Último
Um mês depois
Um pássaro só pode voar com as próprias asas. Liene havia sentido isso na própria pele. O último mês havia sido como uma tortura sem fim, mas toda a dor a havia ajudado em sua decisão e dessa vez, ela não voltaria atrás.
"Vossa Majestade,
Lhe escrevo esta pequena carta como forma de despedida. Sei que nunca foram as palavras que definiram o nosso relacionamento, mas agora o uso delas se faz necessário. Quando leres a tinta marcada neste papel, eu já não estarei mais aqui.
Sim, este é um adeus definitivo para única pessoa que me sobrou. Sei que Vossa Majestade preza pela minha felicidade e é por isso que escrevo esta carta. A culpa não é sua, mas não sou feliz e nem nunca mais serei. Talvez eu seja mesmo louca como o meu pai, mas eu não farei o senhor passar pelo que eu passei. Não irás ver-me perecer.
Em lágrimas findo esta carta, assim como encerro a minha vida.
De sua mais bela estrela."
Era a tarde do belo verão iniciado na semana anterior quando Liene deixou a carta na mesa da cozinha do farol, protegida de maneira que pudessem a encontrar. Depois Liene se despiu das refinadas roupas e colocou os trajes de plebéia, que tinha roubado da cozinha, amarrou os cabelos e vestiu uma capa esfarrapada. Prendeu o pequeno punhal de prata, item que serviria temporariamente de sustento e que havia herdado de seu mãe, no cinto. Estava pronta.
Ao sair do farol ela observou o local e ao ter certeza de que estava vazio, jogou suas roupas e jóias ao mar. O alívio que sentiu foi imensurável. Parou por um momento e olhou para o mar, para o farol, para o jardim de sua mãe e percebeu que olhava para o seu passado.
Não pode conter o tímido sorriso ao lembrar das mentiras que havia escrito na carta. Havia mentido, mas não sobre tudo. Ela era realmente a Preferida do Rei, e a mais bela estrela de sua majestade havia mesmo morrido - pouco a pouco - após o inesperado encontro com o peculiar músico de Allambra nos jardins reais.
Enquanto caminhava rapidamente pela floresta, a caminho de qualquer lugar longe dali, Liene refletia: não sabia quem seria de agora em diante, nem as dificuldades que iria enfrentar, muito menos se permaneceria viva por muito tempo, mas tinha a certeza de que, pelo menos, poderia ser ela mesma uma última vez.
411 palavras
TOTAL DE PALAVRAS: 4897
E chegamos ao fim! Muito obrigada por ter acompanhado até aqui.
Você gostou? Adoraria saber a sua opinião!
Eu sou péssima com esses comentários finais (haha), mas eu não defini elenco para o conto. Foi de propósito, mas você imagina os personagens como alguém específico? #curisosasempre
Beijo!
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Fonte da citação: Cinzel
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