12 capítulo
Sim, isso mesmo att surpresa mas não tão surpresa por já ser meio que esperado eu att antes do dia estipulado pra att.
Como vocês devem estar acostumados, revisei mas revisei que nem o meu r4b0.
Um aviso, prestem atenção nos detalhes porque pode ser que alguns sejam importantes para o futuro próximo kkkkkk
BOA LEITURA, VIDAS.
Narrador point of views
Na manhã de domingo, Camila acorda se sentindo leve, mesmo que estivesse sentindo um pouco de ressaca por conta da noite anterior. Com um sorriso, ela se levanta da cama indo atrás de uma aspirina. Depois de quase três semanas, ela começava a sentir que estava se dando bem com Lauren e isso a deixava mais animada do que o normal.
- Bom dia, Mila! - Janet grita no seu ouvido assim que ela coloca os pés para fora do quarto.
Camila fecha a cara e encara a cacheada que tinha um enorme sorriso nos lábios junto com sua inseparáveis xícara vermelha com chá.
- Bom dia. - responde, sentindo vontade de socar a cara da mulher por gritar logo cedo no seu ouvido - Tem remédio para ressaca ai? - aponta para a cozinha que ficava de frente para o corredor.
- Tem, aqui. - estende a mão depositando um comprimido branco na palma da mão da garota.
- Da onde você tirou isso? - junta as sobrancelhas.
- Eu estava indo levar para você. - deu de ombros estendendo a xícara com chá.
- Foi muito atencioso da sua parte, obrigada. - sorri segurando a xícara pela alça, coloca o comprimido na boca e da um gole no chá.
Camila levanta a sobrancelha, encara o líquido delicioso que tinha ali dentro e olha para Janet.
- É chá de que? Isso aqui está maravilhoso. - murmura dando mais um gole.
- Chá de erva doce com mel. - fala com um tom orgulhoso.
- Seus chás são maravilhosos, nunca consigo fazer um igual. - maneia com a cabeça virando todo a bebida de uma vez sentindo seu corpo vibrar com o gosto delicioso.
- É um dom. - deu de ombros se gabando - O que vai fazer hoje? As meninas e eu pensamos em comprar aquelas coisas horripilantes e gordurosas para assistirmos filmes...
- Eu estava pensando em ficar no meu quarto o dia todo mas isso me parece tentador. - um enorme sorriso aparece nos lábios de Janet e Camila retribuí enquanto a mulher pegava a xícara da sua mão.
- Vanessa e a Alicia foram comprar as coisas para fazermos aquela torta que você gosta.
- Eu já disse que amo vocês três? - indaga indo para o banheiro ouvindo a risada de Janet no corredor.
- Já. - responde indo para a cozinha deixar a caneca na pia. Camila fecha a porta começando a se despir para se banhar.
Como previsto, quando Alícia e Vanessa chegaram no apartamento, foram preparar a torta que Camila amava enquanto ela estava no banho. Ao finalmente sair do banheiro depois de quase uma hora, Camila veste uma roupa confortável que mais parecia de mendigo sem se importar com os pequenos furos que tinha pela camisa já que ela e as meninas já tinham intimidade o suficiente para elas a verem assim.
Camila se junta a Vanessa e Alícia para as ajudar na cozinha preparando algumas coisas que sabia. Horas depois, Vanessa trás o colchão de casal da sua cama para a sala e coloca entre os dois sofá, joga as almofadas e entra na Netflix ouvindo a pipoca sendo estourada.
Fazia tempo que elas não tinham esses momentos de garotas entre elas. Camila sentia falta já que as três eram as únicas amigas que ela tinha até então já que vivia em prol da universidade e do trabalho que tinha na universidade.
Camila solta um gemido baixo sentindo a dobra do seu braço dolorida. Estica o braço, olha para a pele mais clara do braço e levanta a sobrancelha vendo um pequeno hematoma ali.
- O que foi? - Vanessa pergunta curiosa vendo o dedo de Camila passando pelo local.
- Acho que bebi demais e me machuquei. - responde com um ar risonho não percebendo a expressão tensa no rosto de Alícia.
O resto do dia se passa em um clima gostoso, recheado de risadas, brincadeiras e fofocas entre elas. Além de muitas, e muitas comidas gordurosas e deliciosas, tanto as que elas tinham preparado quanto que tinham pedido por aplicativo.
Já a noite, Camila ouviu seu celular tocando e pensando que poderia ser Normani já que ela era a única que a ligava ultimamente, vê o nome do seu pai brilhando na tela. Seu rosto automaticamente se contorce em desgosto, o polegar pousa sobre o círculo vermelho na tela pensando seriamente em desligar.
- Quem é? - Janet pergunta baixo.
- Meu pai. - se limita a dizer ficando de pé atraindo a atenção das outras duas - Eu já volto. - aponta para o celular, ambas afirmam com a cabeça permitindo que Camila vá até seu quarto, fecha a porta e desliza o dedo sobre o círculo verde aceitando a ligação.
Não que Camila odiasse seu pai. Ela o amava mas seu amor só funcionava a distância, principalmente depois que ele arranjou outra família com uma mulher quase da sua idade e uma filha pequena, consequentemente a jogando para escanteio. Para falar a verdade, desde a morte da sua mãe quando tinha três anos, Alejandro já começou a se envolver com outras pessoas a deixando sempre com babás ou vizinhas; seu pai sempre foi um homem que jogava as próprias responsabilidades nas mãos de outras pessoas e assim foi até ela conseguir entrar na universidade, com a ajuda dele — que Camila acreditava ser para se livrar dela o mais rápido possível para poder levar a sua nova família para dentro da casa em que moravam —, ela conseguiu alugar o apartamento em que hoje vivia com as outras três mulheres.
A alguns anos atrás Alejandro tinha se casado com uma mulher que na época tinha vinte e quatro anos, e com isso, não manteve muito contato com a sua primogênita. Claro, Camila compareceu ao casamento, o que foi muito estranho já que a mulher com quem seu pai se casava tinha idade para ser sua irmã porém não apareceu ao nascimento da irmã já que foi notificada apenas meses depois quando a menina já tinha seus quase três meses.
Alejandro não complementava quase nada na vida de Camila, e por esse motivo, ela não fazia muita questão de manter contato ou ficar correndo atrás. Normalmente, eles se falavam apenas em datas festivas. Não que Camila fosse uma filha ingrata, apenas não fazia questão assim como ele não fazia, porém isso não significava que ela não era carente de amor paterno, e até mesmo materno por causa do falecimento precoce da sua mãe.
- Oi Camila. - a voz neutra do homem sai do aparelho obrigando os lábios de Camila a se comprimir.
- Olá, pai. Quanto tempo... - força um sorriso caminhando até a sacada, abrindo a porta de vidro e senta na pequena cadeira com revestimento de bambu que tinha ali - Como vai a Ella e a Sofia?
- Vão bem, vão bem. - repete algumas vezes puxando o fôlego - Sofia sempre pergunta de você, ela queria que você viesse para o aniversário dela. - é direto pegando Camila de surpresa.
- Uh, só ela? - indaga com uma pequena esperança de que ele também queria a ver.
- A Ella também faz questão que você apareça... - Camila murcha os ombros soltando um suspiro baixo, olhando para o tráfego da rua na frente do apartamento.
Eles ficam em um breve silêncio até que Camila afirma com a cabeça aceitando o fato que ele realmente não fazia questão que ela fosse, mas o que a consolava era que sua irmãzinha queria a ver, Camila gostava de Sofia. Elas tinham uma ligação muito boa.
- Quando vai ser? Eu não sei se vocês poder aparecer, ando muito ocupada ultimamente.
- Vai acontecer mês que vem aqui em casa. Se você quiser, eu posso conseguir a passagem e a sua estádia em um hotel aqui perto.
- Hotel? - murmura desacreditada.
- Ou você preferiria ficar aqui em casa? É que estamos com os quartos contados, os que tínhamos de sobra transformamos em um quarto de brinquedo para a Sofia e o outro um local de costura para a Ella. - explica.
- Eu vou ver se consigo ir. - pausa sentindo algo em seu interior revirar pelo descaso do pai - Não é certo que eu consiga ir, se não puder, eu envio um presente para a Sofia.
- Oh certo, mas ela está muito animada para você vir. Ela contou para todos os coleguinhas que tinha uma irmã mais velha que deixava ela comer sorvete escondido e que iria vir na festa dela. - Camila solta uma risada baixa sentindo seu coração se apertar de saudade da mais nova. Fazia um ano que não a via.
- Eu realmente vou tentar ir. - fala pensando que para ver sua irmã, teria que lidar com seu pai e a esposa dele. Camila até gostava de Ella mas achava ela muito superficial, talvez fosse o jeito da mulher mas ainda sim não conseguia gostar dela.
- Era só isso que eu queria falar mesmo...
- Eu preciso ir... Mande vários beijos para a Sofia e um para a Ella. - fala querendo encerrar aquela ligação o mais rápido possível.
- Mandarei.
Eles se despedem sem muitas delongas permitindo que Camila encerre a ligação, encoste a cabeça na parede que ficava colada com a cadeira e soltar um suspiro frustrado. Seu celular fica sobre sua coxa enquanto ela apertava os lábios sentindo algo ruim em seu peito, isso sempre aparecia quando conversava com seu pai. Era um sentimento de rejeição.
A conversa com o Cabello parece fazer toda a sua animação esvair fazendo com que ela sinta vontade de ficar na cama pelo resto da noite. Para não deixar as meninas preocupadas, Camila sai do quarto apenas para dizer que já ia dormir e como esperado, as três compreendem por saber como ela ficava de mal humor sempre que conversava com seu pai.
Camila se deita na cama, deixa o celular de lado se limitando a encarar o teto, ela fica assim por bastante tempo até que seu celular vibra, ela segura o aparelho acendendo a tela e vê que tinha uma nova mensagem de um número misterioso, na verdade, era um áudio.
Com sua curiosidade padrão, Camila desbloqueia o celular com rapidez e entra na conversa vendo que o número que tinha a mandado mensagem tinha uma única foto bem escura, podia se ver apenas uma silhueta feminina mas que lhe parecia muito familiar. Sem pensar duas vezes, ela clica no áudio aumentando o volume do celular.
"Oi Camila, aqui é a Lauren. Eu queria só confirmar se você vai para a universidade amanhã para eu passar no seu prédio para te pegar"
A voz rouca e suave de Lauren sai do celular arrancando uma risadinha de Camila. Com rapidez, ela digita várias palavras que formam uma pergunta sobre como ela tinha conseguido o seu número de celular. Camila obteve a resposta com rapidez alegando que tinha pego com Normani.
Em outro momento Camila ficaria eufórica e tentaria puxar assunto mas dessa vez, ela apenas confirmou que iria a universidade no dia seguinte e não respondeu mais Lauren, algo que não passou despercebido pela vampira que no outro lado da cidade, segurava o seu celular com as duas mãos olhando para as respostas curtas de Camila com o cenho franzido.
- Ih, que cara é essa? - Ally pergunta comendo pão doce com peito de peru acompanhado por um refrigerante qualquer.
- Estranho... - murmura bloqueando a tela do aparelho o colocando no bolso da calça - Mandei mensagem para a Camila e ela me respondeu...
- E essa não é a intenção quando você manda mensagem para alguém? - a loira indaga confusa.
- Ela não fez nenhuma daquelas perguntas malucas dela... Ela foi curta e direta, isso é estranho vindo dela. - cruza os braços com a testa franzida.
- Vai ver que ela não gosta de conversar por mensagem. - deu de ombros - Ou não?
- Não sei... - murmura desconfiada - Pode ter acontecido alguma coisa.
- Preocupada com ela? - estreita os olhos em direção a vampira mais velha segurando a risada.
- Óbvio que não. - nega sabendo que no fundo, estava. Alguma coisa tinha mudado na noite anterior e ela não sabia falar o que era.
- Ah Laur, às vezes ela está ocupada. - contínua a falar pegando a garrafa do seu refrigerante para poder se jogar no primeiro sofá ou cama que ver na frente.
- Eu ainda não acredito que moro nessa casa a quase seis anos e as únicas vez que usamos a cozinha é quando você vem para cá. - muda de assunto vendo a mais baixa passar por ela.
- Ou quando a Mani vem, esses dias vi ela cozinhando.
- Espera, ela estava usando a minha cozinha para fazer aquelas nojeiras que ela chama de comida? - segue Ally com uma expressão indignada no rosto.
- A comida dela é maravilhosa. - defende a loba - Mas sim. - afirma com a cabeça sentando no sofá e esticando as pernas pelo mesmo.
Lauren solta uma risada baixa negando com a cabeça, tira o casaco que usava e joga sobre uma das poltronas espalhadas pelas sala.
- Vou sair. - avisa prendendo o cabelo em um rabo de cavalo alto com o elástico que sempre levava no pulso.
- Vai caçar? - a olha dando um gole no refrigerante.
- Sim, estou começando a ficar com fome e não quero tocar no estoque que tem na geladeira... Usamos bastante aquele dia. - Allyson balança a cabeça concordando.
- Cuidado, a cidade está mais movimentada essa noite por causa daquele show de gente estranha que vai ter no centro.
- Quando tem esses eventos é a minha época favorita do ano, alimento abundante. - brinca.
- Ainda bem que eu sou meio bruxa e posso comer isso. - ergue o pão que estava pela metade.
- Nem se eu fosse híbrida ia me alimentar com isso. - Lauren torce o nariz em nojo.
- Fala isso porque não come nada a mais de um milênio. Se pudesse comer, queria ver você ter coragem de falar essas barbaridades. - fala com um ar risonho.
- Trabalho com fatos. - anda até a porta da frente a abre - Volto em algumas horas, vou tentar encontrar a Dinah por lá. - Ally apenas levanta o seu polegar antes de Lauren sumir dali deixando a porta aberta deixando Ally resmungando por ter que se levantar para fechar.
Na manhã seguinte Lauren chega quando o Sol começava a aparecer entre as nuvens, tomou um banho para se limpar do sangue que tinha por seu busto e se arrumou como sempre fazia antes de ir para a universidade, porém dessa vez tinha algo diferente, ela estava animada para ficar entre os humanos imbecis, assim como ela os chamava.
- Já vai? - Dinah questiona vendo Lauren pular vários degraus para chegar ao chão mais rápido - Seja gentil com a Camila, por favor. Não quero que esse seu jeito bruto e seco magoe ela. - pede com sutileza.
- Já estou indo, você vai hoje?
- Não vai dar, a Ally vai precisar da minha ajuda. - nega com a cabeça ainda usando as roupas que tinha usado na madrugada, que agora estavam cheias de sangue seco
- Daria tudo para ter o seu dom para poder ficar aqui e não trabalhar de babá.
- Até parece que não gosta. - murmura debochada atraindo o olhar de Lauren.
- Repete, acho que não ouvi muito bem. - seu tom ameaçador faz Dinah gargalhar e correr para fora dali deixando apenas um rastro de vento por ter usado a velocidade adquirida com a transformação.
Soltando uma risada bem humorada, Lauren vai para a garagem e olha para a fila de diferentes carros, modelos e cores. Para hoje, ela escolhe um carro esportivo da marca jaguar da cor branca, pega a chave do mesmo chegando se o material — mesmo sabendo que não o usaria — da faculdade estava ali antes de apertar o pequeno botão da chave para que o portão da garagem se abra. Ela liga o carro ouvindo o rugido do motor e sorri satisfeita pegando o seu óculos de sol estilo aviador no porta luvas colocando em seu rosto antes de engatar a ré e sair da garagem.
Saindo da enorme casa, Lauren dirige em alta velocidade sem se importar com os carros enfurecidos ou multas que provavelmente iria tomar por andar a cem quilômetros por hora em uma via que o máximo era setenta. E como esperado, ela chega na frente do apartamento de Camila menos de quarenta minutos depois vendo a mulher saindo da portaria.
Camila passa os olhos pelo carro luxuoso, levanta as sobrancelhas e aperta os lábios afirmando com a cabeça como se aprovasse o modelo do carro.
Lauren para na vaga enfrente ao prédio, vira a cabeça para Camila que admirava o modelo do carro e a espera entrar no carro.
- Vai vir ou não? - pergunta a olhando pela janela que está a abaixada por conta da demora de ter alguma reação.
- Seu gosto para carros é maravilhoso. - se limita a dizer abrindo a porta, colocou a mochila para frente e sentou no banco do passageiro colocando o cinto assim que fecha a porta - Bom dia. - Lauren responde a sua saudação com bom humor e fica encarando Camila por alguns segundos- O que foi?
- Não vai fazer alguma pergunta? - junta as sobrancelhas em confusão. Camila repete o seu ato e a encara com mais intensidade admirando os raios de sol, que entravam pela janela aberta, bater contra sua pele alva.
Camila desce o olhar pelo corpo de Lauren vendo que ela usava roupas de coloração clara. Era um cropped que cobria o seu busto deixando os ombros de fora mas eles eram cobertos por uma jaqueta jeans clara, em suas pernas ela usava um jeans também de lavagem clara de cintura alta que cobria metade da sua barriga mas permitia Camila ver uma pequena dobra em seu abdômen e algo dentro dela acha aquilo a coisa mais fofa do mundo.
Lauren fica olhando nos olhos amendoados de Camila percebendo que eles passavam por seu corpo sem demonstrar nenhuma malícia mas sim, parecia explorar cada parte dele e tinha admiração em seus olhos. Por fim, eles sobem para seu pescoço olhando a cicatriz evidente, passa pela linha da mandíbula da vampira e para em seus lábios, eles ficam ali por alguns segundos até que param sobre o óculos aviador que não permitia ver os olhos que tinham uma cor magnífica.
- Você não se veste toda de preto. - fala por fim sem se importar de Lauren ter a flagrado analisando suas roupas - Cores claras lhe caem bem. - elogia afirmando com a cabeça.
Um sorriso de canto aparece nos lábios de Lauren junto com uma risada baixa e automaticamente, um sorriso animado aparece nos lábios de Camila mas morre no mesmo instante que Lauren tira o óculos do seu rosto e olha para ela.
- Você está bem?
- Estou, por que da pergunta? - sustenta o olhar de Lauren mesmo sentindo todo o seu corpo tremer por se lembrar dos lábios da mulher tocando seu ombro.
- Você está estranha mas se não quiser falar, tudo bem. - mexe os olhos se virando para frente, coloca a mão no volante e ouve um suspiro vindo de Camila.
- É um assunto familiar, nada demais. - deu de ombros fazendo Lauren voltar a olhar.
- Eu não sou boa em falar sobre isso... A minha única família é a Dinah e quando ela se irritar comigo. Ou ela me dá um soco que me manda longe, ou joga alguma coisa de vidro em mim.- fala sem intenção de fazer Camila ri mas seu coração se anima quando a risada de Camila chega aos seus ouvidos.
- Isso é sério?
- Não, na verdade tem níveis. - aperta os lábios vendo brilho em nos olhos da mais nova - Primeiro ela grita comigo, no segundo estágio ela joga alguma coisa na minha direção e no terceiro ela parte para a agressão me jogando a metros de distância e algumas vezes quebrando uma ou outra parede. - explica levantando seus dedos enquanto falava fazendo a risada de Camila se estender por mais alguns segundos.
- Deve ser divertido ser vampiro. Pode sair no soco com alguém sem se importar de ficar duas semanas com um hematoma. - encosta a cabeça no banco de couro, ainda com os olhos sobre o rosto de Lauren gostando da mudança de tratamento repentina.
- Tem suas vantagens. - se limita a dizer ficando em silêncio. Lauren olha para cima vendo três pares de olhos as olhando pela janela do apartamento de Camila, apena com a cabeça e volta a olhar para a morena.
- É meu pai. - diz com pesar.
Ao ouvir aquilo, o instinto de Lauren a obriga desligar o carro, tirar o cinto e se virar para Camila querendo escutar o que ela tinha a dizer. Não foi preciso dizer que ambas ficaram surpresas com o ato mas não comentaram nada.
- Ele quer que eu vá para o aniversário da outra filha dele mas não sei... Eu não me dou muito bem com a esposa dele e muitas vezes, ele não faz questão nem de me olhar então acho que não vou.
- A esposa dele? Ele e sua mãe são separados? - indaga com a voz calma.
- Minha mãe é falecida. - o olhar caí sobre os dedos de Lauren que estavam apoiados sobre a divisória que ficava entre os dois bancos, perto do freio de mão - E essa nova esposa dele é estranha.
- Sinto muito pela a sua perda. - a humanidade de Lauren fala mais alto sabendo como era doloroso perder alguém.
- Tudo bem, eu nem me lembro do rosto dela. - suspira balançando a cabeça em negação vendo o olhar atento de Lauren sobre si.
Lauren queria desligar a sua humanidade mas ela se recusava quando estava sob aqueles olhos castanhos, sua humanidade parecia se curvar perante a eles. Isso deixava Lauren desarmada.
- Faz assim... Da um soco na cara do seu pai. - gesticula com as mãos. Camila a encara sem reação por alguns segundos até que explode em uma risada alta e gostosa até que ela continua - Sério, faz isso. Se você for presa, eu pago a sua fiança. - completa com humor.
- Séria uma boa idéia se caso eu não quisesse ver minha irmã nunca mais. - responde com humor mas no fundo, com uma pitada de amargura.
Lauren suspira afirmando com a cabeça, volta a colocar o cinto, e só então percebe que o carro tinha desligado sozinho.
- Lauren, posso falar uma coisa? - Camila pergunta com hesitante na voz com medo de Lauren dizer um enorme e grosseiro "não".
- Fala. - afirma com a cabeça dando partida no carro.
- Eu gosto mais dessa sua versão. - ouvindo as palavras de Camila, Lauren quase bate no carro que estava estacionado a sua frente ao se sentir animada ouvindo aquilo.
- Essa versão? - indaga não demonstrando que tinha se agradado ao ouvir aquilo.
- Sim, tem aquela sua versão puta da vida que parece que está indo para a guerra e tem essa que é amigável e suportável. - seu tom divertido faz Lauren sorrir de canto voltando a encaixar seus óculos no rosto ao ouvir "suportável".
Lauren balança a cabeça ainda com o sorriso discreto no rosto pisando no acelerador fazendo o motor rugir e arrancar dali.
Quando a vampira respira fundo, ela percebe algo em Camila. Ela não estava com seu cheiro normal, o cheiro dela estava até mesmo irritava um pouco o seu nariz como se estivesse cheirando areia e ele estava mais fraco.
Ela franze o cenho, olha para Camila de relance e abre a boca percebendo que a sua teoria fazia sentido. Agora era certeza que Camila vivia com bruxas brancas e tinha tomado algo que distorcia o seu cheiro se tornando até mesmo incomodo para vampiros.
[…]
Entrando no estacionamento da universidade, algumas pessoas que estavam encostadas em seus carros viram a cabeça em direção ao jaguar branco que ia em direção a mesma vaga de sempre. Querendo ou não, Lauren naturalmente chamava a atenção, fosse por seus carros luxuosos ou por sua beleza fenomenal, ela sempre chamaria a atenção para si.
- Olha, a Dinah não vai estar hoje aqui na universidade então eu vou ficar por perto. De uma maneira discreta para que os seus amigos não pensem que eu estou te observando ou vigiando, pode ser? - Lauren observa Camila arrumar o cabelo que tinha sido bagunçado com o vento e tirar o cinto.
- Eu não tenho amigos aqui mas tudo bem.- afirma com a cabeça colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha virando o pescoço para Lauren.
- Quem não tem amigos na universidade? - junta as sobrancelhas tirando o óculos do rosto e pousando sobre sua perna.
- Muita gente que não tem tempo para ficar indo para festas ou beber. - responde como se fosse óbvio - E eu nunca te perguntei, se você é imortal, porque fica indo para a faculdade?
- É uma maneira de gastar o meu tempo. Não é sempre que tem algo interessante para fazer e tirando o fato que é legal sempre tirar nota alta sem prestar atenção, as pessoas ficam... - abre a boca fingindo surpresa - É divertido.
- Misericórdia, imagina ser imortal e ficar estudando. - Camila torce o nariz arrancando uma risada nasal de Lauren.
A vampira abre a porta para sair, pega seu material que normalmente sempre ficava nos carros sendo acompanhada por Camila que ao fechar a porta, joga a mochila sobre os ombros e encara o carro.
- Lauren, deixa eu dirigir esse carro algum dia? - aquela pergunta pega Lauren desprevenida. A vampira sobe o olhar para ela com rapidez, a encara procurando algum resquícios de brincadeira mas nada encontra.
- Você está brincando, né? - pergunta ativando o alarme do carro fazendo os vidros do carro começarem a se fechar.
- Não, eu estou falando sério.
- Você sabe ao menos dirigir? - pergunta indo para perto da traseira do carro.
- Sei.
- Que pena mas não vai rolar, pode até tentar o Aston Martin mas esse nem pensar. - nega com a cabeça.
- Por quê?
- Porque esse carro é arisco, Camila. Se você não ter mão firme, ele escapa e você bate a merda do carro. - explica com um semblante sério.
- Espera, você realmente me deixaria dirigir um dos seus carrões?
- Estou sendo gentil, não tentando ser a sua amiga. Não confunda as coisas. - engole seco olhando para Camila que para na sua frente.
- Não insinuei nada. - sorri de lado - Mas me deixa dirigir esse, você vai no banco do carona. - sugere animada.
- Nem pensar. - nega revirando os olhos. Da as costas para Camila e começa a andar para fora do apartamento - Esse carro tem quase seiscentos cavalos, se você afunda um pouco mais o pé no acelerador, quando vê já está a trezentos quilômetros por hora e não se esqueça, você não é imortal.
Camila aperta os lábios segurando uma risada, aperta a alça da mochila e corre para alcançar Lauren, respira fundo e inala o perfume da vampira.
- Vem cá, vocês são tão fortes como diz as lendas?
- Depende da nossa idade. - responde em um tom.
Uma pergunta ousada passa pela cabeça de Camila, sobe por sua garganta e para na língua. A mulher fica hesitante em perguntar mas ao medir o nível de intimidade que elas tinham, desiste.
- Tem certeza que não é perigoso eu andar por ai sozinha? - Camila pergunta olhando em volta.
- Todos os vampiros que tem aqui me obedecem. - se limita a dizer - Não são doidos de tentar te atacar porque nem mesmo com... - se cala.
- Com? - olha para a vampira com mais atenção, esperando que ela termine a frase que tinha sido cortada.
- Nada. - balança a cabeça negando - Mas não tem perigo.
Por sua confiança exagerada em Lauren e que muitas vezes ela não conseguia entender, Camila afirma com a cabeça se sentindo mais segura.
Andando ao lado de Lauren, seus olhos descem por sua jaqueta jeans até chegar em sua mão. Camila mordisca seu lábio assim que em um movimento rápido, a mão gelada segura seu pulso e a puxa para o lado. Rapidamente, Camila volta a olhar para o rosto de Lauren vendo um semblante curioso.
- Cuidado, você ia esbarrar... - sua fala vai morrendo aos poucos assim que se permite olhar nos olhos de Camila.
Sentindo a pele quente da mulher sendo envolvida pela palma da mão, Lauren sente um arrepio percorrer todo o seu corpo como se tivesse levado um choque pela diferença de temperatura entre elas.
Lauren balança a cabeça se forçando a parar de olhar para Camila, solta seu braço e arruma a jaqueta. Sem dizer nada, Lauren acena com a cabeça se despedindo para seguir o seu caminho para longe de Camila deixando a mulher paralisada onde tinha a deixado.
Por sua vez, Camila sentia seu corpo mole como se fosse feito de gelatina, seu coração martelava no peito causando um leve incômodo e a pele em que Lauren tinha tocado, estava formigando assim como seu ombro ao se lembrar do toque de dois dias atrás. Parecia que a cada toque de Lauren sobre a sua pele, era uma nova marcação que não iria sair com tanta facilidade.
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