Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

19. Uma Deusa, Uma Bruxa, Uma Feiticeira

          Regina e Bridge se mantinham em pé. Pararam subitamente ao se certificarem de manter uma boa distância da Feiticeira. Não havia qualquer sinal de sangue nas proximidades, ninguém ferido. Apenas uma mulher na poltrona que possuía um olhar vago ao encarar as duas. A bruxa suspendeu os ataques, a encarando de volta. Havia algo de estranho em seu olhar.

— Pelo visto os boatos eram verdadeiros...

— Do que você está falando? — Regina perguntou de volta. Bridge respondeu, sem tirar os olhos de sua rival:

— Além de poder movimentar objetos e pessoas com a mente, usando de sua telecinesia, a Feiticeira também é capaz de usar da alquimia para transmutar objetos. Isso seria basicamente criar matéria a partir do nada. Porém, para isso existe um princípio de lei de troca de equivalência. Ela precisa dar algo de igual valor para poder utilizar da alquimia. Receio que o que ela ofereça seja a própria vitalidade, por isso ela busca pela imortalidade, para poder transmutar qualquer coisa, a qualquer momento, sem limitações.

          Regina olhou para a dona do aposento. A Feiticeira sorria, como se Bridge estivesse correta.

— Mas tem algo mais — Bridge prosseguiu sem vacilar o olhar. — Ouvi falar por aí que ela desenvolveu uma outra habilidade. Achei que era apenas um boato, mas pelo visto era verdade. O dom da telepatia. Em outras palavras, ela pode ler nossa mente. E mais do que isso, podendo ler nossa mente, ela consegue ter um breve vislumbre do futuro. Não acho que seja mais do que poucos segundos, mas com isso consegue mentalizar que ações tomaríamos se ela fizesse algo. Em resumo, lendo nossa mente, ela consegue ter um panorama de futuros alternativos dependendo do que ela fizer. Pela expressão dela de agora há pouco, ela parece ter tido uma dessas "visões" com um resultado bem catastrófico.

          A Feiticeira mantinha seu sorriso característico estampado no rosto, irradiando sua petulância. Com destreza, girava sua bola de cristal entre os dedos. Enquanto manipulava a esfera, a outra mão da Feiticeira repousava suavemente em sua bochecha, com o cotovelo apoiado no descanso da poltrona.

— Você está certa, Bridge. Tendo a habilidade de ler mentes, consigo ver brevemente o que aconteceria se, por exemplo, eu disparasse uma flecha em suas direções. Só se engana se acha que nessa linha do tempo, quem levaria a pior seria eu. Vi você morrendo, e por um motivo bem decepcionante.

— Se eu morreria, por que hesitou em atirar em nossa direção?! — Bridge parecia mais brava por não ser atacada, do que se tivesse sido.

— Essa é a última oportunidade que tenho de viver a adrenalina do perigo. Os momentos que antecedem minha imortalidade. Não queria que acabasse tão cedo. Além do mais — A Feiticeira se pôs de pé, diante da poltrona —, esqueceu-se de mencionar uma outra habilidade minha. A levitação.

          De forma súbita, Regina testemunhou os pés da Feiticeira se desprendendo do chão. Como se desafiando a gravidade, seu corpo começou a flutuar gradualmente, ascendendo até atingir o ponto intermediário do espaçoso salão. Ali, diante dos olhos atônitos de Regina, a Feiticeira pairava no ar, exibindo sua habilidade sobrenatural de voar usando o poder da mente.

          Bridge desviou sutilmente seu olhar em direção a Regina, transmitindo uma mensagem não verbal que tentava passar despercebida pela Feiticeira. Seus olhos brilhavam com intensidade, como se estivesse tentando transmitir um plano em silêncio. Regina, por sua vez, captou a intensidade do olhar de Bridge, mas não conseguiu decifrar seu significado exato. A expressão ardente nos olhos da bruxa era um enigma para ela. No entanto, a Feiticeira compreendeu perfeitamente o que estava acontecendo.

— Nem adianta, minha querida. É tolice a sua tentar usar o Pétaso mágico na mochila da menina para inibir minha habilidade de ler mentes. Afinal, só em pensar em usá-lo, eu já descobri seu plano.

          Ao se dar conta, Regina prontamente tirou a mochila das costas e esticou a mão para pegar o Pétaso mágico. O objeto que encontrou na montanha finalmente lhe teria serventia. No entanto, antes que seus dedos pudessem alcançar o objeto precioso, algo inusitado aconteceu. A mochila pareceu ganhar vida própria, saltando de suas mãos como se tivesse sido impulsionada por uma força invisível.

          Regina assistiu com incredulidade enquanto a mochila flutuava no ar, subindo cada vez mais alto na sala. Seus olhos acompanhavam a trajetória da mochila, mas ela estava fora de seu alcance, inacessível por conta de sua altitude.

          A Feiticeira zombava de si após ter usado sua habilidade de mover objetos com a mente. Regina já estava irritada com aquela mulher. Seu jeito de agir a lembrava do Autor, como se ela pudesse fazer o que quisesse e tivesse a firmeza de que não seria derrotada.

          Bridge saltou para cima de sua vassoura elegantemente e voou em direção a Feiticeira. Sua rival, decidida a começar o contra-ataque, fez um movimento rápido de sua mão, no qual manipulou algumas pedras e destroços dos pilares ao redor para lançá-los em direção à bruxa desafiante.

          A bruxa evitou ser acertada pelas pedras que vinham em sua direção, hora girando a vassoura para outro lado, hora usando de sua varinha e lançando magias para partir as pedras antes de acertarem a si. No entanto, em meio a tantas pedras flutuando em sua direção, uma delas escapou de sua atenção. Em um momento de distração, a pedra atingiu a testa de Bridge com força. O sangue começou a escorrer de sua testa, conforme um inchaço instantâneo surgia.

          Enquanto a Feiticeira ria de sua inimiga mortal, Regina mordeu os próprios lábios inferiores em sinal de impotência. Mais uma vez nada podia fazer para ajudar na batalha que ocorria em meio ao céu, se limitando a observar a luta lá debaixo.

Muuuuu

          A atenção de Regina mudou de foco quando um baixo mugido ecoou ao seu lado. Ela voltou seu olhar na direção do som, apenas para descobrir que Mimosa, o animal que encontrou anteriormente no Pântano da Calamidade, estava escondida atrás de uma das últimas colunas que ainda se mantinham de pé. A jovem percebeu que o mamífero alado ainda ostentava um par de asas em suas costas, exatamente como se lembrava da última vez que a viu.

— Então foi aqui que você veio parar — Regina se aproximou da vaca, passando a mão sob sua cabeça, mas se certificando de manter o tom de voz baixo para a Feiticeira não notar a presença do animal.

          A vaca, relutante, virou a cabeça para afastar bruscamente a mão da menina de seu corpo. Com um movimento determinado, ela balançou a cabeça e apontou com ela para um canto específico no chão, próximo à porta pela qual Regina havia entrado na sala. Era como se o animal estivesse tentando comunicar algo de extrema importância para a jovem garota.

          Intrigada, Regina seguiu o olhar da vaca e concentrou sua atenção no ponto indicado. Para sua surpresa, seus olhos se fixaram em um objeto inusitado: um pirulito de aspirais coloridas, cravado no chão. O doce parecia estar ali, como se estivesse esperando ansiosamente para ser apreciado. Seu tamanho era generoso, sendo capaz de ocupar quase toda a palma da mão de Regina, e suas cores vibrantes pareciam convidá-la para uma experiência doce e reconfortante.

          Regina hesitou inicialmente diante do pirulito oferecido pelo Autor, lembrando-se das consequências que haviam ocorrido da última vez que ela provou um doce vindo dele. Ela se recordou como até mesmo Mimosa ganhou asas ao saborear um pirulito fornecido pelo suposto vilão. As memórias desses eventos a deixaram cautelosa e desconfiada.

          No entanto, ao olhar novamente para cima e testemunhar a habilidade da Feiticeira em desviar facilmente das magias de Bridge, Regina percebeu que precisava correr o risco. Consciente de que a Feiticeira estava ocupada com sua rival e não estava focando em sua presença, e sem saber quais seriam as consequências de sua escolha, mas sentindo a pressão do momento e a necessidade de agir, Regina correu em direção ao pirulito e o agarrou.

          No instante em que sua língua entrou em contato com o doce, uma sensação elétrica percorreu seu corpo. Uma intensidade estranha emanou de suas costas, fazendo-a arquear ligeiramente as costas.

          Então, algo extraordinário aconteceu. Dois rasgos surgiram na parte de trás de sua camiseta, como se o tecido estivesse se abrindo para dar espaço a algo grandioso. E, de dentro desses rasgos, emergiram um par de asas majestosas. Eram asas feitas de plumas brancas, brilhantes e imaculadas.

          Regina estava atônita enquanto as asas se estendiam completamente, alcançando sua envergadura total. Ela podia sentir o poder e a leveza das plumas sob seus dedos. Era como se tivesse se transformado em um ser celestial, uma criatura alada dos contos de fadas, como se fosse uma deusa.

          Lá do alto, nenhuma das duas mulheres de vestes negras que lutavam entre si haviam se dado conta da transformação na qual Regina estava passando. Afinal, estavam com suas atenções fixas uma na outra. Bridge se aproximava cada vez mais da Feiticeira, mas, em contrapartida, parecia cada vez mais distante de conseguir derrotá-la.

— Me diga, Bridge. Por que está aqui? Por que aceitou embarcar nessa jornada até minha mansão? Só por favor não me diga que veio buscar vingança da vez em que quase a matei. Pois, não acredito que tenha esperado séculos para isso, e quando decidiu agir tenha vindo tão despreparada.

          Bridge não lhe respondeu. Apenas a fuzilou com o olhar. A Feiticeira, todavia, não precisou que ela dissesse nada. Ao fazer Bridge pensar nisso, a alquimista leu em sua mente o real motivo da bruxa estar ali.

— Entendi. Então é por isso? Que motivo mais fútil! — A Feiticeira ergueu a mão para frente, e com isso transmutou um grande arpão de ferro, que voou em alta velocidade em direção a bruxa próxima a si.

          O objeto a teria acertado, se Regina não a empurrasse no ar para o lado, desviando-se por muito pouco. Bridge estava incrédula diante da cena que se desenrolava diante de seus olhos. Enquanto voava no céu, batendo suas asas com determinação, Regina lutava para se adaptar ao voo, compreendendo como Moria se sentiu quando tentou se tornar um morcego na sua luta contra Drake. A Feiticeira, ao ver as duas voando próxima a si, sorriu ladina.

— Vá buscar a mochila, precisamos do Pétaso se quisermos ter chance de vencer — Bridge disse, mais como uma ordem do que um pedido. Em seguida, acabou tossindo. Diferente das crises de asma de outrora, dessa vez Bridge cuspiu sangue com o ato, fazendo Regina se dar conta que a bruxa foi afetada muito mais do que imaginava com a batalha.

          A Feiticeira ergueu a mão para o alto, e então girou os dedos no céu. A mochila da Regina começou a dançar pelo ar magicamente, indo de um lado ao outro.

— Mesmo que planejem uma forma de chegar até ela, não vão conseguir. Não se esqueçam que posso ler a mente de vocês. Eu tenho controle de tudo.

          Regina não disse nada. A Feiticeira abriu um enorme sorriso, estando a mostra seus dentes brancos e perfeitamente alinhados. Porém, para sua surpresa Regina também sorriu. Tentou ler sua mente para tentar descobrir por que a garota estava com aquele sorriso idiota no rosto. Mas, um novo choque: a mente de Regina estava bloqueada! Não conseguiu ler qualquer pensamento dela.

          Inesperadamente, Mimosa surgiu por trás da Feiticeira, usando do seu próprio par de asas de plumas. Ela então lhe deu um coice em suas costas, fazendo a Feiticeira cambalear para frente em meio ao ar. A expressão no rosto da alquimista ruiva se fechou instantaneamente, e então Mimosa mugiu de medo, voando para longe da macabra mulher. A Feiticeira tornou a olhar para Regina e Bridge, dessa vez enfurecida.

— Você quis dizer que não pegaremos isso? — Com uma mão na cintura, e a outra rodopiando o Pétaso mágico, Regina assobiava com felicidade. — Enquanto vocês lutavam, eu me aproximei da mochila e o peguei antes de me revelar.

— Muito bem — Bridge sorriu para Regina. — Se concentre em quem você considera aliado nessa sala ao usar o chapéu. Dessa forma, todos que considera "amigos" terão suas mentes bloqueadas da telepatia dela.

          Regina assentiu, e então tratou de colocar o chapéu com par de asas em sua própria cabeça.

— Tenho que dar meus parabéns. Posso não conseguir ler mais a mente de vocês. Porém, ainda sou infinitamente mais poderosa! — A Feiticeira levantou as mãos, e então várias pedras dos escombros levitaram e passaram a flutuar, prestes a serem lançadas em direção as suas rivais. Bridge e Regina se prepararam para encarar os poderes da alquimista.

꧁꧂

          Enquanto Larry, Tolkien e Glória corriam freneticamente pelos corredores do segundo andar da mansão, o desespero se refletia em seus olhos, quase trazendo lágrimas aos seus rostos, pois estavam sendo perseguidos pelo temível Cérbero. O cão feroz do submundo avançava com velocidade impressionante, com suas quatro patas ágeis impulsionando-o em uma caçada sedenta por sangue. A saliva escorria de suas presas afiadas em suas três cabeças enquanto ele fantasiava devorar os fugitivos.

          Larry sentia uma dor lancinante em seus pés, uma sensação de exaustão que crescia a cada segundo. Ele sabia que suas pernas logo não seriam capazes de sustentá-lo por muito mais tempo, mas mesmo assim persistia, movendo-se o mais rápido que conseguia em meio ao desespero.

— Por aqui! — Reconheceram de imediato a voz de Ossudo.

          Estavam diante de um corredor estreito e escuro. Do outro lado do corredor, Ossudo, Lemoy e Moria se encontravam, acenando para eles seguirem caminho por aquele local.

          Larry suspirou aliviado, pois acreditava que aquela seria a solução. O corredor estreito parecia ser uma barreira intransponível para Cérbero, impossibilitando-o de segui-los. Com essa certeza, o trio continuou correndo pelo corredor com renovada esperança. No entanto, sua felicidade durou pouco. Para sua desgraça, o poderoso cão infernal investiu com suas três cabeças, dando poderosas cabeçadas nas paredes, rompendo-as à sua frente e abrindo caminho. O som estrondoso e a força da investida deixaram todos em estado de choque. Tolkien, incapaz de conter o desespero, começou a chorar copiosamente.

          Glória, que também já sentia suas asas pesarem sabendo que não a manteriam no ar por muito mais tempo, não entendeu por que o trio a frente deles permanecia parado. Mais do que isso, Ossudo, que estava usando um óculos escuro no rosto, parecendo-se com um badboy, estava transmitindo uma sensação de total controle da situação, enquanto mantinha-se ao lado de uma alavanca.

          Assim que o trio de fugitivos passou por uma linha branca no chão, traçada anteriormente pelo ex-Morte com um giz, Ossudo pressionou a alavanca para baixo. Dessa forma, um buraco se abriu no chão bem atrás deles, e Cérbero caiu em direção ao abismo. A armadilha que os fantasmas prepararam para ele, foi ironicamente a que salvou a vida de seus companheiros.

— Capitão!! — Larry envolveu seus braços na cintura do pirata, feliz em finalmente estar a salvo.

— O que está fazendo? — Glória voou ao lado do vampiro, que estava sentado no chão. Moria estava com as costas apoiadas na parede atrás dele, escrevendo algo em uma folha de papel, usando um tinteiro e uma pena.

— "Querida Luíza Mel..." — Moria recitava conforme escrevia a carta, pronto para dar queixa dos maus tratos em relação aos cachorros da mansão por parte de seus próprios amigos.

— Nada? — Lemoy perguntou aos seus companheiros, enquanto o menino rato permanecia abraçado em sua cintura. Tolkien balançou a cabeça em negativa.

— Ficamos esse tempo todo fugindo — O elfo respondeu.

          O sexteto decidiu seguir caminho, em busca do paradeiro de Regina e Bridge.

꧁꧂

          A Feiticeira projetava pedras e vigas dos destroços em um arco impetuoso, mirando suas inimigas com o poder de sua mente. Bridge, percebendo a iminente ameaça, viu-se compelida a empunhar sua varinha para proteger a si mesma e a Regina. Frustrada por suas escassas oportunidades de contra-atacar, ela ansiava por uma chance de revidar.

— Azarath Metrion Zinthos. Parangaricutirimirruaro. Bibidi-Bobidi-Boo — A cada magia lançada, as pedras em sua frente se tornavam pó e o caminho em meio ao ar para a Feiticeira se tornava mais próximo de ser alcançado.

          Regina tentou se aproximar, batendo suas asas e desviando das pedras flutuantes. No entanto, a Feiticeira, ao notar a aproximação da menina, ergueu o dedo médio e o indicador, e instantaneamente um prego disparou pelo ar em direção a Regina. A jovem fez esforço para desviar, mas o objeto a alcançou e perfurou seu antebraço, causando uma dor intensa. Embora soubesse que essa lesão era insignificante em comparação ao que seus aliados passaram, Regina não conseguiu conter o lamento, segurando-se para não chorar.

— É como tirar doce de criança — A Feiticeira sorriu, cruzando os braços. Ela então encarou a bruxa, que estava ofegante diante de si em cima da vassoura. — Você foi mesmo uma tola, Bridge. Deveria ter aceitado meu convite anos atrás. Se tivesse feito a escolha certa, talvez hoje se tornaria imortal junto a mim, ao invés de ser o dia de sua morte. Você e Bárbara Zaira escolheram o lado errado.

          Regina olhou para a alquimista sem compreender. O que a bondosa Bárbara Zaira, que cuidou da menina enquanto esteve na cidade faroeste de Fantasia, tinha a ver com isso tudo?

— Esperava mesmo que eu confiasse em você depois de ter tentado me assassinar com chocolate quando supostamente éramos "amigas"? — Bridge cuspiu em meio ao ar, errando o alvo. Começou a tossir em seguida devido a tanta poeira no local e sua crise de asma. A Feiticeira balançou os ombros, como se aquele ocorrido fosse irrelevante para ela.

— Chega. Já me cansei. Vocês não dão nem para o cheiro — A Feiticeira bufou, descruzando os braços. — Vou matá-las de uma vez. A começar pela loira aguada!

          A Feiticeira irrompeu pelos céus em uma velocidade frenética, avançando em direção a Regina. A bruxa, no entanto, audaciosamente interveio em seu caminho, desafiando a sua investida. Mas a determinação da Feiticeira era implacável. Ela ergueu seus dedos, e subitamente a vassoura da bruxa virou de cabeça para baixo, desafiando as leis da gravidade. Bridge, em meio ao caos, segurou-se desesperadamente ao cabo da vassoura com uma única mão, sua vida pendendo por um fio, à beira de uma queda iminente muitos metros abaixo. Ignorando a perigosa situação de Bridge, a Feiticeira prosseguiu em seu curso, avançando impiedosamente.

          Antes que Regina pudesse escapar voando para longe, se viu encurralada quando a alquimista surgiu diante dela. A Feiticeira, com um movimento sinistro, ergueu seu pescoço no ar com sua mão, tendo seus olhos inflamados de malícia. Um aperto gélido envolveu o pescoço indefeso de Regina, espremendo com força avassaladora. O ar escapava dos pulmões de Regina, sua respiração obstruída e sua vida em perigo iminente, enquanto a Feiticeira apertava implacavelmente, saboreando cada momento da tortura.

— Mande lembranças para Lúcifer por mim — Riu em humor ácido.

— Eu quem digo isso — Regina falou com o resto de fôlego que ainda restava, após avistar quem se aproximava por trás da Feiticeira.

          Lemoy e Ossudo encontravam-se habilmente posicionados nos ombros do menino Larry. Este, metamorfoseado em um rato colossal de proporções assombrosas, se esforçava ao máximo para correr com suas patas diminutas em direção à dupla suspensa no ar. O pequeno roedor demonstrava uma determinação implacável de alcançá-las.

          Numa fração de segundos, a Feiticeira lançou um breve olhar de soslaio sobre seus ombros. Foi nesse preciso momento que Ossudo saltou audaciosamente do ombro de Larry em direção à Feiticeira, com uma fúria incontida em seu coração. Ele canalizou toda a força em uma cabeçada tempestuosa direcionada à própria cabeça da Feiticeira, numa investida surpreendente e estratégica.

          O impacto foi ensurdecedor, o som de ossos colidindo e o eco de um estrondo preencheram o ar.

— Não leve a mal, ossos do ofício — Ossudo sorriu, voltando para o ombro de Larry antes que caísse.

          A dor latejante reverberou na cabeça da Feiticeira, enquanto sua visão momentaneamente se turvava pela surpresa e dor agonizante. Tal ato fez com que involuntariamente soltasse-se de Regina, que foi agarrada pelo pirata sob seus braços enquanto caía. Lemoy e Regina deslizaram pelas costas do rato, como se estivessem em um grande tobogã.

          Bridge não conseguiu mais se segurar, perdendo o equilíbrio ao se soltar do cabo da vassoura. Empregando suas profundas habilidades das forças da natureza, Tolkien e Glória entrelaçaram seus poderes, manipulando as correntes de ar que os rodeavam. Com uma maestria impressionante, eles alteraram a densidade do ar circundante, tornando-o pesado o suficiente para amortecer a iminente queda de Bridge. Essa tarefa exigia um esforço sobrenatural, estendendo ao máximo a capacidade mágica de Glória, que nunca havia enfrentado uma situação tão desafiadora.

          Entretanto, o triunfo chegou quando a bruxa, privada de seu equilíbrio em meio a queda, encontrou o solo com uma leveza surpreendente. O impacto da queda foi tão suave quanto o toque de uma pena flutuante, fazendo com que não sentisse qualquer dor. Bridge sorriu para sua salvadora, que retribuiu o gesto antes de virar o rosto.

          Lemoy estava admirado com aquele par de asas nas costas de Regina. Só pôde o observar de forma totalitária quando saltaram de cima do menino rato.

— Moria, a Feiticeira estava manipulando Drake para orquestrar o genocídio do seu Reino! Ela quem estava por trás daquilo tudo! — Regina gritou para o alto, incentivando o vampiro a não se conter.

          Em um primeiro momento a alquimista não entendeu com quem a garota lá embaixo falava. Mas, não tardou para que se desse conta da sombra obscura que pairava acima de si. O vampiro de cabelo lilás e asas feitas de retalhos lhe direcionava um olhar de fúria. Mesma fúria essa que foi manifestada em um poderoso soco em seu rosto que a fez ser arremessada para baixo.

          À medida que a Feiticeira era lançada em queda livre, seu controle sobre a telecinesia parecia ter sido totalmente perdido pela falta de estabilidade. Não havia nenhuma manobra graciosa para evitar a iminente colisão com o solo. Nesse momento crítico, o intrépido Lemoy percebeu que não poderia depender de poderes mágicos para deter a Feiticeira. Com uma coragem indomável, ele desembainhou sua espada. Enquanto a ergui-a em direção ao céu, se preparou para acabar com ela de uma vez por todas.

          Inesperadamente, o pirata foi atingido por um poderoso soco em sua face que o arremessou vários metros adiante. Todos olharam espantados buscando o malfeitor, mas não havia ninguém visível por perto. Paralelamente a Feiticeira conseguiu recuperar o equilíbrio a poucos centímetros do chão, ficando suspensa no ar usando da sua levitação.

          Não orgulhoso dos seus atos, o mago Verde Claro retirou o anel da invisibilidade de seu dedo anelar, se revelando a todos. Em seguida, Roxo adentrou a sala numa velocidade absurda, ao utilizar das botas da velocidade. Azul, Vermelho, Violeta, Laranja e Amarelo se juntaram aos demais. Esse último seminu, usando apenas uma cueca amarela com suspensório.

          Um sorriso audacioso se espalhou pelos lábios da Feiticeira, enquanto ela observava com satisfação a situação se desenrolar em seu favor, sabendo que não precisaria mais se esforçar, afinal seus poderosos servos haviam finalmente retornado. Com uma calma despreocupada, ela levitou graciosamente até sua poltrona, localizada no outro lado da sala, e se acomodou com elegância. Seus olhos fixaram-se no grupo que estava diante dela, emanando uma aura de superioridade e confiança absolutas.

— Já era hora — Disse finalmente para os sete magos. Todos assentiram desgostosos. — Cuidem deles por mim.

          Relutantemente, cientes de que não tinham outra opção, os sete magos posicionaram-se diante de seus respectivos oponentes. O mago rechonchudo Azul parou diante de Lemoy, que se reerguia após o poderoso soco recebido anteriormente. O mago Vermelho dirigiu-se a Ossudo, com um misto de tristeza e remorso em sua mente por ter que enfrentar seu antigo amigo mais uma vez. O mago Roxo prontificou-se a ficar diante de Glória e Tolkien, preparando-se para o confronto. Verde Claro olhava astuto para o enorme roedor ao seu lado. Enquanto isso, o mago Violeta montou em sua vassoura e encarou o vampiro com determinação nos olhos. Restava a Bridge admirar, digo, confrontar o excêntrico mago Amarelo. Regina observava perplexa, sem compreender a situação, enquanto o mago vestido de laranja encaminhava-se em sua direção.

— Vocês... Vocês são os sete magos, correto? — Regina disse, olhando no fundo dos olhos de Laranja. — Viemos resgatá-los. Não temos que lutar...

— Sinto muito que tenha chegado a esse ponto, menina. Essa é a primeira vez que alguém invade a mansão. Infelizmente não queríamos fazer isso — Laranja disse, se lamentando.

— Então não façam!

— Não temos escolha... — Azul disse, desolado, sem tirar os olhos do pirata.

          Regina não entendeu. Como assim não tinham escolha? Se não queriam lutar, era apenas não lutar! Mas, Bridge, por outro lado, se deu conta de imediato. Tirando os olhos do peitoral avista de Amarelo, ela encarou a Feiticeira que sorria com a situação.

— Você os fez assinar um pacto de alma, não é?!

— Um pacto do quê? — Regina, curiosa, ergueu uma sobrancelha.

— Um pacto de alma — Repetiu Ossudo. — Ela enganou meus bons amigos anos atrás, os fazendo assinar um contrato com seus sangues sem lerem as letras miúdas do acordo. Ao assinar um pacto de alma com seu sangue, aqueles que o assinaram se tornam escravos do redator do contrato. Quando se deram conta do que haviam feito, era tarde demais.

— Em outras palavras, se ela ordenar algo para eles, os mesmos devem acatar. Do contrário os corações deles irão parar de bater e suas almas serão entregues a Hades — Bridge complementou. — Enquanto estiver viva, ou se ela não abdicar de seus serviços, eles não têm escolha a não ser obedecerem. Por isso a salvaram agora há pouco.

          Lemoy não viu alternativa senão erguer sua espada ensanguentada e avançar em direção ao seu oponente. O mago Azul retirou com destreza de dentro de sua calça moletom a majestosa espada Excalibur, cuja lâmina reluzia intensamente. Enquanto a espada do pirata se aproximava, prestes a atingir seu alvo, Azul habilmente direcionou sua própria espada, colidindo-as no ar. O impacto foi poderoso, no qual a espada de Lemoy se partiu em duas, sendo a Excalibur a vencedora nesse embate. O pirata ficou atônito diante desse feito surpreendente, enquanto Azul aproveitava o pomo da sua arma para golpear o abdômen de Edward o fazendo perder o fôlego.

          Larry batia no chão freneticamente com suas curtas patas, tentando atingir Verde Claro. No entanto, o mago astuto aproveitou-se do poder do anel da invisibilidade para se tornar imperceptível. O rato investia em direções aleatórias, em busca de seu elusivo alvo. Foi em uma dessas investidas que, por sorte, conseguiu golpear o rosto de Verde, mas o mago não se deixou abalar. Ainda invisível, Verde retirou uma runa mágica de seu bolso e a aplicou na pata direita do roedor, resultando em uma pequena explosão no local e causando um ferimento na perna do garoto.

          Em cima de sua vassoura mágica, Violeta habilmente desviou da investida rápida de Moria no ar. No entanto, o vampiro não desistiu e ganhou impulso batendo suas asas rapidamente, alcançando-o e cravando suas presas em seu pescoço. O mago, determinado, inclinou-se para trás, ainda na vassoura, e com um empurrão vigoroso das costas, lançou o vampiro em direção ao pedestal que permanecia de pé no local. O impacto feriu suas asas de morcego e o forçou a soltá-lo. Se alguém algum dia disse que vampiros não sangravam, certamente estava enganado, afinal tal ato fez com que a cabeça de Moria começasse a sangrar. Com dificuldade, o vampiro olhou em direção a porta, com esperanças de que seu pedido para Katherine tivesse sido atendido. Sem a ajuda que solicitou, não teriam a menor chance de vencer.

          Tolkien e Glória tentavam incansavelmente acertar Roxo. Glória projetava partículas amarelas de suas mãos, enquanto Tolkien disparava flechas de luz. No entanto, o mago habilmente esquivava-se, correndo de um lado para o outro com suas botas da velocidade, tornando-se quase um borrão diante deles. Subitamente, ele surgiu atrás dos dois, derrubando Glória com um poderoso sopro, e, em seguida, usando um pergaminho mágico para fazer com que o solo vacilasse, desequilibrando Tolkien e o tombando no chão junto a sua amiga.

— Você certamente parece ser a mais forte dentre eles — Amarelo observou ao encarar a bruxa.

          Bridge permaneceu em silêncio, optando por agir em vez de responder. Ergueu sua varinha e dela emanou um raio com a mesma cor das escassas vestes de seu loiro adversário. A magia atingiu o ombro de Amarelo, deixando um hematoma em seu rastro. Um sorriso triunfante brotou nos lábios de Bridge, enquanto Amarelo direcionava a mão ao local ferido em seu ombro.

          Consciente de que o poder da bruxa estava se esvaindo rapidamente, Amarelo agiu com determinação. Correu em sua direção, elevando a perna em um movimento ágil. Sentindo suas próprias energias quase se esgotarem e, também, para desviar o olhar do homem de cueca com a perna erguida em sua direção, Bridge desviou os olhos por um breve instante. Foi tempo suficiente para Amarelo desferir um poderoso chute em seu rosto, lançando-a para trás com força.

          Regina abriu suas asas de plumas e levantou voo, mas Laranja não demorou a acompanhá-la, montado em sua própria vassoura. Em meio ao ar, o mago retirou uma runa mágica do seu chapéu pontiagudo e lançou-a na parede atrás de Regina. Assim que a runa entrou em contato com ela, uma grande e pesada mão de pedra emergiu abruptamente, agarrando as asas da loira com uma força implacável e inclinando-a para trás. Regina sentia uma dor pulsante enquanto a mão de pedra puxava suas asas, como se essas fossem uma extensão de seu próprio corpo. As lágrimas involuntárias escorriam por seu rosto, enquanto Laranja se sentia profundamente angustiado por ser obrigado a causar tal sofrimento a ela.

          Ossudo ergueu seus punhos, pronto para lutar contra seu antigo amigo, por mais que suas pernas vacilassem em uma grande tremedeira. Vermelho suspirou pesadamente, e então lhe deu um forte tapa em seu rosto, derrubando Ossudo no chão sem nenhuma dificuldade. "O mago é implacável!¹", pensou a caveira estirada no chão.

— Tenha santa paciência. Vocês pegam cada brecha em minhas ordens e as usam a seu favor — A Feiticeira disse em tom impaciente, enquanto bocejava. — Estão pegando leve com eles por quê? Vamos lá, mudarei minhas ordens. Matem os invasores imediatamente! Isso é uma ordem.

          Regina ergueu o rosto e encarou a Feiticeira de longe. "Pegando leve?", questionou-se em desespero. Se aquela era apenas uma demonstração parcial de seus poderes, o que mais estaria por vir? Cada um dos magos olhou firmemente para seus oponentes, conscientes de que não tinham mais escolha. Eles foram ordenados a matar, mesmo que isso fosse contra seus desejos mais profundos. Se não os matassem eles mesmo morreriam. 

*************************

¹  O Mago é Implacável: Bordão do personagem Patolino o Mago no desenho animado "O Show dos Looney Tunes".

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro