Batimentos cardíacos
Oi mores, tudo bem? Esse capítulo tem muitas emoções, eu indico que vocês escutem musicas aos seus gostos de acordo com a emoção que estiverem sentido.
Peço que curtam e comentem MUITO! Indiquem a fic para amigos e sejam felizes.
Spoiler: ESSE CAPÍTULO ESTÁ IMENSO.
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Dayane's POV:
Finalmente conseguimos derrubar o amigo de Isabelly que gerênciava a delegacia, por conta dele o processo de Ludmilla ficou parado um bom tempo, mas conseguimos o prender e dar o inicio a operação.
Ludmilla já havia me enviado às amostras de DNA de Ariana e como eu suspeitava batiam com o DNA encontrado no carro. Isabelly havia sabotado o freio do carro de Ludmilla, mas isso só Isabelly sabia o porque, quando contei a notícia para Ludmilla ela ficou extremamente chateada e queria brigar com Isabelly, mas pedi que ela esperasse pois o tempo certo para isso chegaria e assim ela fez.
Apenas o DNA não era o suficiente para mantê-la na cadeia por um bom tempo, eu precisava que Ludmilla a fizesse confessar, porém toda vez em que Ludmilla tocava no assunto ela se desviava, mais um ano havia se passado e enfim recebo uma mensagem de voz de Ludmilla, com Isabelly confessando o crime. Ludmilla me disse que ela estava bebada, mas naquele momento aquilo não importava, pois com a confissão e o DNA faria com que ninguém acreditasse nela caso ela alegasse tal fato.
E então tratei de ligar pra Ludmilla e combinar todo o plano para que ela voltasse a Miami.
~Ligação on~
- VOCÊ NÃO TEM IDEIA DO QUÃO FELIZ ESTOU!
- Imagine eu! Qual o plano?
- Amanhã você irá sair de casa, vai vir direto pra cá, provavelmente ela vai te seguir, porque você sabe que ela é louca por você. Assim que chegar em Miami, pegue um táxi ou peça para que seu motorista daqui leve algum carro para você e me encontre na sua empresa, a polícia estará esperando Isabelly lá, ela vai ser presa rapidinho e você estará livre dessa maluca.
- E se ela tentar algo com algum de vocês assim que eu sair daqui?
- Ela não terá esse poder, porque terá policiais com todas as pessoas que você ama.
- Todas? - senti que Ludmilla não quis me dizer diretamente, mas essa pergunta se referia a Brunna.
- Todas! Agora se arrume e venha logo, pois eu quero te dar um chute de bem vindas.
- Muito sua cara isso mesmo, estou indo.
- Até amanhã, Oliveira
.
- Até amanhã, Silva.
~ Ligação off ~
Honestamente ao mesmo tempo em que eu ficava feliz eu ficava desesperada, como Ludmilla reagiria quando soubesse que eu tinha plena consciência da existência de seus filhos e eu nunca havia contado para a mesma? Será que ela entenderia que fiz isso para proteger tanto a vontade de Brunna quanto os filhos de Ludmilla que corriam perigo caso Isabelly ao menos desconfiasse? Como eu contaria para uma de minhas melhores amigas que eu sabia que Ludmilla tinha ido embora a força e não abri a boca para lhe contar nada disso? E como eu contaria que Ludmilla estaria de volta? Tantas perguntas rondando minha mente, mas não era hora de pensar nisso e sim de avisar aos policiais que todos ficassem em suas posições, pois Ludmilla Oliveira voltaria amanhã.
Ludmilla's POV:
Ja havia se passado um ano desde que Dayane me contou que Isabelly havia sabotado o freio do meu carro, fazendo com que Keana falecesse, eu sei que ainda tenho porcentagem de culpa nisso, mas isso esclarece toda a incógnita que se passava por minha cabeça, afim de descobrir o porquê daquele freio estar bom numa hora e péssimo em outra, isso nunca saiu de minha cabeça, e se não fosse por essa descoberta eu pensaria no motivo até o dia de minha morte.
Hoje todo esse acontecimento me bateu bem forte, então decidi que já que Isabelly não me conta as coisas sóbria, ela me contaria bêbada, já que falar demais era uma das manias dela quando estava alcoolizada.
Assim que Isabelly chegou em casa após de um dia de compras, eu já estava com algumas bebidas em minhas mãos a aguardando.
- Pra quê essas garrafas?
- Pra nós duas, vamos aproveitar bastante essa noite. - falei indo em sua direção a beijando, mesmo sentindo nojo desse ato.
- Uau, certo. Vou só tomar um banho.
- Não precisa, assim que terminarmos de beber, eu quem irei te dar um banho. - pisquei
para ela que suspirou me olhando.
- Certo. Então vamos beber.
[...]
Uma hora depois eu já podia perceber o quão bêbada ela já estava, eu sabia que ela era fraca para bebidas, mas eu não queria arriscar, por isso esperei tanto tempo para entrar no assunto, liguei o gravador de meu celular sem que ela percebesse e dei início ao meu plano.
- Isabelly, você já matou alguém?
- Eu? Eu já! Por sua culpa, eu sempre fui louca por você! - disse rindo desesperadamente.
- Quem você matou por minha conta?
- Keana, Keana Marie, aquela vagabunda que dizia ser minha amiga, mas que pegou a garota que eu gostava, eu sei que ela não sabia que eu gostava de você, mas nem precisava falar, porque eu estava sempre falando de você para ela, sempre olhando para você e conversando contigo, e aí naquele dia eu fui falar com você e você me maltratou com suas palavras, então eu percebi que era por conta dela, e daí tive a brilhante ideia de cortar o freio de seu carro. - falou rindo e depois me olhou, abrindo a boca para mais confissões.
- e daí pedi que Raul que gostava dela, mas que ela dispensou para ficar contigo, bater no carro de vocês no cruzamento, ele me ajudou a matá-la, ele foi um anjo nessa época, e me ajudou também nessa vez em que fiz você ser forçada a vir embora comigo. Mas eu te amo ainda depois de tudo que já fiz por você, e você me ama?
Olhei para Isabelly querendo estrangular seu pescoço, mas me contive e respirei fundo.
- Preciso ir ao meu escritório, já volto.
- Ok, vou te esperar no quarto!
- Tudo bem.
Minha vontade era de ligar para Dayane, mas no momento eu só queria surtar, comecei a jogar tudo em que havia em cima de minha mesa no chão e me sentei chorando em um canto de meu escritório. Observei tudo em que eu tinha quebrado e respirei fundo, porque ao menos eu sabia que tinha tudo o que precisava para mandar esse monstro para a cadeia e ver minha família, na qual eu estava morrendo de saudades, até mesmo de Dayane eu sentia falta.
Me acalmei e mandei o áudio para Dayane e ela me contou todo o plano que eu iria seguir para voltar a Miami.
Quando subi para o quarto, Isabelly já estava capotada dormindo na cama, tratei de pegar uma roupa para que eu viajasse no dia seguinte e coloquei meu despertador para tocar antes que ela acordasse. Amanhã eu retornaria para Miami ou eu não me chamava Ludmilla Gonçalves.
[...]
Meu despertador tocou e tratei de ir correndo me vestir, deixei um bilhete para Isabelly ao seu lado e nele continha a informação de que eu estava voltando para Miami, afinal, ela deveria me seguir.
Isabelly's POV:
Acordei tateando a cama e percebi que Ludmilla não estava ao meu lado, mas encontrei uma folha e logo tratei de pega-la para assim ler.
"Eu estou indo embora, a verdade é que não te aguento mais, nunca aguentei, muito menos amei você em algum momento desse casamento forçado, eu não ligo pra quem você vai mandar matar.
Estou voltando para Miami, vou direto para a empresa organizar toda minha volta. Não invente de me seguir. Beijos e abraços.
- Ludmilla Oliveira."
Me arrumei rapidamente e sai em direção ao aeroporto, comprei uma passagem durante o caminho, eu não a deixaria ir de jeito algum.
[...]
Chegando ao aeroporto liguei para Lauren, quem ela pensa que é?
~ Ligação on ~
- Alô? - disse ela totalmente despreocupada.
- Ludmilla, eu vou te matar! Onde você está?
- Não encontrou meu bilhete?
- Claro que encontrei essa porcaria, é exatamente por isso que estou ligando! Onde você está?
- Quase decolando para Miami.
- Estou aqui no aeroporto, Ludmilla . O próximo voo para Miami sai em vinte minutos, eu vou chegar praticamente junto contigo em Miami, vou direto pra empresa te obrigar a voltar comigo como na última vez ou eu faço um escândalo na sua empresa mesmo e espalho seu segredo para o mundo.
- Boa sorte nisso, irei desligar pois meu avião vai começar a decolar, até mais tarde.- disse apenas isso, eu comecei a desconfiar que Ludmilla queria me fazer alguma surpresa de casamento, porque ontem ela estava bem carinhosa, então acalmei meus nervos e nem comuniquei nada para Raul. Fiquei apenas esperando a hora de meu voo.
Ludmilla's POV:
Após cinco horas de voo, finalmente pousei em Miami. Esperei meu motorista que estava demorando um pouco para me buscar, e assim que ele chegou, seguimos para minha empresa.
[...]
Estávamos à uns quinze minutos da empresa quando de repente sinto meu celular vibrando, tratei de atender.
- Quem fala?
- Sua esposa. - respirei fundo.
- O que você quer?
- Apenas te avisar que estou no carro atrás do seu e que se você não parar esse carro agora, eu vou bater nele. - eu honestamente não esperava menos dela e apenas desliguei o celular.
- Alfred, pisa no acelerador como se não houvesse amanhã.
- Mas senhora, pode acontecer alguma coisa.
- Acredite em mim, vai acontecer mesmo que você não faça isso, então apenas me obedeça.
- Certo senhora.
Então meu motorista começou a pisar no freio, e eu apenas escutava as buzinas dos carros em que ele ultrapassava, olhei para trás e vi que Isabelly estava acelerando tanto quanto nós.
Liguei para Dayane avisando o que estava acontecendo e ela me garantiu que assim que eu chegasse na rua de minha empresa, Isabelly estaria completamente cercada de viaturas policiais.
E fiquei mais tranquila.
Na rua da empresa ouvi às sirenes dos policiais e de repente senti um impacto grande no carro e vi que meu carro estava capotando, senti que bati a cabeça em algum lugar e simplesmente apaguei.
Dayane's POV:
Vi o carro de Ludmilla chegando como uma bala na avenida e de repente o de Isabelly batendo com tanta força em seu carro, que eu não havia conseguido nem contar quantas vezes seu carro capotou, meu coração se apertou e eu coloquei as mãos em minha boca na tentativa de não gritar, observei os carros policiais cercando Isabelly e a mesma saindo do carro e se deitando no chão, eu queria matá-la, enforcar ela com minhas próprias mãos, ou até mesmo a esquartejar pedaço por pedaço.
Mas mantive minha postura e liguei para uma ambulância, após isso corri direto para ver como estava Ludmilla , o motorista dela saiu do carro também machucado mas ainda sim pedindo por ajuda dizendo que sua patroa estava bem mais machucada que ele e aquilo me fez ter medo de ir vê-la, porém eu não quietaria até constatar isso pessoalmente.
Quando cheguei perto de Ludmilla, pude notar que ela estava sangrando bastante e mais pálida do que nunca, comecei a me desesperar, a chorar e logo comecei a balançar ela no intuito de a fazer acordar.
- LUDMILLA! LUDMILLA ACORDA! PELO AMOR DE DEUS, VOCÊ NÃO SOFREU ESSES ANOS TODOS PRA NO DIA EM QUE VOCÊ VOLTA, VOCÊ MORRE. POR FAVOR, ACORDA! - eu a balançava porém ela não tinha nenhuma reação, de repente alguém coloca a mão em meus ombros, me viro assustada e percebo que é um paramédico.
- Senhora, você precisa se afastar para que nós possamos retirar ela do carro e levá-la ao hospital. - me afastei mesmo não querendo e observei todo o procedimento, após todo o procedimento eles colocaram Ludmilla na ambulância e eu a acompanhei segurando sua mão.
Chegamos ao hospital e eles nos separaram, saíram correndo adentrando o mesmo, eu apenas escutava as informações que eu havia passado para eles, trataram de levar ela para algum lugar e eu apenas pude sentar e esperar.
MÉDICOS POV'S:
- Paciente feminina de 29 anos, identificada como Ludmilla Oliveira, atingida por uma Ferrari, abdômen tenro, hematoma a esquerda do tórax, som pulmonar diminuído, costelas fraturadas a esquerda, possível concussão na cabeça. Alguém por favor chame a cirurgiã geral enquanto a neuro faz a avaliação da concussão!
- Preciso levar ela urgente para uma tomografia para ter certeza se ela está realmente com traumatismo craniano.
Brunna's POV:
Estava almoçando com minha residente quando de repente fui chamada para um trauma.
- Temos um trauma para atender, e pelo o jeito que estão me chamando é coisa grande, vamos!
[...]
- Tudo bem o que temos por aqu... - Não poderia ser, aquilo só poderia ser ilusão da minha cabeça, cheguei mais perto apenas para constatar, mas seu rosto estava tão ensanguentando que talvez eu estivesse apenas me confundindo.
- Drta Gonçalves! Precisamos da sua ajuda! Paciente com 29 anos, identificada como Ludmilla Oliveira... - e foi a partir dali que não escutei mais nada, apenas me sentei no chão do quarto de atendimento e observei tudo. Vi minha residente avaliar a situação e todos me olharem sem entender, mas ainda sim continuarem seus trabalhos, vi seu rosto totalmente pálido e de repente escuto o desespero de todos tentando a ressuscitar já que ela estava tendo uma parada cardíaca, tentaram uma, duas, na terceira vez eu comecei a entrar em desespero, na quarta vez todos já estavam descrentes de tentar mais uma vez e eu me levantei com tudo.
- Tenta mais uma vez! Por favor, tentem mais uma vez! - praticamente implorei para todos os médicos.
- Tudo bem. - disse a neurocirurgiã.
Cruzei meus dedos para que desse certo, algo em mim não a queria morta, eu ainda sentia algo por ela, naquele momento eu não sabia de fato se era ódio ou amor, mas eu apenas sabia que sentia.
E finalmente vi seus batimentos cardíacos voltando.
- Vamos levá-la para uma tomografia e você pode descansar, vi que essa paciente mexeu bastante contigo. - disse meu chefe.
- Ela é a outra mãe dos meus filhos, Richard.
- Ela vai sobreviver, Brunna. Ela está em boas mãos!
- Eu sei, obrigada.
Sai para pegar um ar e vi Dayane sentada na sala de espera, e eu entendi exatamente o motivo dela estar ali, então apenas me sentei ao seu lado.
- Ela está aqui.
- Sim, ela está aqui.
- Como você sabia?
- Ela me avisou. - percebi que Dayane estava uma pessoa de poucas palavras, algo que ela raramente era.
- O que aconteceu pra ela chegar aqui toda ferrada desse jeito?
- Isabelly bateu no carro dela.
- Espera... quê? De propósito? Mas Isabelly não é louca por ela?
- Exatamente por isso, por ser louca. Brunna, nós finalmente precisamos conversar.
- Dayane, eu não acho que aguento outro baque agora.
- Não estou nem aí se aguenta, eu guardei isso por muito tempo e agora eu preciso te contar. - olhei para ela que estava extremamente séria e apenas acenei positivamente.
[...]
E então ela me contou tudo, desde o início, cada pequeno detalhe desde que Ludmilla me abandonou, me contou todo o motivo e eu estava paralisada, pois a culpa era de Isabelly e não totalmente de Ludmilla .
- Mesmo que tudo isso seja verdade, Ludmilla poderia ter me contado a verdade e assim Isabelly não a chantagearia, ela teve a culpa dela, ela nunca pensou em me contar nada! Eu nunca fui ameaçada em nenhum desses seis anos, Dinah! Ela está mentindo para você!
- Você não faz ideia do preço que ela pagou para que você e a família dela ficassem bem, tudo o que ela aguentou todos esses anos, você não pode ser injusta com ela desse jeito! E ela não está mentindo e eu posso provar!
E então Dayane me mostrou o áudio de Isabelly que Ludmilla havia mandado e eu apenas me senti mal, porque aparentemente ela ultrapassou céu e inferno para me proteger e proteger sua família.
Mas eu ainda estava magoada com toda a situação, eu não sei como contaria que escondi os filhos dela todos esses anos. Eu não teria coragem disso, então eu me manteria longe, para o bem da minha saúde mental, já que hoje em dia sou casada com um homem que me ama e que cuida muito bem dos meus filhos. Eu preciso manter a distância de Ludmilla Oliveira, mas não antes de ter a plena certeza de que ela estava viva e bem.
Então apenas descansei minha cabeça no ombro de Dayane, afim de esperar o resultado da cirurgia de Ludmilla.
[...]
- Brunna? - acordei com a voz de Richard me chamando e logo me levantei.
- Como ela está? Está estável?
- Você como ninguém sabe que a fase mais crítica de uma cirurgia é o pôs operatório, as cirurgias ocorreram perfeitamente bem. Mas essa noite é crítica. - respirei fundo querendo não entender nada de medicina para apenas não me preocupar ainda mais.
- Irei vê-la, qual o quarto?
- Eu te acompanho até ele.
- Vou junto. - disse Dayane se levantando.
- Sinto muito moça, mas você ainda não pode ter acesso, ela está na UTI e não posso liberar que você vá.
- Tudo bem, cuida dela. - disse Dayane me olhando com um semblante cansado.
- Vá para casa e descanse, volte amanhã, ela ainda estará aqui.
- Okay.
Caminhei em direção ao quarto em que Ludmilla estava e assim que chegamos travei na porta do quarto, Richard segurou em um de meus ombros.
- Eu sei que deve ser difícil revê-la depois de todos esses anos, ainda mais depois de toda a dor e humilhação que ela lhe fez passar, mas eu acho que ela precisa de você nesse momento.
- Esse é o problema, ver ela dói, mas ao mesmo tempo me acalma, o pior de tudo isso é que descobri que ela nunca quis ir embora e sim foi forçada e isso dói mais ainda, porque eu começo a imaginar que poderíamos ter criado nossos filhos juntas e felizes, dói em imaginar que ela passou todos esses anos segurando uma barra simplesmente para ninguém fazer nada de errado comigo ou com sua família, e dói em saber que jamais poderemos ficar juntas novamente.
- Por que não podem ficar juntas? Ela está aqui, está viva e é a mãe de seus filhos.
- Porque eu já tenho Caio.
- Honestamente o cara é um babaca, não sei o que você vê nele.
- Ele é bom comigo, talvez não com os outros, mas é bom comigo e com meus filhos e isso é o que importa.
- Chega de papo furado, crie coragem e vá vê-la. - apenas assenti e adentrei o quarto.
Peguei a cadeira e coloquei ao seu lado, observei o rosto dela suturado indicando que ela havia o cortado. Não consegui me controlar e logo peguei em sua mão.
- Eu não sabia o porque de termos sido separadas daquele jeito, eu achei que eu era apenas mais uma em sua lista, durante todos esses anos não teve um dia sequer no qual eu não me perguntei para mim mesma se eu não era o suficiente para você, não teve um dia no qual não olhei para nossos filhos e te vi neles, eu não sei mais o que sinto por você, no início eu achei que era apenas ódio, mas nem eu acreditava que esse era o único sentimento que eu sentia por você, e agora sabendo de toda essa história eu sei que ainda sinto algo, algo que eu apenas tranquei a sete chaves, mas agora vendo você... - suspirei acariciando seu rosto. - vendo você, eu sei que esse sentimento não vai ficar guardado como antes e eu tenho medo de que alguém saia machucado dessa história. Mas independente de qualquer coisa eu queria te dizer que você me deu os dois melhores presentes desse mundo que são os nossos filhos, eles são lind... - e de repente escuto o aparelho indicar que Ludmilla estava tendo uma parada cardíaca, logo vejo vários médicos adentrando a sala e tentando trazê-la de volta à vida, comecei a chorar incontrolávelmente, observei tudo naquele momento, felizmente eles conseguiram fazer com que ela voltasse a ter batimentos cardíacos, me aproximei dela logo deitando na cama e a abraçando. Vi que todos os meus colegas de trabalho continuavam se entender uma vírgula sequer, mas saíram do quarto nos dando privacidade.
- Para de morrer! Pelo amor de Deus, para com isso! Eu acabei de te ganhar de volta, por favor não me deixe de novo! Seus filhos precisam de você, eles precisam te conhecer, eu nunca vou me perdoar se eles não te conhecerem com vida, então resista, lute pela sua vida, lute sem parar. - falei a abraçando e beijando seu rosto que estava gelado e pálido. Escuto um barulho de porta se abrindo e era a neurocirurgiã.
- Brunna, vim te informar que precisarei colocar ela em coma induzido, o acidente dela foi bastante grave, irei fazer isso para que o cérebro e corpo dela tenham maiores chances de se recuperar, você como médica sabe que fazendo isso o organismo dela vai poupar energia por não estar ativo, além do fato de que ela não sentirá nenhuma dor ou desconforto igual deve estar sentindo agora.
- Quanto tempo?
- Pretendo deixar por apenas uma semana, mas você sabe que mesmo que eu a tire do coma induzido em uma semana, existem chances dela ficar em coma por mais alguns dias.
- Faça o que tiver que fazer, apenas cure ela, Amélia.
- Espero que eu não precise te dizer que depois conversaremos sobre isso.
- Não precisa, quando for a hora eu te conto.
- Ok.
Peguei meu celular que estava vibrando e vi que quem me ligava era Caio.
~ Ligação on ~
- Você está demorando hoje, está tudo bem?
- Sim, só um trauma que chegou aqui para mim. Eu vou ter que fazer essa cirurgia praticamente à noite toda e tenho mais uma amanhã pela manhã, sinto muito, não dormirei em casa hoje.
- Tudo bem, uma ótima cirurgia e se cuide! Eu te amo, tchau.
- Tchau.
~ Ligação off ~
Após desligar o celular percebi que além de mentir para ele afim de simplesmente passar a noite com Ludmilla, eu não retribui o carinho de Caio, mas naquele momento aquilo não me preocupava, somente o estado de Ludmilla.
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