Capítulo 25 - Ela que começou
❤️▫️BRUNNA▫️❤️
Tomando café da manhã com Patrícia, meu pai foi dormir fora e Alice não tem aula hoje ou quer faltar aula, aproveitar que o meu pai não está aqui pra mandar ela ir pra escola. Ontem o dia foi muito cheio, o que aconteceu ontem com a Michelle me deixou totalmente com um peso na consciência, mas porque eu sinto que fiz certo, acontece que me machuquei tantas vezes que meu coração não permite me machucar mais uma vez.
- Come Patrícia! - insisti pra minha amiga comer, ela tinha tomado pontos nos lábios, então estava difícil de comer, por isso estava dando suco com canudinho e pão molhado no leite, era o que ela podia comer no café da manhã, e no almoço era sopa, irei ajudá-la e fazer todas essas coisas.
- Eu não quero Brunna, estou sem fome, esses remédios estão me deixando enjoada.
- Que estranho isso, você tem um pênis e está grávida, por onde o bebê vai sair? sempre soube que você era a passiva da relação.
- Cala a boca Brunna. - ela começou a rir mas logo parou quando reclamou de dor - tá vendo o que você faz?
- Você tem que comer, como você vai conseguir se recuperar assim.
- Assim que eu me recuperar irei dar uma boa surra na Michelle , irei me vingar dela.
- Não faz isso Patrícia, você vai apanhar de novo, já viu o tamanho do braço que a Michelle tem, ela te derruba com um estalo de dedos.
- Você tem razão, com um soco tive que levar pontos na boca, mas você vai ver, isso não vai ficar assim Brunna, não mesmo. E você? tá melhor? ontem você estava meio enjoada.
- Estava mas já melhorei, deve ser pela briga com a Michelle , me deixou muito abalada - dei uma pausa pra tomar um gole de suco - você acredita que ontem ela rasgou o cheque na minha cara?
- Nossa! ela tá levando esse negócio a sério mesmo, rasgar dinheiro, acredito que se fosse dinheiro vivo ela não o faria.
- Estou tão confusa Patrícia, meu coração não permite me machucar mas os meus olhos está vendo que ela não é mais a mesma e fez com que eu não disse mais a mesma. O que ela fez em nova York foi incrível, ela ajudou as pessoas, falou palavras tão bonitas que até hoje ecoa pela minha cabeça - parei de falar quando Michelle apareceu na sala - toma café conosco, Mi - ela não me respondeu, simplesmente não falou nada, apenas passou reto e saiu da casa.
- É dessa Michelle que você está falando?- Patrícia debochou.
- Sabe P, você e o Chris tem uma grande raiva da Michelle, não gostam dela, falam pra mim todos os dias pra arrumar alguém que me valorize, mas fala isso pra minha cabeça fodida que está sempre pensando nela. Antes dela mudar eu até pensei em me separar porque eu sentia que não estava dando mais certo, e logo depois da conversa que tive com ela isso ainda não havia saído da minha cabeça, mas quando ela voltou daquela viagem, voltou tão mudada assim ela parece que consertou a minha cabeça, entende?
- Entendo, e é isso que ela quer.
- E é isso que eu quero Patrícia, quero ela assim, abrindo a porta pra mim, me dando flores me elogiando, fazendo o que eu sempre sonhei em um príncipe encantado. Só que o meu coração não vai se deixar levar por isso, não novamente criando expectativa de algo que não dá certo.
Passei a manhã toda cuidando da minha amiga, dava comida pra ela e o remédio, além de passar a manhã assistindo filmes de terror o que eu morro de medo, mas por ela eu faço isso. Patrícia é como uma irmã pra mim, a infância dela foi difícil, a mãe se drogava e bebia além de se prostituir, e quando não fazia isso ela estava xingando a Patrícia de aberração por ela ter nascido com um pênis, falava pra Patrícia que ela era filha de um cara perturbado que fazia aula de medicina e que ela transou por mil dólares porque ele era esquisito, mas Patrícia não aguentou mais aquilo e foi morar na rua, já nos conhecíamos e não sabia do que ela passava. Mas quando vi Patrícia morando na rua contei pro meu pai e ele não pensou duas vezes e trouxe a Patrícia pra morar conosco.
- Patrícia. - chamei minha amiga mas ela não respondeu, olhei pro seu rosto e os olhos estavam fechados, ela havia dormido, aproveitei e sai de casa indo até a empresa do meu pai, mas antes tive que aguentar o trânsito até lá.
Estava ocupada mexendo nas minhas redes sócias enquanto o trânsito não andava, e então alguém bateu no vidro do carro me dando um susto tão grande que o celular vôo pelos área, pensei até que era o cara da serra elétrica, um filme de terror que assisti mais cedo. Era um morador de rua, então abaixei o vidro pra ver o que ele queria.
- Moça, tem um trocado?
- Eu não, só ando com cartão, mas vou procurar - procurei pelo carro até que achei no porta luvas, tinha 5 dólares então dei pra ele. Como o trânsito estava muito lerdo ainda fiquei observando o homem que eu dei dinheiro, e o mesmo entrou em um bar e comprou cachaça, Michelle estava certa, era melhor fazer outras coisas pra ajudar, porque alguns pedem dinheiro pra sustentar o vício, é melhor fazer o que ela falou, vou abrir um abrigo, vou construir um, isso irá ajudar mais que dinheiro.
O trânsito chato finalmente andou, e assim que cheguei na empresa fui direto pro andar onde era a sala da Michelle , encontrei ela de pé olhando alguns papéis e parecendo tensa, não falei nada apenas cheguei perto dela e comecei a bater nela.
- Sua idiota! não era pra você ter feito isso com a minha amiga! você a machucou - Michelle segurou meus braços e disse.
- Por que está me batendo? - perguntou calma e suave, essa nova Michelle é tão calma quanto suco de maracujá.
- Porque você bateu na Patrícia, na minha melhor amiga, ela tá mal e a culpa é sua, dessa vez você passou dos limites, a minha vontade é de te jogar daqui sua filha da puta.
- Se tá me batendo pelo o que fiz com a Patrícia tudo bem, continua - ela soltou meus braços.
- Você quer, agora não tem mais graça.
- Tá mais calma agora? - neguei com a cabeça - quer que eu me bata? eu bato.
- Não precisa ok, não gosto de violência, mas Michelle você deixou a minha amiga na depre.
- Eu sei disso e estou mal com isso, mas eu tentei Brunna, fui lá no quarto dela falar com ela mas ela não meu ouvidos, ainda estava muito chateada, e eu estou com você.
- Não fiz nada - cruzei os braços e bati o pé.
- Não fez nada? Brunna você me deu dinheiro, alegando que eu estava te tratando bem por causa do dinheiro, porque eu queria dinheiro. Acontece Brunna que você não pode querer a velha Michelle de volta, ela é horrível e ter ela no meu corpo outra vez eu não quero - a filha da mãe parecia estar falando a verdade - você não pode se acostumar com o ruim, tem que sempre querer o bom, querer o melhor pra você, e a velha Michelle não é. Então me dê uma chance, uma única chance Brunna, é isso que eu te peço, por favor, um voto de confiança - fiquei sem palavras, as palavras dela recoavam pela minha cabeça sendo que ela acabou de dizer - Tudo bem, você não precisa dizer nada agora, está com fome?
- Muita, só comi no café da manhã.
- Então vamos almoçar? vai lá pra baixo e chama um táxi, só vou entregar esses papéis pro seu pai e já vamos almoçar, você que escolhe onde quer ir hoje, te vejo lá embaixo linda - ela me deu um selinho demorado e depois um abraço e e um beijo na testa.
Assim que chegamos no restaurante Michelle pagou o taxista e abriu a porta pra mim, o que é estranho já que ela prometeu ser a velha Michelle, e a velha Michelle não faria isso por mim e além disso abriu a porta do restaurante e arrastou a cadeira pra eu me sentar. Demos uma olhada no cardápio e fizemos o nosso pedido, no qual em poucos minutos já estava na mesa.
- Gosto de vir aqui porque a cozinha é aberta - comentei - dá pra ver como eles fazem a comida, isso é interessante.
- Você está certa, é legal ver como eles trabalham e fazem o prato. Hoje aconteceu uma coisa muito engraçada comigo - ela riu antes de falar e eu estava curiosa em saber, Michelle não me contava sobre o dia dela e agora vai me contar, estou um tanto quanto ansiosa em saber - um morador de rua estava na frente do prédio, ele parecia não bater bem das idéias sabe, mas os seguranças estavam tentando tirar ele dali, eu achei a forma como ele estava sendo tratado um absurdo, não se trata as pessoas dessa maneira, então fui lá e mandar os seguranças soltarem ele. Me apresentei demos as mãos e perguntei o que ele estava querendo, ele disse que queria batatas, batatas pra dar energia a sua máquina do tempo, ele estava construindo uma máquina do tempo, ele me chamou de Márcia e disse que eu o abandonei com filhos, que eu não prestava e era uma vagabunda - não aguentei e gargalhei, seria uma cena engraçada de se ver, a Michelle em uma situação assim deve ser hilária - Calma aí, esse nem é o pior, o pior é que depois dele sair me chamando de Karla sendo que antes me chamou de Márcia , me virei e os seguranças estavam rindo, não sabia do que eles estavam rindo então perguntei.
- E aí?
- Calma, está curiosa em saber? tá muito curiosa pro meu gosto, só acho.
- Fala logo Michelle! quero saber disso logo! - insisti e ela riu - não vai me contar?
- É claro que vou contar, perguntei prós seguranças do que eles tanto riam, um deles disse que ele vivia com a mão no lixo - soltei uma risada tão alta que atraiu a atenção de alguns clientes do restaurante.
- Mentira?
- Verdade, quer sentir? - ela colocou a mão perto do meu nariz e o que eu fiz foi dar um tapa na sua mão.
- Para com isso, não vou sentir isso coisa nenhuma. - foi a vez dela rir.
- Nossa Brunna, logo você que gosta tanto dessas coisas.
- Para com essa indecência aqui. - ela riu.
- Você gosta.
- Gosto, mas não em um restaurante.
- Ok, você está certa mesmo que eu tenha um fetiche com você em cima da mesa.
- Tá falando sério?
- Brunna, eu sinto vontade de fazer amor com você em qualquer lugar. Vamos deixar isso pra quando chegar em casa, me conta como foi o seu dia?
Almoçamos e então Michelle chamou um táxi pra eu ir pra casa já que ela estava sem carro, mas antes do taxista sair da vaga Michelle disse.
- Você precisa confiar em mim, me dar uma chance, me dar um voto de confiança, nos dar esse voto de confiança, eu te prometo que não vai se arrepender, o que seria da Argentina sem o Messi, sem dar oportunidade pra ele jogar, ninguém assistiria o jogo da Argentina sem ele e Portugal então, ninguém assistiria sem o CR7. Me dê essa chance, vou mostrar que vai valer a pena.
Depois de dizer tais coisas ela voltou pro trabalho e eu fui pra casa, Patrícia precisava de mim mas quando eu cheguei ela ainda estava dormindo. No dia em que Ludmilla bateu em Patrícia fiquei a noite toda pensando não só nisso mas em como ela havia mudado rápido, e que era de se desconfiar já que várias vezes ela me enganou dizendo que havia mudado, mas só fez isso porque queria dinheiro, um apartamento, ou um carro, por isso o meu coração não quer mais se machucar, ele está se protegendo ao máximo a isso, mas porque a Michelle tá fazendo com que esse muro comece a desabar?
♥️▫️LUDMILLA▫️♥️
Ok, eu tinha que voltar a ser a velha Michelle com a Brunna , mas eu simplesmente não consigo, quando ela me olha com aquela carinha de choro sou capaz de dar o mundo pra ela, pra fazer surgiu um sorriso no lugar. O que está acontecendo comigo?
A Brunna está mexendo comigo de uma forma que eu nunca senti antes, como uma pessoa sem falar nada pode me fazer mudar de ideia, eu não quero ser a Michelle com ela, eu não sou como a Michelle e ela não merece a Michelle , e durante esse ano vou fazer ela ser feliz pelo menos uma vez na vida, farei algo que Michelle nunca fez.
Depois do trabalho passei em uma cafeteria e comprei algumas coisas que Brunna gosta, assim que cheguei em casa encontrei Patrícia no sofá assistindo TV, evitei olhar pro seu rosto porque estou me sentindo culpada, quem deveria apanhar era a Michelle por ter dito tantas asneiras.
- Não quer olhar pra minha cara? - Patrícia falou assim que coloquei as sacolas em cima da mesa - não quer ver a merda que você fez?
- Patrícia, eu sinto muito - ela estava olhando pra mim, era a primeira vez que eu havia visto seu rosto assim, ela tinha um olho roxo e a boca com alguns pontos, eu estava com muita raiva e acabei com o rosto dela - Eu posso ajudar em alguma coisa?
- Não, você não pode, quero que você vá pro inferno!
- Ei - Brunna apareceu - mas o que é isso? brigando outra vez?
- Ela quem começou - disse Patrícia - eu estava quieta aqui quando ela começou a falar.
- Não foi isso não Brunna.
- Foi sim, ela voltou a me xingar, estou até com medo dela me bater outra vez - Brunna veio até mim e me deu dois fortes tapas no ombro, aquilo doeu, o mulher pra ter uma mão pesada.
- Aí Brunna!
- É pra doer mesmo, você nunca mais vai encostar um dedo na Patrícia, você tá me ouvindo? - ela segurou as minhas bochechas e apertou forte - escutou?
- Sim, escutei - ela soltou.
- Eu acho bom!
- Brunna, eu trouxe pra você - apontei pras sacolas - espero que goste? - ela olhou o que tinha na sacola e soltou um gritinho.
- Donuts! - sorriu encantadora - é de chocolate, eu amo!
.- Fico feliz que...- antes de terminar de falar ela se jogou nos meus braços e me beijou intensamente.
- Fiquei feliz, eu estou feliz!
Autora On: Eu hein, povo bipolar do cão.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro