5 capítulo
Ouçam Protectors of the Earth - Thomas Bergersen quando aparecer o play. Lembrando que vocês podem a encontrar na playlist da fic.
E eu queria pedir que vocês tenham paciência com a Lauren porque pode demorar um pouquinho pra camren começar a acontecer.
E vocês estão gostando da fic?? pois eu estou adorando escrever hahaha
E perdão ter retirado o capítulo 2 vezes, é que o wattpad ta uma putaria que só, não deixando ninguém comentar ai se não tem comentário eu fico insegura achando que vocês não gostaram do capítulo.
Massachusetts, ano de 2020.
Ao se afastar de Camila, Lauren aperta os olhos com força enquanto negava com a cabeça.
- Você viu, eu não estou maluca. - Lauren resmunga se virando para Dinah com a mão na cintura vendo a morena com os olhos levemente arregalados.
- Isso é bom? - questiona em dúvida.
- Isso é péssimo, aquela garota tem que ficar longe de mim. - aponta para a direção que tinha vindo.
- Onde você vai? - Dinah pergunta vendo Lauren lhe estendendo a mochila.
- Preciso sair daqui. - se limita a dizer.
Não muito tempo depois, Lauren estava parada no topo de uma das montanhas de Massachusetts sentindo o vento frio bater contra seu rosto. Ela fecha os olhos com lentidão enquanto tentava fazer aqueles sentimentos ruins se afastarem.
Por sua audição aguçada, Lauren passa a ouvir passos pesados que se aproximavam rapidamente dela. Pelo cheiro de cachorro molhado, a vampira revira os os olhos e se vira de encontro a onde vinha o cheiro. Ela olha em volta ouvindo passos por volta dela entre as diversas árvores e por fim, algo pula por trás fazendo as presas crescerem e seus olhos mudarem de cor, sua mão se fecha em um punho e de maneira rápida, ela se vira acertando um soco no maxilar do lobisomem que estava prestes a atacar jogando o enorme lobo contra uma árvore.
O lobo choraminga balançando a cabeça desnorteado, Lauren rosna e o enorme animal vai ganhando um formato humano podendo reconhecer quem era.
- Qual é? Porra, Lauren! - Normani reclama.
- Bem feito, eu já te mandei não chegar assim! - exclama sentindo seu punho doer pela força que aplicou no soco.
- Caralho, maneira na força que você usa no soco, todos sabem que você é forte para caralho. - resmunga sentindo as costas doerem.
- A culpa foi toda sua. - se aproxima da mulher loba, estende sua mão tendo a mesma segurada pela que estava no chão se contorcendo.
- Me mandaram... Me mandaram vir ver quem tinha invadido as nossas terras. - murmura se colocando de pé, sem se importar com sua nudes perante a vampira.
- Você quis dizer as minhas terras. - corrige vendo a negra revirar os olhos pelo egocentrismo.
- Você sabe que nós tomamos conta disso e não é sempre que uma vampira aparece por aqui. - solta a mão gelada de Lauren e leva até a sua lombar sentindo que a dor ia diminuindo conforme ela respirava - E tem um acampamento a alguns quilômetros daqui, pensamos que poderia estar atrás deles.
- Não gosto de homem rechonchudos que se entopem de gordura para serem meus fornecedores de sangue. - se limita a dizer percorrendo os olhos pelo corpo esbelto de Normani - Andou malhando? - questiona com um sorriso malicioso.
Normani apenas revira os olhos colocando as mãos sobre seus seios e na frente da sua intimidade obrigando Lauren subir o olhar para seu rosto novamente.
- Não importa mas seja lá o que você anda fazendo, está tendo resultados. - a loba tenta segurar uma risada mas acaba soltando enquanto revirava os olhos.
- O que veio fazer por aqui?
- Espairecer a mente, pensar do porque eu salvei uma humana de um Klaclatus e que possivelmente vai me trazer problemas.
- Lauren... - Normani se aproxima lentamente da vampira - Tome cuidado, ouvi dizer que Henry quer tomar o seu lugar. - avisa.
- Cavill? - ela afirma com a cabeça - Até parece que ele consegue. - debocha levando as mãos até seu cabelo sentindo que sua humanidade já havia sido desligada novamente - Perto de mim, aquele cara é um embrião. - esboça um sorriso presunçoso.
- Cuidado Lauren, esse seu ego pode te derrubar... Você não é indestrutível. - aconselha sua aliada.
- Eu sei o que eu digo. - lança uma piscadela em direção a de cabelos cacheados.
[…]
Camila abre o livro escrito "Carmilla" na capa. Fazia alguns dias desde que ela não lia nem ao menos um parágrafo daquele livro, ao abrir no terceiro capítulo, Camila vê uma folha colorida entre as últimas folhas. Ela folheia o livro até que chega na folha vermelha, a pega vendo uma caligrafia tão caprichada que parecia ser desenhada.
"Algumas partes desse livro são verdades mas não ache que nós, vampiros, dormimos, ou morremos se entramos em contato com o Sol e surtamos ao ouvir hino fúnebre. E a personagem Laura só sente suas forças sugadas por perder sangue, não pense que roubamos a vitalidade.
Obs: essa história é verdade mas pense que fui eu quem participei desse enredo, humana tola. Eu apenas conheci a Carmilla, foi uma grande amiga minha até me trair e eu ter que me livrar dela.
Atenciosamente, L.J"
Camila lê aquele recado com um enorme ponto de interrogação no meio da testa. Mais cedo Lauren tinha demonstrado que não simpatizava com ela e agora tinha esse bilhete de alguns dias atrás. Ok, talvez Lauren não a odiasse tanto.
- O que está lendo, Mila? - a voz de Janet ecoa pela sala fazendo Camila saltar do sofá, encarar a negra e esconder a carta.
- Esse livro. - aponta para o livro que estava pousado sobre as suas coxas.
- Qual é? - cruza os braços se encostando na parede.
- Carmilla. - coloca o papel vermelho debaixo da sua coxa e ergue o livro - Você deveria ler.
- Não gosto de coisas que envolvem vampiros. - estremece ao falar tendo seus pêlos da nuca arrepiados.
Por sua vez, Camila apenas aperta seus lábios afirmando com a cabeça, com os ombros murchos. Ela queria que suas amigas compartilhassem da mesma paixão mas aparentemente Vanessa, Janet e Alícia odiavam tudo que envolvia esses seres imortais.
- Vai trabalhar hoje, Mila? - Alícia adentra a sala com um balde de pipoca.
- Sim, dessa vez o meu turno é de noite. - suspira cansada por imaginar que teria que sair de casa às seis da noite e chegar às uma e meia.
- Olha o lado bom, hoje é sexta. - Janet se joga ao lado de Alícia que tinha acabado de se sentar no outro sofá de dois lugares, pegando um pouco de pipoca fazendo a ruiva a olhar com uma expressão brava.
- Eu odeio trabalhar naquela lanchonete de noite, só tem bêbado, pessoas estranhas e algumas solitárias... Além de que as gorjetas são uma merda, gosto de trabalhar a tarde porque tem umas velhinhas gente boa que me dão até vinte dólares. - murmura pegando o papel vermelho de maneira discreta e coloca no meio do livro vendo os olhos azuis de Alícia lhe olhar de maneira avaliativa.
- Quer que eu te leve? - Janet se oferece.
- Pode deixar, eu vou de metrô. - nega maneando com a cabeça de maneira negativa - Quando a Vanessa chega? - se levanta segurando com força o livro contra o seu corpo.
- Provavelmente daqui meia hora. Ela avisou que vai trazer comida então não precisa cozinhar. - Alícia responde colocando uma boa quantidade de pipoca na boca.
- Pizza?
- Não, é daquele restaurante árabe que ela ama.
- Hm... - afirma com a cabeça - Vou para o meu quarto, quando ela chegar vocês me avisam? - o casal levanta os polegares em concordância deixando a latina ir para seu quarto.
Após se sentar na cama, Camila continua a sua leitura que estava parada a alguns dias, só parando quando Vanessa avisa que tinha chegado e trazido esfirras abertas que ela tanto amava.
Ela come junto com as outras três mulheres entre uma conversa ou outra, Alícia questiona sobre o bilhete vermelho que Camila tanto queria esconder, deixando todos os olhos presentes sobre seu rosto.
- Que bilhete? - se faz de desentendida.
- Aquele vermelho que você tentou esconder...
- É uma amiga que estava agradecendo pela indicação do livro. - responde como se não fosse nada demais.
- Ou é um pretendente? - Vanessa brinca - Um futuro marido talvez...
- Vocês sabem que eu nunca vou me casar então as chances de serem um são quase nulas.
Com aquela resposta, o assunto é encerrado de maneira amigável arrancando piadinhas de Janet.
Perto das seis, Camila vai se banhar para poder de aprontar para chegar a lanchonete no seu turno da noite. Com um coque prendendo seus cabelos, Camila entra debaixo da ducha quente do chuveiro sentindo todos os seus músculos relaxarem por conta da temperatura da água.
Sua cabeça começa a maquinar sobre o ocorrido do dia que envolvia a vampira e da outra possível vampira que se chamava Dinah. Ao se lembrar da reação de Dinah quando se aproximou a deixa ainda mais confusa do que já estava.
Por que Dinah aparentou surpresa?
Talvez fosse por Camila saber que Lauren era vampira. Para Camila, ela levou essa explicação como verdade absoluta pois era a única coisa na qual não a deixaria com mais perguntas.
Sem muita enrolação debaixo do chuveiro, Camila saiu enrolada em uma toalha e foi para seu quarto pegando o uniforme de garçonete. O uniforme não era nada mais, nada menos do que um macacão da cor creme, uma blusa de mangas longas listrada na cor vermelho e branco, junto com um pequeno crachá com seu nome preso a alça do macacão.
Estando devidamente vestida, Camila faz um rabo de cavalo alto, prende sua franja com alguns grampos e veste uma jaqueta preta percebendo que hoje essa noite não faria tanto frio. Já vestindo seus tênis com plataformas altas e brancas, a mulher pega sua bolsa colocando tudo o que ela possivelmente precisaria dentro como; seu carregador, cartão de crédito, o bilhete único que usaria no metrô e seus fones.
[Play]
Antes de sair, ela pega seu celular, lança uma última olhada no espelho e sai do quarto vendo que o apartamento estava um completo silêncio, apenas com algumas vozes vindas do quarto de Alícia. Sem se dar ao trabalho de se despedir, Camila marcha até a porta de entrada, pega sua chave que estava no chaveiro e sai, cumprimenta Joseph ao passar pela portaria e anda em passos apressados até a estação de metrô que ficava a algumas quadras dali.
Seus olhos amendoados param sobre as escadas que davam no metrô vendo um enorme fluxo de pessoas transitando por ali fazendo com que ela aperte a bolsa contra seu corpo temendo ser roubada dentre a multidão de pessoas.
Já na plataforma, Camila fica de pé sabendo que o próximo metrô que estava para chegar seria o seu. Camila balança seu corpo de acordo com a posição de seus pés olhando para o teto do metrô esperando que a hora passe mais rápido.
Seus pêlos da nuca se arrepiam quando sente dois pares de olhos sobre seu corpo. Ela engole seco se lembrando do que havia acontecido na última vez e olha em volta sem se preocupar em ser discreta. A poucos metros, sentado nos bancos do metrô, ela se depara com dois olhos azuis a olhando de maneira avaliativa.
Se permitindo encarar de volta, ela vê um homem robusto, com uma barba por fazer e com o bigode mais evidente. Seus olhos eram incrivelmente azuis, quase brilhavam. Ele tinha o cabelo penteado para trás deixando só uma mexa caindo sobre sua testa em um formato de "s" deixando o homem com um ar despojado. Suas roupas eram uma blusa de botões azul, tendo alguns deles abertos exibindo o começo do seu peitoral, uma jaqueta verde musgo por cima e uma calça jeans surrada.
Após analisar o homem, Camila volta a sua posição inicial vendo o metrô se aproximar até que para por completo abrindo as portas. A latina se enfia entre as pessoas que estavam saindo e se joga no primeiro lugar vago nos bancos que encontra sabendo que ficaria pelas próximas horas em pé.
Por já estar dentro do metrô, Camila vasculha sua bolsa procurando seus fones e os conecta no aparelho celular dando play em uma música aleatória podendo encaixar os aparelhos em sua orelha.
Camila fecha os olhos para apreciar a música mas seu momento de paz não dura quase nenhum segundo já que a sensação de estar sendo observada a atinge novamente. Ela abre os olhos em alerta e olha para os lados se deparando dessa vez com uma mulher com roupas de couro escuro, sua pele parecia ter sido mergulhada no mais puro chocolate e beijada pelo Sol. A mulher tinha os cabelos lisos com algumas ondas nas pontas, um batom escuro nos lábios e uma cicatriz que chamava a atenção em sua sobrancelha.
Por alguns segundos, Camila sente seu corpo estremecer vendo o olhar indescritível da mulher sobre o seu rosto junto com o sorriso presunçoso. Ela cogita em sair correndo mas se lembra que tinha um outro homem, menos assustador do que a mulher, a olhando da mesma forma.
O corpo de Camila fica tenso, ela aperta seu celular com uma mão e com a outra ela aperta sua bolsa imaginando formas de correr caso aquela mulher tentasse se aproximar.
Uma risada arrastada leva a atenção de Camila para a mulher misteriosa que a olhava fixamente, batia os dedos pela própria coxa e nega com a cabeça ainda com um sorriso nós lábios.
"Ok, ela é bonita mas eu estou ficando com medo" - pensou Camila.
Aqueles quarenta e cinco minutos até chegar no bairro onde ela sairia foram os mais longos de toda a sua vida. Camila nem ao menos se lembrava de esperar o metrô parar, ela simplesmente saltou do banco e correu para fora dali sentindo suas pernas tremendo mais do que vara verde em um dia de ventos fortes.
Camila sobe as escadas para fora do metrô pulando alguns degraus, olha para trás querendo se certificar que não estava sendo seguida ou correria para pedir ajuda o primeiro segurança que vesse. Vendo que não tinha ninguém a seguindo, Camila abraça sua bolsa contra o corpo e passa a andar em passos apressados em direção a lanchonete, passando por uma rua vazia.
A latina entra na lanchonete soltando um suspiro alto vendo que tinha chegado viva. Cumprimenta alguns dos seus colegas de trabalho e vai para os fundos pegar seu avental e guardar suas coisas. Camila passa na cozinha para beber um pouco de água com açúcar pois sentia seu coração martelando no peito, suas mãos tremendo devido a adrenalina por pensar que poderia estar sendo seguida.
Após responder algumas perguntas preocupadas dos cozinheiros, ela se retira pegando seu bloco de notas, uma caneta e uma das garçonetes explica quais mesas já tinham sido atendidas e quais ainda estavam pendentes.
Mesmo sem conseguir se concentrar direito por estar paranóica por se sentir observada a cada momento, Camila anota os pedidos pelas próximas seis horas.
Quando seu turno termina, Camila pega as suas coisas e fica hesitante em colocar os pés para fora daquela lanchonete mesmo que a rua da frente seja movimentada, ela teria que passar por uma deserta e devido o ocorrido na outra vez, estava extremamente paranóica pensando que poderia acontecer outra vez e não teria nenhuma heroína para a salvar.
- Tudo bem, Mila? - Beatrice questiona tocando o seu ombro vendo que ela encarava a porta de entrada com hesitação - Está acontecendo algo? Você parece estar muito preocupada.
- Não... Está tudo bem. - força um sorriso querendo transparecer verdade - Só estou pensando se devo levar um lanche para a viagem.
- Leva, é por minha conta. - sorri dando um aperto gentil em seu ombro.
- Vou aceitar. - aceita vendo que para esperar seu lanche ser pronto, ela ficaria mais alguns minutos sã e salva.
- Já volto. - a morena se afasta.
Camila caminha até uma mesa vazia, se senta e fica encarando a parte de fora da lanchonete pelos vidros perto da mesa na qual ela estava. Novamente, seu coração volta a bater rápido e suas mãos passam a suar frio, ela se afunda nos próprio pensamentos querendo fazer a si própria acreditar que tudo aquilo era coisa da sua cabeça
- Aqui, Mila. - Beatrice coloca um saco plástico junto com uma latinha de refrigerante na frente de Camila fazendo seu corpo saltar do banco, encarar a morena assustada e soltar um suspiro aliviado vendo que era só sua colega de trabalho - Está tudo bem mesmo? - estreita os olhos.
- Sim. - assente com a cabeça, pega a comida que estava a sua frente e fica de pé sentindo uma onda de coragem devido o susto que levou - Bom trabalho. - murmura andando apressadamente até a porta de entrada, a puxa e coloca os pés na calçada sentindo a brisa fria da noite a atingir - É coisa da sua cabeça. - murmura voltando pelo caminho que havia feito para chegar ali.
Camila olhava tudo com atenção, cada folha que caía, um passo diferente de qualquer pessoa que estivesse passando por ali, um carro buzinando por algum bêbado estar atravessando a rua sem olhar e alguns mendigos deitados em seus papelões.
- Vamos lá. - murmura virando na rua deserta que daria até o metrô.
Naquela rua, não passava quase ninguém esse horário. Ela era bem mais movimentada de dia, naquele horário você só poderia encontrar mendigos, algum cachorro vira lata ou ser assaltada. Entre encontrar outro vampiro assustador e ser assaltada, Camila preferia ser assaltada.
Camila continua a andar rapidamente mas para ao sentir um ar diferente a atingir junto com um vulto passando ao seu lado.
- Oh mas que buceta, de novo isso? Eu não aguento mais! Eu só quero ir para casa! - deixa aquele pensamento escapar em voz alta mas logo se arrepende ao ouvir uma risada masculina a poucos metros atrás do seu corpo.
Camila rapidamente se vira vendo o mesmo homem do metrô acompanhado pela mulher que passou a viagem inteira a encarando.
A adrenalina aumenta drasticamente em suas veias fazendo seus braços agirem de maneira involuntária jogando o lanche junto com a latinha de refrigerante em direção aos dois acertando a cara da mulher e se põe a correr o mais rápido que conseguia.
A mulher do metrô aperta os punhos junto com seus olhos quando ouve a risada divertida do homem ao seu lado. Ela ergue seu olhar para o mesmo e o vê lhe encarando.
- Isso foi divertido, Mazekeen. - responde risonho.
A mulher aperta sua mandíbula virando um soco no peito do homem o jogando a metros de distância.
Camila olha por cima do seu ombro vendo o homem acertando algumas latas de lixo e continua a correr como se pudesse escapar daquele casal de vampiros.
- Onde você vai? - a voz feminina na frente de Camila faz com que ela pare de correr quando sente duas mãos em seus ombros - Não quer brincar com a gente? - pergunta.
Camila arregala os olhos encarando os olhos vermelhos e presas que começavam a crescer na boca da mulher.
- Não, obrigada. Eu odeio brincar essa hora. - nega com a cabeça sentindo que sua boca não lhe obedecia mais. Ela tenta dar meia volta mas para vendo um homem muito, muito maior que ela logo atrás tendo os olhos pretos, veias escuras como as de Lauren e enormes presas em sua boca.
- É uma pena que essa não é uma resposta certa para essa brincadeira. - a voz rouca do homem faz Camila estremecer.
- Não podemos marcar para outra hora? Tipo, para dia trinta de fevereiro? - da alguns passos para trás vendo os dois vampiros ficarem lado a lado olhando para si de maneira faminta.
- Que tal ag...
- Pessoal, vocês nem me convidaram? - a voz rouca e suave a alguns metros de distância faz com que os dois vampiros que estavam prestes a atacar Camila parem e virem o pescoço na direção da voz.
Camila faz o mesmo vendo Lauren sair de uma sombra feira por uma enorme árvore sendo seguida por Dinah.
- Que falta de consideração, Henry. - Dinah nega com a cabeça em decepção.
Quando o casal de vampiros vira seu corpo em em direção as duas, Camila se põe a correr para trás de umas latas de lixo, se ajoelha e fica apenas com os olhos sobre as latas com medo do que fosse acontecer.
- Ora, ora... - Henry estala a língua - Majestade Lauren, a que devo a sua presença? - seu tom debochado faz Camila engolir seco vendo Lauren tombando a cabeça para um lado e para o outro como se estivesse se alongando.
Os olhos castanhos se arregalam, ela se senta no chão e pensa seriamente em puxar aqueles sacos de lixos quase pingando chorume para cima do seu corpo na esperança de se proteger. Ao ouvir um rosnado de algum dos quatro vampiros, Camila volta a tremer ainda mais e sem pensar, ela puxa um saco de lixo para o seu colo e em seguida faz o mesmo com o outro deixando só o topo da sua cabeça para fora.
Ela sente vontade de tossir e morrer sentindo o cheiro de morte vindo dos sacos de lixo mas ao ouvir o barulho de passos, socos e ossos quebrando fazendo todo aquele cheiro ruim desaparecer deixando só o medo percorrer suas veias.
- Sua vagabunda! - a voz potente de Henry chega aos seus ouvidos.
- Sabe Dinah, eu definitivamente odeio qualquer homem que tenha o nome que com H e termine com Y. - a voz debochada de Lauren se faz presente.
Camila se inclina para o lado podendo ver os quatro pelas brechas entre as latas de lixo. Dinah estava com o braço em volta do pescoço de Mazekeen em um mata leão, já Lauren e Henry estavam com suas presas prontas para um confronto. Ao ver o corpo pequeno de Lauren ir para cima do grandalhão de Henry, Camila volta a posição que estava, aperta os olhos e cruza os dedos.
Um rugido cheio de dor sai dos lábios de Henry obrigando Camila voltar a olhar o que acontecia atrás daquelas lixeiras e vê Lauren sendo jogada no chão, em sua boca havia um enorme pedaço de carne e um líquido preto escorria por sua boca. Henry levava a mão até o pescoço que jorrava o mesmo líquido preto que agora estava no queixo de Lauren.
- Acho que fiz xixi. - murmura baixinho apertando uma perna na outra sentindo seu corpo em estado de alerta.
O barulho do confronto entre os quatro vampiros continua até que o corpo de Mazekeen caí próximo ao entulho de lixo que estava escondida. Ela aperta os lábios reprimindo um grito vendo Dinah parar sobre a mulher, segurar a alça da blusa de couro de Mazekeen e começar a socar seu rosto diversas vezes fazendo até mesmo o concreto abaixo do corpo da vampira rachar.
- Olá Deus, sou eu de novo. - junta as mãos em baixo daqueles sacos de lixo e olha para o céu começando a fazer uma curta oração pedindo perdão por todos os seus pecados caso morresse.
Enquanto estava na sua oração nada correta, o barulho dos socos e ossos quebrando param até que as latas atrás do seu corpo voam para lados opostos fazendo um grito fino e estridente rasgar a sua garganta.
- Para de gritar! - Dinah leva a mão até a boca da mulher abafando o seu grito - Levanta daí, olha onde você se meteu garota! - a segura pelos braços tirando ela do meio daqueles sacos de lixo.
- Para onde eles foram? - murmura amedrontada olhando em volta vendo só Lauren a poucos metros de distância a encarando fixamente.
- Foram embora, vem. - segura seu pulso e a puxa em direção a Lauren.
- Para onde você está me levando.
- Eu vou te levar para sua casa. Caralho, você tem fetiche em ficar andando por bairros perigosos sozinha? - Lauren pergunta irritada assim que Dinah deixa Camila na frente da vampira que estava banhada por um líquido preto.
Um vento atinge seu corpo, Camila olha para o lado a procura de Dinah e vê que a vampira já não estava mais ali.
- Onde ela foi? - arregala os olhos.
- Atrás dos dois. - se limita a dizer, mal humorada.
Lauren lhe da as costas, passa a andar lentamente para o fim da rua deixando Camila parada ali.
- Vou ter que te chamar de novo? - a voz de Lauren chama a sua atenção.
Mesmo sentindo suas pernas mais moles do que gelatinas, Camila corre atrás da vampira, para ao seu lado e agarra seu braço.
Lauren para de andar, torce o nariz e encara o aperto dos dedos quentes de Camila em seu antebraço. Ela puxa seu braço com força quebrando o contato, enfia as mãos dentro dos bolsos da sua blusa e continua a andar.
Amedrontada demais para sentir vergonha, Camila volta a seguir Lauren como um cachorrinho medroso segue sua dona até avistar o carro preto de Lauren.
- Como você sabia que eu estava aqui? - Camila pergunta.
Nenhuma resposta é ouvida.
- Você é vidente ou coisa do tipo?
Silêncio.
Lauren se aproxima do carro, abre a porta do passageiro e salta pelo carro deixando Camila de boca aberta.
- Como você faz isso? - pergunta parada perto da porta.
- Você vai entrar ou não? - essa é a única coisa que a vampira diz ao entrar no carro e dar partida.
Camila olha em volta vendo alguns mendigos as encarando assustados, olha para a sua roupa sentindo o cheiro insuportável de lixo e se joga dentro do carro fechando a porta em seguida.
- Como voc...
- Fica quieta. - Lauren ordena afundando o pé no acelerador do carro fazendo o automóvel chegar uma velocidade alta em segundos.
- Você sempre está por ai salvando humanos? - Lauren aperta seus dedos no volante do carro tentando controlar a raiva que sentia por não ter matado Henry - Você não vai me responder?
- Você não tem medo de morrer? - Camila ouve grunhido.
- Levando em consideração a minha reação ao ter dois vampiros na minha frente prestes a me matar, creio que não. - nega com a cabeça.
- Coloca o cinto.
Diferente da primeira vez, Camila acata a sua ordem com rapidez passando o cinto do carro por seu corpo temendo que morra caso o carro batesse em alguma coisa.
Lauren respira fundo sentindo o cheiro de Camila mesmo entre aquele cheio horrível de lixo. A vampira trava sua mandíbula não gostando nada dos sentimentos ruins que estavam sendo reprimidos a anos atingindo-a como um tsunami.
- Você se machucou? - a olha de maneira avaliativa deixando a expressão carrancuda sumir por alguns instantes.
- Agora você quer puxar assunto? - Camila vira o rosto em sua direção.
Lauren revira os olhos, estala a língua em desaprovação e solta uma enorme quantidade de ar por sua boca.
- Você sabe me dizer o porquê três vampiros tentaram me matar em menos de duas semanas? - pergunta ela, percebendo os dedos da vampira apertarem o volante.
- O primeiro foi coincidência. - responde contra sua vontade - O segundo também. - mente. Ela não sabia o porque Mazekeen e Henry tinham ido atrás de Camila.
- Você se machucou? - aquela pergunta pega Lauren desprevenida, seu pescoço vira em direção a Camila diminuindo a velocidade do carro vendo o brilho hesitante nos olhos amendoados.
Sem dizer nada, Lauren solta uma mão do volante, leva até a barra da sua blusa e a ergue deixando suas costelas a mostra. Camila solta um gemido dolorido vendo uma enorme escoriação e até mesmo um pouco mais fundo do que do outro lado.
- Meu Deus, você precisa ir ao médico!
Lauren a olha, levanta a sobrancelha e solta uma risada debochada.
- Você acha que eu sobrevivi todos esses anos indo ao médico quando me machuco?
Camila abre a boca se lembrando do que ela era, nega com a cabeça e resolve ficar em silêncio para não correr o risco de passar ainda mais vergonha. A vampira fica aliviada vendo que Camila resolveu ficar em silêncio abraçada com sua bolsa, um olhar perdido e amedrontado.
- Segunda quase morte em menos de duas semanas. - murmura para si mesma.
Pela velocidade que o carro de Lauren estava, sem se importar com as multas que tomaria por estar ultrapassando todos os sinais vermelhos, ela estaciona na frente do apartamento de Camila.
- Sai. - Lauren aponta para fora vendo que depois de cinco segundos, Camila não tinha tido nenhuma reação.
- O que... - balança a cabeça voltando para a terra. Encara os olhos verdes que lhe encaravam com hesitação e logo olha para fora vendo que já estava parada na frente do seu apartamento - Obrigada, mais uma vez. - murmura abrindo a porta e batendo após ter seu corpo fora do automóvel.
Camila sai em disparada para dentro do prédio não aguentando mais aquele cheiro de lixo que estava em suas roupas. Ao abrir a porta do apartamento, ela encontra três pares de olhos a encarando.
- Meu Deus! O que aconteceu? - Vanessa salta do sofá preocupada indo em direção a Camila mas recua ao sentir o seu cheiro.
- Garota, você estava rolando no lixo? - Alícia pergunta levando a mão até o nariz tampando a sua respiração.
- Nem vou perguntar sobre isso. - Janet nega com a cabeça voltando a encarar a televisão que passava um filme de ação.
- Boa noite. Meu dia está uma merda, eu vou tomar um banho antes que a camada de ozônio se parta devido o meu odor. - diz com uma falsa calma andando até o banheiro.
- Camila, o que aconteceu? - Vanessa pergunta mais uma vez.
- Você acredita que estão me perseguindo na tentativa de me assaltarem? Dessa vez eu me escondi em um entulho de lixo. - se vira para a amiga colocando a mão na cintura - Ótima idéia! - fala em uma falsa animação voltando o seu caminho até o banheiro.
As três mulheres que restaram na sala que encaravam Camila, se olham entre si trocando um olhar desconfiado mas nada dizem, apenas voltam para seus filmes.
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