Shinobu:

Acordei com a claridade passando pela janela. Abri os olhos, com um pouco de dificuldade, e me espreguiçei, ainda deitada. Eu estava no quarto do Tomioka-san?

Foi neste momento em que eu lembrei da noite passada.

"Ah, é verdade, eu dormi aqui ontem..." Pensava. 

Eu estava sozinha no quarto. O Tomioka-san parecia já ter levantado da cama.

Ainda meio sonolenta, me levantei, indo em direção a porta do quarto, e a abri, sem fazer barulho, pra ver se o Tapioka estava do lado de fora. Saí do quarto, já pensando no meu plano para atormentá-lo hoje.

"Hmmmm... já sei!" A grande idéia surgiu.

Fui caminhando bem devagar, até a cozinha, que era onde o Tapioka estava, e pulei nas costas dele. Ele levou um susto dos grandes.

S: Hahahaha, bom dia Tomioka-san!
T: Ai, que susto, Shinobu! Já acorda assim, é? Não teve graça!
S: Teve sim! Para de ser chato.
T: Tá, ok, ok, agora dá pra sair de cima de mim, por favor? Preciso fazer o café da manhã.
S: Aff, ok...

Revirei os olhos e saí de cima dele. Perguntei se ele queria ajuda para fazer o café da manhã, entretanto, ele disse que não, e falou pra eu não atrapalhá-lo também.

"Mas ele vai sim aceitar minha ajuda!" Meu plano maligno estava prestes a entrar em ação.

S: Ah é? Não vai mesmo aceitar minha ajuda? Por favoooooor! Você nunca quer ajuda de ninguém...
T: Não precisa! Eu disse que tá de boa. Eu posso fazer sozinho.
S: Você não pode fazer tudo sozinho pro resto da vida né. Vai logo, me deixa ajudaaaaar!
T: Shinobu, como você é chata. Ok, vem logo, antes que eu desista.

Já que era sábado, nós não nos preocupamos com o horário, então demoramos um tempinho até terminarmos de fazer, e comer nosso café da manhã.

Quebra de tempo:

T: Ei, Shinobu... o que você quer fazer? Bom, nós estamos livres, porque não tem dever de casa nem nada, então... eu tava pensando se...
S: "Tava pensando se"?
T: Você quer sair comigo hoje?

"Ele tá me convidando pra sair! Isso não pode estar acontecendo... eu tô sonhando? "

S: Sim! Claro! Óbviamente eu quero! Pra onde nós vamos?
T: Bom... eu também não sei. A gente decide no caminho.
S: Ok então.

Fui até o banheiro para trocar de roupa (coloquei o mesmo vestido que estava ontem, porque era a única roupa que eu tinha), e então nós já estávamos prontos. Saímos do apartamento do Tomioka-san, quase 11 da manhã, sem ao menos saber para onde iríamos.

~

Um tempo se passou desde que haviamos saído. Nós estávamos andando, até que eu vi uma sorveteria. E como eu não sou besta, eu fui apurrinhar o Tapioka pra  comprar um pra mim, né.

T: Não.
S: Vai Tomioka-san! Nunca te pedi nada. É só um sorvetinho.
T: Não.
S: Ah, por favorzinho! Você não quer me deixar com vontade, né?
T: Você é muito chata, sabia? Ok, eu vou comprar.
S: Ebaaaaaa! Valeu, Tapioka!

Entramos na sorveteria. Ela era bem fofinha por dentro.

(Tô sem criatividade pra descrever a sorveteria, imaginem vcs aí kkkkk)

Ao chegarmos, pedimos nossos sabores favoritos de sorvete, eu, pedi de chocolate, óbviamente, e o Tapioka, pediu de menta.

Nós fomos comendo, e andando pelas ruas, em busca de algo interessante. Mas... nós não achamos absolutamente NADA. Porém, eu e ele ficamos conversando o caminho todo, e isso foi legal, porque o Tapioka não é muito de falar sobre as coisas que ele gosta. Até que ele me fez uma pergunta meio estranha.

T: Ei, Shinobu... posso te perguntar uma coisa?
S: Claro! O que foi?
T: Então... eu queria saber... porque, dentre todas as pessoas que você conhece, você resolveu gostar justamente de mim? Sei que não faz o menor sentido essa pergunta, mas... ninguém em sã consciência gostaria de alguém como eu. Eu sei que sou tão chato, idiota e ant-

Eu o interrompi.

S: Ei, cala a boca! Você não é nada disso! Eu gosto de você, por quem você é. Não importa o que os outros digam, você é incrível Tomioka-san. Mesmo que as vezes eu me irrite contigo, ou o contrário. Eu te amo, sabia? E eu tenho absoluta certeza disso. Então, não fale essas coisas depressivas, ok?

Ele pareceu meio surpreso com a minha resposta. Eu nunca diria algo assim para alguém que eu não gostasse de verdade, e ele sabia disso.

T: Não esperava uma resposta dessas... já estava pronto pra ouvir que tudo isso era uma brincadeira de mal gosto comigo, mas... fico feliz em saber. Obrigado, Shinobu.
S: Tá agradecendo porque?

Ele simplesmente ignorou minha pergunta, e deu um pequeno sorrisinho. O sorriso tímido dele é tão fofo.

Decidi que voltaria pra minha casa, pois eu teria de dar notícias para a Kanao, né... e eu não queria incomodar o Tomioka ficando no apartamento dele novamente. Então, ele me acompanhou até em casa.

S: Obrigada por me acompanhar Tomioka-san.
T: De nada Shinobu. Bom, agora eu tenho que ir. Te vejo na segunda?
S: Sim, com certeza. Então... tchau.

Eu saí andando em direção a porta. Mas me arrependi, e voltei correndo, pra simplesmente dar um selinho no Tomioka-san antes de entrar. Percebi que ele ficou meio corado depois disso.

S: Agora sim, tchau, Tomioka san! Até segunda.

Continua...