1 capítulo
*fingindo que não tenho mais fics para att*
OLÁ GENTE KKKKKK ESPERO QUE GOSTEM DESSA FIC, OLHA SÓ A MÍDIA GOSTARO?
Enfim, espero que vocês tenham paciência, to a mais ou menos 2 meses com vontade de escrever uma fic desse tipo. Sem muitas delongas, vamos ao capítulo.
Ano 579 d.c, em algum lugar na Europa.
Lauren esboça um sorriso presunçoso olhando para o príncipe a sua frente que a olhava com desejo. Sua mão cheia de calos por empunhar espadas na maioria do tempo, segurava a mão delicada da mulher, a erguendo até seus lábios para deixar um beijo sobre ela.
- Príncipe Simão. - o nome do homem desliza por seus lábios de forma arrastada. Ele se curva em reverência assim que solta sua mão fazendo a mulher erguer sua cabeça e deixar que sua mão descanse no braço do trono no qual estava sentada - Deveria ter nos avisado que estava a caminho. Eu poderia ter planejado uma festa em sua recepção.
- Não era necessário, Alteza.
- Por que não prepara um...
- Cale-se Harry. - a mulher ordena para seu irmão mais novo fazendo com que ele abaixe a cabeça, inflando suas narinas em irritação.
Lauren era rainha de um reino herdado de seu pai que havia sido morto em uma guilhotina pelo próprio povo. Como mulher, Lauren não poderia governar porém sua condição tão rara e conhecida pelo seu povo, permitiu que ela assumisse o trono em vez de seu irmão mais novo, Harry.
Por múltiplos fatores, o povo do seu reino acreditava que a condição da rainha só veio a acontecer devido a antiga rainha Clara, ter se banhado em um lago que todos acreditavam ser amaldiçoado por Hermafrodito, filho de Afrodite com Hermes, que havia se tornado intersexo após rejeitar Samacis. Uma náiades ou melhor, uma ninfa que não podia gerar filhos com a sua espécie aquática. Que invocou os deuses para que nunca separá-los.
Harry, poucos meses mais novo que Lauren, guardava uma enorme rancor da irmã pelo fato dela ser mulher e nem ter se casado para chegar a pegar a coroa. Algo que em outras circunstâncias, seria inadmissível.
- O que veio fazer em meu reino, Príncipe Simão? - questiona interessada no que o homem poderia ter vindo a oferecer para seu reino.
- Ouvi dizer que sua irmã mais nova, Taylor está a procura de um bom marido. - esboça um sorriso sádico - Gostaria de pedir sua mão.
- Taylor tem apenas treze anos. - Lauren esfrega suas têmporas com os olhos fechados demonstrando impaciência - Não está na idade de se casar.
- Pelo ao contrário. Se me permite dizer, ao meu ver, essa idade é a perfeita para ser tomada como esposa. - a rainha encara o homem poucos anos mais velho que ela, de forma tediosa pensando seriamente em o mandar para a guilhotina mas a última coisa que precisava era uma guerra contra o reino do príncipe.
- Sou eu quem dito que idade é perfeita para a senhorita Taylor se casar. - ergue sua voz - E agora... Príncipe Simão, não é a hora certa. - nega com a cabeça pegando a taça cheia de vinho que um servo segurava ao lado do trono, da um gole sentindo o delicioso gosto do vinho real umedecer seus lábios.
- Alteza, você poderia repensar a minha of...
- Eu já disse que ela não está na idade de se casar. - o interrompe olhando para o soldado no lado esquerdo da sala do trono - Se veio aqui apenas para me importunar com essa oferta tosca, pode voltar para o seu reino medíocre. - sinaliza para o soldado retirar o príncipe dali.
- Perdoe-me Alteza, não foi a minha intenção a aborrecer. - o homem aperta os olhos.
- Quantos dias ficará no meu reino? - estende a taça de ouro puro para que encham com mais vinho, ainda tendo os olhos sobre o homem de cabelos ruivos a sua frente.
- Apenas algumas noites.
- Poderei oferecer estadia em meu palácio mas não chegue perto da princesa Taylor.
- Como desejar. - se curva antes de se retirar após o soldado que estava próximo pedir que ele se retire.
- Nem eu me casei ainda e esses tolos acham que vou permitir que minha irmã se case. - murmura se levantando, com a taça cheia do líquido vermelho.
Lauren desce os degraus que deixavam seu trono mais elevado, anda com calma para fora da sala do trono sem se importar de dizer onde iria. Andando pelos corredores do castelo, ela entra no quarto de sua irmã caçula vendo uma serva trancando os cabelos da menina.
- Taylor. - a cumprimenta dando um gole em seu vinho, roda a taça entre seus dedos cheios de anéis dourados e com pedras preciosas.
- Minha irmã... - a menina se vira para Lauren com um enorme sorriso mas ele morre aos poucos vendo sua expressão séria - Aconteceu algo? - pergunta.
Lauren aperta seu maxilar, bebe todo o líquido que tinha na taça e a deixa sobre qualquer mesa, se aproxima da princesa e a encara.
- Por que anda espalhando por ai que está a procura de um marido? - questiona com sua voz calma.
- Nossa mãe dizia que eu saberia quando chegou a hora... - ela responde se sentindo intimidada pelo olhar irritado da rainha.
- Nossa mãe já não está mais aqui. - pausa - Eu estou e somente eu posso dizer quando está na hora de arranjar um marido. - da ênfase em "eu" fazendo a menina engolir seco - Acaba de completar treze anos, o que pensa que está fazendo? Seu ciclo nem ao menos começou.
- Você não é a minha mãe. - resmunga. Lauren pisca diversas vezes para ter certeza que foi aquilo que saiu da boca da sua irmã.
- Muito bem lembrado, eu não sou, mas sou eu quem estou tomando conta de você depois que a mamãe morreu. - os olhos claros de Taylor param sobre os de Lauren vendo que aquilo havia a magoado - Eu... Eu só não quero que você fique espalhando que está atrás de um marido, está bem?
Taylor solta um suspiro derrotado, afirma com a cabeça e Lauren sorri se curvando para beijar sua testa.
- E me avise caso o Príncipe Simon se aproximar de você. O mandarei para a guilhotina caso desobedecer as minhas ordens. - sussurra de forma cúmplice.
- Tudo bem. - volta a afirmar com a cabeça.
- Está fazendo um belo trabalho nos cabelos de minha irmã, Joana. - elogia o trabalho da serva que sorri orgulhosa - Te encontro no jantar, nada de se atrasar. - aponta para Taylor antes de se retirar do quarto da menina, arrumando a coroa brilhante em sua cabeça.
- Você não pode falar comigo da forma que falou na frente do Príncipe Simão. - Harry aparece na frente de Lauren a impedindo de continuar andando.
- Eu já disse que odeio que se intrometam em um assunto que não é da conta de terceiros. - se limita a dizer contornando o homem mais alto que ela - Principalmente quando é um assunto a ser tratado com a rainha.
- Era para eu ser o rei, não você. - profere ainda irritado com o acontecimento.
- Então por que sou eu quem está usando a coroa? - se vira para o homem - Ah verdade, porquê desde o princípio a coroa foi destinada para a primogênita. - sorri passando as mãos sobre o vestido vermelho que usava.
- Um dia você vai se arrepender de roubar a minha coroa.
- Não tem como roubar algo que nunca foi de outra pessoa, meu caro irmão. - força um sorriso antes de lhe dar as costas e continuar andando sem se importar com as palavras que seu irmão lançava contra si.
A reação dos dois irmãos sempre foi repleta de discussões, farpas e respostas grosseiras, como muitos podiam ver a milhares de quilômetros. Ambos se odiavam, isso era notável.
Sem que ela soubesse, Harry estava por um fio com ela e essas palavras ditas, foram o estopim para que o homem planejasse como iria usar um punhal cujo uma feiticeira havia lhe dado a alguns anos atrás, perto do dia da morte do rei.
Algo que Harry não sabia era que aquele punhal, tão diferenciado dos outros com suas caveiras e demônios espalhados por toda a extensão, era tão amaldiçoado quanto assustador. Se a pessoa que fosse assassinada por aquele punhal não tivesse o seu coração perfurado pela lâmina, ela acabaria se transformando em uma espécie diferente de humano ou talvez nem tão humano assim além de ter dons especiais. O enorme e gigantesco porém era que; Harry não se lembrava dessa parte que a feiticeira tinha explicado.
Com o cair da noite, as servas de Lauren retiram toda a roupa da mulher deixando-a apenas com um pano cobrindo sua virilha. Em passos lentos, ela coloca seu pé no primeiro degrau do enorme tanque que ela usava para se banhar. Um arrepio percorre seu corpo pela água estar gelada, mesmo que essa época do ano seja mais calor. A água vai tocando as partes do seu corpo conforme ela descia cada degrau até que a água cristalina cubra seus seios.
Um suspiro rouco saí de seus lábios tendo todo o seu corpo arrepiado. Seus braços de mexem na água criando algumas ondas, ela nada até a borda e estende a mão em direção a uma serva de cabelos ruivos esperando que ela lhe entregue sua taça de vinho.
Ela se debruça na borda do tanque, mexe as pernas e começa a bebericar seu vinho sem pressa alguma. Vários minutos depois, finalmente sai da água quando seus dedos começam a enrugar. O pano que cobria o seu pênis, saí do seu corpo a deixando completamente nua fazendo duas servas se apressarem para a enxugar e a vestir para poder ir para o jantar com os últimos dois com sangue real naquele castelo.
Quando todos se sentam na extensa mesa, Lauren e Harry trocam um olhar raivoso um com o outro, ainda irritados pela discussão mais cedo e todos presentes percebem a tensão, menos Taylor que começa a falar sobre como foi o seu dia depois de ir fazer compras, pela primeira vez, sem Lauren.
Após a Jauregui mais nova parar de falar, um clima pesado se instala na mesa até que Harry joga o talher sobre o prato, se levanta de maneira agressiva e olha para as duas mulheres ali.
- Perdi a fome. - rosna baixo antes de sair como um furacão da sala de jantar.
- Eu fiz alguma coisa errada? - Taylor questiona olhando para sua irmã mais velha.
- Não, Tay. Nós discutimos mais cedo e você sabe como ele fica quando isso acontece. - a princesa afirma com a cabeça apertando os lábios.
Nunca se deu bem com Harry, mesmo quando mais nova, eles brincavam juntos enquanto Lauren treinava lutas corporais para possíveis futuros confrontos que poderiam acontecer, ambos não se davam bem. O homem sempre dava um jeito de puxar seu cabelo ou a fazer chorar. Diferente da sua relação com Lauren, elas sempre foram grudadas e a mais velha sempre cuidava dela, chegava até mesmo sair no soco com Harry para defender a caçula. Já tiveram muitos olhos roxos ao longo da vida dos dois por conta disso.
Taylor termina de comer em silêncio, ao terminar ela se levanta, recebe um beijo na testa de Lauren desejando boa noite e se retira, sendo seguida pelas duas servas restando apenas Lauren na mesa.
A rainha solta um suspiro frustrado, dá um gole no suco que estava a sua frente e se levanta, arruma a coroa em sua cabeça enquanto andava para fora da sala de jantar. Ela sobe os enormes lances de escada até chegar no quarto real, se certifica que havia os diversos soltados pelo caminho prezando por sua segurança e de Taylor.
Ao adentrar seu quarto, a rainha levanta a sobrancelha vendo Lady Margareth, a belíssima Francesa que a mulher era perdidamente apaixonada, sentada em sua cama com as mãos apoiadas no colchão de lã com um sorriso de canto.
- O que faz aqui? - ela pergunta, fechando a porta do quarto com os olhos sobre a mulher de cabelos castanhos tão conhecidos por ela.
- Vim lhe fazer companhia, Alteza. - esboça um sorriso safado se pondo de pé. Lauren anda até seu encontro e para a alguns centímetros do seu corpo - Ouvi comentarem por ai que você anda muito estressada. - leva as mãos até o peito de Lauren, desliza suavemente seus dedos entrando por dentro do vestido que usava até chegar em seus ombros desnudos - Pensei que gostaria de relaxar.
- A Senhorita não deveria estar nos meus aposentos essa hora... Principalmente com tais intenções. - seu tom é arrastado olhando para a boca rosada da mulher e depois para seus olhos castanhos.
- Por que não? Todos nesse castelo vivem em pró do conforto da rainha... Eu não sou diferente. - da um passo em sua direção colando seus corpos - Claro, se a vossa majestade desejar... Eu posso me retirar. - aproxima minimamente seu rosto de Lauren até que suas respirações se misturem.
Um sorriso malicioso aparece nos lábios de Lauren, suas mãos vão para a cintura da mulher e seus lábios se chocam antes dos seus corpos irem de encontro a lã macia que estava sobre a cama.
Aproximadamente duas horas depois, Lauren sai de dentro da mulher e se deita ao seu lado ainda sentindo os efeitos dos diversos orgasmos presentes em seu corpo. A rainha solta um suspiro, tira alguns fios de cabelo que insistiam em ficar grudados em sua testa e encara a mulher ao seu lado.
- Satisfeita, Alteza? - sussurra bem humorada tendo um sorriso de canto nos lábios.
- Maravilhosamente satisfeita, meu amor. - se inclina para capturar seus lábios novamente de forma amorosa.
O contato dos seus lábios se quebram quando Lauren se levanta, joga um robe de linho cobrindo sua nudes e vai até as jarras de porcelana onde tinha água. Elas ficam em silêncio enquanto Lauren matava a sua sede e levar um pouco do líquido para a mulher que estava deitada em sua cama.
- Poderei dormir aqui? - Lady Margareth pergunta atraindo a atenção dos olhos verdes para seu rosto.
- Como desejar, a minha cama será sua cama... Em breve. - afunda as mãos nos cabelos castanhos e os joga para o lado sentindo uma brisa fresca atingir seu corpo suado - Gostaria de se banhar? - estende a mão em direção a morena de olhos amendoados que aceita sem hesitação.
- Claro. - um novo sorriso aparece em seus lábios quando Lauren se levanta da cama e a puxa até o tanque.
Lady Margareth solta um gritinho divertido quando Lauren a puxa de encontro com a água de uma forma rude e abocanha seus lábios mais uma vez.
- Creio que a Alteza não esteja tão satisfeita assim. - sussurra contra os lábios da mulher que solta uma risada.
- Eu te amo. - sussurra.
- Eu também te amo. - profere olhando nos olhos verdes que brilhavam de felicidade com a confissão.
Não muito tempo depois, elas estavam deitadas na cama, cobertas por um fino tecido que cobriam seus corpos nus.
No fim do corredor, Harry passava a mão pelo cabelo de forma inquieta segurando o punhal em sua mão que tinha um brilho especial fazendo o homem se perguntar se aquilo era coisa da sua cabeça ou realmente estava brilhando.
Decidido a cumprir o que tinha em mente, ele pega um jarro de porcelana, caminha até a janela do seu quarto e arremessa o jarro o mais longe que conseguirá. Esconde o punhal em sua roupa e olha para fora do quarto vendo os guardas agitados, indo para fora.
O homem sorri e anda apressadamente até o quarto de sua irmã, abre a porta com cuidado e a fecha tendo a visão de Lauren dormindo de barriga para baixo, um braço para fora da cama e o outro debaixo do travesseiro enquanto Lady Margareth estava deitada de costas para a porta.
Em passos cautelosos, Harry se aproxima da cama, pega o punhal e se ajoelha ao lado da cama da irmã podendo ver seu semblante de perto. Ele aperta o maxilar e rosna baixinho levando a lâmina até sua bochecha, faz um pequeno corte obrigando a mulher acordar assustada.
- O que... - murmura vendo seu irmão ajoelhado ao seu lado com um sorriso sádico nos lábios. Ela se senta e coloca a mão na bochecha vendo uma fina camada de sangue escorrer por sua face - Você enlouqueceu?! - exclama e Harry se levanta, aperta o punhal entre seus dedos.
Lauren ameaça se levantar mas ele é mais rápido e passa a lâmina por sua garganta. Ela leva as mãos até o profundo corpo e vendo que esguichava sangue dali. Segundos depois ela estava caindo novamente sobre a lã branca, que agora ganhava uma coloração vermelha.
Harry esconde seu punhal assim que a Lady começa a se mexer e ele arregala os olhos fingindo estar espantado.
- Socorro, socorro. - Harry grita repetidas vezes fazendo a mulher o olhar confusa depois olhar para Lauren que se engasgava no sangue que saia do seu pescoço.
Um grito horrorizado saí dos lábios da mulher. Segundos depois vários soldados invadiam o quarto, Harry leva as mãos até sua boca e finge tentar se aproximar de Lauren que parava de se mexer aos poucos.
- SEUS INÚTEIS! - Harry esbraveja se virando para os soldados que olhavam tudo assustados - A RAINHA ESTÁ MORTA POR CULPA DE VOCÊS! - continua a esbravejar - Procurem por todo o local, eu vi alguém saindo pela sacada! - os homens engolem seco olhando para a rainha sobre a cama - AGORA!
Lady Margareth segura o corpo de Lauren, já sem vida e o mexe na esperança que ela acorde e quando percebe que isso não aconteceeia, seu choro se torna ainda mais desesperado. O corpo entra em estado de choque vendo o corpo da sua amada, já sem vida em seus braços.
Na manhã seguinte, a notícia que a rainha havia sido morta se espalha por todo o reino gerando revolta e desespero do povo por saber que na linha de sucessão, Harry seria o próximo rei e o homem era idêntico ao seu pai. O pior rei que aquele reino já teve.
O sepultamento da rainha foi dois dias depois do ocorrido. Seu corpo estava pálido como nunca e poucas pessoas puderam vê-lo graças ao corte profundo em sua garganta. Taylor e Margareth foram as que mais choraram no evento, Taylor por ter perdido seus pais e sua irmã em menos de três anos. Margareth por ter pedido a mulher que amava. Era muita dor para as duas poderem suportar.
Já Harry não derramou uma única lágrima mas permaneceu de cabeça baixa a todo momento, contendo um sorriso vitorioso por saber que em menos de três dias, ele já seria declarado Rei e fazer tudo o que quisesse.
No mesmo dia, já no túmulo real, o corpo de Lauren passou de gelado para quente. Quente, cada parte do seu corpo queimava, algo parecido com o fogo de uma fogueira ardente. Algumas gotículas de suor começavam a aparecer por sua testa e suas veias roxeadas saltam por todo o seu corpo deixando visível o quanto rápido o líquido em suas veias, que não poderia ser chamado de sangue, se movia. Mesmo morta, o corte em sua jugular e na bochecha começavam a se cicatrizar em uma velocidade impressionante assim como cada modificação que seu corpo começava a sofrer, mesmo em uma velocidade mais lenta do que a cicatrização.
Não se sabe quanto tempo se passou mas depois de muitas semanas, um puxar de ar desesperado faz com que Lauren abra seus olhos de maneira desesperada. Suas pupilas se contraem e todo o seu corpo treme implorando por comida ou melhor; sangue.
Quatro dentes pontiagudos começam a crescer em sua boca, um rosnado irritado sai dos seus lábios e ela soca a tampa do caixão de ouro maciço, desesperada para ser libertada. Suas narinas de inflam devido a fúria que começa a sentir a cada soco e cada memória dos seus últimos momentos de vida que voltam a sua mente.
Um grito raivoso saí de seus lábios e a tampa do caixão voa para longe, Lauren se senta sentindo sua cabeça rodar, encara suas mãos e vê que estava mais pálida que o normal. Ela fecha os olhos e respira fundo sentindo que seus pulmões aclamando o oxigênio que tanto fizera falta desde o assassinato.
Ao sair do caixão, ela olha em volta vendo que estava um túmulo real. Mesmo no escuro, conseguia enxergar tudo perfeitamente.
Cada parte do seu corpo se sente aliviado por finalmente estar se mexendo. Ela se alonga e anda até a porta que pensava ser a que usaram para a colocar ali dentro. Suas mãos tocam a rocha e ela a empurra com toda a força que tinha fazendo as pedras voarem para longe.
Seus olhos se arregalam e encara suas mãos, passa a língua sobre os quatro dentes pontiagudos e contraí as sobrancelhas. Seu corpo fica por alguns segundos paralisados até que percebe o que havia acontecido.
A lenda na qual sua mãe contava que demônios sanguinários andavam pela terra atrás de sangue vem a sua mente como um soco em seu estômago.
Um grunhido irritado sai de seus lábios, ela sai do túmulo e olha em volta que estava de noite. Ao dar um passo, ela anda quase duzentos metros em uma velocidade sobrenatural e acaba se chocando com outros túmulos de rochas tão fortes quanto as suas, como consequência, um barulho estrondoso ecoa pelos quatro cantos daquele cemitério.
- O que... - murmura. Ela tenta andar novamente e vai até as grades que cercavam o cemitério dos reis - Pelos deuses... - fala sem fôlego por ver a rapidez que tinha chego ali.
Ela olha para as grades de ferro pensando em como passaria ali até se lembrar do que fez com a caixa do caixão e as rochas. Em seguida, ela levava as mãos até duas barras de ferro, as aperta e empurra para o lado oposto não fazendo quase nenhum esforço para que elas se dobrem com facilidade.
Seus olhos voltam a se arregalar quando ela vê a abertura tão grande que seu corpo passaria com facilidade por ali. Ao sair do cemitério, volta a respirar fundo e se lembra de Harry passando um punhal por sua garganta.
Um desejo de vingança e fúria percorrem todo o seu corpo como um raio. Quando menos percebe, já corria na velocidade sobrenatural que ainda a assustava até o castelo. A metros de distância, ela observa as enormes paredes que cercavam o castelo e salta conseguindo se agarrar no topo das paredes.
Um gemido saí de seus lábios, ergue seu corpo e fica de pé sobre a larga parede. Seus olhos percorrem o seu castelo até que vê as janelas do seu quarto abertas. Como um relâmpago, a mulher escala as rochas do castelo e entra no quarto real.
Seu corpo explode de ódio assim que ela vê Harry dormindo na sua cama com uma mulher desconhecida. Suas mãos se tornam um punho apertado, ela se aproxima da cama da forma mais lenta que consegue e leva as mãos até o pescoço de Harry.
O homem acorda assustado, seus olhos verdes caem sobre Lauren que o encarava com tanta fúria que estavam perto de pegarem fogo.
Novamente, sem nenhum esforço, Lauren o ergue pelo pescoço e o joga contra a parede fazendo suas costas baterem contra a parede em uma força absurda. A mulher que dormia ao lado do homem acorda assustada, encara Lauren e solta um grito horrorizado vendo que ela era a Rainha, até então falecida.
Lauren a olha por breves segundos antes de voltar a encarar seu irmão com a mão envolta do próprio pescoço tentando aliviar a pressão que estava sentido devido o aperto, tossindo desesperadamente sentindo uma dor insuportável nas costas pelo impacto grosseiro com a parede.
Ela o encara fazendo uma enxurrada de pensamentos que saíam da cabeça de Harry chegarem a sua mente como gritos estridentes. Um em específico se destaca entre eles é: "matar Margareth e Lauren" deixando a mulher milhões de vezes mais enfurecida por ele pensar em matar a mulher que quase chegou a ser sua rainha.
- Olá irmãozinho. - se pronúncia andando até ele com passos lentos e firmes.
O cheiro de sangue que saia de alguma parte do seu irmão chega até seu nariz fazendo com que ela quase perda todo o controle que lhe restava.
- Você... Você está morta! Não pode ser real! - quando finalmente consegue ter alguma reação, ele a olha amedrontado.
- Vejo que nem para me matar você é útil. - estala a língua em desaprovação.
Sua mão volta para o pescoço do homem e o ergue encostando o corpo musculoso do homem contra a parede. Harry arregala mais os olhos ao perceber que Lauren, sua irmã bem mais baixa que ele, não fazia o mínimo esforço para o levantar do chão com uma única mão.
Um rosnado saí dos seus lábios quando ela sente a jugular pulsando, algumas veias pretas aparecem em volta dos seus olhos junto com uma coloração da mesma cor das veias toma conta dos olhos que, até então, eram verdes radianges e encaravam Harry com tanto ódio. Os dentes pontiagudos começam a crescer e Harry grita de forma desesperada vendo o quanto assustadora a mulher estava.
- V-você é um demônio. - fala com dificuldade pelos dedos da mulher apertando seu pescoço.
Lauren ignora suas palavras e abocanha seu pescoço, fincando os dentes na carne sentindo o sangue tocar seus lábios. Todo o seu corpo vibra em excitação quando ela começa a sugar o líquido do homem que solta um grito mudo.
Os soldados invadem o quarto vendo a antiga rainha com os dentes cravados na garganta do rei sugando todo o sangue do seu corpo com a gana de alguém que bebe água depois de dias sem nenhuma gota.
Eles tentam avançar mas Lauren estende a mão em direção a eles, de uma forma mágica, eles ficam imobilizados e ela continua o seu trabalho.
Minutos depois, o corpo de Harry caí sem nenhuma gota de sangue no chão. Lauren solta um sorriso baixo se sentindo satisfeita por enquanto, passa a mão sobre sua boca limpando o sangue que tinha ali e se vira para os soldados que estavam paralisados.
Suas sobrancelha se juntam e ela tenta fazer a mesma coisa que fez no momento que se alimentava. Os homens voltam a se mover mas gritam assustados ao ver Harry caído sem vida atrás de Lauren.
- Se curvem perante sua soberana. - Lauren ordena olhando para os homens que não pensam duas vezes para fazerem o que ela havia ordenado.
Um choro de bebê chega aos seus ouvidos, mesmo distante, aquilo chama sua atenção. Ela passa a língua sobre seus lábios, se aproxima dos soldados que tremiam de medo da criatura a sua frente se inclinando em direção a eles.
- R-rainha Lauren? - um dos homens fala desacreditado.
- De onde vem esse choro de bebê? - ignora o que ele havia dito.
- Do quarto da Lady Margareth.
Sua cabeça roda por alguns segundos, fica encarando o homem esperando que ele diga que foi alguma brincadeira ou coisa do tipo mas quando nada mais é dito, ela tomba a cabeça para o lado.
- Ela se casou? - pergunta confusa, já com a sua face humana.
- N-não, Senhora. - outro soldado responde.
- Quanto tempo eu fiquei ausente?
- Um ano e meio...
Lauren engole seco, vai até uma bacia com água e lava suas mãos assim como o seu rosto que estava sujo de sangue que começava a secar lhe dando ânsia. No caminho, ela uma tocha que iluminava o local e joga sobre o corpo de Harry por se lembrar das palavras da sua mãe.
"Caso ver um corpo com um sinal de mordidas, coloque fogo. Isso evitará que ele se torne um demônio também."
- Sua herdeira. - outro fala. Lauren o olha rapidamente e ergue a sobrancelha.
- Minha o que? - se aproxima em uma velocidade sobrenatural do homem o encarando.
- S-sua herdeira. - repete segurando sua espada.
- Se acalmem. Não machucarei vocês. - revira os olhos. Olha para trás e vê a mulher que dormia com Harry branca como a neve - Ajudem ela. - aponta para a mulher - E não apaguem o fogo ou vocês terão o mesmo destino cruel que ele. - ordena.
Lauren se enfia entre os soldados sem nenhuma gentileza, sai pelo corredor e segue o choro de bebê até ver que estava vindo do quarto ao lado do de Taylor. Suas mãos vão até a maçaneta e ela abre a porta por alguns centímetros para espionar o que acontecia no quarto.
Com dificuldade, Lauren vê Margareth segurando um bebê já grandinho que aparentava ter entre oito a dez meses. Sua respiração se prende assim que Margareth se vira de costas e ela visualiza o rosto do bebê percebendo que ele era idêntico a ela.
Os mesmos cabelos escuros, os olhos incrivelmente verdes e a pele alva.
Seu mundo para por alguns instantes e um restinho de humanidade que ainda tinha dentro de si, floresce a fazendo sentir vontade de entrar naquele quarto e segurar a sua primogênita.
- Calma Lauren II, não precisa se assustar. - Lady Margareth sussurra tentando acalmar o bebê que chorava.
Uma enorme culpa atinge Lauren por ter feito aquele pobre bebê acordar com os malditos gritos do merda do seu irmão. Quando ela sente que alguns soldados estavam vindo em sua direção, ela saí dali o mais rápido que consegue.
Apenas uma meia duzia de soldados haviam a visto. Provavelmente pensariam que eles estavam loucos, assim como a mulher que estava deitada com seu irmão.
Lauren sobe no telhado do castelo, esfrega o rosto ainda atordoada com a notícia que havia acabado de receber; ela era mãe de uma linda garotinha e a outra mãe era o amor da sua vida.
Ela espera a agitação no Castelo se acalmar um pouco, o que demorou levando em conta que todos estavam assustados com a morte do rei, para poder entrar no quarto de Margareth para ver sua filha de perto.
Seus passos são cuidadosos, ela se aproxima do berço de ouro que tinha ali e olha para dentro vendo uma linda garotinha. Seus olhos automaticamente se enchem de lágrimas e estende a mão até tocar sua bochecha gorducha percebendo a diferença de temperatura entre suas pelas; sua mão era gelada e a bebê era muito quente.
Naquele instante, sua fixa do que ela havia se tornado caí. Seu corpo se afasta brutalmente do berço até encostar na parede, com medo de fazer mal a Lauren II. Sua visão fica embaçada pelas lágrimas que se formavam até que começam a escorrer por sua bochecha.
Sua atenção para sobre o corpo de Margareth encolhido em posição fetal no meio da cama. Com medo de a machucar, ela se aproxima cautelosamente até que se sente segura o suficiente de tocar seu ombro. Uma péssima escolha já que Margareth salta da cama assustada, seus olhos param sobre Lauren.
- Não grite. - implora com a voz chorosa - Eu não vou te machucar. - suas bochechas começam a ficar banhadas por lágrimas vendo o olhar assustado de Margareth.
- L-Lauren? - murmura fazendo a mulher afirmar com a cabeça - Como...
- E... - ela se cala assim que Margareth joga seu corpo contra o seu, passa os braços por seu pescoço e a aperta como se sua vida dependesse daquele abraço.
Lauren se permite chorar baixinho tendo medo de a machucar mas retribuí o seu abraço sentindo o cheiro delicioso da mulher invadir suas narinas. Era como ir ao paraíso e voltar. Margareth começa a beijar seus cabelos e ameaça beijar sua boca, trazendo Lauren de volta a realidade.
- Não... - murmura se afastando dela.
- Você está gelada... - tenta a tocar mas Lauren volta a se afastar.
- A Lauren é linda. - olha para os olhos castanhos que ela tanto amava - Cuide bem dela por mim... Se certifique que ela seja uma boa rainha. - olha a bebê por cima do ombro.
- Mon amour... - murmura em francês se colocando de pé, tentando se aproximar de Lauren.
Um sentimento ruim a atinge, suas presas voltam a crescer, os olhos ao tom preto e as veias em volta dos olhos, chegando até mesmo em suas sobrancelhas.
Por sua audição aguçada, Lauren consegue ouvir o coração de Margareth bater mais rápido que o normal, sua respiração ficar acelerada e mesmo querendo esconder o seu espanto, Lauren consegue captar cada mudança que seu corpo havia produzido ao ver a sua nova face.
- Mon amour. - repete dando um passo em sua direção, estende o braço e tenta tocar o seu rosto. Teria o tocado se não fosse por Lauren se afastando novamente de uma maneira brusca sentindo um medo incontrolável de a machucar.
A nova vampira engole seco vendo que ela não estava com medo. Que merda! Por que ela não tinha medo de si? Ela deveria ter, ela matou um homem a sangue frio a poucas horas.
- Eu preciso ir... Cuide de Taylor por mim. Provavelmente ela assuma a coroa até ela estar com a idade certa... - aponta para a bebê - Eu te amo, não se esqueça disso... Por favor. - pede sentindo uma dor rasgar o seu peito por ver os olhos castanhos da mulher a sua frente se tornarem marejados.
- O que você está fazendo?
- Eu me tornei um demônio sanguinário! Você não está vendo?! - eleva a sua voz mas logo olha para a bebê não querendo a incomodar - Não posso ficar perto de vocês, eu vou acabar as machucando. - nega com a cabeça dando passos até a porta da sacada.
- Lauren, vamos conversar, por fa...
- Me perdoe. - essas são suas últimas palavras antes dela sumir de vista da mulher.
Lauren volta a sentir fome, sem conseguir se controlar, ela ataca um mendigo que dormia em um dos corredores das ruas da cidade. Não satisfeita, ela ataca uma outra mulher.
Com as roupas cheias de sangue, suas mãos e a boca, Lauren engole seco sentindo vontade de chorar - graças a Margareth e sua filha que haviam aflorado o resto de humanidade que ainda sobrava no fundo do seu ser depois da transformação - pelo o que ela havia se tornado, e então foge, foge para o mais longe do seu reino temendo pela vida de Margareth, sua filha e Taylor.
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