles se permitiu pegar no sono, usando o artifício que tinham em mãos para se distrair enquanto as horas passavam lentamente por eles. Enquanto se distraía com uma garrafa de cerveja e planejava o itinerário da manhã seguinte, Verena as vezes parava para observar a interação dos outros em silêncio, escutando falas soltas de conversas privadas.

Com o pouco que podia analisar da interação entre Marc, Steven e Layla, ficava claro que havia uma longa história entre os três que não estava resolvida. Os olhares que Steven dava a Layla eram totalmente encantados, como se vissem a luz do sol após vários dias de chuva. Não era muito diferente dos olhares de Marc, porém nele havia algo a mais, uma sombra naqueles olhos que maculava a adoração.

Também era interessante ver as mudanças de domínio de Steven e Marc. As mudanças de postura corporal, expressão e voz, que eram sempre as mais óbvias, mas também as mais sutis, como pequenos tiques e manias. Durante aquelas horas noturnas, Verena notou que Marc sempre mantinha suas mãos ocupadas com alguma coisa quando estava perto de Layla, cruzando-as sobre o colo ou segurando os braços enquanto os enrolava em si mesmo. Já Steven estava sempre gesticulando enquanto falava, passando as mãos pelos cabelos revoltos ou tentando dar toques sutis na mulher a sua frente. Ele estava descaradamente apaixonado pela cacheada. Verena só não sabia ainda qual era a posição de Layla nessa relação.

Pois assim como observava os homens, Verena também avaliou os trejeitos da morena. Seu olhar para eles era uma mistura de carinho e mágoa. Mesmo quando sorria para alguma fala de Steven, seus olhos não se livravam de uma tristeza profunda. Verena apostava que aqueles três tinham uma longa bagagem emocional para resolverem. E a psicóloga dentro dela desejava profundamente que fossem capazes de faze-lo.

Quando o dia amanheceu, Verena tinha tudo pronto para que eles começassem sua viagem para o Brasil. Considerando que os aeroportos estavam jogados ao caos com os últimos acontecimentos e a falta de documentos aceitáveis de seus rebentos, Verena teve que entrar em contato com um antigo parceiro de negócios para conseguir um avião particular. Isso ao menos resolveria a questão e ela poderia levar seu armamento sem se preocupar com detectores de metal e oficiais de segurança.

Estava inclusive terminando de colar sua munição em uma mala quando Marc resolveu quebrar o tratamento de gelo que estava lhe dando desde que saíram do deserto.

— É um arsenal bem grande para uma psicóloga carregar. — disse ele parado a sua frente, a cama de solteiro do quarto separando os dois.

— Levar menos que isso em uma missão é correr riscos desnecessários. — respondeu ela fechando a mala. — Nessa em especial, foi muito importante! Não quero nem pensar no que poderia ter acontecido se não fosse por tudo isso aqui!

— Pelo que vimos no deserto, não é como se precisasse muito delas.

— Uma garota nunca sabe quando vai precisar de algo mais definitivo que suas mãos. — ela sorriu, a mala indo para o chão.

— É. — aquela era a voz de Steven soando as suas costas enquanto ela saia do quarto. — Ficou bem claro que você não tem medo de apertar um gatilho.

— Vieram até aqui apenas para recriminar meus atos? — Verena perguntou incomodada com o julgamento que ouviu na voz do homem. Sabia que sua forma de trabalho não era a mais limpa, mas isso não significava que gostava de ter dedos apontados na sua cara.

— Não. — Marc respondeu assumindo o controle novamente. — Queremos saber o que realmente quer de nós. Por que sua cliente precisa de Khonshu e da gente?

— Como disse na pirâmide, não costumo fazer perguntas sobre os motivos de meus clientes. Principalmente quando se trata de Fátima. — Verena respondeu saindo do quarto sabendo que Marc vinha logo atrás. — Mas tenho certeza que ela vai responder todas as suas perguntas quando encontramos com ela. Fátima adora fazer um discurso.

— Se não faz perguntas, como sabe que não está indo contra seus princípios? — era Steven novamente. Aqueles dois estavam tendo trocas mais recorrentes. O que era irritante, pois a estava deixando tonta. — Se é que você os tem.

— Eu tenho princípios! — declarou ela se voltando para os homens de um corpo só, seu dedo erguido. — Mas houve uma época em que fiz perguntas demais e acabei com uma faca no meu pescoço. Então, prefiro não repetir a experiência.

Aquelas perguntas estavam enchendo a cabeça de Verena. Os dois continuavam a segui-la e o olhar julgador de ambos em suas costas queimavam como uma fogueira. Ela odiava aquela sensação de ter seus atos julgados como se estivesse sentada em um banco de réus. Eles não a conheciam e ela não fazia questão de que o fizessem. Mas agirem como se fossem os donos da verdade quando ela  sabia o suficiente do passado de pelo menos um deles não era nada menos que irritante.

Ao ve-la saindo do quarto com seus namorados logo atrás, Layla se levantou do sofá onde comia um bolinho os olhando com interesse. Verena a ignorou enquanto terminava de juntar seus pertences espalhados pelo ambiente, jogando o pouco que encontrava dentro de uma bolsa de mão.

— Então você está dizendo que pode estar nos levando para a morte certa e nem sabe sobre isso? — Marc perguntou cruzando os braços, sua postura intimidadora. Layla logo estava ao lado dele, a expressão nada amigável.

Verena deu um longo suspiro enquanto contava até dez mentalmente. Por isso que geralmente se envolvia com busca por objetos ao invés de pessoas. Bugigangas não faziam perguntas, não precisavam ser convencidas e muito menos serem desacordadas para que ela cumprisse sua missão sossegada!

— Fátima não vai matar vocês. — disse ela por fim já sem paciência.

— Como pode ter tanta certeza disso? — Layla perguntou dessa vez. — Você mesma admitiu que não sabe o que ela quer com eles. Como pode saber que não esta levando eles pro abate?

— Porque, meus docinhos... — Verena disse se aproximando do casal sem se importar em esconder a raiva em sua expressão. — Se Fátima os quisesse mortos, não teria me contratado.

— Por quê? — Marc a olhou com desprezo. — Ela não esta disposta a pagar o preço que você cobra para matar alguém?

— Não. — Verena engoliu em seco. Por mais que não fosse admitir em voz alta, aquelas palavras haviam machucado. — Não é por isso.

Ela não disse mais nenhuma palavra. Apenas pegou suas malas e se dirigiu para a porta do quarto. Abriu a mesma e esperou ambos em silêncio até que a seguissem. Em sua mente, Verena tentava parar de repetir as palavras de Marc em um loop eterno. Ela sabia que era uma assassina, não podia nem mesmo negar a afirmação do homem sem mentir. Não podia contar também quais eram seus critérios para matar sem ter que revelar uma boa parte de sua alma. Mas o que importava o que aquelas pessoas pensavam dela, no fim das contas? Eram apenas uma missão que Verena não via a hora de ter um fim. Não era como se ela nutrisse alguma esperança de serem algo além de meros conhecidos.

A Drª Verena permaneceu em silêncio durante todo o caminho desde que saíram do hotel, até o aeroporto e mesmo depois, quando entraram no avião particular do "parceiro" dela. A mulher continuou calada sem lhes dirigir uma única sílaba.

Não que eles ou Layla tenham tentado algum tipo de contato com a mulher desde a conversa no quarto do hotel. A expressão sombria que ela demonstrou após as perguntas de Marc não havia desaparecido, mantendo todos afastados e sem abertura alguma para conversa. E Layla não queria conversar com ela, nem Marc desejava tão pouco. Já Steven não sabia bem o que queria fazer.

Não parava de se questionar sobre Verena. Quais eram suas motivações para viver aquele tipo de vida, como entrou nela e por que ainda não havia saído. Se havia aprendido uma coisa durante os últimos dias de autodescoberta, é que não deveria julgar uma pessoa tão rapidamente baseado apenas em suas primeiras impressões.

Sim, Verena tinha atirado em pessoas sem hesitar varias vezes. Mas aqueles caras eram maus, fanáticos dispostos a matar pessoas que julgavam serem almas corrompidas antes mesmo de cometerem atos nefastos. Harrow também era uma dessas pessoas, a principal delas. Tinha sido tão errado assim ela os tirar desse mundo? Não tinham ele e Marc cometido delitos bem parecidos?

— Se ficar encarando demais, é capaz dela vir até aqui só pra te morder. — Layla chamou sua atenção, fazendo ele sair de seus pensamentos.

— Estou apenas tentando entender que tipo de pessoa ela é. — respondeu Steven se ajeitando na poltrona onde havia se sentado.

Ela é uma pilantra assassina! Não tem muito mais o que entender! — Marc falou pelo reflexo na janela do avião.

Desde a quase discussão no hotel, Spector tinha deixado o controle com Steven e não havia dado nenhum sinal de que assumiria tão cedo. Sua resposta quando foi questionado havia sido que não confiava em si mesmo perto de Verena sem causar outro atrito.

— Ela é uma mercenária, Steven. — Layla disse, respondendo sua ultima frase por não ter sido capaz de ouvir a de Marc. — Está apenas fazendo um serviço para quem lhe pagou mais dinheiro. É assim que se vive nesse tipo de... Trabalho.

— Então por que atuar como psicóloga também? — Steven se inclinou para frente, a voz pouco mais alta que um sussurro. — Se é pelo dinheiro, ela poderia viver apenas como uma mercenária ou apenas como psicóloga. Considerando o tanto de especializações e prêmios que recebeu, poderia ter muito só com a carreira mais... Lícita.

— Vai saber! — Layla deu de ombros. — Vai ver era uma vida antiga que ela abandonou e precisou voltar por dívidas. Ou ela gosta da adrenalina. Algumas pessoas só fazem porque gostam... Não tem muita explicação.

Steven olhou novamente na direção onde Verena estava sentada, seu olhar por um momento se cruzando com aqueles olhos escuros antes que ela desviasse mais uma vez para a janela do avião. Havia algo nela que o instigava a curiosidade. Sabia tão pouco sobre aquela mulher, mas sentia uma leve atração pela mesma que ele associava a curiosidade. Se sentia instigado a saber mais sobre ela, querendo entender suas motivações assim como havia entendido as dele e as de Marc. Vai ver era um efeito colateral resultante de tudo que passou nos últimos dias. Morrer certamente trazia uma nova perspectiva sobre o mundo.

— Não sei. — comentou Steven voltando a olhar para Layla. — Não acho que seja apenas isso.

— Você vê as pessoas com olhos bondosos demais. — Layla sorriu para ele, segurando sua mão antes de continuar. — Porém nem todos merecem isso. Talvez essa mulher não mereça. Então tome cuidado.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro