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#5「💌」

˚₊· ͟͟͞͞➳ Em que Bose e Mika acabam presos em um morro de Swellview e são forçados a interagir depois de se afastarem enquanto cresciam.

Sinceramente? Mika devia ter adivinhado o que aconteceria e pensado mais rápido. Agora ela estava presa num estúpido morro na divisa de Swellview e a única coisa que lhe restava a fazer era esperar.
Esperar.
E esperar mais.
O que era profundamente irritante, agonizante e deixava a Macklin com a terrível sensação de impotência.

Eles estavam em missão, perseguindo um vilão em fuga, quando Volt foi atingida. O estômago da ShotOut se revirava de todas as formas mais desconfortáveis ao lembrar do sangue manchando o uniforme da amiga enquanto ela caía com a dor dilacerando sua perna.
Ia ser difícil olhar para o uniforme vermelho de Chapa depois disso.
Na hora, Miles e Ray enlouqueceram, enquanto Mika e Bose se encolheram de medo e preocupação, eles eram claramente os mais sensíveis do grupo, e ver a amiga deles, sempre forte e durona, torcendo o rosto de dor era apavorante.
Ela se lembra de hesitar, os olhos arregalados de horror, enquanto a bile subia até sua garganta. Foi o grito tardio do Brainstorm que a acordou, ele estava um pouco longe quando a Silva foi acertada, e tinha ficado tão apavorado quanto Mika estava.
Ela não pensou muito bem no que fazer naquela hora, simplesmente mandou que Awol se teletranportasse até um hospital com a garota machucada. Tinha sido a coisa certa a fazer, claro, a saúde de Chapa vinha em primeiro lugar, mas a ShotOut não pensou que o Capitão Man sairia perseguindo o responsável pelo desastre no Mancóptero sem ela e o Brainstorm.

Ela devia ter adivinhado que ele agiria pela raiva e mandado ao menos Bose correr atrás dele, mas sequer vira o momento que o herói partiu, pelo menos não até que o veículo já estivesse em pleno ar.
Também podia ter dito a Miles para teletransportar na Caverna Man e pedido a Schwoz que cuidasse de sua amiga, como era o procedimento padrão para eles, para evitar que suas identidades precisassem ser reveladas, mas agora já era tarde. Só esperava que a equipe médica cuidasse do ferimento sem que Volt precisasse se destransformar e que ela ficasse bem.
Embora o ferimento não fosse muito grave, a Macklin ainda suspirou preocupada.

Por fim, queria que houvesse um jeito de tirar ela e Bose dali em segurança. Tinham tentado contato com Schwoz, mas o sinal onde estavam era muito fraco e quando eles finalmente conseguiram fazer uma ligação, o cientista entendeu tudo errado. E estava fora de cogitação tentar atravessar a cidade sem dinheiro ou ao menos um GPS decente, duas coisas que eles não tinham.
Ou seja, o que restou aos dois foi esperar.

— Posso me destransformar?

Brainstorm estava cansado e preocupado.
Além disso, era estranho agir como se Mika estivesse no comando, mesmo que achasse que ela estava. Só havia os dois naquele lugar deserto e, tecnicamente, nenhuma missão. Era esquisito receber ordens quando a Danger force não estava completa.
Mesmo assim, ele não iria questionar as decisões que sua amiga o desse, ela era com certeza a mais sensata e responsável dos dois. Se tinha alguém que os manteria vivos e saudáveis, esse alguém era Mika Macklin.

— É melhor não, podemos precisar usar os poderes e só temos mais um chiclete.— Ela caminhou até onde o adolescente estava, ao pé de uma árvore enorme, e se sentou ao lado dele.

Bose ponderou a resposta, decidindo que fazia sentido, e os dois voltaram a ficar em silêncio.

Nenhum sabia o que falar.

Eles tinham se abraçado rapidamente –a Macklin murmurando que Chapa ficaria bem para acalmá-lo– mas mal tinham conversado após isso, embora Bose tivesse querido segurá-la por um pouco mais de tempo que conseguiu, não queria parecer frágil. Ele não estava, sinceramente, sabia que a Elena ficaria bem, embora a ferida tenha sido feia. Foi o pensamento de que não se lembrava da última vez que tinha abraçado Mika que o fez hesitar antes de deixá-la livre.

Infelizmente, eles perderam muito contato desde que a série que assistiam juntos havia acabado e não acharam nenhuma para substituí-la. Era um motivo estúpido para se afastar de alguém, com certeza, o que talvez tenha o influenciado na época.
Talvez ele tenha pensado que eles não iam se distanciar completamente, talvez ele tenha relaxado demais quando devia chamá-la para sair ou algo assim, e por isso a amizade que haviam construído agora estava quebrada. Não adiantava remoer essas coisas atrás de um motivo, afinal, Mika também havia começado vários clubes de leitura, física e artes, o que tomava severamente muito tempo livre dela.
E a enchia de novos amigos.
Bose ficava feliz por ela, de verdade, mas também se sentia um pouco... traído?

Bem, seja o que tiver sido, ele sentia falta dela. Muita falta.

— Que livro estão lendo no seu clube?— Perguntou, na tentativa de quebrar o gelo.

A garota levantou a cabeça, o olhando surpresa por um segundo, como se o fato dele saber sobre suas atividades fora da equipe fossem inusitadas.
Mika realmente achava que ele era tão alheio ao que ela fazia?

— Oh, hã... Sherlock Holmes. Um estudo em vermelho.— Ela começou a brincar com o cadarço da bota de seu uniforme sem encontrar seus olhos.— Vamos ler a série inteira esse mês.

— Legal.— Respondeu gentilmente, tentando pensar em um comentário melhor.— E o que você está achando do livro até agora?

Mika o encarou por alguns segundos, como se estivesse tentando entender algo implícito em seu rosto ou suas palavras. Talvez ela achasse que ele só queria puxar assunto para não ficarem em silêncio, talvez ela achasse que ele queria apenas se distrair do que aconteceu com Chapa... De qualquer forma, ele sustentou seu olhar com firmeza, e aquilo pareceu ser o bastante para ela dar o braço a torcer e continuar falando.

Quando tinha se tornado tão difícil manter uma conversa com ela?

— B-bom...— Ela desviou os olhos e limpou a garganta, chateada por ter gaguejado. Por quê diabos a expressão que ele estava fazendo a deixou nervosa?— Não estou muito acostumada com o estilo de escrita do autor, mas não é nada requintado como Jane Austen... É mais uma narrativa elegante... Eu não li muito ainda, na verdade, mas parece ser bom.

Ele assentiu.

— Você sempre usa palavras bonitas.— Ela percebeu que ele escrevia "requintado" na areia com um graveto.

A ShotOut riu, uma espécie de orgulho por si própria fluindo dentro dela.

— É porque você não conhece o Chris!— Exclamou alegre.— Ele usa palavras tipo "agnóstico" e "beneplácito" tão casualmente que deixa qualquer um impressionado.

Bose parou de riscar no chão.
Não sabia o que responder.

Chris.

Realmente, Bose não conhecia nenhum Chris.
E dado que ele falava palavras que o O'Brien não tinha ideia do significado, talvez nem quisesse conhecer.
Entretanto, Mika parecia gostar dele... E isso já era motivo suficiente para deixá-lo... intrigado.

Quer dizer, ela podia gostar de quem quisesse, mas o jeito como ela contou sobre o tal Chris o deixou curioso.
E, por algum motivo desconhecido, irritado.

Ele queria poder perguntar a Chapa sobre isso, ela com certeza teria alguma resposta, e se não tinha, provavelmente iria atrás de uma. Talvez até soubesse quem era esse garoto das palavras complicadas...

Com um suspiro baixo, Brainstorm desejou que ela já estivesse bem agora.

— Hum... E como vocês se conheceram?

A pergunta surgiu meio de repente, mas ele não viu nenhum grande problema em fazê-la, era somente com intuito de matar sua curiosidade. Se esse Chris estava na vida de sua amiga, ele, como amigo, deveria saber quem ele é, certo?

— Ah, você já deve ter visto.— Ela deu de ombros.— Ele trabalha naquela sorveteria que vamos de vez em quando.

— Espera, Chris... Ele é o Christopher dos milk-shakes?!

Ela confirmou e Bose sentiu a sensação estranha de que seu estômago estava despencando.
E agora tudo estava claro.
É óbvio que Mika gostava do cara, quem não gostaria de alguém tão bonito quanto o Michael Jordan?! Ele não queria dizer que a ShotOut era superficial nem nada, até porque o tal de Chris também era inteligente, estava no clube de leitura dela e fazia milk-shakes mais do que fantásticos. Era totalmente compreensível que ela gostasse dele. O que não era compreensível, no entanto, era o monstrinho do sarcasmo que mordia o cérebro do enteado do prefeito.

"Então o Chris sabe fazer milk-shakes? Ótimo! Mas, ei!, nem todo mundo gosta de misturar sorvetes sem ter pedido especificamente por isso, cara!"

... Quem ele estava querendo enganar? A menta que o Jordan jovem acrescentou no seu pedido tradicional de morango e chocolate tinha deixado todos os sabores ainda mais gostosos e ele nem cobrou a mais por isso.

— É por isso que Miles te provoca sempre que vamos pra lá.— Afirmou, as memórias se encaixando. Ele meio que não queria dizer isso em voz alta, mas saiu. Será que Chapa sabia disso? E se sabia, porque nunca lhe dissera nada?
Deus! Ele tomou milk-shake tranquilamente semana passada! Era por isso que Mika sempre ficava por último então? Ela ficava conversando e Bose nunca havia reparado?

É, talvez ela tenha tido motivos para ficar surpresa quando ele citou o clube mais cedo. Se não sabia disso até hoje, o que mais andou perdendo?

— Miles só quer me chatear.— Ela parecia constrangida.— Chris não gosta de mim desse jeito.

Ele franziu as sobrancelhas, notando a falta de um "E nem eu dele" na frase.

— Como você sabe que não?— O O'brien recomeçou a rabiscar no chão enquanto falava sem a encarar. Não podia acreditar que Chris tivesse dado um fora nela. Quem ele achava que era? Claro que a perspectiva dele saindo com Mika também não era muito agradável, mas ainda assim...— Você é inteligente, gentil, doce, muito, muito bonita e mais um milhão de outras coisas. Qualquer um poderia se apaixonar por você. 

Era verdade.
Ela tinha um sorriso estonteante e olhos calorosos que faziam qualquer um se sentir bem no mundo. Seu coração era afável e sua aparência angelical o fazia derreter como sorvete no sol. Sinceramente, Bose não sabia como alguém não podia se apaixonar por ela.

Ele não sabia como não percebeu mais cedo que ele mesmo estava.

— Obrigada— Mika agradeceu timidamente, sua frequência cardíaca estando muito mais rápida do que o normal. Em estado de negação, a garota atribuiu ao fato de que eles não eram mais tão próximos, e saber que ele a achava uma pessoa com tantas qualidades a deixava feliz.

Tinha que ser isso. Ela tinha que acreditar nisso para não se deixar levar de novo.

Não sabia porque a opinião dele acabava mexendo tanto com ela, mas isso acontecia desde o início da amizade deles. Pensava ser porque queria que os dois fossem amigos, e queria que ele a achasse uma boa pessoa, mas... Era realmente só isso?

Não. Chega. Era por esse caminho que ela tinha ido antes, e não ia voltar nele. Além disso... Eles se afastaram antes dela descobrir.

Tinha vezes que isso realmente a aborrecia, quando ela o via chegar na companhia de Chapa depois dos dois fazerem maratona de alguma saga de filmes. Ela ficava com inveja, imaginava que poderia ser ela ali, mas isso era tão mesquinho e deplorável que a Macklin forçava esse tipo de pensamento para fora de seu cérebro tão rápido quanto chegavam.
Afinal, que direito de reclamar ela tinha?
Também poderia ter o chamado para ir ao cinema, mas nunca o fez. Seria hipócrita da sua parte ficar brava com Bose porque ele saiu com alguém que realmente teve coragem de convidá-lo... Não era culpa dele que ela ficasse enchendo a cabeça de minhocas, imaginando o que ele encararia de um pedido assim vindo dela.

Idiota.
Ela e quem tiver inventado as expressões "deixe acontecer naturalmente" e "o que tiver que ser, será".
Na vida você precisa agir. Mika sempre acreditou nisso, e justo na única vez que ela achou que podia estar errada, a coisa se provou como a vez em que ela mais devia ter feito alguma coisa.

Ela tinha deixado a coisa acontecer naturalmente e vejam só! Agora eles tinham essa lacuna horrível na amizade deles, como um abismo que antes era só uma pequena rachadura entre eles. Tudo porque nenhum tinha cruzado a linha, pulado a rachadura, para ficarem do lado um do outro.

— Acha que ainda vamos ficar muito tempo aqui?— A voz dele a tirou de seus devaneios.

— Não sei, depende de quanto tempo Miles vai ficar com Chapa no hospital.— Opinou, grata pela distração que aquilo dava a seus pensamentos.— Schwoz não pode vir nos buscar aqui sem o helicóptero e quem sabe quando Ray vai voltar...

O garoto suspirou.

— Quer brincar de forca? Eu não conheço tantas palavras quanto o seu Chris deve conhecer, mas jogo com o Schwoz de vez em quando, então tenho experiência.

Mika franziu as sobrancelhas para o jeito que o O'Brien pronunciou o nome de Chris, como se tentasse esconder uma nota de ressentimento ou sarcasmo. Ela balançou levemente a cabeça em negação, talvez porque eles estavam em uma altitude mais elevada há muito tempo, o ar rarefeito estivesse fazendo-a imaginar coisas. Entretanto...
"Seu Chris"?
Se a Macklin estivesse com um pouco menos de oxigênio no cérebro, o acusaria de estar ciúmes.

— Uh... tudo bem.— Concordou, ainda um pouco imaginativa. Ela catou um graveto e olhou para o garoto ao seu lado enquanto ele limpava seus desenhos anteriores na terra e desenhava seu pequeno jogo.

Bose estava muito mais alto do que quando eles se conheceram e a diferença de centímetros entre eles era cada vez maior, mas se ela se aproximasse, ainda conseguiria pôr sua cabeça no ombro dele.

Como antigamente, pensou com um suspiro.

Ele não parecia tão diferente de antes, ainda tinha cabelos lisos e muito provavelmente macios (ela não tinha escovado as mechas com os dedos muitas vezes, sempre parecia perigosamente perto demais, mas a sensação dos fios deslizando tinha ficado grudada em suas memórias para sempre.), ainda tinha a covinha fofa e as maçãs do rosto altas, ainda era lindo de tirar o fôlego, e se tinha mudado em algo, era em ter ficado mais bonito.
Só de olhá-lo agora, o ar (que já não era muito) ia embora de seus pulmões.

Ela balançou a cabeça novamente para colocar o juízo de volta em seu cérebro e desanuviar seus pensamentos.

— Posso começar?

— Claro.— Ele deu de ombros.— Só pega leve com as palavras difíceis, senhorita, lembra com quem está jogando.

Mika estreitou os olhos para seu sorriso suavemente irônico.

— Pode deixar.— Respondeu, talvez soando cética. Com essa confusão do que pareciam muito serem provocações, ela nem se importou em parecer ríspida. A cacheada olhou para o chão por um momento, decidindo que palavra escolher, até que uma ideia surgiu. Uma que parecia má, mas a adolescente não quis ouvir seu lado racional e desenhou oito riscos seguidos.— Que letra?

— Hum, palavra meio grande, né? Letra A?

Ela desenhou a pequena cabeça do boneco e Bose resmungou frustrado.

— Droga... Letra E?

Mika preencheu a quinta letra.

— Certo... I.— Ele a viu colocar a vogal na segunda casa.

— I — — E — — —

— E agora?

— Hã...— Schwoz o ensinara algumas dicas, mas até agora, nenhuma se encaixava. Ele estava por conta da sorte e não gostava disso, porque queria vencer, queria provar pra ela que também conhecia palavras. E nem sabia porquê. — Letra N?

O "N" foi posto após o "E", o que foi um grande golpe de sorte, mas que ainda o deixava estranhamente orgulhoso.
O orgulho acabou lhe custando um tronco e um braço. Ele acertou mais um "O" e um "U", porém não sem ficar apenas com mais uma perna faltando antes de seu destino cruel.

— I U — E N — O.

— IU-EN-Ô...— Pronunciou em voz alta, como Schwoz lhe indicou. Segundo ele, o som das letras poderiam lhe ajudar a lembrar de alguma palavra.

Ele pronunciou novamente, afastando a frustração crescente em seu cérebro, deixando os sons se encaixarem em sua mente...

E então saltou com a descoberta.

— CIUMENTO! É CIUMENTO, CERTO?— Ela assentiu. E depois sorriu com pretensão, o que, por sua vez, fez Bose parar de comemorar.— Espera! O que isso quer dizer?

— Hum?— Ela fez a expressão de anjo que usava quando queria se safar de algo. Ele conhecia aquele rostinho, tinha sido convencido de ser o responsável por trazer a pipoca nos seus dias de maratonas daquele mesmo jeito.—Só estamos jogando.

— Certo...— Ele voltou a se sentar, o rosto meio ruborizado.

Ele não estava com ciúme!
Mika podia gostar de Chris. Podia até namorar ele, não importava. Eles se afastaram e ele ficou a observando de longe, a ShoutOut tinha uma vida, vários clubes e amigos novos. Amigos bonitos que eram próximos dela e sabiam palavras difíceis.
Ele não se importava! Não quando ela claramente não sentia sua falta.
Não quando ela era presunçosa o suficiente para zombar dele e seus sentimentos estúpidos.

Com a raiva fervendo, o garoto pegou seu graveto e riscou onze vezes no chão. Depois, a olhou com a sobrancelha erguida.

— Sua letra.

A ira borbulhou dele para ela quando, minutos mais tarde, Mika descobriu que a palavra era "pretensiosa".

— Pretensiosa: quem tem presunção, vaidade ou aquela que deseja ser bem mais do que é realmente.— Ela citou o significado como se tivesse acabado de decorar de um dicionário.— Os pretensiosos nunca entendem a rejeição... Você quer me dizer alguma coisa?

Eles se encararam, os olhos soltando faíscas precipitadas.

— Só estamos jogando.— Bose repetiu as palavras da garota, como se a desafiasse a contradizê-lo.

— Estávamos!— Corrigiu.— Acabamos aqui.

— Ótimo!

— Ótimo!

Ele estava bravo. Nem entendia direito porquê, mas a mágoa escorria por dentro dele. Queria dizer a ela que odiava que eles haviam se afastado, odiava o Christopher dos milk-shakes e das palavras difíceis mesmo sem nem conhecê-lo, odiava o quanto ela sorriu quando falou dele e odiava que parecia que ela não sentia sua falta. Queria dizer que não gostava de odiar tudo isso, e que só queria ter ela de volta, mas nenhuma dessas coisas saiu.
Ele só conseguiu olhar para o castanho flamejante que o queimava vivo naquele momento, desejando que ela pudesse entender tudo que ele queria sem precisar de nenhuma palavra, ou de nenhum jogo imbecil.

Mika se virou quando seus olhos começaram a lacrimejar e sentou-se quase de costas pra ele.

Pretensiosa.

A palavra ficou martelando em sua cabeça, sendo trazida em ondas seguidas uma da outra. Ela tinha sido pretensiosa? Era coisa de sua cabeça que ele parecesse tão chateado ao falar de Chris?
Outra enxurrada, dessa vez trazendo raiva.
Ele não precisava ser tão insensível. Ela não estava se gabando por achar que ele estava com ciúme nem nada! Que tipo de idiota faz algo assim?!
A onda seguinte trouxe remorso.
Ela devia ter mantido o que achava para si. Fazia sabe-se lá quanto tempo desde que eles tinham tido uma conversa real... E justo quando isso ia acontecer, ela teve que ser... Pretensiosa.
Bose tinha sido um idiota, mas ele ainda estava certo.

Abraçando os joelhos, Mika respirou fundo e tentou se acalmar porque não podia sair dali. Seu peito doía e o frio estava começando a soprar o vento mais forte porque o sol estava começando a se pôr, mas ela tentou não pensar na presença que havia acabado de se mover para se sentar ao seu lado novamente.
Bose rabiscou algo em que ela não se ateve a olhar, focando no horizonte a sua frente calada.
Ele tocou em sua bota com o galho, chamando atenção para o pedido de desculpas que tinha escrito na terra.
Com seu próprio graveto em mãos e ainda sem coragem de olhá-lo, ela pediu desculpas de volta.

— Tudo bem.— Respondeu Bose, antes de ficar tudo em silêncio novamente, exceto apenas pelo som do vento nas folhas das árvores.

Mika imaginou que era sua vez de dizer algo, ela queria dizer, mas não sabia o quê. O que faria se uma situação assim tivesse acontecido enquanto eles ainda eram próximos? Era bobagem tentar imaginar porque não conseguia vê-los brigando antigamente.
Como eles tinham chegado aqui? De desconhecidos para amigos e de amigos para quase desconhecidos de novo...

— Não devia ter te provocado no jogo.— Murmurou por fim.

— Não! Eu...— Bose foi distraído pela proximidade da mão dela e e possibilidade de segurá-la, mas não conseguia se mover, não com a confissão que saltou de sua boca.—Você estava certa, de qualquer forma.

— E-eu estava?— Questionou assustada.

O adolescente umedeceu os lábios, sentindo vontade de se encolher.

— É... meio que sim?

Mika engoliu o nervosismo crescente nela, cruzando as pernas e estalando os dedos.
— Meio?

— Você estava certa.— Confirmou o O'Brien, subitamente corajoso. Ele se levantou num pulo e começou a caminhar como um palestrante de universidade inquieto.— Eu-eu sinto sua falta! Muito. Não sei o que aconteceu entre a gente, não sei porque não tentei consertar. Sei que devia ter tentado, mas... Você parecia tão bem sem mim e isso meio que me machucou? Eu não quero que você seja infeliz!— Corrigiu-se, ansioso.— Nem quero que você só seja feliz se eu estiver por perto, é que... Meio que pareceu que eu não tinha importância pra você? Isso soa bem idiota, eu sei. Sinto muito, Mika.

Ele parou, de repente diante dela, ajoelhado a sua frente com uma expressão de culpa e dor no rosto.

— Sinto muito por não lutar pela gente... Seja lá o que isso signifique.

As borboletas fizeram uma bagunça no estômago da Macklin quando ele a olhou profundamente.

— Eu estava com ciúmes.— Confessou por fim.—E sei que nem tenho o direito de sentir ciúmes de você, por isso eu fiquei tão bravo naquela hora. Eu só... Queria estar no lugar de Chris, eu acho.

Ele desviou o olhar, o que tirou Mika do transe de suas palavras e a fez piscar algumas vezes para livrar-se do choque.

— No lugar de Chris?— Indagou confusa.

— Sendo mais específico, do seu lado.— Esclareceu, desabando sentado no lugar onde estava, como se todas as suas declarações tivessem drenado sua energia.

Ela pôs a mão em seu joelho com um aperto suave, como se precisasse ter certeza que ele estava ali. Que tinha dito tudo aquilo a ela.

— Bose. É claro que eu senti sua falta! Você não sabe o quanto eu...— Ela ofegou, inundada pela culpa por fazê-lo se sentir tão ignorado.— Eu não tinha ideia de que você... Bose, você sempre foi importante pra mim. Não era atoa que eu te chamava de "querido", sabia? Eu sinto muito... Por tudo.

— Tudo bem, Mi.— Ele sorriu afetuosamente, pondo sua mão sobre a dela que permanecia em seu joelho.— Nós dois erramos, não foi?

Ela encarou as mãos deles por um segundo perdido. Foi a vez dela se levantar subitamente.

— Bose, você sabe que Chris e eu somos apenas amigos, não sabe?— O tom honesto dela coloriu suas bochechas de vermelho vivo e ele também se levantou.— Eu não o vejo dessa forma.

— Não?— Atordoado com a mudança de cenários, ele se sentiu idiota perguntando, mas precisava ouvir de novo para garantir que não tinha entendido errado.

— Não.— Afirmou seriamente.

Ainda não convencido, ele inclinou a cabeça com dúvida.

— Por quê não? Eu pensei que vocês-

Todo seu corpo estremeceu quando Mika ficou na ponta dos pés, segurou o rosto dele e o beijou.
Ela não sabia o que estava fazendo, nem se era uma boa ideia, considerando tudo que haviam dito essa tarde. Ela podia estar cometendo um erro enorme e burro, mas sinceramente, ela não se importava. Para ser justa, ela nem sequer conseguia pensar direito depois que Bose segurou sua cintura e a beijou de volta.
Seu coração parecia a ponto de pular do peito, todos os seus ossos pareciam estar virando geléia lentamente e tudo que ela podia fazer era segurar-se nele e torcer para isso não dar errado no futuro.

A brisa fria arrepiou sua pele, mas Bose não se importava, por dentro ele estava perfeitamente aquecido. Ofegante e surpreso, ele olhou para o garota em seus braços, um leve sorriso curvando seus lábios provavelmente manchados do brilho prateado que ela usava.

— Desculpe, eu não sabia se podia fazer isso.— Ela mordeu a parte interna da bochecha nervosamente, enquanto ele caminhava de costas e a puxava até a árvore onde eles estavam inicialmente.

Bose apoiou as costas no tronco de madeira, sem confiar mais em suas capacidades de se manter de pé. Mika tinha lhe beijado uma única vez e ele sentia que ia derreter a qualquer minuto.

— Pode fazer de novo, se quiser.— Ele deixou um beijo no topo de sua cabeça, trazendo-a para mais perto e abraçando novamente sua cintura.

A Macklin sentiu o rubor cobrir até a ponta de suas orelhas e riu, mas mesmo assim o beijou novamente.

— Não deveríamos ter tido vários encontros antes de tudo isso aqui?— Como sempre era a voz da razão, ela tinha que apontar o que a maioria das pessoas considerava estragar o clima, mas o O'Brien não se incomodou em parar de salpicar beijos sobre seu seu rosto antes de lhe responder.

— Nós não estamos seguindo a ordem normal das coisas de qualquer forma.— Ele deu de ombros, parando para ler seu rosto, provavelmente notando sua insegurança no processo.— Vamos ter vários encontros... E vamos fazer isso dar certo. Mas eu não quero perder mais nenhum segundo com você.

Ela olhou dentro de seus olhos e se concentrou em suas palavras. Mika podia sentir o coração acelerado dele pela mão que estava sobre seu uniforme azul. Batia tão forte quanto o dela.
Eles iam fazer dar certo, ele disse, e ela acreditou.

Esperava ser o suficiente...

E foi.

[🍬]

oie!
gente, perdão pelos resumos do começo, a intenção era situar vcs já que nem sempre eu sigo o que é CÂNON... mas, fala sério, fica bem capenga kkkkkkkkkkkkkkk não sei resumir ideias😆

enfim, espero que tenham gostado!

see you!😘

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