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9. A canção dos amantes


Phoebe não havia dormido. Tampouco havia Louise, e, alguns cômodos mais distantes, Brandon também havia passado a noite em claro. Assim como não dormiram, o trio também não sentia a menor vontade de deixar os próprios aposentos. Sabiam o que estavam determinando ao descerem para se reunirem aos mais velhos.

No andar de baixo, homens percorriam os principais salões da mansão, finalizando as decorações do grandioso baile de noivado de Louise e Brandon. A loura passara a noite toda se revirando nos lençóis, repassando mentalmente o plano de Phoebe e do irmão na cabeça. Tantas sensações lhe dominaram com o pensamento; euforia, excitação, medo. A companheira, diferente dela, estava bastante segura em relação ao plano e às palavras do outro. Louise não entendia e nem sabia exatamente o que eles haviam feito naquela reunião familiar.

Ela havia sido a primeira a reunir coragem e deixar o quarto, disposta a encerrar de vez com a agonia crescente causada pelas possibilidades. Não queria ficar mais apenas pensando no que poderia acontecer.

Já Brandon estava debruçado contra sua escrivaninha do quarto, segurando um copo de whisky na mão e observando o liquido girar antes de brindar para o nada e virar a bebida. Que fosse o que tinha que acontecer. A cama às suas costas estava intocada; ele havia passado a noite andando de um lado ao outro, como um animal enjaulado. Depositando o copo sobre o tampo de madeira, ele também decidiu sair do próprio quarto.

Phoebe ainda encarava os pálidos céus, os braços cruzados protetoramente contra seu tronco. Sabia que não conseguiria dormir, então deixou o vento gelado da madrugada carregar seus anseios enquanto se apoiava na amurada de sua varanda, contemplando a paisagem. Se tudo desse certo, seria a última vez que teria aquela vista diante de si.

Quando decidiu sair também, encontrou Louise caminhando pelo corredor. Caminharam juntas até as escadas, onde ouviram os passos de Brandon que descia do andar superior na direção delas.

Os três se encaram, a tensão pairando no ar com a mesma facilidade com que a poeira se fazia iluminada pelos raios de luz, porém com o peso dos próprios céus. O primeiro a vestir a máscara da falsa cortesia foi Brandon, que cumprimentou as duas e ofereceu a mão para Louise para que descessem juntos.

Ele estava acostumado com aquilo, sua experiência foi lhe ensinando a disfarçar bem seus pensamentos e receios. A liberdade de se expressar era algo caro, e para alguns grupos, o preço a se pagar era ainda mais elevado. Quando chegaram ao salão onde a família de ambos estava reunida comendo, ele pôde sentir os olhares de satisfação ao encontrarem os dois juntos.

Brandon sabia que era isso que todos esperavam deles, e era bom que tudo aparentasse estar perfeitamente de acordo com as vontades dos patriarcas se quisessem que ninguém suspeitasse do plano do trio.

Phoebe também teve que vestir sua própria máscara da indiferença e do bom humor, por mais que o júbilo nos olhos da família voltada para o casal lhe machucasse o coração. Ela sabia que se fosse ela ali, no lugar do irmão, não seria daquela maneira.

O assunto na mesa era apenas um: a festa de noivado. Tudo girava ao redor de Brandon e de Louise, de todo o ritual e de como eles formavam um casal perfeito. Não tardou para o assunto se estender para como seriam os filhos deles, como a festa de casamento seria ainda maior e como Louise ficaria linda de branco, sendo exibida como um prêmio.

— Decerto esta festa mudará significativamente a vida desta família. — Claude disse, e Phoebe sentiu um arrepio lhe subir a espinha.

O pai estava mais certo do que poderia imaginar, mas Phoebe não permitiu que o pensamento sequer se consolidasse enquanto ela mordiscava a própria comida. Temia que o pai fosse capaz de ouvir as coisas que passavam por sua cabeça.

•❥❥❥

Mais tarde, novamente em seu quarto, Louise sentia os ouvidos zumbirem enquanto ouvia a mãe tagarelar sem parar. Logo sentiu-se culpada por estar assim, afinal, provavelmente não veria mais sua família novamente. Ela sentiria falta deles, mas por outro lado sentia-se aliviada por finalmente poder ser quem realmente era sem todas as represálias e toda a etiqueta exigida.

Fitou o próprio reflexo no espelho; o vestido azul tinha uma saia que despencava em uma cascata de tecidos de um azul mais claro que seus próprios olhos. O busto e as alças eram cravejadas com pequenos brilhantes, que combinavam com a pulseira que a mãe havia exigido que ela colocasse. Os cabelos loiros estavam escovados e presos para trás, caindo por suas costas.

Baixou o olhar para suas mãos, para onde muito em breve ela teria um anel. Antes, a ideia lhe perturbava mas naquele momento ela sabia que aquele acessório não lhe representava nada. Ao fim do baile, ela estaria livre. Livre para assumir seus sentimentos ao lado da pessoa que amava.

Uma batida curta, porém firme, se fez na porta, o que fez sua mãe se calar e ir atender. Louise se virou, e encontrou Brandon parado ali. Sua mãe tecia elogios para o rapaz, que realmente estava belo em um terno cinza e com os cabelos negros penteados para trás.

— Boa noite, Sra. Linton, Louise. — Ele cumprimentou. — Permita-me dizer que ambas estão encantadoras. —

A mulher mais velha riu ante o gracejo, e Louise forçou-se a abrir um sorriso enquanto murmurava um agradecimento em resposta. Brandon ofereceu-lhe a mão, e ela fitou os longos dedos do rapaz antes de a aceitar, tomando coragem para encarar tudo que se desenrolaria a seguir.

Ao descer as escadas acompanhada de Brandon e sentindo sua mãe logo atrás de si, Louise fitou o salão cheio sentindo as palmas de suas mãos ficarem suadas. Não conhecia boa parte dos convidados, coisa que Brandon não podia dizer. Alguns eram até mesmo seus clientes.

As roupas caras cintilavam, assim como as taças com champanhe nas mãos dos convidados e nas bandejas dos garçons. Música ressoava de algum lugar, fazendo a loira se recordar do dia em que conheceu Phoebe, e juntas dançaram naquele salão.

Louise sorriu com a memória, encontrando logo em seguida o olhar da morena, sentada em uma mesa onde estava também a sua família e o pai dos irmãos. Os cabelos de Phoebe estavam presos para o alto, mas seus compridos cachos ainda assim deslizavam por seus braços, decorados com pequenas flores cor de rosa.

Brandon e Louise percorreram um longo caminho até a mesa, sendo parados pelos convidados e tendo que os cumprimentar, algumas vezes, o rapaz tinha que apresentar sua acompanhante, recebendo olhares de aprovação que o faziam querer rir. Louise estava longe de ser sua em qualquer aspecto. Quando virou o rosto para olhar para ela, percebeu que ela encarava algo adiante, e não demorou muito para ele também avistar sua irmã entre os convidados.

Phoebe estava deslumbrante. Seu vestido era de seda dourada, de mangas curtas e uma saia rodada em um tom leve e rosado que combinava com suas flores, e com as luvas que subiam por seus antebraços. Depois de Louise, era a dama que mais atraía olhares na festa, inclusive os da loira.

Se forçaram a cumprimentar todos da mesa, e se sentaram por um instante, conversando entre si e com outras pessoas que se juntaram à mesa. Brandon estava absorto com as conversas, enquanto as garotas trocaram olhares. Não tinham coragem de falar, não quando estavam tão perto de finalmente estarem juntas. Com o fim do baile, teriam todo o tempo do mundo para conversar.

Phoebe havia descido antes do casal, e recebeu muitos dos convidados na companhia do pai. Agia de maneira despretensiosa, mas sua intenção era localizar entre tantas carruagens, a que Brandon havia separado para elas. Tudo estava pronto, agora bastava dar aos outros o que queriam, e seguir com o teatro pelo resto da noite. A garota não se importava, era só por uma noite, e então não teria que fingir mais nada.

Assistiu o irmão e Louise descerem e se juntarem a eles, incapaz de desviar os olhos da jovem cujos olhos pareciam brilhar ainda mais, realçados pelo vestido que ela usava, os brilhantes cintilando sob a luz dos grandes lustres de cristal.

Sem coragem de conversar com Louise e acabar atraindo a atenção do pai, Phoebe passou a observar o movimento enquanto ignorava a conversa na mesa, até ser desperta de seus pensamentos ao ouvir a voz do seu irmão, que se levantou e ficou diante dela.

— Me concede uma dança, Phoebe? — Ele tinha um sorriso de falsa diversão dos lábios, que não lhe alcançava os olhos.

A jovem aceitou, seguindo o irmão para o centro do salão, onde outras pessoas dançavam. Rapidamente entendeu a estratégia dele; ali, onde música estava mais alta, ninguém iria reparar ou entender o que eles dissessem.

— Você está linda. — Ele falou, desta vez com um sorriso triste. — Este vestido me lembra um de nossa mãe. —

— Obrigada. — Ela respondeu, lhe afagando o ombro e abrindo um pequeno sorriso.

— Você está bem? Está certa mesmo disso? — Ele perguntou, fitando os olhos verdes que tanto lhe recordavam sua mãe. O retrato do que para ele era a humanidade. — Você ainda pode desistir, Phoebe. —

Ela abaixou os olhos para os pés em sincronia dos dois, e abriu um sorriso reconfortante antes de balançar a cabeça e apertar suavemente o ombro do irmão. Estava certa de sua decisão, e confiante também. Por mais doloroso que fosse ter que se afastar dele, sabia que isso também era temporário. Ele iria conseguir independência do pai, e tinha meios para encontrá-la.

— Não vou voltar atrás, Bran. — Ela respondeu. — Eu quero seguir adiante, com Louise. —

Ele assentiu. Por mais doloroso que fosse perder a presença mais humana que ele tinha depois da própria mãe, ele torcia genuinamente pela felicidade da irmã e para que ela realizasse tudo que ele não fora capaz de realizar ao lado de alguém.

— Pois bem, se é assim... Que você seja feliz. — Ele falou, por fim. — Vou sentir sua falta, Phoebe. Quando você partir, também irá carregar o que eu tinha para chamar de humanidade consigo. —

Phoebe pressionou os próprios lábios e sacudiu a cabeça mais uma vez, fitando os olhos negros do irmão. Não queria que ele desistisse por completo de sua humanidade, apesar de por decisão própria ele trilhar o mesmo caminho do pai.

— Quero que você também seja feliz, Bran. — A jovem disse. — Você não precisa de mim para manter sua humanidade, ela ainda reside em você. Nos seus olhos, que são iguais aos de nossa mãe, e não do nosso pai. —

Brandon assentiu e soltou o ar. Se pudesse, abraçaria a irmã mais nova. Gostaria de poder se despedir apropriadamente, mas aquele era um luxo que eles não teriam. Algo dentro da mente do rapaz lhe dizia que quando a irmã se fosse, algo dele seria perdido. Sem Phoebe por perto, tudo que o rapaz teria ao seu redor seriam demônios e negócios.

— Então isso é um adeus. — Ele sussurrou.

— Parece que sim. — Ela respondeu, abrindo um sorriso afetuoso para o irmão.

Encerraram a dança por fim, e Brandon voltou com a irmã para a mesa, onde despretensiosamente voltou a se misturar aos assuntos irrelevantes discutidos, até que seu pai indicasse que era o momento dele tirar Louise para dançar.

Phoebe assistiu os dois se levantarem e irem juntos para o meio do salão de dança, onde todos pareciam ter parado para assistir ao grande casal da noite. Até mesmo a própria música mudou para um ritmo mais demorado e romântico. A garota não pôde deixar de sentir inveja, inveja de saber que não teria jamais momentos como esse para se recordar com Louise.

Na pista de dança, Louise se surpreendeu com Brandon. Achou que ele agiria de forma mais teatral, mas havia angústia em suas feições, uma chateação que ela não sabia identificar a razão, mas que desviava a atenção do rapaz para bem longe dali.

— Você está bem? — Ela perguntou.

— Estou. — Ele assentiu discretamente. — E você? Pronta para fazer o que vai fazer? —

— Estou, sim. — Ela disse, sincera, encarando o rapaz nos olhos. — Eu amo sua irmã, estou livre quando estou com ela. —

Louise completou em um sussurro, e os ombros de Brandon relaxaram. Ao menos, as duas estavam determinadas a isso, o que teria de lhe servir de consolo. A música se encerrou junto com a dança, e então, de forma teatral, o rapaz se ajoelhou no meio do salão, pegando na mão da loira e tirando o anel do bolso do paletó; um anel fino de ouro, cravejado com pequenos diamantes ao redor da jóia maior.

Inspirando profundamente, o rapaz ergueu os olhos para Louise de maneira que ela teve que morder a boca para conter o riso do ar zombeteiro que o rapaz adquiriu quando, em um tom onde só ela e a irmã puderam sentir o sarcasmo, perguntou para todo o salão ouvir:

— Srta. Linton, Louise, você aceita se casar comigo? — 

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Contagem de palavras: 2200

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