Ser eterno
Quando eu morrer
deixar o chão consumir meu corpo
como sempre o quisera
não haverá nenhuma pantera
a agarrar o que me houver de solto
No outro dia
as lágrimas secas
se alguém sobrar das relações que levo
saberei já os propósitos do verbo
Mesmo que acorde num outro berço
sob outra mãe sob outros beijos
carregar-me por único descanso
valer a pena só por um segundo.
Será então nesse mesmo instante
do expirar
do sintetizar
espalhar o que colhi de bom
e absorver o que ainda houver
para aqui fazer...
Quando eu morrer
deitar meu leito sobre um sonho duro
ou enxergar um céu infinito
de onde vim e para sempre volto
querer passar dessa para melhor
é o primeiro desejo
e o último direito...
como viver e amar aqui
se um dia antes for capaz de descobrir
que nunca partirei do ser eterno.
Mas o dia em que eu morrer
toda dor de duvidar
cessará
todo amor que não se fez
encerrará...
e a única divida será aquela que é coletiva
e a única dádiva será aquela que não se tira.
o ser eterno...
o dia em que eu morrer saberão todos
e todas que fui...
que nenhuma resposta nos foi proibida.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro