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5. Impulsos delicados


Phoebe estava na biblioteca, lendo novamente o livro de poemas que havia pego uns dias atrás. A garota suspirava enquanto folheava as páginas, tentando sufocar as lágrimas que permitia derramar apenas à noite, sozinha em seu quarto.

Estava assustada e envergonhada por se identificar com tais versos. Louise era a noiva de seu irmão, como pôde se apaixonar por ela? A garota ergueu o olhar para o retrato da mãe, fitando os olhos bicolores que a encaravam de volta.

Gostaria que a mãe estivesse viva, que pudesse lhe dar algum tipo de conselho ou ajuda. Queria se livrar daquilo e poder ficar ao lado da amiga, aproveitando sua companhia sem se sentir assim. Mas, quando exatamente ela não sentiu assim com Louise? Phoebe não sabia dizer quando exatamente aqueles sentimentos se apossaram de seu coração.

Tornou a virar a página do livro, o barulho preenchendo o ambiente solitário. Louise tinha ido acompanhar Brandon e o pai em alguma coisa na cidade, que Phoebe não prestou atenção em saber o que era. Se recusou a ir, não sabia se era capaz de se conter ao ver os dois juntos. E essa agonia deveria permanecer presa no fundo do seu coração.

"Oh minha doce mãe, eu não posso descrever - delicada Aphrodite me dominou com o desejo por uma garota." — Ela recitou, em um sussurro confidente de quem compartilhava um segredo.

E, pelo que dependesse de Phoebe, assim seria. Fechou o livro rapidamente quando a porta da biblioteca se abriu, virando o rosto para encarar Louise, que caminhava até ela enquanto retirava as luvas de suas mãos.

Não era um dia frio, pelo contrario. O sol havia conquistado seu espaço no alto do céu, e as poucas correntes de ar que se faziam presentes eram muito bem vindas. Louise estava com um vestido feito de um tecido florido em seu tronco, que se abria em uma leve e rodada saia que acabava abaixo de seus joelhos. Os cabelos soltos estavam caídos em suas costas, por onde a jovem correu os dedos antes de sorrir para a morena, radiante.

Phoebe se levantou, tomada por um ímpeto. Subitamente, sentiu a necessidade de sentir o arder do sol em sua pele. Não queria dar a amiga a oportunidade de começar a mencionar seu irmão, então se adiantou;

— Quero lhe mostrar um lugar, um lugar especial. Você vem comigo? — Phoebe perguntou.

Aquele par de cintilantes olhos verdes carregava mais expectativa naquele pedido do que Louise imaginou ao concordar, tendo a mão segurada pela da amiga enquanto era conduzida para fora da casa, para além até mesmo do conhecido quintal, que era o mais distante da casa que pôde percorrer sem a companhia de um dos homens.

— Nós temos permissão de ir nesse misterioso lugar? — Louise perguntou, sem parar de andar.

— Claro que temos, ainda está dentro dos limites da propriedade de meu pai. — A outra respondeu, lhe lançando um pequeno sorriso.

Louise assentiu, acompanhando a garota até um campo tomado por um gramado de um verde como Louise nunca havia visto antes, livre de árvores grandes, apenas baixos arbustos, a maioria deles cobertos com perfumadas flores.

Phoebe inspirou profundamente, deixando o aroma do ambiente a envolver enquanto apreciava a sensação do calor do sol beijando sua pele. Girou o corpo para olhar ao seu redor, buscando possíveis mudanças naquele lugar desde sua última visita, que já fazia um bom tempo.

Louise achou o lugar encantador, mas quando se virou e avistou a outra observando a paisagem com um sorriso sincero nos lábios, a loira se sentiu incapaz de desviar o olhar. Phoebe era como um dia de ventania, capaz de carregar consigo muito dos outros enquanto se mantinha com um humor leve.

A morena se sentou no gramado sem cerimônias e se virou para a amiga com um sorriso convidativo. Louise se juntou a ela, correndo os dedos pela grama macia que lhe fazia cócegas nos dedos. Phoebe fitava os cabelos dourados de Louise, que pareciam puro ouro refletido pelo sol. Desejou poder afundar a mão entre as mechas dela da mesma forma que Louise fazia com a grama.

— Como você descobriu esse lugar? — Louise perguntou, tornando a se virar para ela.

— Minha mãe costumava trazer eu e meu irmão para cá. — Phoebe respondeu, abrindo um sorriso carregado de nostalgia.

Se recordava das tardes mornas, de brincar de correr e se esconder com o irmão e dos lanches que a mãe sempre levava para eles. Se recordava de dividirem o colo e o carinho da mulher enquanto ela lhes contava alguma historia.

— Você deve ter muitas lembranças daqui. — Louise disse, em um tom baixo e contido.

— Muitas, e quase todas maravilhosas. — Phoebe assentiu, ainda sorrindo. — Justamente por isso que eu decidi compartilhar esse lugar contigo também. —

A loira fitou a amiga, sem saber o que pensar. Algo em seu peito se aqueceu como se o sol tivesse lhe alcançado diretamente até ali e a fez abrir um sorriso, ainda que espantada. Estava grata pelo gesto, mas subitamente se sentiu também deslocada de algo tão íntimo.

— Esse lugar é muito importante para você e para o seu irmão. — Comentou, voltando a olhar as próprias mãos. — Não acho que eu me encaixe nisso. —

— Esse é um lugar especial para mim. — Phoebe replicou, alcançando a mão da outra. — E eu quero compartilhar com uma pessoa especial. —

Louise balançou a cabeça, observando as mãos das duas juntas. Sempre que Phoebe segurava sua mão, era como se uma forte ventania agitasse tudo por dentro, mas ela apreciava o gesto, e não queria se afastar.

— Deve ser um lugar bastante especial para Brandon também. — Disse, voltando a olhar para o horizonte.

Phoebe não soube como interpretar a frase, ou o que responder. Era um lugar importante para ele também, ela sabia disso. Era onde os dois costumavam ir para compartilhar segredos, um lugar seguro. Não sabia exatamente o que estava pensando em fazer quando quis dividir isso com Louise, mas ela pensar nesse lugar e associar exclusivamente ao seu irmão incomodou Phoebe.

— Você está apaixonada por ele, Louise? — Phoebe perguntou, a voz engasgada quase tornou inaudível o questionamento.

Louise quis rir com a pergunta, e se virando para a amiga, pressionou os lábios para não fazê-lo. Ele ainda era irmão dela. A morena apertou sua mão, e apenas aquilo fez ambas notarem que ainda estavam de mãos dadas. Ao perceber, Phoebe fez menção de se afastar, mas ela a impediu, retribuindo ao aperto.

— Posso ser sincera contigo? — Louise perguntou.

Phoebe assentiu, apesar de temer a resposta. Encarou os cintilantes olhos azuis da outra, sentindo seu coração martelando em seu peito e a palma de sua mão suada contra a da garota. Novamente se recordava do poema de Sappho, sentindo aquele calor cruel e agora familiar lhe tomar o corpo enquanto aguardava a resposta.

— Não, Phoebe. Eu não o amo, não acho que... Um dia eu venha a amar seu irmão, não de verdade. — Ela respondeu, desviando o olhar.

A garota não sabia descrever o turbilhão de sentimentos que a apossaram. Ela quis sorrir, e então se sentiu culpada por isso, quase tão culpada quanto aliviada, e então eufórica. Sabia que estava errada em todos os sentidos, e no momento não se importou;

Quando Louise tornou a olhá-la, ela decidiu que iria errar mais ainda e se entregou aos seus impulsos, se inclinando e beijando a loira. Tinha muitas razões para se afastar, mas seu desejo gritava mais alto, e era apenas a ele que a garota decidiu obedecer.

Os narizes das duas se esbarraram com o gesto, e quando suas bocas se chocaram a loira fez menção de recuar, mas não o fez, o que fez o coração de Phoebe saltar em alegria e surpresa. Os lábios de Louise eram macios como veludo e quentes como um dia de verão.

Foi um beijo suave, mas carregado de sentimentos da morena, e que aflorou sentimentos em Louise que ela não havia tido coragem de encarar antes, todas as coisas que Phoebe provocava nela, como os sorrisos fáceis, e uma leveza que a fazia se sentir flutuando. As duas ainda seguravam as mãos, em um aperto firme. Mas, quando a outra mão de Phoebe deslizou pelos cabelos da loira, os fios escorrendo entre seus dedos, a mão dela tocou seu ombro e a afastou de si.

As duas tornaram a se olhar, os rostos vermelhos como os floridos cosmos atrás delas. Toda alegria que agitara o coração de Phoebe se transformou em medo, lhe embrulhando o estômago. Louise se afastou mais, balançando a cabeça negativamente.

Se Phoebe balançava o coração da garota, aquele beijo havia sido um furacão. Mas assim como um furacão, aquilo não podia significar algo bom, apenas iria carregar Louise para longe de tudo e a destruir por dentro, assim como o impiedoso vento fazia quando passava.

— Isso não está correto. — Afirmou, enquanto encarava um ponto fixo qualquer que não fosse Phoebe.

Phoebe cerrou as mãos em punhos, encarando o chão. Estava arrependida e com medo de perder Louise, mas não estava envergonhada. Deveria estar, sabia disso, mas simplesmente não poderia ordenar um sentimento a surgir ou ir embora! Se pudesse fazer isso, teria se livrado daquilo tudo, mas como não podia, decidiu abraçá-los de uma vez e não se envergonhava de estar apaixonada por Louise Linton.

Ademais, o desejo não havia partido, e ela sabia que não iria partir. Tinha gostado de beijar a outra, mesmo que por um breve momento. Para ela, o encontro de seus lábios fora intenso como um eclipse, como se o sol e a lua tivessem se cruzado e por um instante todo o brilho estivesse contido apenas nos próprios astros.

Assim como os astros, as duas tinham compartilhado tudo apenas entre as duas naquele singelo gesto, na pequena clareira dos segredos. Phoebe não sabia o que dizer, ou pensar. Tinha medo de fazer a situação se complicar ainda mais, mas não achou ruim ou errado o que fizera e Louise não se afastou, não de inicio, o que tornou tudo ainda mais confuso para ela.

Se Louise não queria ser beijada, porque não se afastou de imediato? Olhou para a garota, sabendo que não poderia dar a ela as palavras que ela esperava ouvir. Não era correto, ela sabia disso. Louise era a noiva de seu irmão. Mas em seu intimo, Phoebe não conseguia achar aquilo um erro, não por completo, não sendo sincera.

Louise enterrou os dedos em seus cabelos, fechando os olhos com força. Aquilo era um grande erro, deveria ter se afastado imediatamente, mas quando os lábios de Phoebe tocaram os dela, suaves como as pétalas de uma flor, Louise desejou retribuir o beijo. Não deveria, aquele tipo de afeto não lhe traria nada de bom, ainda mais por estar comprometida com o irmão de Phoebe.

Estava ignorando aquelas sensações, fazendo ao máximo para não extravasar aquilo. Era bobagem, obviamente viria a desenvolver algum tipo de afeto por Phoebe, mas aquilo não passava de uma amizade, de uma cumplicidade de quem em breve se tornaria família. Não havia como aquilo ser desejo, tampouco paixão. Eram duas garotas, aquilo não existia. Estavam confundindo tudo.

— Isso foi um erro. — Repetiu, ainda sem coragem de olhar para a garota ao seu lado. — Somos apenas amigas, não deveríamos fazer... Isso! —

— Nos beijarmos? — Phoebe sussurrou, mas Louise ouviu.

— Esse tipo de afeto! Isso não é certo! Phoebe, eu sou a noiva do seu irmão! — Louise gritou, e Phoebe sentiu seu peito afundar.

Agradeceu por estarem ali, distantes da casa, onde ninguém seria capaz de ouvir a conversa das duas. Suspirou, fitando a amiga com pesar, enquanto a outra se recusava a encará-la. Chamou-a, mas Louise não respondeu. Esticou a mão para tocá-la, mas quando seus dedos roçaram na pele da amiga, ela se levantou bruscamente.

— Isso é errado, Phoebe. — Ela disse, exasperada. — E não vai se repetir. —

Louise se virou, e seguiu apressada para casa. Com um nó firmemente atado em sua garganta, Phoebe se sentia sufocando enquanto assistia a loira partir. Sozinha, a morena sentiu as primeiras lagrimas lhe molharem o rosto. Em seu intimo, algo lhe dizia que não estava só fisicamente distante de Louise e que talvez nunca mais voltasse a alcançá-la. 

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Contagem de palavras: 2060

OBS: Outra das citações de Sappho aparece neste capítulo! O que vocês estão achando da história? Não deixem de votar!

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