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2. Não Deixe a Coroa Cair, Prínceso

          Há pouco Regina se encontrava diante de um enorme livro, mas num piscar de olhos seu corpo foi violentamente arremessado em direção ao solo após atravessá-lo, chocando-se com força contra um amontoado de feno. A densa massa vegetal, composta por plantas ceifadas e secas, sacudia-se em sobressaltos sob ela. Com esforço, a loira se levantou apoiando-se nas mãos, enquanto seus olhos percorriam o ambiente onde havia sido lançada.

          A adolescente encontrava-se inesperadamente sobre uma carroça, percebendo o dorso de um cavalo marrom que seguia adiante, puxando a carroça sem nenhum condutor aparente. Enquanto observava essa cena curiosa, ela notou que o sol havia ressurgido no céu, banhando a tarde com sua luz radiante. A chuva que antes caía intensamente desapareceu tão abruptamente quanto havia chegado.

          Regina notou uma movimentação peculiar em meio ao feno. Seu coração disparou ao ver aquele pequeno, e suposto, réptil diante de seus olhos, há poucos centímetros de distância. No entanto, ao olhar mais de perto, ela percebeu que, na verdade, se tratava de um anfíbio, evidenciado pela ausência de escamas e pela pele fina. A salamandra vermelha diante dela estendeu sua língua para fora, onde Regina não pôde deixar de sorrir para o animal, achando-o adorável.

          No entanto, o sorriso de Regina rapidamente se transformou em uma expressão de desespero quando o "réptil" de Taubaté¹ cuspiu chamas de fogo de sua boca em sua direção, encarando-a com um olhar impassível. As chamas atingiram o cabelo de Regina, fazendo-a entrar em pânico enquanto pulava da carroça e rolava pela grama da floresta, desesperada para apagar o fogo que consumia seus cabelos.

          Por sorte, o fogo foi contido, e Regina se levantou do chão com uma aparência lamentável. Seus cabelos estavam emaranhados, com feno preso e as pontas queimadas. Enquanto observava a floresta ao seu redor, percebeu que algo estava diferente. Não se assemelhava em nada à floresta em que estava momentos antes. À frente, havia um campo florido, e mais adiante, como uma miragem emergindo de uma neblina densa, uma construção imensa se estendia. Parecia... um castelo?!

          Regina girou seu olhar em 180 graus, absorvendo cada detalhe daquela misteriosa e encantadora floresta de árvores de copas esmeraldas. No entanto, ao se virar para trás, levou o maior susto de sua vida. Apenas a alguns metros de distância, algumas criaturas a encaravam com a mesma perplexidade que ela. Seus olhos arregalados refletiam o assombro compartilhado.

          Diante da loira, havia um ser diminuto, com uma estatura pouco menor que seus joelhos. Ele ostentava um gorro vermelho sobre a cabeça e uma longa barba branca, trajando uma roupa de tonalidade verde-clara. Com sua pequena enxada apontada em direção à mulher perplexa à sua frente, aquele gnomo emanava uma aura de desconfiança e mal humor.

          Mas ele não era o único a surpreender. Além do gnomo, um homem de pele escura, vestindo um gorro vermelho assim como o pequeno pigmeu, estava ao seu lado. Enquanto mantinha um cachimbo balançando entre seus lábios, ele saltitava com seu único pé. O Saci olhava Regina com um olhar travesso e intrigado.

          Por fim, oculto sob uma túnica roxa que protegia seu rosto da luminosidade solar, um homem de pele pálida observava a mulher através das fendas do tecido. De olhos vermelhos, e pele branquinha, se não fosse vegano tomaria o sangue daquela "novinha". Afinal o ser de natureza vampírica, havia renunciado a se alimentar de sangue há muitos séculos atrás.

          Regina deu alguns passos para trás, completamente atônita diante daquela visão surreal. Seus olhos se fixaram na carroça à sua frente, ponderando a possibilidade de saltar de volta para ela e escapar dessa estranha realidade. No entanto, antes que pudesse tomar qualquer decisão, outra surpresa a aguardava. O suposto cavalo que puxava a carroça havia parado e se virado, observando atentamente a cena. Mas, para espanto de Regina, o que ela viu não era um simples cavalo: suas pernas fortes e musculosas de cavalo eram complementadas por braços humanos e um peitoral musculoso avista. Era um Centauro, uma criatura mitológica que encarava Regina com o mesmo fascínio que as outras entidades míticas presentes.

          Ela engoliu em seco, sentindo o coração bater acelerado, enquanto seu olhar se fixava nas três criaturas à sua frente. O ar ficou denso ao perceber um caixão de vidro próximo a elas, apoiado em troncos de madeira. Com passos hesitantes, Regina se aproximou lentamente do receptáculo, sentindo um arrepio percorrer sua espinha. Havia interrompido um funeral? Foi quando ela chegou bem perto das entidades que seus olhos se encontraram com os do vampiro, cuja cor havia se transformado em um tom lilás hipnotizante. Ela assentiu levemente, desviando o olhar para o interior do caixão de vidro. Lá, repousava eternamente em sono esplendido um homem com vestes amarelas e extravagantes da realeza. Sua vestimenta, aquela situação, e a coroa de ouro que permanecia imóvel em sua cabeça, como se estivesse fundida ao seu couro cabeludo, fizeram Regina começar a compreender a situação.

— N-Não me digam que esse é... O príncipe Charles? — Questionou Regina, levantando o olhar para os três seres que estavam mais próximos. Um silêncio tenso tomou conta da floresta, aumentando a curiosidade da loira. Ela prosseguiu, corajosa: — E você, Moria, é o tatatatataraneto do Drácula da Transilvânia, não é? — O vampiro semicerrou os olhos amarelos, impressionado com o fato de que aquela desconhecida o reconheceu apenas pelos seus olhos visíveis. — O Saci nem precisa de confirmação, é tão óbvio. E o pequeno é o senhor Jerônimo — O gnomo ficou irritado com o comentário sobre sua altura e correu em direção a ela, brandindo sua pequena enxada enraivecido. Regina soltou um grito de surpresa e medo, temendo o que poderia acontecer a seguir.

          Antes que pudesse alcançá-la, porém, o gnomo Jerônimo foi abruptamente suspenso do chão pelo colarinho de sua vestimenta, agarrado pelo Saci.

— Bruxa!! — Uma voz feminina, que mais se assemelhava a um grasnado, veio da direção do céu. — Só pode ser uma bruxa para saber tanto sobre nós!

          Regina levantou o olhar e seus olhos encontraram uma visão impressionante. Um majestoso pássaro de proporções gigantescas batia suas poderosas asas para se manter suspenso no ar, fixando seu olhar penetrante diretamente nela. No entanto, algo incomum chamou a atenção de Regina. Apesar de sua forma de pássaro, aquele ser também possuía traços humanos marcantes. Seus seios nus e seu rosto humano eram evidências incontestáveis de que se tratava de uma harpia.

— Aí meu Deus, isso é um livro infantil. Cadê a censura?! — Questionou Regina, usando a mão para tampar a visão dos seios da mulher alada.

— Livro? — Questionou o vampiro Moria, com sua voz esganiçada.

— Sim. Não restam dúvidas que vocês todos são personagens do livro Fantasia. Eu conheço perfeitamente cada um de vocês. Só pode ser um so...

— Sonho? Não há nada mais clichê a se dizer do que falar que isso é um sonho — Uma terceira voz feminina foi ouvida por eles, interrompendo a fala da menina, vindo mais do alto ainda.

          Todos ergueram os olhos para o céu, onde uma figura singular capturou sua atenção. Sentada em uma vassoura velha, a mulher que exibia um chapéu pontudo lilás sobre seus cabelos negros e longos, tinha um nariz encarquilhado que chamava a atenção. Ainda assim, não diminuía sua beleza, acentuada pelo longo vestido preto que realçava a intensidade de seus olhos. A presença de uma bruxa não despertava simpatia nos personagens deste livro. Ao contrário, as praticantes de magia negra eram vistas como emissárias do próprio mal. Em particular, esta bruxa, Bridget, era conhecida como a mais maquiavélica de todas, sendo tão cruel que até mesmo suas semelhantes a renegaram.

— Bridget...! — exclamou o Saci, arremessando o senhor Jerônimo no chão com desdém, tratando-o como se fosse uma simples bolinha lançada para um cachorro hiperativo.

— Vim me certificar se a maldição que joguei no príncipe havia surtido efeito. E, pelo visto, tiro e queda. Literalmente — a bruxa soltou uma gargalhada alta e escancarada. Mas então começou a tossir incessantemente, como se tivesse asma. — Esqueci minha bombinha... — É. Talvez ela realmente tivesse asma.

— Cadê a princesa Jasmine? Eu me lembro dessa parte do livro. Ela é a chave para salvar o príncipe, basta aparecer e dar um beijo de amor verdadeiro para despertá-lo — afirmou Regina, dirigindo-se aos outros.

— Um beijo de amor verdadeiro? Você tem certeza de que não é uma bruxa? Somente as bruxas sabem que o mais poderoso e detestável antídoto para nossas magias é um simples e asqueroso beijo — Bridget arqueou uma sobrancelha.

— A princesa Jasmine partiu em uma viagem à sua terra natal, as Arábias. Ela partiu há dois dias — informou o Centauro, aproximando-se do grupo.

— Uma viagem? Isso não faz sentido. No livro, ela só viaja após salvar a vida do príncipe... — Regina estava pensativa, com a mão apoiada em seu próprio queixo.

          Regina então notou os olhares de dúvidas daquelas seis criaturas. Foi então que teve a ideia de pegar de dentro de seu vestido o livro que carregava consigo, e mostrar tudo a eles. Mas foi quando se deu conta de que dentro dele estava apenas um dos livros que trouxera. Aquele que estava faltando, era justamente o livro que ela precisava. O livro de Fantasia havia sumido. Ela havia perdido quando caiu do céu?

          Em um momento de inspiração, uma ideia brilhante surgiu na mente de Regina. Ela se lembrou de que o príncipe Charles estava noivo da princesa Jasmine apenas por motivos diplomáticos, mas no livro ele só descobriu o verdadeiro amor ao receber um beijo da princesa, que o fez despertar de um coma induzido. Um sorriso se estampou no rosto de Regina ao perceber o potencial dessa situação. Se ela beijasse o príncipe, ele passaria a amá-la e Regina se tornaria uma princesa. Era quase visível os cifrões se formarem nos olhos de Regina, ao imaginar o luxo que passaria a ter na realeza.

          Sem pestanejar, Regina se aproximou do caixão de vidro, erguendo sua tampa. Os lábios do príncipe estavam esbranquiçados, uma mosca estava pousada nele e ele fedia mais que o córrego próximo da casa de Regina. "Cadáveres são realmente fedidos", pensou. Com uma cara de nojo, tampou seu nariz, e então selou os próprios lábios nos lábios do suposto finado.

          Após o beijo no defunto, Regina ergueu-se. Uma fumaça branca começou a se desenrolar de dentro do caixão, envolvendo o príncipe Charles em uma névoa misteriosa. Um sorriso vitorioso se espalhou pelo rosto de Regina, refletindo seu triunfo.

— N-Não pode ser! — Bridget olhava frustrada o efeito de sua magia ser quebrado e a maldição ser contida.

          Quando a neblina finalmente se dissipou, os olhares atentos se voltaram para o caixão. Para surpresa de todos, apenas as vestimentas reais e a coroa do príncipe permaneciam ali, vazias de vida. Uma sensação de perplexidade se espalhou pelo ar. De repente, um coaxar ecoou pelo ambiente, e um sapo verde emergiu de baixo das roupas, saltitando freneticamente. Primeiro para fora do caixão, em seguida em direção ao riacho nas proximidades. E, num instante, com um último salto ousado, o sapo sumiu da vista de todos ao passar por uma inclinação de grama, dando a entender que havia por fim saltado no riacho.

— Bruxa!! — Reafirmou a Harpia para Regina, com tom de indignação e acusação, batendo suas asas de forma exaltada.

          Senhor Jerônimo, furioso, correu novamente com sua enxada em direção a ela, mas mais uma vez foi contido pelo Saci que o ergueu pela gola, tirando-o do chão.

— Essa é das minhas — A bruxa sorria lá do alto, contente com a situação que Regina criou. Ou, ao menos, o que a maioria deles acreditava ser culpa dela.

— E-Esperem! Não é isso! Não era para ele se transformar em um sapo. Não é isso o que ocorre no livro. Tem algo muito errado aqui.

— Você fez isso com nosso amado príncipe! — O Centauro relinchou após sua fala, erguendo suas patas dianteiras e inclinando seu corpo.

— Não! Deve ter sido uma coincidência. Eu não sou uma bruxa. Sou só uma humana comum. Talvez nem isso. Nem miojo eu sei fazer direito, é sério, ele fica meio cru... Enfim, acreditem em mim, não é como se eu dissesse: vai cair um raio ao meu lado agora, que de fato irá ocorrer — Regina deu uma risada forçada para descontrair o clima pesado.

          Nesse momento, mesmo com o céu extremamente limpo e ensolarado, sem nenhuma nuvem lá no alto, um raio caiu há pouquíssimos metros de Regina, derrubando a única árvore próxima do grupo. O som do trovão assustou a todos, em especial Regina.

— Vá — O Saci finalmente soltou o gnomo no chão, como se estivesse jogando uma pokebola². O pigmeu correu rapidamente em direção a Regina com a enxada em sua pequena mão.

          Com os olhos arregalados, consciente de que não seria acreditada em suas palavras, Regina virou-se rapidamente e começou a correr na direção oposta às criaturas. Com todos eles em seu encalço, ela ao menos tinha uma vantagem. Ter corrido uma maratona no ano anterior, e ficado em segundo lugar, a deixou preparada para longas corridas. No entanto, de repente, um buraco se abriu no campo florido em que estava, um buraco que não estava lá até que ela pisasse.

          A cavidade em que Regina caiu era do tamanho exato de seu corpo, não maior nem menor, apenas o suficiente para mantê-la confinada. Ela ergueu os olhos e pôde ver os seis rostos encarando-a através da abertura do buraco: o gnomo empunhando a enxada, o Saci, o vampiro Moria, o Centauro; enquanto a Harpia pairava no céu, acompanhada pelo sorriso malicioso da bruxa Bridget ao seu lado.

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¹ Taubaté: Na gíria popular algo de Taubaté é usado para se referir a algo que é de mentira.

² Pokebola: Referência a mundialmente famosa franquia de jogos, mangás e anime Pokémon. 

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