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04

Ver aquela mulher em meio a bagunça que havia se tornado seus dias foi uma surpresa que ainda não sabia definir se era agradável ou não. Quem imaginaria que a doutora almofadinha com seus saltos de marca, saia lápis e cabelo lambido iria se submeter a lutar contra bandidos e ainda por cima ganhar? Sem falar na forma com que segurava aquela arma como se fosse uma extensão de seu próprio braço, cheia de naturalidade. Os olhos nem piscaram quando atirou, como se fizesse algo assim a muito tempo. Marc poucas vezes havia visto alguém tirar uma vida com tanta tranquilidade no rosto.

E agora ela estava ali, sentada em uma das pedras dos escombros da Pirâmide de Gizé, encarando a ele e a Layla fixamente enquanto eles faziam o ritual para aprisionar Ammit. Era quase desconfortável a forma como ela os avaliava, sem perder um único movimento com seus olhos grandes e escuros. Steven não estava se sentindo nada a vontade. Descobrir que a mulher que ele procurou em busca de conforto e ajuda era na verdade uma assassina não o estava causando boas emoções. Mesmo assim parecia um tanto empolgado...

Marc se concentrou em recitar o feitiço enquanto segurava a mão de Layla. A aparição dela vestida em um traje como avatar de Taweret foi outra surpresa que ainda estava processando. Ele sabia o quanto ela rejeitava essa ideia e se questionava o que a deusa lhe ofereceu para que sua ex-esposa aceitasse aquele acordo.

Conforme as palavras do feitiço eram recitadas, a forma física de Ammit ia sendo absorvida pelo corpo semi-consciente de Harrow. O homem estava acabado, completamente desvinculado da realidade. Marc, que havia aceitado sua insanidade, como louco sabia reconhecer outro quando o via. E aquele homem estava dentro de seu grupo.

A fumaça arroxeada foi rapidamente entrando pela boca de Harrow e o final do feitiço, seus olhos brilharam da mesma cor púrpura da fumaça. Não demorou muito para que Khonshu aparecesse dentro da pirâmide também, sua forma esquelética se agigantando sobre os mortais presentes. A psicóloga, se é que se podia chama-la assim, apenas ergueu o olhar em direção ao deus mostrando um pequeno brilho de interesse, mas nenhum pingo de medo. Tamanha frieza era inquietante.

— Acabe com eles!

A voz de Khonshu soou dentro da pirâmide, ecoando de forma sinistra por todo o ambiente e em sua cabeça. Marc não via a hora de ter silêncio em sua mente, de poder se livrar daquele deus o mais rápido possível. Nunca se arrependeria de ter dado as costas aos Campos de Juncos, mas precisar não ter a voz do deus em sua cabeça foi um período muito bom!

Pensando nisso, Marc puxou uma das lâminas em forma de meia lua de seu traje e foi em direção a Harrow, determinado a acabar com aquilo e assim ter liberdade. Porém, no último minuto a voz de Layla o chamou, o fazendo enxergar que aquilo não era a única opção que ele tinha. Que ele podia escolher outro caminho.

E ele escolheu. Jogou a lâmina longe e exigiu que fosse libertado. O deus concordou, talvez até fácil demais, mas com o acordo que tinham, não pensou muito nessa parte. Respirou aliviado conforme o traje ia desaparecendo de seu corpo, deixando apenas as roupas que usava ainda na tumba de Alexandre, O Grande. Sabia que lá no fundo sentiria falta de usar aquele traje, mas o tormento que vinha junto na forma de um pássaro esquelético tagarela não valia o pouco de sanidade que tinha.

A forma de Khonshu estava prestes a desaparecer, a fumaça branca surgindo de maneira dramática como sempre quando uma voz gritou atrás deles, chamando a atenção de todos.

— Pode parar aí, seu pássaro de araque!

Marc olhou na direção da mulher que havia se levantado da pedra onde estava sentada e agora andava cheia se confiança e fúria em direção a eles. A psicóloga ergueu o dedo de forma acusadora e continuou berrando com Khonshu como se ele não fosse um deus capaz de destruí-la por puro capricho.

— Você não pode sumir assim do nada. Tenho assuntos a tratar com você!

— Não tenho nada a discutir com você, fêmea mortal.

— Ah! Mas eu acho que tem sim! Eu não andei esse caralho todo de Londres até o Cairo atrás desse cara pra você desaparecer que nem fumaça!

— Você estava atrás de mim? — Marc perguntou se aproximando da mulher que nem o olhou. — Por que diabos você estava atrás de mim?

— Oh, coisa linda! Ainda não percebeu? — a mulher disse com uma voz doce cruzando as mãos abaixo do queixo. — Sou uma mercenária que nem você e recebi uma missão.

— E eu era o alvo?

— Quase isso. — ela riu como se o achasse infantil. Marc não gostou nada daquilo. — Você faz parte do pacote. Mas sem esse cara aqui, as coisas não vão funcionar. A não ser que você consiga ser o Cavaleiro da Lua sem a ajuda do passarinho aqui.



— Quando eu achava que o dia não poderia ficar mais maluco... — Layla exclamou em meio ao silêncio que se formou após a fala de Verena e logo depois soltou um assobio.

Ela precisava concordar com a mulher. Aquele dia estava para lá de maluco, mas a mercenária não iria desistir de seu objetivo tão facilmente apenas por isso.

Desde que recebeu aquela missão, passou meses infernais tentando descobrir mais sobre o tal Khonshu, o deus da lua e seu avatar. As informações que recebeu de seu contratante eram poucas e frustrantes a deixando com pouco mais de um nome e uma cidade para começar sua busca por algo que ela nem mesmo sabia que existia.

Verena não se considerava uma pessoa muito crédula, mas também não era totalmente cética. Depois de tudo que havia vivido naquele mundo caótico cheio de invasões espacias, heróis de armaduras brilhantes e genocídio, ficava complicando não crer que algumas histórias poderiam ser reais se analisadas da perspectiva correta. Porém, se envolver com deuses? Ainda mais aqueles que ela mal conhecia? Haviam sido longos meses! Longos demais!

— Vim atrás de você e me disseram para lhe informar um único nome. — Verena continuou explicando para o deus a sua frente mantendo a firmeza na voz.

— Não seguirei uma mortal desconhecida!

A voz daquele cara era tão pomposa e suas frases tão carregadas. A mercenária conseguia imaginar ele facilmente como um vilão de filme infantil. Nunca tinha visto e ouvido tanto drama em um ser só.

— Tudo bem. — Verena deu de ombros. — Então eu levo esse cara aqui! E aviso pra minha contratante que o deus ao qual ela confiava não cumpre suas promessas.

Marc a encarou surpreso e raivoso. Era um olhar que estava recebendo do homem com freqüência desde que insistiu em segui-los para dentro da pirâmide. Sua relação estava indo para caminhos cada vez mais conflituosos. Não que ela se importasse com isso. Queria apenas concluir aquele trabalho exaustivo e tirar umas boas férias em alguma ilha perdida.

— Leve-o, então!

Verena encarou aquele deus com seus olhos cerrados. Uma parte bem pequenininha de sua mente estava se perguntando o que ela tinha na cabeça de enfrentar aquela criatura. Será que não tinha medo de morrer? Aquela não seria a primeira vez que sua ousadia a colocaria em maus lençóis, mas se estava na chuva, era pra se molhar, então por que não? O máximo que podia acontecer não seria muito diferente daquilo que ela já esperava para si após sua morte. Afinal, se fosse parar no inferno, uma colônia de férias é que ele não seria.

— Talvez você mude de ideia depois de contar quem me mandou aqui. — Verena ergueu as mãos para cima em rendição. – Vim atrás de você a mando de Fatima Mendes. Ela me disse que você viria comigo se ouvisse seu nome.

Se um esqueleto poderia ficar surpreso, ela não sabia, mas a postura de Khonshu mudou imediatamente após ouvir o nome de sua contratante. Verena não sabia exatamente qual era a relação entre aqueles dois e porque Fátima era tão importante para o deus antigo, mas se aquilo o fizesse ir com ela, a mercenária usaria todas as suas armas.

Não escuto esse nome a muito tempo. disse o deus enquanto movia os ombros, de alguma forma tentando ficar mais alto. – Por que ela desejaria me ver?

— Eu não sei. Não costumo fazer muitas perguntas. – Verena deu de ombros encarando as unhas. – Mas ela disse que precisava da sua ajuda. Assim você precisa vir comigo para o Brasil. E seus amiguinhos também.

— Eu não vou a lugar algum com você!

Verena olhou para o homem atrás de si que tinha o rosto avermelhado de raiva. O terno branco estava perfeitamente alinhado, causando um belo contraste com os cabelos revoltos. Por mais que quisesse se desvencilhar da primeira impressão que teve de Steven Grant, não conseguia deixar de acha-lo adorável mesmo após ver do que ele era capaz de fazer em uma luta.

— E o que você vai fazer para me impedir de levar você comigo? — perguntou a mulher se aproximando de Steven lentamente, ignorando totalmente a postura agressiva de Layla ao seu lado. — Vocês vem comigo!

— Não. — retrucou Steven, o sotaque deixando a palavra ainda mais forte.

— Se ele não quer ir, então ele não vai. — Layla se intrometeu, chamando a atenção de Verena.

— Olha, não compliquem as coisas. — pediu Verena. — Tenho a total liberdade para feri-los se for necessário para que venham comigo. Estou apenas sendo prática e querendo levar todo mundo com suas próprias pernas. Mas se isso não for possível...

— Não irei mais me envolver nos problemas de Khonshu! — Marc exclamou dessa vez, ultrapassando Verena para se colocar de frente ao deus que ainda parecia afetado por saber sobre Fátima. — Temos um acordo. Agora nos liberte!

Não poderei fazer isso, Marc Spector. A muitos anos fiz uma promessa e ela se sobrepõe a que fiz a vocês. Temos de ir com a humana. 

— Fico feliz que esteja do meu lado, passarinho. — Verena sorriu como um gato e piscou o olho para Marc e Layla que a encaravam furiosos. Em sua cabeça, se perguntava que promessa era essa da qual o deus falava. Sua curiosidade as vezes era grande demais para seus métodos estranhos. Quem sabe pudesse abrir uma excessão para aquela missão em específico. A muito tempo ela não era algo normal, então que mal faria ouvir algumas explicações sobre o passado de Fátima com o passaro gigante?

Ignorando o casal que estava quase soltando fumaça pelas orelhas de raiva, Verena pegou uma simples caixinha dourada na pochete que carregava presa em sua cintura. O objeto se parecia com uma caixinha de jóias, delicada e adornada com vários símbolos do que se parecia ser uma língua morta. Quando recebeu aquilo junto as informações da missão, a mercenária ficou confusa, mas Fátima havia deixado claro que aquela pixie seria suficiente para transportar o deus sem que ele fizesse alguma gracinha.

A colocando no chão, Verena abriu a pixie e se colocou atrás dela de braços cruzados enquanto esperava que Khonshu entrasse na mesma. O deus por sua vez, olhou para aquele objetivo com desânimo parecendo saber o que aquilo significava. Depois de olhar entre Verena e o casal as costas dela, Khonshu deu dois passos em direção a caixa antes de sua forma começar a ser absorvida por ela, puxando a névoa branca que seu corpo estava se transformando até não sobrar nem o cajado do deus do lado de fora. Após ele ser completamente absorvido, a caixinha dourada se fechou sozinha e Verena esticou a mão para pega-la e guarda-la em sua pochete mais uma vez.

Ao se virar para o casal raivoso, os encontrou boquiabertos e de olhos arregalados para ela, Steven mais uma vez no controle parecendo lutar entre a raiva que sentia por Verena e admiração pelo que havia acabado de ver.

— Como fez isso? — Layla perguntou apontando seu dedo para o local onde antes estava o deus.

— Coisas de Fátima. — respondeu sem dar maiores explicações. — E agora, você e Marc irão comigo ou precisarei os arrastar até o aeroporto?

Layla se colocou na frente de Steven abrindo aquelas asas de metal mais uma vez. Sendo Verena uma admiradora de armas, não poderia deixar de se encantar com as lâminas que adornavam as extremidades das mesmas. Porém, aquelas armas belíssimas estavam sendo usadas contra ela e não apenas como uma amostra visual, o que faria Verena ter de lutar contra elas.

— Eles não vão com você!

— Olha, Layla, não é? Eu não quero lutar contra você. E nem contra esses dois ai atrás. Estou cansada e já vi o que podem fazer. — falou Verena olhando para ambos. — Vocês só precisam vir comigo. Entregamos o passarinho para Fátima, eu recebo meu pagamento e depois os dois podem fazer o que quiser! Podem atirar, socar ou abandonar! Não me importo. Mas não antes de terminar o que tenho que fazer.

— E por que eu faria isso? — Steven pergunta olhando por cima dos braços estendidos de Layla.

— Já falei! Vocês vão comigo! — declarou batendo o pé já sem paciência. — Só resta saber se vão por vontade própria ou desacordados!

Steven se afastou na mesma hora com uma cara fechada enquanto Layla se tornava ainda mais agressiva. Verena estava vendo que as coisas não iriam caminhar pelo lado mais pacífico da coisa e se preparou para a luta, que por sorte, não veio.

No momento em que a cacheada estava prestes a atacar, um gemido rouco e arrepiante foi ouvido, chamando a atenção de todos. Porém, por mais rápidos que fossem, não conseguiram se virar antes que Harrow se erguesse da pedra onde estava jogado, os olhos antes claros agora brilhando como duas bolas roxas sobrenaturais.

— Esse velho ainda ta vivo? — questionou Verena irritada dando passos para trás afim de se afastar do homem que passava uma sensação bem perigosa com seu olhar.

— Eu estava para resolver essa questão antes de você interromper. — Marc exclamou se afastando junto a Layla também.

— O caralho que estava! Você tava era se esquivando de ter que acabar com ele. — Verena disse sentindo o mau humor voltar.

Harrow continuava se aproximando, aquele brilho sinistro passando a envolver todo seu corpo e não apenas os olhos. Em seu bolso, o celular vibrava insistentemente e ela sabia que Fatima estaria louca querendo saber informações após ter descoberto sobre os últimos ocorridos do Cairo. Verena tinha que sair daquele lugar logo levando o deus em sua gaiola e o avatar dele nem que fosse arrastado ou não veria fruto algum de seu trabalho mesmo depois de meses.

— Temos que sair daqui. Logo esse lugar vai estar cheio de gente! – Layla falou se direcionando para Harrow.

— Mortais tolos! — uma voz sinistra saiu da boca de Harrow que nada parecia com sua voz original, interrompendo todas as ações dos outros presentes.— Acham que conseguiriam me deter ao me trancar nesse corpo decadente?

Mais luz roxa brilhou nos dedos de Harrow conforme aquela coisa que estava dentro de seu corpo sorria como um personagem de filme de terror. Verena olhou em volta para Layla e Marc, ambos parecendo prontos para lutar se necessário, mas observando as possibilidades, eles estavam em desvantagem.

Harrow, ou Ammit melhor dizendo, ergueu sua mão direita pronta para lançar um ataque na direção dos três e muito provavelmente devorar suas almas. Porém, antes que ela conseguisse completar seu objetivo, o barulho explosivo de um tiro foi ouvido e o homem possuído caiu de volta na pedra com dois buracos de bala em seu peito bem parecidos com aqueles dos quais a mercenária viu no corpo de Steven e Marc mais cedo na tumba.

— Prender em um corpo decadente pode não funcionar, mas duvido que ela possa voltar do mundo dos mortos tão cedo. — Verena olhou com desprezo para o mais recente cadáver antes de se voltar para os outros dois presentes tentando suavizar sua expressão. — Então, agora que salvei suas bundas, vocês vão vir comigo ou o que?

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