DADDY COM JUROS pt.2💵🎀
Se você é nova/o aqui, não se esqueça de me seguir e dar uma olhada em outras obras.
Boa leitura!
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Após um olhar demorado, ignoro o sentimento de pesar ao passar por ela. Evito contacto visual com Eros ao entrar em casa, e também os seus chamados atrás de mim.
— Eu estou falando com você, garota!
Madalena passa por nós com a cabeça baixa.
— O almoço já está pronto, Madalena? — me viro para ela, sorrindo para inibir o desastre que a minha aparência deve estar.
— S-sim, minha menina — ela responde, amedrontada diante do olhar fuzilante de Eros.
— Madalena, quero todos na área de serviço. Ninguém, absolutamente ninguém tem permissão para entrar na casa principal pelo resto do dia! — Eros ordena, e Madalena assente.
— Sirva o meu almoço, Madalena, por favor — insisto.
— Faça o que eu mandei, Madalena — Eros retruca.
— Ah, Santo Expedito...— Madalena suspira, dividida entre nós.
— Eu estou com fome! — berro para Eros, ele me fita com um olhar mortal.
— Vá, Madalena — murmura entredentes — Agora.
Madalena faz uma breve reverência e corre para fora da casa.
— Tem noção do que acabou de fazer, garota? — semicerra o olhar, dando passos lentos na minha direção — Rebecca trabalha na firma e nesse momento, deve estar empenhada num processo contra você!
Eu vou recuando aos poucos, à medida que ele chega mais perto.
— Eu sei me defender — ergo o queixo — Foi exatamente o que eu fiz.
— Ah, não me diga. Quando vai poder se defender? Daqui a três anos? Quando receber a sua licença de advogada? — instiga, visivelmente irritado — Pois saiba que uma acusação de agressão não leva tanto tempo assim a ser resolvida, ainda mais com tantas provas!
Eros aponta para uma câmera posicionada num canto da parede, bem acima das escadas. Ela registou num bom ângulo a forma com que arrastei Rebecca para baixo.
Engulo em seco.
— Onde está toda aquela postura de há pouco, garota? — zomba, dando mais passos na minha direção — O gato comeu a sua língua?
Insisto em recuar, subo dois degraus sem olhar para trás, até que escorrego e caio de bunda na escada.
— Eu tinha que fazer aquilo — digo, num tom mais baixo, mas tentando não perder a confiança.
— Por quê? Tinha que ameaçar e bater numa mulher inocente por quê, Valentina?
— Imagina que fosse você no meu lugar! — guincho quando ele chega perto o suficiente para eu ver os gominhos bem divididos na sua barriga — Se eu trouxesse um homem e transasse com ele aqui. O que você faria?
Em resposta, Eros leva a mão ao meu pescoço e me enforca, com toda a raiva incalculada que corre pelas suas veias.
— Nem pense numa coisa dessas, menina. Você.é.minha — rosna, com o rosto bem perto do meu.
— Eu sou sua tanto quanto você é meu — devolvo, respirando pesado — E enquanto você não parar de foder a Rebecca ou qualquer outra mulher, eu.não.serei.sua.
— Não me provoque — aumenta a pressão no meu pescoço. Eu sinto cada vez mais a falta de ar, e a tesão crescente — Você não sabe do que eu sou capaz.
— V-Você pode me...mostrar. Me fode, daddy. Agora.
— Foda-se!
Eros solta o meu pescoço só para agarrar o meu cabelo e poder me beijar. Não é um beijo normal, não. É um daqueles que quase arranca a sua alma, selvagem, voluptuoso.
O corpo de Eros sobre mim é quente e pesado, minhas costas doem pela madeira dos degraus, mas eu não me importo. Estou com tanto tesão, que podia deixar ele me foder sob brasas.
Eros se comporta como um animal, rosnando contra a minha boca e rasgando o meu vestido para chupar os meus seios. Ele deixa marcas em mim, por todo o lugar onde a sua boca passa.
Ele quer me marcar para que eu e qualquer outro homem que tenha acesso ao meu corpo, saiba que ele esteve lá e que eu sou dele. Sou a baby dele.
Estamos os dois ansiosos, e basta apenas um movimento para ele estar dentro de mim por completo. Eu grito, impelida ao prazer como um íman poderoso.
— Minha. Minha. Minha — ele diz a cada estocada dura e precisa — Diga que é minha, porra.
— Oh, daddy...— gemo, seguindo os seus movimentos, as minhas pernas bem abertas, sendo comida nas escadas — Eu sou...eu sou sua.
— Minha baby — grunhe no meu ouvido.
Eros se move intensamente dentro de mim, meus gritos aumentam e eu noto que ele quer parar como da outra vez e me privar de gozar, mas sou mais rápida.
Coloco as mãos no seu peito e o empurro para inverter as nossas posições. Agora ele está sentado e eu estou em cima.
— Hoje não, por favor — digo, cavalgando como uma louca — Eu quero...eu preciso...
Eros não me impede, apenas agarra a minha cintura e me ajuda a me mover. Subo e desço com força, sentindo as minhas paredes internas serem alargadas pelo seu comprimento. Nessa posição, ele vai mais fundo, eu sinto duplicado.
— Ai, eu vou gozar, daddy, eu vou gozar — jogo a cabeça para trás e me limito a sentir.
Apenas sinto Eros dentro de mim, o êxtase, a raiva dele, a adrenalina da nossa briga. É tudo e mais um pouco.
Meu corpo chacoalha violentamente, encontrando o clímax e se fundindo a ele. Eros me abraça e geme roucamente ao gozar comigo. Sinto a sua mordida no meu ombro e é delicioso.
Nossos fluidos se misturam e escorrem para fora como um rio com corrente intensa.
Suspiramos, um abraçado ao outro, nos acariciando e distribuindo beijos preguiçosos onde os nossos lábios alcançam.
— Eu vou pegar algo para te limpar — ele diz, me colocando sentada na escada.
Observo ele subir com o robe aberto e o cabelo revolto. Mordo o lábio inferior.
Será possível que o fascínio que eu sentia tenha se transformado em algo mais? Antes eu até suportava a Rebecca nessa casa, mas agora eu sinto que se eu a vir perto de Eros novamente, eu cometerei uma loucura muito maior do que a que cometi hoje.
Eu acho que eu estou apaixonada, tremendamente apaixonada por ele.
Me levanto apressada e corro escada acima. Ele já subiu há tempo suficiente para voltar, e eu não acho que vou aguentar muito tempo mais sem saber se o que eu sinto é mútuo. Preciso entender a natureza disso que temos e preciso agora.
Passo pela porta do escritório e estranhamente ouço a sua voz lá dentro. Espreito pela fresta, ele está andando de um lado para o outro, com o celular no ouvido e uma expressão nada boa.
Coisa do trabalho, penso comigo mesma.
Ajeito o vestido estraçalhado no meu corpo e me aproximo para entrar, porém, o que ele diz a seguir me choca de tal modo, que eu fico estarrecida de horror.
— Você ouve isso? O tic-tac do relógio não é apenas o tempo passando, mas o som de sua vida escapando lentamente. Cada segundo que passa, você se afunda mais em minha teia. Não é apenas o seu dinheiro que eu quero, é sua alma, sua essência. E se você ousar me enganar, deixarei você sem mais do que um suspiro de vida. Posso arrancar suas promessas da pele com minhas próprias mãos, deixando cicatrizes que só a morte poderá apagar. Conheço os segredos que você esconde na escuridão, os medos que o assombram à noite. Minha vingança será uma sinfonia de dor, onde cada nota é um grito que arrancarei de você.
E como se não bastasse, Eros continua a sua ameaça macabra, e eu, paralisada, fico para ouvir.
— Se você falhar em pagar o que me deve, não haverá lugar onde você possa se esconder. Encontrarei você, não importa o quanto se esconda nas sombras. E quando eu o encontrar, farei você implorar pela morte como se fosse sua única salvação. Então, escolha sabiamente: honre sua dívida ou torne-se mais uma história de terror que contarei aos outros devedores, como um aviso do que acontece aos que ousam me desafiar.
Um soluço escapa da minha garganta e é o suficiente para Eros me notar atrás da porta. Com os olhos arregalados de choque e incredulidade, empurro a porta com cautela, revelando Eros imerso na sombra de uma realidade que eu desconheço.
— O que... o que você está dizendo? — minha voz treme, cada palavra pesando como chumbo na minha língua.
Ele me encara lentamente, seus olhos uma mistura de surpresa e nervosismo ao perceber que foi ouvido.
— Você... você não deveria estar aqui
Sua voz áspera e carregada de um desconforto palpável.
— Eu não sabia que... que você era... que você fazia essas coisas — luto para formar as palavras, tentando entender como poderia ter sido tão cega.
— Não é como parece — ele começa, mas eu balanço a cabeça, as lágrimas começando a rolar pelas minhas bochechas.
— Como você pode dizer essas coisas? — pergunto, minha voz subindo em angústia — Eu...você é um...um agiota.
Ele tenta se aproximar de mim, mas eu dou um passo para trás, a sensação de perigo agora é quase tangível.
— Por favor, me explique — imploro, minha voz agora misturada com medo e decepção.
Ele hesita por um momento, seus olhos desviando-se dos meus.
— Não posso — murmura ele finalmente, com um tom de resignação — Você não deveria ter ouvido isso.
— Ouvido o quê, Eros? O quê? Ahm?! Que você é um criminoso ediondo que se passa por advogado exemplar pra todo mundo?
— Valentina...
— Ai, que merda — puxo o meu próprio cabelo, aflita — Eu não acredito nisso.
— Meu amor, olha...— ele se aproxima e toma o meu rosto entre as mãos. Fico parada, surpresa pela forma que me chamou e pelo carinho estampado nos seus olhos — Eu não faço nada do que você ouviu. O máximo que eu faço é mandar dar um susto ou uma surra. Não sou tão sujo assim.
— Como eu posso acreditar? Você parecia tão decidido — dou um passo para trás, não posso me deixar levar.
— Eu preciso fazer isso se quero que eles cumpram com as suas palavras. Eu nunca matei ninguém!
— Você é estranho, Eros. Muito estranho — balanço a cabeça, desacreditada — Eu não consigo entender nada do que você faz, e agora menos ainda. Primeiro me abandonou por semanas depois de termos transado e agora descubro que você é um agiota?!
— Eu não te abandonei. Eu só...— desvia o olhar e pela primeira vez, parece realmente abalado —...Eu não sabia como lidar com a situação depois do que fizemos. Não sabia como lidar com o que eu senti, com o que eu sinto.
— E o que você sente? Nem isso eu consigo ver.
— Eu te amo, Valentina — murmura e todo o meu corpo entra num estado de catatonia — E porra, eu te amo há mais tempo do que eu posso sequer contar. A cada dia você só se tornava um tormento maior para mim. Te ver sem poder te tocar, estar ao seu lado sem poder sentir o seu cheiro de perto. Que merda, você me deixa louco!
Soluço diante da sua confissão, com uma mistura de medo, indecisão e alívio tomando conta de mim. Ainda assim, é muita coisa de uma vez, eu preciso de um tempo para digerir tudo.
— E-eu...Eros, eu amo você — gaguejo, vendo a sua expressão se iluminar — Mas eu não posso simplesmente continuar aqui como se você ser agiota não fosse nada. É demais para mim.
— Eu entendo...
— Eu preciso de um tempo. Sozinha — determino, limpando o rosto com as costas das mãos — Vou fazer as minhas malas.
Quando me viro para sair, Eros agarra o meu cotovelo e me puxa para si num beijo que começa desajeitado, mas evolui com selvageria e desespero. Ele me prensa contra a parede mais próxima e desce a mão na minha bunda, amaciando a minha carne com desejo. Eu me submeto vergonhosamente. Não consigo dizer não a esse homem por muito tempo.
Com um estalo, Eros abandona a minha boca e une a testa à minha. Partilhamos a mesma respiração por alguns segundos fio.
— Eros, eu tenho que ir...
— Não, por favor, fique — pede, afundando o rosto no meu pescoço e me cheirando — Eu vou sair. Preciso resolver um...assunto. Fique aqui, me espere. Vamos conversar quando eu voltar.
— Eros, eu...
— Por favor, baby.
Ele me olhando assim e me chamando de baby é o meu ponto fraco. Meus joelhos fraquejam e tudo que eu consigo fazer é assentir.
Ele me dá um último selinho e um olhar suplicante e sai.
Durante o resto do dia, eu me vejo inerte na minha bolha de pensamento. Minha fome sumiu, ficou apenas a dor da mais recente descoberta, junto com a sensação de alento que a sua confissão de amor me trouxe. Está tudo tão confuso, que eu só quero que ele volte logo para podermos conversar e colocar o traços nos t's e os pontos nos i's.
Já é quase meia noite e nenhum sinal dele. Saio do quarto e percorro o corredor para descer e perguntar a algum dos seguranças se sabe de alguma coisa de Eros, mas quando chego no topo das escadas e marco o primeiro passo para descer, a porta da frente se abre num rompante e um dos brutamontes entra, afobado. Quando me vê, ele paralisa no hall de entrada, me observando com uma expressão aflita.
É nesse exato momento que o meu peito aperta e eu tenho o pior pressentimento de todos. Engulo em seco, começando a me desesperar.
— O que aconteceu? — desço os degraus rapidamente, descalça.
— Senhorita...
— Me diga o que aconteceu agora! — ordeno, sentindo a minha garganta se fechar em angústia.
— O senhor Galvão sofreu uma emboscada e...
— Prepare o carro. Você vai me levar até ele — digo, já dando a volta para pegar algo para calçar e um casaco.
Corro com a minha vida, cada segundo parecendo uma eternidade.
Quão grandes são as possibilidades dele morrer justo hoje? Não, isso não pode acontecer...
Pego os meus documentos, para poder me identificar, e dentro de poucos minutos, já estamos na estrada. A medida que o tempo passa, a minha angústia aumenta e o meu medo se torna cada vez mais latente.
Não espero que abram a minha porta quando chegamos ao hospital. Eu mesma desço e me encaminho à recepção, tentando ao máximo ficar calma, mas sem muito sucesso.
— Oi, eu vim...eu quero saber onde está...— sou impedida pelo soluço preso na garganta. Mas não me permito chorar, não agora.
— Boa noite. Posso ajudar em alguma coisa? — a recepcionista pergunta, me olhando com certo desdém.
Qual é o problema dessas mulheres que trabalham com atendimento ao público?
— Me chamo Valentina, sou acompanhante de Eros Galvão. Ele deve ter sido trazido para cá há pouco mais de uma hora — informo.
— Documentos de identificação da senhorita — ela solicita, parecendo calma demais para mim.
Eu estou uma pilha de nervos, quase desmaiando de preocupação.
Puxo a minha identidade do bolso e passo para ela. Ela franze o sobrolho e depois me fita.
— Qual é o seu grau de parentesco com o paciente?
— Daqui a pouco vai perguntar também a cor da minha calcinha, né? — gracejo, rindo nervosamente — Sou...a esposa.
— Esposa...? — instiga, desconfiada — A sua identidade é de solteira.
— Ah, olha só...parece que ainda não cuidei de atualizar o meu estado civil — finjo esquecimento e depois solto uma risada fraca — Obrigada pelo lembrete, mas agora acho que o assunto é bem diferente de eu ter ou não o sobrenome do meu marido na identidade.
— Senhorita, eu sinto muito muito, mas não posso fornecer informações sobre os pacientes a não-familiares. Aconselho que localize alguém da família.
Meu sangue ferve. A ansiedade e o pânico se transformam em raiva. Aperto os punhos e respiro fundo, tentando me controlar, mas as palavras saem como um jorro.
— Escute bem, eu não estou aqui para brincadeiras. Se você não me der alguma informação sobre o meu marido agora, eu juro que vou pular esse balcão e fazer você se arrepender de cada segundo de atraso. Vou arrastar você pelos cabelos até onde ele está e garantir que cada pessoa aqui veja o que acontece com quem não colabora. Você não faz ideia do que eu sou capaz de fazer quando estou desesperada. Então, me diga onde ele está, ou você vai descobrir do pior jeito possível.
Os olhos da recepcionista se arregalam, e ela hesita, engolindo em seco. Eu aproveito o momento de incerteza dela, inclinando-me sobre o balcão e olhando diretamente em seus olhos, com uma intensidade quase insana.
— Isso não é um pedido. É uma ameaça. E vou garantir que você e esse hospital se lembrem do meu rosto para sempre se algo acontecer com ele por causa da sua incompetência. Agora, me diga onde ele está, ou eu faço esse lugar virar um caos.
Ela pisca algumas vezes, visivelmente assustada, e volta a olhar para o computador, começando a digitar.
O silêncio no ar é denso, e eu posso ouvir o som do meu próprio coração batendo com força no peito.
Depois de alguns momentos que parecem uma eternidade, ela finalmente fala, com a voz vacilante.
— O paciente Eros Galvão foi levado para a Unidade de Tratamento Intensivo. Você pode aguardar na sala de espera enquanto eu verifico com a equipe médica sobre o estado dele.
Eu mantenho o olhar fixo nela, sem me mover.
— Eu não vou a lugar nenhum até que alguém me leve até ele. Eu quero vê-lo agora.
Ela levanta-se, ainda nervosa, e faz um gesto para que eu a siga. Caminhamos pelos corredores do hospital em um silêncio tenso, até chegarmos a uma porta marcada "UTI".
— Por favor, espere aqui — ela diz, quase suplicante — Vou chamar um médico para falar com você.
Eu cruzo os braços e mantenho a minha postura firme, observando cada movimento dela. Ela entra na sala e, logo depois, um médico sai, olhando para mim com uma mistura de preocupação e autoridade.
— Senhora, eu sou o Dr. Almeida. Entendo sua preocupação, mas precisamos manter a calma. O seu marido está recebendo os melhores cuidados possíveis. Se puder me acompanhar, posso lhe dar mais detalhes sobre o estado dele.
Eu respiro fundo, tentando controlar a raiva que ainda ferve dentro de mim.
— Tudo bem. Mas eu quero vê-lo. Agora.
O médico assente e me guia através da porta. A visão da UTI, com todos os equipamentos e pacientes em leitos, é assustadora. Finalmente, chegamos ao leito onde Eros está. Ele parece frágil, conectado a vários monitores e máquinas. Não é o Eros forte e imponente que eu conheço.
— Ele sofreu alguns ferimentos graves, mas está estável — diz o Dr. Almeida — Precisamos monitorá-lo nas próximas 24 horas.
Aproximo-me da cama, sentindo as lágrimas finalmente escorrerem pelo meu rosto. Seguro a mão dele, tentando transmitir toda a força e amor que eu tenho.
— Obrigada, doutor — eu digo, a voz embargada — Só quero que ele fique bem.
— Faremos o possível — ele responde — Agora, por favor, tente se acalmar e confiar na equipe. Vamos cuidar dele.
Assinto, sentindo a tensão aos poucos deixar meu corpo. Fico ao lado de Eros, segurando sua mão, enquanto o som dos monitores dá ritmo à nossa espera pela recuperação dele.
Passo a noite ao lado dele, lutando contra a exaustão. Cada som dos monitores e movimento dos enfermeiros me mantém alerta, mas a proximidade dele me dá forças.
Na manhã seguinte, o Dr. Almeida volta para checar Eros e me atualiza sobre os exames da noite.
— Os sinais vitais dele estão estáveis, e não houve complicações adicionais. É um bom sinal.
— Isso é um alívio — respondo, tentando sorrir apesar do cansaço.
O médico assente.
— Vamos continuar monitorando de perto. Você deveria tentar descansar um pouco também. Há uma sala de espera onde você pode se deitar por um tempo.
Eu hesito, olhando para Eros.
— Eu não quero deixá-lo.
— Eu entendo, mas você precisa estar bem para ajudá-lo quando ele acordar — diz o Dr. Almeida gentilmente.
Relutante, concordo. A enfermeira me guia até a sala de espera, onde me deito no sofá, mantendo meu telefone perto para o caso de qualquer atualização. Adormeço rapidamente, vencida pelo cansaço.
Quando acordo, várias horas se passaram. Corro de volta à UTI, ansiosa por notícias. Ao chegar, vejo o Dr. Almeida esperando por mim.
— Ele está começando a acordar — ele disse com um pequeno sorriso.
Corro até o leito de Eros. Seus olhos piscam lentamente, lutando para focar. Seguro sua mão com mais força.
— Eros, eu estou aqui — digo, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto — Estou aqui com você.
Ele me olha, seus olhos finalmente se focando nos meus.
— Baby? — ele sussurra, a voz fraca.
— Sim, sou eu — respondo, o alívio inundando meu peito — Estou aqui, e você vai ficar bem.
O Dr. Almeida se aproxima.
— Vamos continuar observando de perto, mas isso é um bom sinal. Ele está reagindo bem.
Agradeço ao médico enquanto Eros aperta minha mão, um pequeno sorriso se formando em seus lábios. Passo o resto do dia ao lado dele, sentindo uma nova esperança crescer dentro de mim. Sei que ainda há um longo caminho pela frente, mas nesse momento, tudo o que importa é que ele está comigo e que vamos superar isso juntos.
💵🎀
Dez anos depois...
Estou no meio de um longo dia de trabalho no escritório de advocacia, revisando um contrato complicado, quando ouço uma batida na porta. Levanto os olhos e vejo a recepcionista sorrindo.
— Seus visitantes chegaram — ela diz com um brilho nos olhos.
Mal tenho tempo de processar a informação antes de ver Ayla e Liam, meus gêmeos de cinco anos, correndo em direção a mim, seguidos de perto por meu marido, Eros.
— Surpresa! — Eros exclama, segurando um buquê de flores coloridas.
— Oi, mãe! — Ayla e Liam gritam em uníssono, abraçando-me ao mesmo tempo.
Eu sorrio, sentindo a alegria e a energia que eles trazem.
— Oi, meus amores! Que surpresa maravilhosa!
Eros coloca as flores na minha mesa e me beija na testa.
— Achamos que você poderia precisar de um pouco de alegria no seu dia.
— A melhor alegria do mundo — respondo, abraçando-o.
Ayla, sempre a curiosa, olha para os papéis espalhados pela minha mesa.
— O que você está fazendo, mãe?
— Estou revisando um contrato importante — explico, pegando-a no colo — É parte do meu trabalho como advogada.
Liam, que herdou a curiosidade da irmã, se aproxima e olha os documentos.
— Por que os contratos são tão longos e complicados?
Eu rio.
— Porque precisamos garantir que todos os detalhes estejam claros e justos para todos os envolvidos.
Ayla franze a testa, pensando profundamente.
— Então, você está cuidando para que ninguém seja enganado? — Ayla pergunta novamente.
— Exatamente — confirmo, orgulhosa da percepção dela.
Liam pula para a cadeira ao lado da minha mesa e pergunta: — Mãe, você já pegou um caso muito difícil?
— Já, muitos — respondo, lembrando-me de alguns dos desafios que enfrentei — Mas cada caso difícil me ensinou algo novo e me fez uma advogada melhor.
Eros se junta à conversa.
— Vocês sabiam que a mãe de vocês é uma das melhores advogadas da cidade?
Ayla e Liam olham para mim com olhos brilhantes.
— Sério, mãe? — Ayla pergunta, cheia de orgulho.
— Bem, eu tento fazer o meu melhor — respondo modestamente, mas sinto meu coração inchar de orgulho — Mas não podemos esquecer que o vosso pai é um ex advogado, agora juíz, incrível também.
— Queremos ser como vocês quando crescermos — Liam declara.
— Sim, queremos ajudar as pessoas e ser inteligentes como vocês — acrescenta Ayla.
Eu sorrio, emocionada.
— Vocês já são muito inteligentes. E sei que, se quiserem, podem ser qualquer coisa quando crescerem.
Eros olha para o relógio.
— Trouxemos um piquenique. Que tal uma pausa para o almoço no parque aqui perto?
— Acho uma excelente ideia — digo, fechando meus arquivos — Vamos lá!
Pegamos nossos casacos e saímos do escritório. No parque, estendemos uma toalha e espalhamos os lanches que Eros trouxe. Ayla e Liam discutem animadamente sobre os assuntos que aprenderam na escola, alternando entre curiosidade infantil e surpreendente sagacidade.
Enquanto comemos, assisto aos meus filhos brincando e rindo com Eros, sentindo-me grata por esse momento de felicidade e união. Penso em como, apesar de todos os desafios, esses momentos de alegria e amor são o que realmente importa.
Eu e Eros superamos tudo com a maior das motivações, embora eu saiba que ele continua com as suas atividades duvidosas, eu tento ao máximo não me meter nisso, contanto que ninguém saia ferido. Ele acha que eu não sei que ele continua com a agiotagem, mesmo tendo prometido que pararia, e eu, bom, eu apenas o provoco de vez em quando sobre isso.
A tarde passa rapidamente com muitas risadas e histórias, e quando finalmente voltamos ao escritório para eu pegar minhas coisas, sinto-me revigorada e pronta para enfrentar qualquer coisa. Com a minha família ao meu lado, sei que posso conquistar o mundo.
FIM DO CONTO.
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Gostou? Já sabe o que fazer! ;)
Valentina aos 30:
(Kelly Rowland)
Eros aos 50:
Os babys:
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