Ludmilla's POV:

No dia seguinte liguei para meus pais bem cedo os avisando que eu iria almoçar em sua casa.
Eles se surpreenderam pois não sabiam que eu estava na cidade, sim, meus pais não mexem em internet ou muito menos assistem TV.
Chris e Luane que eram meus irmãos já sabiam do acontecimento, mas eles tinham plena noção de que eu jamais gostaria que eles soubessem de algo, então eles nunca contaram para eles, meus irmão até disseram que eles; Renatinho e Juliana, Dayane e Larissa me visitaram durante minha estadia no hospital, e eu realmente acredito neles.

Inclusive liguei para as meninas as convidando para o almoço, porque honestamente esse almoço seria épico.

[...]

Brunna's POV:

O dia já havia amanhecido e Caio ainda não tinha retornado para casa, o que honestamente era um alívio. Ultimamente ele andava me pressionando tanto que eu não fazia tanta questão de lhe ter como companhia. A hora do almoço se aproximava cada vez mais e eu estava morrendo de medo dos pais de Ludmilla, acho que não será nada fácil contar que escondi os netos deles por tanto tempo, mas eu tinha meus motivos e honestamente eles costumavam sempre ficar do meu lado, o que ainda me dava uma esperança de que talvez não fosse tão ruim assim.

[...]

Assim que cheguei vi meus filhos correndo para me receberem com um abraço longo e apertado.

Adentrei a casa com meus filhos e eles já me direcionaram direto à mesa do almoço, onde todos já me esperavam.

- Brunna, que bom te ver, meu anjo. - disse Renato o pai de Lauren, e a mãe o acompanhou para me dar um abraço.

- E aí, Bruninha - disse Renatinho se aproximando com Patty. - Amiga, acho que você está ferrada! - disse Patty me abraçando e me alertando.

- Bru! Tudo bem com você? - e foi a vez de Dayane e Larissa me cumprimentarem.

- Quanto tempo, Bru. - Luane me olhou sorridente e Chris apenas sorriu para mim e Ludmilla? Bom, Ludmilla apenas me ignorou completamente.

- Bom, vamos começar esse almoço pois estou faminta. - disse a mãe de Ludmilla.

E então começamos a comer em um silêncio e de repente pela primeira vez escuto a voz de Ludmilla.

- Mãe, pai, Brunna tem algo a dizer para vocês. - olhei para Ludmilla com os olhos arregalados, engasguei um pouco e enfim respirei fundo.

- Pois diga.

- É.. bom, é que... as crianças elas... bom...

- Nós somos filhos da Ludmilla, então vocês são nossos avós. - disse Michael de uma vez e mais uma vez se mostrou exatamente como Ludmilla. Então todos só me olharam e deram gargalhadas altas, fiquei olhando para a cara de Ludmilla que estava exatamente como eu, sem entender nada.

- E qual a novidade nisso? Desde que nós colocamos nossos olhos em vocês já sabíamos disso, Michael é idêntico a Ludmilla e Jasmine se parece com Brunna, mas obtém algumas manias de Ludmilla , então não foi difícil de desvendar isso. - disse Renato.

- Vocês não estão com raiva por ela ter escondido seus netos de vocês? - perguntou Ludmilla assustada.

- Ludmilla, minha filha, nós sabemos que para ela ter tido tal ação tem um motivo, você quer nos explicar ele ou vai tentar fazer Brunna falar por você novamente? - e então foi a vez de Silvana falar.

- É Oliveira, quem se fodeu foi você. - disse Renatinho e pude ver Patty dando um tapa em seu braço.

- Cala a boca, Renatinho. Tem uma explicação, mas não muda o fato dela ter me escondido meus filhos.

- Crianças, por que vocês não vão para a piscina com Dayane, Larissa; Renatinho e Patty? - disse Silvana.

- Ok, vovó. - disse Michael contente e saiu arrastando Jasmine que estava extremamente curiosa. Pude ver Silvana sorrindo radiante por ter sido chamada de "vovó".

- Mas eu quero ficar para ver a treta rolar. - disse Renatinho, que mais uma vez levou um tapa de Patty. - Renatinho, eu juro que ainda te mato um dia desses, vamos logo. - Ok, não está mais aqui quem falou. - disse Renatinho saindo emburrada.

Ludmilla, conta sua versão da história desde o início e depois será sua vez, Brunna. - apenas assenti para Silvana.

[...]

Após Ludmilla e eu contarmos nossas versões que honestamente eram parecidas, tirando as partes de tudo o que Ludmilla viveu longe de mim e algumas coisas que fiz já que ela estava longe, pude perceber que eles não pareciam chateados.

- Honestamente eu só acho que foi uma falta de comunicação por conta de tudo o que Isabelly ameaçou a fazer com as pessoas em que Ludmilla amava, então eu entendo Brunna porque ela só não queria se magoar mais e muito menos atrapalhar a vida feliz que ela achava que Ludmilla estava vivendo. Mas ainda não digo que Brunna esteja certa, muito menos Ludmilla por não ter comunicado a ninguém, por mais que tenha sido por proteção. Porém o que importa agora é que vocês duas têm duas crianças perfeitas e por mais que tenham indiferenças, vão ter que aprender a lidar com elas para criarem e educarem bem essas crianças, mas já posso ver que Brunna e Caio andam fazendo um bom trabalho.

- Muito obrigado Senhor Oliveira. - agradeci e vi Ludmilla se levantar da mesa, indo em direção a piscina.

- Um dia ela vai deixar de ser cabeça dura e vai perceber que o que ela está fazendo é uma criancice e algo sem necessidade, até lá, bom... nós iremos curtir nossos netos. - então apenas sorri para Silvana.

Ludmilla's POV:

Após o churrasco fui direto para meu apartamento, as crianças voltaram pra casa com Brunna, e eu apenas cheguei em casa, tomei um banho e dormi.

Hoje eu estava mais que pronta para voltar a minha empresa e trabalhar como nos velhos tempos, fui informada por Dayane que Larissa já não trabalhava mais como minha secretária pois ela hoje em dia era uma advogada assim como Dayane.

No caminho a empresa pedi que meu motorista passasse em um Starbucks, eu precisava desesperadamente de cafeína.

Quando entrei na loja tive a oportunidade de ver uma linda mulher terminando de pagar sua conta e logo então saindo do Starbucks, ela não me notou, porque honestamente ela parecia que estava bastante apressada, talvez estivesse atrasada para algo.

Após ter a visto saindo da loja, peguei meu café e retornei para meu carro. Ela era realmente muito bonita e comecei a pensar que eu deveria ter corrido atrás dela e pego seu número, porém fiquei tempo demais babando nela ao invés de realizar algum movimento, então, bola para frente.

Quando cheguei a empresa pude ver todos os funcionários arrumando suas posturas, o que já era esperado, já que como eu era estressada vinte e quatro horas todos os dias por Isabelly, eu acabava descontando em meus funcionários, e então, bom... eu acabei ganhando um fama nada boa, provavelmente os funcionários da filial podem ter passado esse spoiler para os funcionários daqui.

Adentrei o elevador e assim que o mesmo se abriu no andar em que eu desejava, avistei minha sala, como eu sentia falta dessa sala e de Miami, no caminho para minha sala notei que minha secretária não havia chegado, ou seja, ela estava atrasada e a essa altura do campeonato eu odiava atrasos.

Sentei em minha cadeira e olhei um pouco à vista que eu tinha de Miami de minha sala, quando escuto alguns passos apressados.

- Está atrasa...- quando me virei, era ela, a mulher do Starbucks e então eu apenas sorri e cancelei o que eu iria dizer.

- Desculpa senhorita Oliveira, eu me chamo Emily Ferreira, sou sua secretária, eu passei no Starbucks para comprar um café de boas vindas a senhora e me atrasei, sinto muito, aqui está. - disse me entregando o café.

- É um prazer te conhecer senhorita Emily.

- Do que a senhora precisa por agora? - eu não iria perder a oportunidade dessa vez, então sim, logo soltei.

- Preciso saber se está solteira. - ela me olhou e sorriu tímida, colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.

- Estou sim, senhorita Oliveira. Mas, por que?

- Ludmilla, me chame de Ludmilla. Bom, eu queria saber se deseja sair comigo qualquer dia desses.

- Mas, senhori... quer dizer, Ludmilla, você acabou de me conhecer.

- E já foi o suficiente. Enfim, o que me diz?

- Eu aceito. - disse tímida.

- Ótimo!

Uma semana depois...

Jasmine's POV:

Eu e Michael estávamos na casa da mommy, ela e nossa madrinha estavam decorando nosso quarto e nós estávamos na sala assistindo desenho.
A pipoca havia acabado e Michael estava me irritando para ir pedir mais para nossa mommy, então lá estava eu indo pedir para ela, quando de repente escuto uma conversa entre as duas.

- Ludmilla, ela é sua secretária e trabalha com você, tu conheceu a garota e no mesmo dia que fez isso já foi pra cama com ela, não acho que isso vá se tornar um relacionamento saudável. Acho melhor você dispensar essa sua namoradinha.

- Ela é muito engraçada, fácil de lidar, tem assuntos interessantes, trabalha bem, é super bonita, ela é uma pessoa boa e bastante inteligente, Dayane. Não é só pegação se é que me entende.

- Eu não sei o que é, só sei que talvez seja melhor você apresentar as crianças para ela, só pra ter certeza de que ela não é apenas uma interesseira, se ela conseguir fazer as crianças gostarem dela então tá tudo bem, porque honestamente, eles não deixam passar nada, se ela conseguir passar ilesa por eles então é porque ela realmente é alguém com quem você pode se relacionar seriamente.

- Certo, eu vou apresentar ela a eles, no tempo certo, claro.

Agora até eu fiquei curiosa para conhecer ela, mas será se a mama sabe dessa mulher? Eu preciso contar para ela!

Assim que chegamos em casa eu fui direto conversar com a mama e Michael como sempre foi dormir.

- Mama?

- Oi hija. Está tudo bem? Como foi o dia com sua mommy?

- Foi legal como sempre, mama, eu queria saber o que é ir pra cama com alguém? . - vi minha mama me olhando assustada e boquiaberta.

- Onde você escutou essa expressão, hija?

- A dinda estava falando pra mommy que ela não deveria ter ido pra cama com a namoradinha dela porque elas trabalham juntas e a mommy foi e disse que ela era uma pessoa boa e que não era só pegação, o que é pegação?

- Está na hora de você dormir, Jasmine.

- Mas mama, você tem que tirar minha curiosidade. - falei olhando para ela com minha carinha fofa que eu fazia quando queria muito algo.

- A mama está cansada, nós conversamos sobre isso depois, pra cama agora mesmo, Jasmine!

- Ok, mama, boa noite, te amo daqui até o sol.

- E eu te amo daqui até além do sol, boa noite, filha.

Brunna's POV:

Eu não acredito que Ludmilla tinha ido para cama com alguém e que já estava namorando, tudo bem que eu não tinha direito de estar com raiva disso, mas eu ainda tinha um sentimento por ela, talvez ela não tivesse mais o mesmo sentimento por mim, afinal, ela ultimamente nem me olhava.

No dia seguinte, acordei e me arrumei, logo após acordei as crianças e tratei de arruma-lós e alimentar eles, eu estava indo os deixar na escola antes de ir para o hospital.

Estava a caminho da escola das crianças, que passava exatamente pela avenida onde se encontrava a empresa de Ludmilla e foi quando eu tive a ideia de deixar as crianças com a mesma para apenas checar com quem ela estava namorando.

Estacionei o carro na primeira vaga que vi, e perguntei para as crianças se elas queriam matar aula hoje para ficarem com Ludmilla, eu já sabia a resposta disso, já que eles eram loucos por ela. Mas isso era apenas parte do meu plano.

Subimos até a sala de Ludmilla e pude ver uma mulher morena em pé conversando com Ludmilla ao invés de trabalhar. E quando ela se virou para ver de quem se tratava eu realmente pude entender o porque de Ludmilla ter feito o que fez na primeira vez. E o porque dela nem me olhar mais, a garota parecia uma modelo e então eu apenas respirei fundo e continuei o que eu iria fazer.

As crianças assim que viram Ludmilla saíram correndo para abraçá-la.

- Ei, o que vocês fazem aqui? - perguntou.

- Eles não me deixaram em paz pedindo para ficarem com você e então aqui estão eles, estou indo trabalhar, boa sorte. - falei saindo e só escutei Ludmilla apresentando eles para a garota.

Ludmilla's POV:

- Emily, esses são os meus filhos, Michael e Jasmine. E mulher que saiu é a mãe deles.

- Da pra perceber, essa princesinha se parece muito com ela. E esse rapazinho é a sua cara. - falou e vi as crianças a observarem.

- Bom, agora vamos trabalhar, para termos o almoço livre para vocês três se conhecerem melhor.

Durante o almoço as crianças interagiram muito bem com Emily e ela com eles.
Pude perceber que ela leva jeito com crianças, o que realmente me deixou aliviada. Talvez aquilo fosse o começo de algo que me fizesse esquecer Brunna Gonçalves de uma vez por todas.

1 mês depois...

Brunna's POV:

Hoje era dia das mães, e eu acordei com as crianças me entregando presentes.

- Mama, feliz dia das mães, nós te amamos.

Toma esse é meu presente. - disse Jasmine me entregando uma caixa com um colar e dentro dele obtinha uma foto nossa.

- Obrigada filha, esse presente é perfeito.

- Minha vez! - disse Michael me entregando uma caixa com um relógio e uma carta, então comecei a ler em voz alta, para me orgulhar de meu filho e o fazer feliz.

- "Para a pessoa mais engraçada desse mundo, até que você é legal, por isso te comprei esse presente, a mommy ajudou a escolher, continue sendo legal assim Emily".

- Você entregou o presente errado, idiota. - falou Jasmine, olhei para Michael que saiu correndo e logo então voltou.

- Aqui mama, é que as embalagens eram iguais. - então me entregou uma caixa com uma touca de cirurgia personalizada e um bilhete.

- "Para a melhor mãe do mundo, eu te amo daqui até a lua, mama. Você é incrível e a mulher mais linda desse mundo".

- Eu amo vocês! - falei deixando uma lágrima escorrer de meu rosto, por imaginar que Ludmilla realmente estava seguindo em frente e fazendo meus filhos se acostumarem tanto ao fato dela estar com Emily e não comigo.

- Mama, você está triste porque eu fui idiota, né?

- Não, filho. Você não foi idiota, você também gosta de Emily e eu te entendo. Agora vamos descer para comer algo.

Lá estávamos nós conversando e comendo quando meu celular tocou.

~ Ligação onn ~

- Alô. - falei.

- Gonçalves, eu gostaria de saber se eu poderia pegar as crianças pela tarde.

- Com licença, meus amores, é sobre o trabalho, a mama já volta. - falei para as crianças e assim que cheguei em um lugar no qual eu poderia brigar, eu respondi Ludmilla.

- NÃO LUDMILLA, claro que não! Hoje é dia das mães, você sabia disso?

- Eu sei, é que bom... eu também sou mãe e Emily também quer ficar um pouco com eles. - suspirei para não ter um ataque de raiva e a respondi.

- Emily não tem direito de querer nada, e não, você não pode ter eles hoje, fique com eles no dia dos pais, hoje não.

- Esse seria meu primeiro dia das mães com ele e você já teve vários, Gonçalves. - e lá estava ela me chantageando mais uma vez.

- Que droga, Ludmilla! Busque eles pela tarde!

- Eu sabia que você seria compreensível. Obrigada.

~ Ligação off ~

Eu odiava o fato de quão cínica Ludmilla havia se tornado, ela não costumava ser assim comigo e eu não conseguia me acostumar a isso.

Caio estava mais tranquilo em relação à Ludmilla, afinal como não ficaria já que ela sempre me maltrata?
Então decidi que já que as crianças passariam a tarde com Ludmilla, que eu e ele poderíamos ter um tempo a sós. Eu precisava tirar Ludmilla da cabeça e Caio sempre me ajudou com isso. Assim que o comuniquei sobre minha ideia, ele a adorou como esperado.

A campainha tocou e Caio quem recebeu Ludmilla que estava com Emily.
As crianças desceram igual dois furacões e então se despediram de mim e de Caio assim indo com Ludmilla e Emily.

Caio's POV:

Quando Brunna  me disse que seria bom nós dois termos um tempo a sós hoje eu achei maravilhoso e logo pensei em uma coisa.

Assim que as crianças foram embora já peguei Brunna no colo e a levei direto para nosso quarto, tratando de beijar ela carinhosamente.
E então começar a tirar sua roupa para dar início ao que eu mais desejava.

Enquanto Brunna estava com os olhos fechados e gemendo sentindo o prazer que eu lhe proporcionava, peguei seu celular e liguei para Ludmilla, sim, eu queria que ela ouvisse, para acabar com qualquer expectativa de que as duas um dia teriam algo, afinal, dava pra ver na cara de Ludmilla que ela não amava Emily, mas que após isso, eu tenho certeza que daria um jeito de amar.

Ludmilla's POV:

Estávamos na porta de meu apartamento quando Brunna me ligou, pedi para que Emily entrasse com as crianças antes que eu atendesse, porque afinal... eu sabia que provavelmente iríamos brigar por algo.

Porém quando atendi o assunto era outro.

~ Ligação onn ~

- Mmmmm.
- Goza pra mim Brunna, vai, meu amor.
- Mais forte...
- Feliz dia das mães, amor.

~ Ligação off ~

Desliguei a ligação rapidamente, eu não queria acreditar que Brunna tinha sido tão baixa ao ponto de me ligar no meio dessa porcaria.

Mas então uma lágrima caiu de meus olhos, eu sentei enfrente a porta de meu apartamento e respirei fundo algumas vezes, limpando minhas lágrimas antes de adentrar o mesmo.

Por que eu ainda tinha que a amar quando eu já obtinha uma pessoa boa ao meu lado?