"Surpresa"
BRUNNA's POV:
Eu havia passado a noite em claro desde o ocorrido com Ludmilla, não posso negar que suas palavras mexeram comigo de uma maneira inesperada. A pergunta que não queria calar.... POR QUE?
Por que eu tinha que me apaixonar justo pela maior pegadora de Miami inteira?
Comecei a pensar que meu coração realmente gostava de sofrer, afinal, tenho varias pessoas boas e direitas atrás de mim, mas não, claro que eu não as queria. Eu queria o que era proibido, o que não poderia ser meu e mais uma vez me pergunto: por que? - De repente escuto a porta se abrindo e observo a pessoa que eu mais temia entrar pela porta e caminhar em minha direção.
- Brunna, precisamos conversar.
- Agora? Eu acabei de acordar Ludmilla.
- Agora! Pois preciso ir para a empresa.
- Eu posso ao menos escovar meus dentes?
- Claro. Inclusive, se arrume.
- Eu nem levantei da cama e você já está me expulsando da sua casa, sério isso?
- Não estou te expulsando, nós iremos sair para conversar. E para deixar claro, não aceito "não" como resposta, já avisei para as meninas que iremos sair.
- Você tem que ser sempre mandona assim? - perguntei observando a mesma revirar os olhos.
- Se arrume logo, estou esperando lá embaixo.
Logo tratei de começar a me arrumar, naquele momento a única coisa em que eu realmente queria fazer era inventar alguma desculpa, porém eu sabia que Ludmilla jamais se daria por vencida.
Ludmilla's POV:
Acordei determinada em conversar com Brunn sobre o que aconteceu durante a noite anterior.
Percebi que as meninas já estavam acordadas e tomando café da manhã, então apenas adentrei a cozinha sem nem dizer uma palavra.
- Bom dia Oliveira, dormiu comigo? - perguntou Dayane.
- Na verdade acho que foi uma orgia, porque deve ter dormido com todos nós. - disse Renatinho fazendo todos rirem.
- Bom dia. - falei pegando um copo com água.
- Nossa, que "bom dia" mais seco. - disse minha irmã, e claro que eu não poderia perder a oportunidade.
- Bom dia, bem molhado para você. - falei derramando água em seu colo.
- LUDMILLA, EU VOU MATAR VOCÊ.
- Luane, você ainda não aprendeu que tem que ter cuidado com as palavras que fala perto da ranzinza que você chama de irmã? -Perguntou Dayane rindo.
- Mais uma palavra e a próxima será você. - falei a observando.
- Você não teria coragem.
- Não duvide da minha capacidade! Gostaria de deixar avisado que hoje pela manhã irei sair com Brunna, então não inventem de chamá-la para lugar nenhum. - todas olharam confusas e assentiram.
E então subi para conversar com a mesma.
[...]
Antes mesmo de falar com Brunna, liguei para um amigo que tinha um restaurante na praia e pedi que ele reservasse uma mesa, naquele momento eu só queria que aquela conversa fosse tranquila, por isso escolhi a praia, além disso queria mostrar para ela que eu a entendia.
- Estou pronta, mas estou com fome, posso comer primeiro?
- Não. Vamos, o motorista já está nos esperando.
- Mas eu estou morrendo de fome.
- Não tenho tempo para isso agora, vamos Brunna.
[...]
- Chegamos.
- Uau, agora entendi o porque de você não ter me deixado comer algo antes.
- Exato, agora podemos comer e conversar.
- Conversar sobre o que mesmo?
- Brunna? Sério que vai se fazer de desentendida a essa altura do campeonato?
- Não sei do que você está falando. - disse dando de ombros e comendo um donut.
- Porque não me contou que é virgem?
- Você não me perguntou ué.
- Algo assim não precisa ser perguntado você não acha?
- Não, porque é algo meu e não seu.
- Me envolveria se nós tivéssemos transado, Brunna. Imagina se eu tivesse indo a fundo nisso, eu poderia te machucar, sem nem mesmo saber.
- Nós não fomos a fundo, então está tudo bem.
- Brunna, eu não estou dizendo que isso é careta ou algo do tipo, eu te respeito, além do mais, acho sua atitude muito pura e bonita, eu não gostaria de te machucar.
- Ludmilla, muito obrigada por entender e tudo, mas está tudo bem. Eventualmente eu acabaria falando algo se realmente chegasse a este ponto.
- Eu tenho outras coisas para te dizer.
- O que?
- Eu acho que.... - repentinamente alguém corta minha fala.
-Ludmilla? O que está fazendo aqui? - olho para Isabelly que me encara.
- Meu Deus, Isabelly! Eu sou sua fã, posso tirar uma foto contigo, por favor?
- Claro. - então elas tiraram a foto e Isabelly tornou me olhar.
- E então Ludmilla... você ainda não respondeu minha pergunta.
- Estava conversando com a Brunna, até você aparecer.
- Ah, então posso me sentar aqui certo?
- Não. - respondi.
- SIM! - disse Brunna eufórica.
- Estavam conversando sobre o que?
- Sobre pessoas intrometidas.
- Nossa, que ótimo assunto, conheço varias assim. - falou olhando para Brunna, assim pegando meu copo de suco e ingerindo o líquido.
- Porque não vai ao bar pedir algo para beber ao invés de beber do meu copo?
- Certo, eu já volto.
- Camila, levanta, vamos!
- Quê? Por que? É a Isabelly!
- Porque eu preciso ir para a empresa e você para a faculdade e com ela aqui o assunto nunca acabará.- menti, óbvio que eu não diria "ah, porque essa é uma das garotas que eu sempre fodo nas horas vagas."
- Verdade, mas só se me prometer que vai me ajudar a encontrar ela de novo algum dia.
- Certo, Brunna. Só anda logo.
Fomos correndo em direção ao carro.
- O que você iria me dizer antes dela ter chegado?
- Não me recordo. - mais uma mentira para a conta, pois eu me recordava totalmente.
- Já está tão velha assim?
- Deve ser isso mesmo. - falei e vi a mesma rindo.
O resto do caminho foi silencioso, pois eu comecei a ler algumas papeladas e Brunna entendeu que eu precisava do silêncio e pela primeira vez ficou quieta, o que me assustou no início.
- Senhorita Oliveira, chegamos. - disse o motorista.
- Então é aqui que nos separamos.
- Isso soou como se fosse uma despedida permanente.
- Não, não é. Pode acreditar.
- Ok, até mais senhorita Oliveira.
- Até mais senhorita, Gonçalves. - a mesma se virou para sair de perto e meu instinto fez com que eu rapidamente segurasse um de seus braços.
- Não está se esquecendo de nada?
- Para dizer a verdade, não. Você não me pediu nada e então eu pensei que... - não deixei que a mesma completasse, e logo puxei ela para um abraço, pois infelizmente havia muitas pessoas ao redor e eu não queria gerar nenhum alarme. Após o abraço nos separamos e dei um beijo em sua testa.
- Até mais, Brunna.
- Digo o mesmo, Lolo.
Brunna's POV:
Durante meu percurso para o quarto eu conseguia ouvir o sussurro de todos que tinham visto a cena ou ouvido falar.
"Deve estar com ela por conta do dinheiro"
"Tadinha, está bancando a trouxa"
Fingi que aquilo não me atingiu e continuei meu caminho.
Durante uma aula escutei mais alguns comentários.
"Novo brinquedo da ricona"
"Não dou nem uma semana para ver ela chorando porque foi dispensada."
Até mesmo quando eu estava dentro do boxer do banheiro pude escutar mais comentários.
"O que ela aquela garota idiota tem que eu não tenho?"
"Porque a Ludmilla quis ela e não eu?"
E a última que me mais me irritou:
Estava andando de volta para meu quarto, pois todas minhas aulas já tinham acabado, já estava tarde, quando sou parada pela mesma garota que beijou Ludmilla na festa em que nos conhecemos.
- Olha só se não é mais uma das garotas da lista de Ludmilla.
- Isso não interessa a você, porque a verdade é que está com inveja porque ao menos eu estou na lista e você não está nem perto disso.
- falei aquilo para provoca-la, mas a verdade é que eu estava sentindo raiva de mim por tudo isso.
Continuei andando e finalmente cheguei ao meu quarto, percebi que Luane não estava no mesmo. Logo tratei de pegar meu celular e discar o número de Ludmilla, aquilo acabaria ali.
• Call on •
- Já está com saudades? - perguntou rindo.
- Escuta, eu não sou obrigada a ser chamada de interesseira; trouxa; coitada e muito mais, eu definitivamente não sirvo para ser só mais uma na sua gigante lista de garotas. Não quero isso na minha vida, porque não vou continuar ouvindo esse tipo de coisa e muito menos continuar isso com alguém que dorme com milhares de pessoas. Seja lá o que for, acabou!
• Call off •
Eu não acredito que ela desligou na minha cara!
Eu queria matar ela naquele momento, mas me contive. Sentei no chão e comecei a pensar no porque eu estava me sentindo tão triste com o que fiz.
Levantei e fui tomar meu banho, eu definitivamente estava precisando esfriar a cabeça, então eu tomaria meu banho e sairia para refrescar a mente.
[...]
Lá estava eu, sentada observando o pôr do sol.
Quando sinto alguém tocar meu ombro.
- O que você está fazendo aqui?
- Precisamos conversar, Brunna.
- Não, não precisamos, está tudo acabado, seja lá o que era.
- Escuta, eu vou falar e você vai me ouvir.
- Honestamente não quero escutar nada
agora, Ludmilla.
- Nesse momento eu definitivamente não me importo com o que você quer ou não. Eu só vou dizer o que preciso dizer e depois desapareço se quiser.
Minha avó sempre diz que nós precisamos gostar alguém tanto como precisamos do ar para respirar.
Eu nunca entendi isso, talvez pelo fato de ninguém nunca ter me despertado esses sentimentos antes, e eu jurava que jamais conseguiriam.
Porém quando não estou contigo percebo que quero estar por perto de ti o tempo inteiro; durmo e acordo pensando em você; tenho vontade de querer te tocar o tempo inteiro, não estou dizendo maliciosamente, mas sim inocentemente, apenas para ter certeza de que você realmente é real, eu me sinto extremamente leve e bem humorada quando você está comigo. Na verdade, eu sinto muitas coisas quando você está por perto e isso me assusta. Nunca acreditei em amor à primeira vista, mas honestamente... desde que te conheci, isso parece ser cada dia mais real. E pela primeira vez na vida, eu entendo. Entendo que tudo o que minha avó sempre me diz está completamente certo.
Eu gostaria que você realmente fosse só mais uma senhorita Gonçalves, porque eu realmente não sei como lidar com tudo que está acontecendo dentro de mim neste exato momento, mas não, você não é só mais uma garota na minha lista, você é a garota, você é a garota que elimina todas as outras da lista. Você está no topo, está exclusiva nela.
Sem nem esperar que eu reagisse Ludmilla me beijou, um beijo cheio de carinho, um beijo que eu não trocaria por nenhum outro.
Escutamos pessoas batendo palmas e filmando.
- Tenho certeza que agora você aparecerá como minha namorada em todas as revistas e jornais possíveis existentes. - disse rindo me abraçando.
- A verdade é que após tudo o que disse, eu não ligo mais, vai ser uma honra. - falei e começamos a rir andando de mãos dadas para o carro de Ludmilla.
- Espera... onde vamos?
- Surpresa.
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