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22. De Volta Para o Futuro

          Lemoy sentiu uma mistura de inquietação e desconforto quando presenciou a Regina do passado se curvando diante do caixão de vidro, inclinando-se sobre o príncipe desacordado e selando seus lábios nos dele. Por outro lado, a Regina viajante do tempo ao seu lado, completamente alheia à cena intensa que se desenrolava diante dela, estava imersa em uma busca frenética dentro de sua mochila por algo que o pirata não fazia ideia do que se tratava.

          Quando suas mãos encontraram o pote de acrílico dentro de sua mochila, ela abriu a tampa e inclinou o pote, deixando os biscoitos que estavam armazenados ali caírem dentro de sua própria mochila.

          Na hora em que ela ergueu o pote, seus olhos se voltaram para frente, capturando a visão de Charles, agora transformado em um sapo, saltando no ar em direção a eles.

          Regina levantou o pote no exato momento em que ele saltava em direção ao riacho, de forma que ele caiu dentro do receptáculo em suas mãos. Com o príncipe agora aprisionado no recipiente de vidro, Regina fechou a tampa rapidamente, e juntou-se a Lemoy, ambos se escondendo atrás da inclinação da grama. De soslaio, eles observaram a Regina do passado sendo cercada pelas criaturas mágicas, que acreditavam que ela fosse a responsável pela transformação de Charles.

— Me tirem daqui! O que pensam que estão fazendo? — O sapo bateu com suas patas dianteiras de dentro do vidro. Tal ato fez com que Regina e Lemoy esbugalhassem seus olhos, afinal não faziam ideia de que ele poderia falar sendo um sapo.

— Você consegue nos entender? — Lemoy perguntou em tom baixo. Nesse momento um som de trovão foi ouvido pelo trio, assustando Lemoy, afinal o céu estava extremamente limpo naquela tarde.

— Claro que consigo — Charles, de dentro do pote, cruzou suas patas dianteiras em sinal de estar bravo. Ele então voltou o olhar para a loira que o segurava. — Espera, não foi você quem acabou de me beijar? Como chegou tão rápido aqui?

          Regina estava entretida observando sua versão do passado fugir para o lado oposto dos seres que a perseguiam. Ela então voltou sua atenção para o objeto em suas próprias mãos.

— Você viu quando eu fiz aquilo?

— Claro que vi! Afinal, você me despertou do sono eterno que a bruxa me colocou.

— Mas deu tudo errado. Você acabou se transformando nesse sapo.

          Charles balançou a cabeça em negativa, como se a jovem tivesse entendido tudo errado.

— Eu mesmo me transformei em sapo — Charles disse, deixando os dois em sua frente ainda mais confusos. — Eu havia entrado em contato com essa bruxa das redondezas para me dar algo que eu queria. Após ser bem paga, pedi que a bruxa Bridge me desse uma seringa mágica com um soro que me transformaria em sapo. Essa seria a única forma de fugir do meu reino sem ser seguido.

"Meus pais querem que eu me case com uma princesa que mal conheço chamada Jasmine. Eu, por outro lado, não quero ser forçado a me casar sem amor. E também não quero assumir o trono. Tudo o que eu queria era viver como um plebeu e ter minha própria fazendinha.

"Como meus pais não me entendem, a possibilidade de viver como um sapo pareceu muito menos ruim do que viver a vida que escolheram para mim. Porém, depois de Bridge me dar o soro que me transformaria em sapo, ela quis aprontar mais uma e me colocou em um sono profundo. Isso não fazia parte do acordo! Quando fui despertado pelo seu beijo, na hora injetei a seringa em meu braço e me transformei em sapo para fugir. Então, ordeno que me soltem e me deixem ser livre!".

          Lemoy semicerrou os olhos, seguindo com o olhar a bruxa que voava cada vez mais distante no horizonte. Um sentimento de indignação e traição perpassou seus pensamentos em relação a versão dela do futuro: "Aquela rata aprontou tudo isso e nem sequer pensou em nos contar antes de termos vindo para o passado?!", refletiu.

          Enquanto isso, Regina considerava a possibilidade de revelar a Charles o que estava prestes a acontecer em um futuro próximo. Ela sabia que o seu reino não existiria mais após o incêndio devastador no castelo, resultando na extinção da monarquia. Seus pais não seriam capazes de o forçar a nada, pois Bridge havia os colocado em um sono profundo de igual maneira. Além disso, Jasmine tinha a intenção de matá-lo depois de se casarem. No entanto, Regina tinha consciência de que não podia revelar nada disso no momento, afinal havia implicações complexas da viagem no tempo que a impediam de compartilhar a verdade por enquanto.

          Regina e Lemoy se encontraram imersos em pensamentos profundos, buscando uma solução para o dilema que enfrentavam. A pergunta ecoava em suas mentes: o que fazer com ele? Charles, devido à sua relutância atual, certamente não cooperaria para que pudessem encontrá-lo novamente quando voltassem ao futuro.

          Considerando a possibilidade de escondê-lo em algum lugar seguro, surgiu uma nova preocupação. O Autor, sendo ele capaz de interferir nos acontecimentos, poderia facilmente descobrir seu paradeiro e desfazer todo o propósito da viagem.

          Antes de tomar qualquer decisão, a mente de Regina foi repentinamente preenchida por uma lembrança: o pétaso guardado em sua mochila. Ela retirou o chapéu mágico de lá e o encaixou em sua cabeça. Ao fazê-lo, sentiu uma sensação de alívio, pois sabia que, pelo menos enquanto estivesse usando o pétaso, o Autor não seria capaz de ler seus pensamentos. Isso significava que poderia planejar suas próximas ações sem que ele tivesse conhecimento de seus pensamentos e estratégias. Com o chapéu já em sua cabeça, ela voltou a refletir.

          Enquanto isso, Charles, que estava dentro do pote, não parava de coaxar e pedir para ser libertado. De repente, Regina teve uma ideia brilhante. Ela olhou para Lemoy, que estava curioso para descobrir o que a menina tinha pensado. Contudo ainda não poderia verbalizar seu plano, afinal caso o Autor soubesse o que a jovem tinha pensado, faria de tudo para impedi-los de chegar ao local.

— Não sei como chegaremos lá. Quando o Autor perceber para onde estaremos indo, ele não vai nos deixar chegar no local — Regina ponderou, mas para sua surpresa o pirata ao seu lado estufou seu peito, como se fosse a hora dele de brilhar.

— Olhe no bolso falso de sua mochila.

          Regina arqueou a sobrancelha, sem compreender em um primeiro momento. Obedientemente ela se abaixou em direção à sua mochila e encontrou um zíper discreto no interior dela, revelando um bolso falso. Ao abrir aquele compartimento secreto, seus olhos se depararam com um livro encadernado em couro desgastado, exibindo o testemunho do tempo em suas páginas amareladas. A capa dele era adornada com gravuras intricadas, misteriosas e cheias de simbolismo, enquanto fechos de metal lhe conferiam um ar enigmático. Ali, diante de Regina, estava o grimório do mago Vermelho!

— O que ele faz aqui? Não fui eu quem o coloquei na mochila — A loira levantou o olhar para cima.

— Eu sei. Fui eu quem fiz isso. Roubei sem que o mago visse — Lemoy assobiou, como se seu ato fosse apenas uma brincadeira de criança.

          Regina suspirou, resignada com as excentricidades da vida de pirataria de seu aliado. Ela então se ergueu e abriu o grimório, determinada a encontrar uma magia capaz de conjurar um portal de teletransporte. O pirata, por sua vez, forçava a visão por cima de seus ombros para tentar decifrar as inscrições preenchidas nas páginas, mas tudo o que conseguia ver eram borrões indistinguíveis. Seria uma questão de miopia ou a caligrafia utilizada para conjurar magia era escrita em uma língua totalmente diferente daquelas com as quais estava familiarizado?

— Duc me quo volo ire¹ — Regina pronunciou, fazendo o pirata ao seu lado se surpreender que ela tenha conseguido decifrar aqueles símbolos no grimório.

          Repentinamente, um portal de um brilho azul intenso surgiu no meio da floresta. Seu interior era profundo e negro, lembrando muito o portal que Vermelho havia conjurado anteriormente na mansão da Feiticeira.

— Parece que é latim. De alguma forma consegui entender o que estava escrito — Regina explicou, ao ver o olhar de dúvida do pirata. — Ao menos em latim é mais engraçado².

          Ambos compartilharam risadas abafadas, enquanto o sapo continuava a gritar de dentro do pote. Regina, com o grimório devidamente guardado em sua mochila, segurou firmemente o pote nas mãos e então adentrou o portal com o pétaso mágico elegantemente assentado em sua cabeça. Lemoy a seguiu, empunhando o cajado do tempo em mãos, sem saber qual era o destino deles dessa vez.


          Uma gruta extensa se estendia a frente do trio. Assim que chegaram, puderam sentir a umidade e a frescura do ambiente ao seu redor. A gruta era razoavelmente escura e repleta de estalactites e estalagmites que se estendiam do teto ao chão. Lemoy sorriu ao perceber que o plano de Regina era levá-los as Páginas em Branco, justamente o único local onde o Autor não poderia intervir.

          As sereias que estavam no lago próximo estavam com expressões de surpresa e temor, suas caudas brilhantes ondulando suavemente na água. Era evidente que a chegada repentina de Regina e Lemoy havia as assustado.

          Sem que percebessem, a mulher com serpentes vivas em lugar de cabelos surgiu atrás da dupla. Ao lado de Medusa estava um homem de tom de pele profundo, conhecido como Boto-Cor-De-Rosa, mantendo seu chapéu branco inclinado sob sua cabeça.

— Edward? Como chegou aqui? — Medusa questionou ao chegar diante do pirata. Em seguida direcionou o olhar a sua aliada. — E quem é ela?

— É uma longa história...

— Estávamos agora mesmo confabulando como iriamos agir em relação a sua solicitação que recebemos pelo Boto — A voz angelical da sereia Iara veio da direção do lago. — Algo sobre um motim em sua tripulação, correto?

          Lemoy assentiu com a cabeça, por mais que soubesse que a ajuda delas não seria mais necessário nesse quesito. Afinal, o Kraken destruiria seu navio poucos dias depois desse encontro.

— O que está acontecendo?! Me tirem daqui! — Charles, de dentro do pote, permaneceu gritando. Dessa vez chamando a atenção de Medusa.

          Regina avançou com resolução, dando dois passos firmes à frente. Se no passado — que na verdade seria no futuro tecnicamente, ela sentia medo ao ver Medusa, agora a loira exibia coragem e determinação, refletidas em seu olhar fixo na mulher à sua frente.

— É meio difícil de explicar — Regina alternou o olhar entre a Iara no lago e Medusa a sua frente —, e na verdade nem podemos dizer muito. Não por hora, pelo menos. Mas preciso pedir que transforme o sapo em pedra e o deixe escondido aqui nas Páginas em Branco até o momento certo.

          Os olhos do sapo se arregalaram ao ouvir a possibilidade sugerida pela menina. Esse, sem dúvida, era o pior dia de toda sua vida: ter sido submetido a um sono profundo pela bruxa, depois ter se transformado em sapo, aprisionado em um pote e, agora, prestes a ser transformado em uma estátua por Medusa. Se houvesse uma competição para determinar quem sofrera mais em Fantasia, Charles e Regina estariam em um acirrado duelo.

          As sereias observavam Regina com expressões intrigadas, carregadas de dúvidas e curiosidade, enquanto tentavam decifrar o propósito da presença da jovem acompanhada por Lemoy.

— Espera, Páginas em Branco? O que diabos é isso para começo de conversa? — A sereia indígena que portava o tridente de seu pai em mãos ergueu a sobrancelha ao questionar.

— Páginas em Branco, Área de Rascunho... Chamem como preferir. Esse é o nome desse local em que o Autor... Digo, o demônio que está assombrando esse mundo não tem acesso — Regina disse, se corrigindo a tempo ao se recordar de que nesse ponto da história as sereias ainda não sabiam que faziam parte de um livro.

          Ao ouvir o apelido "Páginas em Branco" para a gruta, Medusa exibiu um leve sorriso que revelava sua satisfação. Nesse momento, Regina percebeu, de forma surpreendente, que fora ela mesma quem indiretamente batizara a gruta com esse nome.

— Isso tem a ver com a morte do meu pai, Edward? — Iara olhou para o pirata.

— Digamos que sim — Lemoy respondeu, um pouco incerto do que dizer. A realidade é que não sabiam ao certo como Netuno conseguiu morrer afogado, mas certamente isso era coisa do Autor.

— Medusa, você é capaz de transformar alguém em pedra com o olhar, não é? — Regina perguntou, recebendo a confirmação com um simples balançar de cabeça. — Então preciso que transforme Charles em pedra, e o mantenha escondido. Na próxima vez em que nos encontrarmos, nem eu nem Lemoy nos lembraremos desse encontro. Será como se não tivesse ocorrido para nós, por isso precisarei que ajam como se nunca tivesse ocorrido de fato. Também não podem deixar que eu veja Charles quando estiver aqui da próxima vez.

          Medusa e as sereias trocaram olhares carregados de desconfiança e relutância diante do pedido inusitado.

— Vocês confiam no Lemoy, não confiam? — Regina insistiu, ao perceber a relutância delas. — Então confiem em mim também. Isso possui relação com esse demônio que está assolando o mundo e as fazendo temer sair daqui. Pode apostar que darei um jeito nele e as libertarei, mas para isso preciso que me ajudem.

          Medusa direcionou seu olhar ao lago, buscando a aprovação de sua enteada. Iara assentiu, concedendo permissão para Medusa atender ao pedido da jovem. Com seus cabelos de serpentes balançando, Medusa delicadamente tomou o pote contendo o sapo em sua mão. Com um movimento cuidadoso, ela removeu a tampa e estendeu sua própria mão, abrigando o sapo recém-libertado.

— Hey, nem ouse! — Charles disse, ao avistar o olhar penetrante de Medusa direcionado aos seus olhos.

          Contudo, com os olhos fixos nos de Medusa, o sapo passou por uma metamorfose instantânea, transformando-se em uma estatueta de pedra imóvel em sua mão. A mulher de vestido lilás apressadamente se dirigiu a um pedestal localizado ao fundo da gruta. Com cuidado, ela colocou a estatueta em cima do pedestal e a protegeu com uma pequena redoma de vidro.

          Foi nesse momento que uma compreensão repentina tomou conta de Regina. Ela finalmente percebeu o motivo pelo qual Medusa parecia já conhecê-la desde o primeiro encontro. Além disso, essa revelação explicava por que Medusa havia impedido Regina de olhar o que estava contido naquela redoma quando estiveram nas Páginas em Branco.

— E agora? O que faremos? — Medusa questionou, cruzando os braços.

— Peço que aguardem. Na próxima vez que eu e Lemoy viermos aqui, não nos lembraremos desse encontro. Mas na vez seguinte teremos nossas memórias de volta. Será nesse momento que Charles poderá ser solto.

— Falta muito para podermos sair daqui e sermos livres dos atos cruéis desse demônio? — Timidamente uma sereia questionou do lago.

— Diria que para mim falta menos do que para vocês — Regina disse, deixando-as ainda mais confusas. — Pode levar um tempo, em outras palavras. Mas irá ocorrer. Eu vou trazer um final feliz para vocês.

— E quanto a batalha que haverá entre sua tripulação, Lemoy? Ainda devemos o encontrar em alguns dias? — Iara perguntou.

— Não será necessário. Como não me lembrarei de hoje, podem apenas dizer para mim mesmo, quando me avistarem da próxima vez, que ficaram com medo de saírem daqui por conta do demônio.

— Bom, de fato estávamos bem receosas em sair daqui — Medusa deu uma risada de canto.

          Instantaneamente Iara percebeu que o propósito da visita de Regina e Lemoy já havia sido alcançado. Sentindo-se no direito de agir, Iara ergueu seu tridente e o bateu três vezes na água do lago. O impacto desse ato causou um leve tremor na gruta, resultando na abertura de uma fenda ao seu fundo.

— Pelo que entendi, para o nosso próprio bem é melhor que não saibamos como chegaram e nem como irão sair daqui, por isso podem ter o local de privacidade de vocês — Com sua voz angelical, Iara, a rainha do mar, proferiu. — Confiaremos em você, Edward, baseado na aliança que os piratas Lemoy tinham com o meu pai. Garota dos cabelos de ouro, espero que possa cumprir com sua promessa.

          Regina e Lemoy expressaram sua gratidão às sereias e a Medusa antes de se dirigirem em direção à fenda. Enquanto atravessavam o local, Regina notou o Boto-Cor-De-Rosa colocando a mão em volta da cintura de Medusa. A loira franziu os olhos, afinal o corpo do rei Netuno mal esfriou, e o boto já estava igual urubu dando em cima da viúva dele.

          Ao se assegurarem de que estavam longe o bastante dos outros, após alcançaram um ponto específico na fenda escura, Regina e Lemoy se encararam e sorriram mutuamente.

— Conseguimos, Lemoy! — Regina demonstrou sua empolgação.

— Sim, agora sabemos onde Charles está e poderemos voltar para o futuro. E, com isso, você poderá voltar para casa...

— Sim! Não é incrível?!

          Por conta do seu entusiasmo Regina não percebeu a tristeza impregnada na última frase do pirata. De forma que ele apenas girou os ponteiros do cajado para a frente, com o intuito de os levar de volta ao presente. Diante do portal do tempo, eles estavam prestes a embarcar nessa suposta última viagem.


          Dessa vez, o impacto foi muito mais doloroso quando Lemoy e Regina foram arremessados em direção ao solo de terra. O pirata, solidário, estendeu sua mão para ajudar Regina a se levantar do chão. Assim que se ergueu, a loira notou que estava uma noite estrelada. O céu acima deles era deslumbrante, repleto de estrelas brilhantes.

          Estava tão fascinada pela visão celestial, que a loira levou um tempo até direcionar seu olhar para a frente, recebendo em resposta um grande susto. A muitos metros de distância, mas ainda visível para ela, Regina pôde ver uma versão dela mesma correndo. Aquela Regina mais distante usava um vestido branco bordado, muito semelhante ao que a própria usava quando chegou em Fantasia pela primeira vez. No entanto, o que a assustou profundamente foi observar enormes criaturas de pedra perseguindo sua versão distante.

          No livro original de Fantasia, a participação dos golems era bem restrita. Tudo o que Regina sabia sobre eles era que essas criaturas míticas eram conhecidas como guardiões antigos e temíveis.

          Os golems eram descritos como seres feitos de pedra que permaneciam em estado de hibernação por longos períodos de tempo. Sua moradia era profunda dentro do solo, próximo ao magma do núcleo da Terra. Eles permaneciam adormecidos até que algum perigo iminente ameaçasse gravemente o mundo, sendo capazes de aniquilar quem quer que fosse que considerassem como ameaça.

          Completamente chocada com a visão assustadora dos imponentes golems de pedra perseguindo sua versão futura, a atenção de Regina foi subitamente desviada por Lemoy. O pirata apontou para o céu, e duas surpresas incríveis capturaram os olhos da jovem. Primeiramente, ela avistou o próprio navio pirata de Lemoy, que havia sido anteriormente destruído pelo temível Kraken. No entanto, naquele momento, o navio estava completamente intacto, flutuando pelos céus acima da Regina do futuro, sem a presença de sua tripulação. Era um espetáculo surreal e inexplicável.

          Mas o que mais chamou a atenção de Regina foi o que estava ainda mais distante, isolado de tudo e de todos: um colossal arranha-céu flutuando nas camadas de nuvens. Sim, nuvens mesmo durante a noite. Aquele estupendo edifício parecia uma fortaleza gigantesca, sua estrutura branca contrastando com o céu escuro. Curiosamente, parecia que a Regina do futuro estava se dirigindo em direção àquela mesma fortaleza branca aérea.

          Num momento de frenesi, a Regina do futuro repentinamente se voltou para trás, desafiando o fluxo da ação. Seus olhos encontraram os da Regina que viajara no tempo ao lado de Lemoy. Um arrepio percorreu a espinha da jovem, um misto de surpresa, medo e incredulidade. Era como se o tempo tivesse parado por um instante, e o olhar intenso e penetrante da Regina do futuro a atravessasse.

— Vem logo — Lemoy puxou o braço da Regina ao seu lado, a direcionando ao portal que ele havia acabado de conjurar.

          Regina o seguiu pelo portal, mas sem tirar os olhos da sua versão do futuro. O que era tudo aquilo?


          Com mais um impacto, os viajantes do tempo foram lançados com força na sala de estar de Chronos. O impacto do retorno ao presente fez com que todos na sala virassem seus olhares surpresos em direção a Lemoy e Regina, cujas roupas estavam sujas e desgrenhadas após a jornada pelo tempo.

— Aloha — Tolkien os saudou de volta.

— Vocês demoraram muito tempo — Glória pairava sob eles.

          Regina se levantou assustada com a informação.

— Quanto tempo se passou desde que viajamos para o passado? — Questionou, temendo já terem se passado semanas desde sua viagem.

— Cinco minutos — Moria respondeu com sua voz fina.

          Enquanto Regina soltava um suspiro de alívio, Larry correu em sua direção com um entusiasmo contagiante. Os olhos da criança brilhavam com a expectativa de compartilhar algo empolgante e surpreendente com a mais velha.

— Gina, o Chronos é incrível! Ele é capaz de ver tudo em todo lugar ao mesmo tempo!

          Regina ficou boquiaberta em relação a revelação. Ela simplesmente não conseguia acreditar no quão poderoso o Senhor do Tempo era, capaz de enxergar e observar cada acontecimento através das intricadas camadas do tempo.

          Com entusiasmo, Regina desviou seu olhar para o homem relógio, que estava tranquilamente sentado em seu sofá no fundo da sala, assistindo televisão como se nada extraordinário estivesse acontecendo. Foi então que ela se deu conta de que Larry se referia ao filme que estava passando na televisão.

— Nessa dimensão há tevê a cabo, por isso me mudei para cá — Chronos virou a cabeça para trás, com o controle em sua mão. Regina semicerrou os olhos em resposta.

— E então? Descobriram onde o príncipe perdido está? — Bridge surgiu ao lado de Regina. A garota assentiu a cabeça.

— Ele está seguro, e graças ao pétaso mágico o Autor não sabe onde ele está — Regina evidenciou que estava utilizando o artefato em sua cabeça. — Mas antes de irmos para lá, preciso saber sobre uma coisa.

          A loira atravessou a sala em direção ao outro lado. Assim que Chronos percebeu a presença da menina, ele prontamente desligou a televisão com o controle remoto e se ergueu do sofá, direcionando sua atenção a ela.

— Chronos, antes de mim e Lemoy termos conseguido voltar ao presente, nós sem querer acabamos avançando demais no futuro. Eu vi eu mesma sendo perseguida por dezenas de golems. De alguma forma, parece que despertarei a fúria deles. Mas, se eu estou prestes a voltar para o meu mundo, como isso é possível? Por que vi criaturas de Fantasia me seguindo se irei partir daqui a pouco?

          O homem relógio balançou seus bigodes de ponteiros antes de dar uma resposta a ela.

— Eu lhe disse, não? O tempo é mutável, baseado nas decisões que tomar. Talvez você tenha visto uma linha do tempo na qual não retorna ao seu mundo. Mas, isso pode muito bem nunca ocorrer. Se está certa de que irá voltar para casa agora, não tem com o que se preocupar. "Garota, seu futuro ainda não foi escrito. O de ninguém foi. Seu futuro é o que fizer dele. Então, faça um bom futuro" ³.

          Sob o olhar gentil do amigo de Merlin, Regina sorriu tranquilamente, sentindo como se um peso tivesse sido retirado de seus ombros.

          Enquanto Lemoy se aproximava do Senhor do Tempo para lhe devolver o cajado temporal, a jovem abria sua mochila e retirava dela o grimório dos magos.

— O meu grimório?! Como diabos isso foi parar com você? — Vermelho exclamou ao ver a jovem com seu livro mágico.

— Não olhe para mim, foi Lemoy quem o roubou, não eu.

          Os olhares enfurecidos de Vermelho e Azul em direção ao pirata fizeram-no sorrir de forma forçada, exibindo todos os seus dentes dianteiros em um gesto que transmitia tensão e desconforto.

          Consciente de que era a única capaz de conjurar o teletransporte para as Páginas em Branco, Regina sentiu a responsabilidade pesar sobre seus ombros. Afinal, apenas ela e Lemoy conheciam o paradeiro de Charles. Era crucial agir com rapidez, pois a qualquer momento o Autor poderia intervir.

          Com o portal já suspenso no ar, Regina devolveu o grimório ao seu legítimo dono. Após isso, a jovem expressou gratidão ao anfitrião da casa pela sua ajuda. Em seguida, juntamente com os demais, atravessaram o portal um a um. Chronos observou atentamente os trinta visitantes deixarem sua residência, esperando até que o último atravessasse o portal para voltar a assistir televisão. Assim que o último passou, o vórtice mágico desapareceu da sala, deixando Chronos sozinho novamente.


          Mais uma vez nas Páginas em Branco, o grupo foi recebido com olhares espantados das sereias que habitavam o lago. Medusa, acompanhada do Boto-Cor-De-Rosa, se dirigiu em direção ao grupo, buscando ficar diante deles. Estava avaliando se o momento certo havia finalmente chegado.

          Regina balançou a cabeça em um gesto afirmativo, sinalizando que estava plenamente consciente e recordava-se de tudo. Essa confirmação foi recebida por Medusa com um olhar de compreensão e determinação. Sem perder tempo, a lendária figura mitológica dirigiu-se com rapidez até o outro lado da gruta, a fim de trazer Charles de volta da sua petrificação.

— Uau, então essa que é as Páginas em Branco? Essa é a primeira vez que venho aqui — Larry, segurando seu diário em mãos, olhava fascinado de um lado ao outro da gruta.

          Regina não entendeu o porquê de tanta comoção do menino pelo local. Exceto pela presença das sereias, para ela aquela se assemelhava a uma gruta bem comum. Passaram por muitos lugares mais encantadores do que aquela "mini caverna".

— Sua maldita! Como ousa transformar o príncipe de Fantasia em pedra?! — Todos conseguiram ouvir a voz do sapo assim que foi despetrificado, enquanto saltava para longe de Medusa.

          Bridge ergueu sua varinha e a moveu em um gesto preciso em direção ao sapo. Um brilho mágico envolveu a pequena criatura, desfazendo a mutação que o aprisionava. No lugar do sapo, surgiu o príncipe de cabelos negros, sentado no chão.

          Charles, recém-libertado da forma anfíbia, encontrava-se desprovido de suas vestes reais, o que o deixava em uma situação constrangedora e, ao mesmo tempo, enfurecido. Envergonhado, ele cobria suas partes íntimas com as mãos, expressando sua indignação diante da inesperada transformação e da exposição repentina.

— Olha só, achou mais um amigo nudista para você, Amarelo — Roxo debochou, ao ver que Charles estava sem roupa assim como seu parceiro.

— Espera aí! Bridge?! Você vai se arrepender de ter me colocado em coma, ouviu? Vai ser levada para a forca.

— Está meio atrasado. Sua noivinha já me mandou para a fogueira, e veja só, escapei vivinha da Silva — Bridge gargalhou perversa diante da ameaça.

          Ainda no chão, o príncipe Charles ergueu o olhar, seu rosto expressando uma mistura de confusão e curiosidade.

— Em resumo, após sua ausência, Bridge também colocou seus pais em um sono profundo. Sua noiva tentou roubar o reino para ela, o castelo pegou fogo e a monarquia foi abolida em Fantasia — Violeta explicou ao, agora, ex-príncipe.

— Que sensação de dejá-vú — Verde disse, sentindo que já haviam tido aquela mesma conversa com um outro alguém.

— Isso aí. Então se não ajudar a garota a voltar para casa, seus pais nunca mais despertarão — Bridge aproximou seu rosto do dele, ao olhar para seu rosto espantado, gargalhando maquiavelicamente.

— Charles, não precisa se preocupar — Regina se aproximou dele, afastando a bruxa que o estava assustando. — Como você disse que não gostava de ser príncipe, acho que no fim tudo foi para melhor. As bruxas concordaram em despertar seus pais do sono profundo. Tudo o que peço é que me ajude a voltar ao meu mundo.

          A bruxa de cabelos azuis se aproximou de Charles, com sua varinha em mãos. Com um movimento preciso, ela invocou sua magia, fazendo com que uma vestimenta simples de camponês surgisse magicamente no corpo antes nu do príncipe. Charles, agora vestido de forma humilde, ergueu-se do chão refletindo sobre tudo o que acabara de ouvir.

          Enquanto a ficha finalmente começava a cair para o príncipe, uma sensação indescritível de liberdade invadiu seu ser. Ele percebeu, em um momento de clareza, que estava finalmente livre do destino que o obrigava a assumir o trono e todas as responsabilidades reais que o acompanhavam. Ao mesmo tempo, ao observar um canto da gruta, seus olhos se encontraram com os da vaca Mimosa, acompanhada de Ossudo.

— Quer dizer que finalmente poderei ter minha fazenda? — Charles perguntou entusiasmado, fazendo Regina sorrir em afirmação e Bridge revirar os olhos. — Essa vaca será meu primeiro animal!

— A vaca é minha! — Ossudo exclamou, fuzilando Charles com o olhar.

— Bom, e o que tenho que fazer para te mandar para casa? — Charles perguntou a loira. Regina balançou a cabeça, como se dissesse que também não sabia qual era o papel dele nessa missão.

          Enquanto o grupo se imergia em um silêncio contemplativo, cada membro perdido em pensamentos sobre como dar utilidade a presença de Charles, o olhar do ex-príncipe cruzou com o da espada fixada com firmeza na bainha da cintura do mago Azul.

— Não me diga que essa é a lendária Excalibur? — Perguntou, fazendo Azul olhar para ele intrigado. — Meu pai estava atrás dessa espada há um bom tempo. Com a Feiticeira por aí, ele queria a espada como uma forma de segurança caso ela decidisse atacar nosso reino. Ele ordenou que nosso líder da cavalaria, Tristan, fosse atrás dela. Vocês o encontraram?

          Um silêncio envolveu os magos, enchendo o ar com uma atmosfera solene e melancólica. Nenhum deles se sentia à vontade de dar a notícia de que Tristan havia perdido a vida em um ato heroico.

— Meu pai me fez estudar muito para aprender a usar os poderes mágicos da espada. Ele queria porque queria que eu quem fosse atrás da Feiticeira — Charles disse de forma inocente.

          Um lampejo de inspiração iluminou a mente de Azul, enquanto percebia a importância vital de Charles naquele grupo. Era ele o único que possuía o conhecimento e habilidade necessários para despertar os poderes adormecidos naquela espada. Uma arma tão formidável, capaz de aniquilar a temida Feiticeira, certamente possuía poder suficiente para destravar uma fenda dimensional e conduzir Regina de volta ao seu mundo. Com determinação, Azul desembainhou a espada mágica presa à sua cintura e a entregou ao rapaz desajeitado, explicando-lhe com seriedade e urgência a importância de sua missão.

          Regina observou atentamente o cenário ao seu redor. As sereias lideradas por Iara, com olhares atentos, acompanhavam o desenrolar dos acontecimentos desde o lago. Cada um dos membros do grupo estava preparado e ciente de seu papel crucial para conduzi-la de volta ao seu mundo. Uma mistura de sentimentos invadiu a jovem garota, e ela percebeu que seus olhos estavam marejados, as lágrimas prestes a escapar. A ficha finalmente caía, trazendo consigo a certeza de que estava prestes a deixar Fantasia para sempre.

— Gente, eu... Digo, vocês... Nós... — Regina inclinou a cabeça, conforme as lágrimas desciam de seus olhos. Depois de um longo suspiro, ergueu sua cabeça mais uma vez, decidida a não esconder seu choro, se dando conta de que todos prestavam a devida atenção em seu discurso.

"Quero agradecer a todos. A cada um de vocês. O que passei aqui foi a experiência mais louca da minha vida. Cada um de vocês deixou de ser apenas um personagem distante escondidos atrás das páginas de um livro, e se tornaram muito mais do que isso para mim. Se tornaram meus amigos" — Olhou para um deles, em especial para os seis que a acompanharam desde o início em sua busca a mansão da Feiticeira, com os quais estiveram mais tempo ao seu lado.

          Lemoy fixou seus olhos na jovem com uma mistura de pesar e tristeza, consciente de que aquele momento marcaria a despedida definitiva. Apesar disso, ele se esforçou para manter um sorriso reconfortante, buscando transmitir força e coragem a Regina. Seu coração se apertava com a perspectiva de não a ver mais, mas ele compreendia a importância de permitir que ela seguisse seu caminho. Ao seu lado, Bridge lutava para conter suas emoções, mordendo o lábio inferior em uma tentativa de disfarçar sua vulnerabilidade. Por mais que tentasse parecer indiferente, suas lágrimas traíam o profundo afeto que sentia pela amiga. Sabia que, se Regina não partisse em breve, as lágrimas cairiam de seus próprios olhos, revelando o quanto a despedida lhe afetava.

— Queria também ter me despedido de Bárbara Zaira, pelo tempo que ela cuidou de mim e deixou que eu ficasse em sua casa. Por favor, a agradeçam por mim — Ainda entre choros, a loira fez seu último pedido.

          Ossudo e Larry, incapazes de conter suas emoções, sucumbiram ao choro e se lançaram nos braços de Regina. Abraçados a ela, expressavam seu afeto e tristeza pela partida iminente. No entanto, antes que outros pudessem se juntar ao abraço e prolongar ainda mais a despedida, uma das bruxas pigarreou de forma enérgica, interrompendo o momento emotivo. O lembrete súbito fez Regina recordar que as bruxas não eram conhecidas por seu amor e carinho, mas sim por sua natureza mais fria e impessoal.

          Assim que Regina se separou de seus amigos, as bruxas ergueram suas varinhas em direção ao fundo da gruta. Em perfeita sincronia, sibilaram palavras inaudíveis, e uma intensa torrente de raios mágicos emanou das quatorze varinhas. Gradualmente, diante dos olhos surpresos de todos, uma imponente porta de madeira começou a se materializar. A porta era colossal, alcançando a altura do teto da gruta e ocupando uma posição central. Seu aspecto monumental e bem-feito indicava que havia sido meticulosamente criada para essa ocasião. E, no momento em que os raios cessaram, a porta permaneceu fechada, aguardando ser aberta para revelar o caminho para o mundo de Regina.

          Com determinação firme, Charles ergueu a espada de pomo dourado, sentindo o peso e a importância da relíquia em suas mãos. Com habilidade e destreza, girou a espada no ar, alinhando-a perfeitamente em direção à imponente porta de madeira.

          Canalizando sua concentração e conectando-se com o poder mágico ancestral da espada adormecido, o rapaz de vestes simples avançou com força, perfurando a superfície da porta. Um brilho intenso irrompeu do ponto de impacto, envolvendo a espada e a porta em uma aura de energia mágica. Era como se a espada estivesse compartilhando seu poder, preenchendo a porta com a essência mágica que ainda lhe restava.

          A espada, criada por Merlin, conquistada pelo rei Arthur, roubada pelo cavaleiro mais corajoso de Fantasia Tristan, e que foi posteriormente herdada pelo mago Azul, finalmente encontrou seu verdadeiro portador. Agora, o ex-príncipe de Fantasia era quem possuía o direito de empunhá-la e liberar seu poder total. A espada pulsava com uma energia intensa, como se reconhecesse Charles como seu legitimo dono. Após cravá-la na porta, Charles se afastou, deixando a espada no local.

— Agora você só precisa que a Morte tire a única parte que lhe prende a esse mundo — Laranja explicou a garota ao seu lado.

          Com ternura, Regina se ajoelhou diante de Dog, acariciando sua cabeça com afeto. O olhar do cachorro brilhava de gratidão enquanto um sorriso sincero se formava abaixo de seu focinho. Enquanto suas mãos tocavam o pelo macio da Morte, uma sensação de serenidade e leveza envolvia todo o corpo da garota. Naquele instante, ela compreendia que sua alma já não estava mais ligada a Fantasia, estava pronta para seguir em frente e deixar para trás o mundo mágico que a acolheu.

— Eu prometo gente. Prometo que vou atrás do Autor e vocês terão um final feliz — Ao se erguer Regina direcionou o olhar para Iara. A rainha dos mares acenou em concordância. — Mas tenho que ir agora.

          Com uma mistura de tristeza e empolgação, Regina virou-se de costas para seus amigos, evitando olhá-los nos olhos para não se render às lágrimas e à hesitação. Com passos firmes, ela se aproximou da porta maciça de madeira, colocando a mão no pomo dourado da espada que a atravessava. Com um movimento decidido, puxou a espada para si como se fosse uma maçaneta, abrindo a gigantesca porta.

          No centro da gruta, a porta irradiava um brilho intenso, envolvendo-a em um manto de luz. Regina, com o rosto ainda molhado pelas lágrimas, observou a luminosidade que emanava da abertura. Com um suspiro profundo, ela decidiu que era hora de seguir em frente. Um sorriso de esperança iluminou seu rosto enquanto se preparava para atravessar a porta. Com os olhos fechados, ela deu o primeiro passo em direção ao portal que a levaria para casa. Era o início de um sonho.

         Após atravessar a porta, Regina abriu os olhos lentamente, apenas para ser recebida por uma parede rochosa epopeica diante dela. Um sentimento de choque e desapontamento tomou conta dela. Ela virou-se para trás bruscamente, e sua decepção não poderia ser maior. A porta permanecia ali, e através dela pôde ver seus amigos olhando para ela com a mesma surpresa e descrença. Regina percebeu com desânimo que ainda estava nas Páginas em Branco. Anda estava presa em Fantasia. Deu tudo errado.

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¹ Duc Me Quo Volo Ire: Traduzido do latim "Leve-me para onde desejo ir".

² Em Latim é Mais Engraçado: Frase do seriado Eu, a Patroa e as Crianças (My Wife and Kids, no original), dita em um episódio pelo personagem Franklin.

³ Seu Futuro Ainda Não Foi Escrito: Frase dita pelo personagem Doutor Brown no final do filme De Volta Para o Futuro 3. 

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