11 capítulo
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Alguns minutos atrás...
Lauren aperta o volante tendo a sua mandíbula travada sentindo a raiva correr por suas veias. Aquele gesto de Camila tinha feito ela perder o controle por alguns segundos e a permitido sentir vontade de dar uma brecha para a mulher entrar em sua vida para ela poder mostrar quem verdadeiramente era. Essa ideia fez Lauren se irritar lembrando do que poderia sentir caso permitisse isso, além das coisas que já tinha sentido no tempo que esteve perto de Camila com sua humanidade aflorada.
Existia duas partes, uma que odiava pensar em deixar Camila se aproximar e a outra que ansiava por esse acontecimento. As duas estavam travando uma batalha dentro de Lauren que a deixava ainda mais enfurecida por sentir que quando estava perto de Camila, a parte que ansiava ficava ainda mais forte e quando estava longe, a que dizia para ficar longe ganhava força.
O caminho do bar em que elas tinham acabado de sair até o prédio de Camila demoraria um pouco, mesmo que as ruas de Massachusetts não estivessem tão movimentadas como em um horário de almoço, por exemplo.
Enquanto Camila estava se aconchegando no banco de maneira inconsciente, Lauren tinha os olhos presos nos carros que estavam a sua frente mas com a mente em outro lugar. Não demora quase nada para que Camila adormeça no banco ao seu lado, abraçando o próprio corpo em busca de calor já que uma das janelas estavam abertas por Lauren ter se esquecido de fechar.
A vampira suspira assim que a luz vermelha do semáforo acende obrigando ela a parar ali. Lauren leva as mãos até o rosto e tira alguns fios de cabelo que insistiam em cair nos olhos. Estranhando o silêncio, ela olha para Camila vendo a mulher adormecida, a chama algumas vezes mas não tem nenhuma resposta, seus olhos ficam sobre seu rosto fazendo sua cabeça ficar ainda mais uma confusão.
Lauren estica o braço para os bancos de trás, pega uma jaqueta que acreditava ser quente e sobre o busto de Camila, fechando a janela logo em seguida. Passa a ponta da língua pelos lábios os umedecendo ouvindo Camila resmungar algumas coisas e virar o rosto em sua direção, ainda adormecida.
Ela aperta os olhos, pousa a mão sobre o volante e pisa no acelerador assim que a luz do semáforo fica verde. Lauren tentava ao máximo fugir da tentação que era ficar olhando Camila dormir pois quando ela não a enchia de perguntas e ignorando os sentimentos ruins que a atingia, ela gostava da companhia dela. Era algo leve.
O carro para na frente do prédio familiar, Lauren abre o teto solar ficando em pé, olha em volta e respira fundo tentando sentir o cheiro de vampiro por ali mas a única coisa que ela consegue é inalar ainda mais o cheiro de Camila a deixando zonza. Vendo que o lugar estava seguro, senta no banco e encara Camila desejando que ela acorde sozinha sem precisar a tocar.
- Camila... - pronúncia seu nome em um tom brando não querendo que assuste a mulher ao acordar - Camila, acorda. Já estamos no seu prédio.
O rosto de Camila se contorce, e por fim, acorda. Elas trocam algumas palavras e cada uma segue o seu caminho, Lauren arranca dali assim que Camila passa pela portaria, dirigindo em direção a sua casa onde tinha Dinah e Ally que ficaria hospedada ali pelo tempo que precisasse da sua ajuda.
Ela deixa o carro no mesmo lugar de sempre, adentra a casa e joga a chave do carro em qualquer lugar sem se importar de onde iria cair.
- Ai ai. - Dinah fala entre um suspiro e um tom divertido - Noite boa, não é? - cruza os braços encostada no corrimão da escada com os olhos presos em Lauren que parecia estar aérea.
- Não. Você poderia ter ido no meu lugar mas não! A Lauren é a única descartável desse plano então a jogue para os lobos. - responde mal humorada gesticulando com as mãos.
- Você sabe que a Ally precisa do meu dom para algumas coisas. Ela consegue me fazer ter visões quando ela precisa, e por isso eu tenho que estar por perto.
- Eu disse milhões de vezes que eu era a única que tinha que ficar longe daquela mulher. - esbraveja irritada - Mas na primeira oportunidade você me joga para perto dela! Porra, Dinah. - esfrega o rosto sentindo todo o seu corpo queimando em raiva por não ter tido o seu desejo realizado.
- É isso ou ela morre. - Dinah se encolhe a abaixando a cabeça.
- O que? - junta as sobrancelhas dando alguns passos em direção a sua amiga.
- É isso ou ela morre, porra! - aumenta o tom voltando a encarar Lauren, descendo alguns degraus da escada até chegar ao último - Eu tive a merda de uma visão que se não for você a protegendo; ela, Normani, Allyson... Todo mundo morre.
- Quando você teve essa visão? - pergunta horrorizada vendo os olhos de Dinah ficarem marejados por se lembrar da imagem de Normani sendo morta da maneira mais cruel possível. Mesmo com a implicância da vampira pela loba, ela gostava de Normani.
- A alguns dias atrás.
Lauren solta um grunhido, passa a andar de um lado para o outro e afunda as mãos no cabelo sentindo a pressão apertando o seu pescoço.
- Por que você não me falou dessa merda? - pergunta se sentindo um pouco menos irritada do que antes, um indício que a sua humanidade estava começando a ser desligada.
- Porque o futuro está sendo modificado com frequência desde que a Camila apareceu na nossa vida, Lauren. Uma visão do futuro que eu tive a dois dias atrás já não pode ser a mesma de agora depois de você ter acompanhado ela naquele bar.
Lauren respira fundo diversas vezes. Nega com a cabeça se recusando a acreditar no que ela estava ouvindo.
- Você sabe assim como eu sei que a Camila é uma pessoa importante para o nosso futuro e para a sobrevivência daquelas pessoas que moram nesse Estado, arriaco a dizer até mesmo para as que vivem nesse planeta porque se o Henry ficar mais poderoso ele vai vir para cima de você e pegar a merda do punhal! - aponta para a porta dando alguns passos em direção a Lauren - Mas uma coisa eu tenho certeza do que não mudou. - Lauren encara os olhos castanhos da sua amiga. - E é que se não for você a protegendo, ela morre, a Ally morre, Normani morre, milhares de pessoas morrem ou se transformam, você morre e eu morro.
Pela primeira vez em milhares de anos, Lauren sente vontade de chorar por estar se sentindo frustrada. Ela não queria ficar perto de Camila, não importava se ela gostava da latina em raros momentos. Lauren queria ficar longe, ela precisava ficar longe para o próprio bem e não ter que enfrentar os próprios demônios.
- Lauren, você sabe que eu te amo. - Dinah segura o rosto de Lauren com as duas mãos. No princípio, Dinah pensa que Lauren iria se afastar já que sempre fugia de demonstrações de afeto vindo de qualquer pessoa - Eu nunca pediria para você se aproximar dela se não fosse realmente necessário. Você sabe que eu nunca faria algo que você deixou claro que não queria apenas por capricho, não é? - seu tom calmo faz os olhos de Lauren encherem de lágrimas, a vampira afirma com meu cabeça enquanto duas lágrimas escorriam por suas bochechas.
- Eu sei. - murmura sem se importar de enxugar as lágrimas.
Ainda que ela não chorasse a séculos, ficava arredia com toques carinhosos, mesmo vindos de Dinah para tentar se mostrar forte, nesse momento ela não estava se importando por a outra vampira ver as lágrimas escorrendo por sua bochecha, fruto dos efeitos colaterais de passar um tempo perto de Camila.
- Ah amiga, não fica assim. Se tudo der certo, o nosso futuro, o seu futuro vai ser grandioso e bom, mesmo que não fiquemos em paz para sempre, porque sabemos que sempre vai ter alguém tentando nós atingir. - com seus polegares, Dinah enxugava as lágrimas que tinham escorrido pela bochecha de Lauren e a acariciava - Por que querendo ou não, ser duas vampiras gostosas e poderosas de mais de mil anos não é para qualquer um. - brinca tentando fazer Lauren rir e consegue.
- Você também teve uma visão sobre isso? - sussurra. Dinah nega com a cabeça e diz:
- Eu sinto. - responde no mesmo tom. Ela leva as mãos até os ombros de Lauren a puxando para um abraço.
Mesmo não sendo fã de contato físico, Lauren retribui o seu abraço afundando o rosto no peito da mais alta. Elas ficam um tempo com os corpos colados, Lauren a apertava contra seu corpo permitindo respirar fundo e aproveitar cada segundo daquele abraço.
Nos braços de Dinah, sua mente começa a se acalmar, o sangue voltar a velocidade normal e seu coração parar de bater desenfreadamente como estava a minutos atrás. Não demora quase nada até que a humanidade de Lauren se desliga por completo voltando a ser a mesma Lauren de sempre.
- Tá, tá, chega. - a vampira empurra a outra sentindo o familiar vazio se instalar em seu peito - Cadê a Ally? - Dinah a olha soltando uma risada baixa vendo que ela tinha voltado.
- Ela está reforçando o feitiço que protege o punhal. - aponta para o chão.
Lauren aperta os olhos, passa a mão em seu rosto tirando qualquer resíduo de lágrimas, sobe a escada e para na frente de uma porta secreta que só Dinah, Ally e ela sabiam onde ficava. Ao conseguir a abrir com uma amostra do seu sangue, ela encara o enorme buraco escuro e com mais de cinco metros de profundidade, sem pensar duas vezes, Lauren pula naquele buraco e ao pousar, ela sente o chão tremer pelo impacto, logo atrás vinha Dinah, pousando seu lado.
- Está dando certo, Ally? - Lauren questiona vendo as luzes daquele cômodo subterrâneo acesas.
- Sim. - a voz de Ally vem de um corredor com enormes paredes de concreto que tinha palavras em latim escritas protegendo toda a estrutura de possíveis ataques de outros vampiros ou bruxas.
Dinah respira fundo sentindo a magia forte daquele lugar, olha para o chão e vai atrás da bruxa sendo seguida por Lauren. Entrando no lugar onde Ally estava, seus olhos param sobre o punhal cheio de demônios e vampiros fundidos por toda lâmina e o cabo. O punhal estava dentro de uma caixa de vidro protegida por um feitiço onde somente Lauren poderia a tirar dali. Nem mesmo Dinah ou Ally poderiam tentar ou seriam carbonizadas no mesmo instante que tocassem na caixa de vidro na intenção de a abrir.
A caixa estava sobre um apoio de mármore com detalhes luxuosos e bem feitos de ouro. Uma luz estava acesa dentro da caixa que ficava ligada a todo instante e só se apagava quando o punhal era tirado dali.
- Me dê a sua mão. - Ally pede estendendo a mão para Lauren.
Lauren obedece tendo sua palma cortada mais uma vez. Algumas gotas de sangue são colocadas dentro do recipiente onde tinha varias falas em latim, era onde Ally fazia os seus feitiços mais poderosos.
- Dinah. - olha para a morena que repete o ato de Lauren tendo a palma da mão cortada também.
- Por que disso?
- Esse feitiço será parecido com o do punhal. Se alguém que não seja nenhuma de nós três tentar entrar aqui, será carbonizado.
- Legal, vocês tem um fetiche em fazer feitiços que matam os vampiros carbonizados. - Dinah pontua arrancando uma risada baixa de Ally.
- Henry e Mazekeen podem ficar mais fortes a qualquer momento. Temos que nos proteger para que ele não pegue esse punhal ou a desgraça será duas vezes maior. - se limita a dizer passando a misturar todos os ingredientes.
Sabendo que não deveriam dizer mais nenhuma palavra, elas ficam em silêncio deixando apenas a voz de Ally ser ouvida. Alguns minutos depois Ally começa na dizer palavras em latim enquanto misturava a mistura que começava a ganhar uma coloração amarelada.
Seu tom era baixo mas ia aumentando cada vez que ela voltava a repetir a frase do início e as palavras em latim que estavam gravadas nas paredes de concreto começam a brilhar.
[…]
Alícia respira fundo encarando a porta do quarto de Camila que agora estava fechada por causa que a latina tinha ido dormir. Janet e Vanessa estavam tensas sentadas ao lado da ruiva sentindo a energia que Camila tinha deixado no ar; era uma energia característica de vampiros.
- Ela estava com um daqueles demônios. - Vanessa pontuou quebrando o silêncio pesado que tinha instalado na sala.
- Por Deus, ela está cheirando a vampiro. - Janet murmura sentindo sua cabeça rodar por tamanho nervosismo que sentia.
- Deve ser aquela que encontramos rondando o prédio. - Alícia olha para sua namorada de olhos arregalados.
- Como ela era? - Vanessa pergunta. Ela tinha sido informada que tinha vampiros e lobisomens rondando o prédio a alguns dias mas não tinha tido nenhuma característica física descoberta.
- Mulher, 1,60 mais ou menos, cabelos castanhos e longos, olhos claros, sobrancelhas grossas... - Janet descreve com rapidez.
- Oh meu Deus. - arregala os olhos.
- Você conhece? - Vanessa afirma com a cabeça freneticamente.
- Vocês já ouviram falar daquela vampira que chegou a Massachusetts a alguns anos atrás e conseguiu estabelecer a paz entre os lobisomens e vampiros, além de diminuir a taxa de mortes vindo de vampiros? - as duas bruxas afirmam com a cabeça - Só conheço uma vampira que tem essas características em Massachusetts e essa é Lauren Jauregui.
- Já ouvi falar dessa vampira... Ela é tipo uma líder dos vampiros, não é? - Alícia questiona interessada.
- Sim. - afirma com a cabeça.
- Por que uma vampira tão "importante" estaria atrás de Camila?
- Tem três opções... - Janet fala sentindo sua cabeça ferver em teorias - Ou ela quer manter Camila por perto porque tem algo grande vindo e ela quer ter certeza que poderá ficar mais forte, ou está protegendo Camila de alguém que quer a derrubar para proteger a reinado dela sobre Massachusetts. - levanta o dedo indicador e o do meio - Ou todas as anteriores e ela sabe quem Camila é.
- Temos que descobrir o que essa vampira quer com a Camila.
- Ela pode ser de confiança... - Janet murmura mas se arrepende em seguida ao ver o dois pares de olhos fulminantes em sua direção.
- Vampiros nunca são de confiança, Janet. - Alícia fala com um tom amargo - Eles são seres frios, manipuladores, nunca fazem algo sem ter algum benefício para si por trás e na primeira oportunidade para te trair, eles já fazem. - Vanessa balança a cabeça concordando com o que a ruiva tinha dito.
- Precisamos reforçar a segurança de Camila para tentar deixar os vampiros longe - Vanessa se levanta do sofá.
- Acha que conseguimos mais uma vez?
- Conseguimos desde que ela nasceu, Alícia. Vamos conseguir reforçar o feitiço. - seu tom sério mas as duas se levantarem do sofá para ir em busca das poções que seriam necessárias para reforçar a proteção de Camila.
- Vá pegar um pouco de sangue da Camila... - sussurra lhe estendendo uma seringa com a agulha em um plástico.
- Eu não gosto de pegar sangue dela. - Alícia suspira pegando a seringa da mão da namorada.
- É para o bem dela, esse feitiço tem que ser ainda mais forte. Uma magia ruim conseguiu invadir esse apartamento, já reforçamos
- Ei, você pode preparar aquela poção para fazer a Camila beber amanhã? - indaga olhando para a negra que prontamente afirma com a cabeça - Certo meninas... No mesmo ritmo de sempre, silencioso e com passos mandos para ela não acordar.
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