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AMEAÇANDO UM VIGILANTE
EVELLYN ESTAVA tendo um aniversário de merda.
Ela havia acordado, ido na padaria comer algo, depois foi à um bar qualquer e bebeu das dez da manhã até as oito da noite.
Depois disso, ela foi seguida e ameaçada por cinco homens, o que ocasionou nela chutando os trazeiros deles e conhecendo o vigilante mascarado de Hell's Kitchen, além disso tudo, naquele mesmo dia, fazia sete meses que ela havia saído dos Vingadores e abandonado a única família que ela tinha.
E ainda por cima era o dia do aniversário dela, ou seja, poderia se concluir após todos os acontecimentos daquele dia, que ela estava tendo um aniversário de merda.
Quando ela chegou em seu apartamento, no último andar de um prédio residencial bastante normal, já era quase onze da noite.
Ela adentrou o apartamento, tirando as botas e suspirando enquanto entrava no quarto, pegava um pijama e ia tomar um banho.
Seu pijama se tratava de um short preto curto feito de um material confortável e uma blusa azul enorme, blusa essa que uma vez havia pertencido à Steve Rogers e ela havia pegado, mais como roubado, para si, porque se sentia segura usando as roupas do Capitão.
Provavelmente foi uma péssima ideia usar aquela blusa naquele dia.
Não ajudaria em nada com o elefante na sala que ela queria tanto ignorar e esquecer. Os sete meses de sua partida.
Suspirando e já de banho tomado, ela se jogou no sofá da sala, um cupcake com uma velhinha vermelha no centro, em mãos.
O relógio na mesa de centro marcava cinco pras onze da noite.
Evellyn suspirou uma outra vez e acendeu a vela com o isqueiro que estava na mesa de centro também.
A luz da vela iluminou a sala escura tornando tudo ainda mais deprimente.
ㅡ Faça um pedido Eve. ㅡ ela sussurrou para si mesma.
Ela pensou por um momento, se decidindo sobre o que pedir.
Segundos depois ela soprou a vela, a escuridão enchendo a sala uma outra vez.
Evellyn tirou a vela do cupcake e o comeu.
O relógio marcava onze horas quando o celular de Evellyn tocou.
A Stewart franziu o cenho ao ver um número sem identificação.
Ela atendeu mesmo assim.
Uma versão metálica de "Parabéns pra Você" começou a tocar do outro lado da linha a surpreendendo.
ㅡ Como anda o cuidado dos cabelos brancos, Eve? ㅡ uma voz conhecida disse do outro lado da linha quando a música se extinguiu.
Em outra época ela teria feito uma piada, zombado de volta, dizendo algo como:"Não sei, como vai, idoso?"
Mas não naquele dia.
ㅡ Tony? ㅡ um sussurro frágil, um pequeno momento onde a máscara dela caiu.
ㅡ Primeiro e único. ㅡ o homem respondeu com um ar de superioridade e divertimento.
Como ela sentia saudade dele.
Tony Stark.
Seu amigo mais próximo junto há Clint e Steve.
Tony, que a acordava com Back in Black todos os dias.
Tony, o cupido que ela nunca realmente pediu.
Tony, o homem que teria morrido se estivesse naquele prédio no lugar de Steve.
ㅡ Pensei ter sido clara Tony, disse pra não me procurar. ㅡ a razão voltou para ela. A vontade de o proteger de si mesma.
Ela quase podia sentir o homem ao outro lado da linha revirando os olhos.
ㅡ O que eu acho que você quer dizer é:"desculpe por sumir do mapa deixando apenas uma mensagem de voz pra você, Tony". ㅡ ele afinou a voz. ㅡ Claro que eu desculpo você Eve, querida.
Evellyn suspirou.
ㅡ Tony, você não deveria me ligar.
ㅡ ela disse tentando enfiar a razão dentro da cabeça daquele homem teimoso.
ㅡ Normalmente eu faço muitas coisas que não deveria. ㅡ ele zombou e ela suspirou outra vez.
ㅡ Estou falando sério Tony.
ㅡ Eu também. ㅡ ela podia sentir ele revirando os olhos. ㅡ Olha, é seu aniversário e por mais difícil de acreditar, existem pessoas que se importam com as outras. E no meu caso, eu me importo com você Sra. Eu tenho um complexo de culpa que não me deixa ser feliz.
Evellyn suspirou pela terceira vez.
ㅡ Eu estraguei as coisas Tony. Eu. Então tenho que arcar com as consequências dos meus atos. ㅡ ela explicou.
ㅡ Deus, como você e o idoso da América são parecidos. ㅡ Tony disse com um pouco de descrença.
A linha ficou em silêncio por um momento.
ㅡ Eve? ㅡ Tony chamou preocupado.
ㅡ Como... como ele está? ㅡ ela perguntou com um fio de voz. Foi a vez de Tony suspirar.
ㅡ Ele tem me dado muita dor de cabeça, Eve. ㅡ Tony reclamou. ㅡ Ele liga toda semana pra me perguntar se eu tenho notícias suas, me pediu pra te rastrear e quando não está em missão ele está procurando por você.
Evellyn ficou em silêncio, de repente a camisa azul não era mais tão confortável.
ㅡ Assim como você, ele também se culpa pelo que aconteceu naquele dia.ㅡ Tony voltou a dizer. ㅡ Ele sente sua falta, Eve. Todos nós sentimos.
Evellyn suspirou pela quarta vez naquela curta chamada.
ㅡ Eu não vou voltar, Tony. ㅡ ela foi franca.
Ela não poderia colocar mais ninguém que ela amava em risco. Nunca mais.
ㅡ Não foi sua culpa, Eve. ㅡ o homem disse em um tom de voz gentil.
Evellyn respirou fundo.
ㅡ Obrigada pelo feliz aniversário e pela conversa, mas não me ligue novamente Tony, não sem um motivo bastante plausível. ㅡ ela respondeu vestindo sua máscara de indiferença.
ㅡ Sentir sua falta não é um motivo plausível o suficiente? ㅡ ele rebateu.
ㅡ Adeus, Tony. ㅡ ela encerrou a chamada antes que ele pudesse argumentar contra isso.
Ela também desligou o celular. Decidida a comprar um chip novo e outro celular na manhã seguinte.
Evellyn respirou fundo.
Seus dedos passando pelo tecido da camisa azul.
Por mais difícil de acreditar, a camisa ainda tinha o cheiro dele.
Steve.
Evellyn se lembrava da risada dele quando ela contava uma piada que não era lá tão engraçada, mas que o Capitão fazia questão de rir sempre.
Ela se lembrava nas noites que eles passaram acordados conversando sobre tudo e nada enquanto se deitavam no terraço e olhavam para o céu acima deles.
Ela também se lembrava do olhar dele quando ela derrubou o prédio encima dele. A surpresa. A confusão. O medo.
O mesmo olhar de muitas das pessoas que ela matou.
Evellyn se lembrava de cada rosto. De cada vida que ela tirou, de cada pessoa que ela torturou.
Tantas vidas. Tantos inocentes.
Ela os torturou e os matou. E naquela época acreditou que estava fazendo o certo.
Ela estava sendo usada. Sendo feita de arma.
Porque isso era o que ela sempre foi, dês de que conseguia se lembrar.
Uma arma.
Foi tolice dela acreditar que poderia ter um final feliz.
Não existia finais felizes para o tipo dela.
Steve Rogers era um herói. Sempre foi. E ela, que se dizia amiga dele, quase o matou.
"Ninguém nunca vai se aproximar projeto vinte, porque você destrói tudo que toca. "
As palavras do homem do jaleco branco voltaram à mente dela.
Deus, como ela o odiava.
Ela o mataria se algum dia o visse. E se mataria antes de permitir que ele pudesse colocar suas garras nela novamente.
As lágrimas rolaram, uma após a outra.
Evellyn estendeu a mão para o porta retrato no centro da mesinha.
Ele estava caído com a foto para baixo.
A Stewart pegou o porta retrato.
Na foto, uma Evellyn Stewart mais feliz olhava para ela, com um sorriso enorme. Tony estava ao lado esquerdo dela, Steve ao lado direito, Natasha sorria levemente ao lado de Tony e Clint fazia chifrinhos na cabeça de Evellyn.
Evellyn chorou ainda mais, pressionando a foto contra o peito.
Ela sentia tanto a falta deles. Mas não podia voltar. Ela acabaria os machucando, mais cedo ou mais tarde.
Ela se levantou e pegou a garrafa de bebida próxima da porta. Evellyn bebeu um gole, o porta retrato ainda em sua mão direita.
A sacada do apartamento de Evellyn estava aberta.
A Stewart caminhou até lá, descalça, bebendo sua bebida enquanto segurava uma foto de um tempo que nunca voltaria mais. Um tempo mais feliz.
Ela observou a cidade, o prédio tinha seis andares, se ela caísse, a queda daquela altura não seria capaz de a matar, por conta de sua resistência.
Mas se fosse um prédio mais alto...
Evellyn suspirou e bebeu outro gole.
Ela olhou para a foto. Sua melancolia e dor aos poucos sendo substituídos por raiva.
Ela jogou o porta retrato no chão e pisou encima, o vidro contra o chão e Evellyn pressionando o pé contra a moldura.
Depois disso ela bebeu outro gole da bebida, whisky, e se sentou no beiral da sacada, um deslize e ela caíria para a dor certa.
ㅡ A maioria das pessoas escolhe lugares mais altos para pular se planejam se matar. ㅡ uma voz murmurou ao lado.
Evellyn suspirou, não se surpreendendo, ela o sentiu chegando, mas naquele momento não se importou.
O vigilante.
ㅡ Talvez eu realmente pule se você não sumir logo daqui. ㅡ ela disse e bebeu outro gole de whisky direto da garrafa.
O vigilante se aproximou, se encostando na beirada da sacada.
ㅡ Por que quer cometer suicídio? ㅡ o vigilante perguntou claramente curioso.
Evellyn suspirou e bebeu seu whisky.
ㅡ Por que não é. ㅡ ela murmurou.
ㅡ Não é o que? ㅡ o vigilante perguntou confuso.
ㅡ Não é da sua conta, idiota. ㅡ ela zombou dele e deu um risinho, pensando por um momento que aquilo era o tipo de coisa que Tony falaria.
O vigilância pareceu ser pego de surpresa pela zombaria dela. Mas ele acabou dando uma risada baixa e bastante atraente.
ㅡ Do meu ponto de vista, depois do que eu vi você fazer com aqueles homens no beco, acho que seria um desperdício se você morresse. ㅡ ele comentou.
Evellyn bebeu ainda mais, ela já estava na metade da garrafa.
ㅡ Ainda bem que eu não perguntei sobre o seu ponto de vista. ㅡ ela rebateu e o vigilante suspirou.
ㅡ Você poderia ajudar muita gente. ㅡ ele rebateu. ㅡ Além disso, tenho certeza que existem pessoas lá fora que se importam com você.
Aquele foi o ponto de ruptura de Evellyn.
Ela pulou da sacada até ele de forma rápida.
Ela quebrou a garrafa em suas mãos contra o beiral da sacada e apontou o que restou dela para o vigilante.
ㅡ Olha aqui homenzinho mascarado, eu tentei ajudar as pessoas, spoiler, não deu certo. E eu não preciso da porra de um desconhecido me dizendo o que eu tenho ou não que fazer com a minha vida. Se eu quiser pular dessa merda de prédio ou da ponte, não é da sua maldita conta.
ㅡ ela disse, raiva em todo o seu ser.
ㅡ E se você por algum motivo, vender a localização do meu apartamento ou contar por aí sobre o meu rosto, saiba que eu vou atrás de você. E vou te matar. E juro por tudo, que farei isso lentamente. Eu tenho muita experiência na área de torturar pessoas.
Ela se afastou do vigilante e jogou os resquícios da garrafa no chão.
Ela se abaixou e pegou o porta retrato do chão, o sacudiu levemente e pegou a foto, ela a trouxe junto ao peito.
ㅡ Feliz aniversário, esquentadinha. ㅡ o vigilante murmurou e partiu, pulando de um prédio para outro até ficar fora de vista.
Evellyn levantou uma sobrancelha surpresa, ela havia falado mais cedo sobre seu aniversário e aparentemente o vigilante se lembrou desse fato.
Mas o que raios foi aquele apelido, ela não sabia, mas odiou profundamente.
Suspirando, Evellyn entrou para dentro e se jogou no sofá.
Logo, ela estava dormindo agarrada à foto das pessoas mais importantes para ela, e sentindo o cheiro da camisa azul de Steve Rogers.
I. Oiiee pessoas. Depois de séculos eu finalmente atualizei essa história. O que acharam do capítulo? Gostaram?
II. Tony apareceu nesse capítulo, amo a amizade dele com a Eve. E caso estejam se perguntando por que a Nat e o Clint não entraram em contato, a resposta é bastante simples, eles respeitam a decisão da Eve de se afastar, eles sempre vão estar lá por ela, mas ela tem que querer a presença deles.
III. Steve tendo um milhão de surtos enquanto procura pela Evellyn kkkkk. Amo demais.
IV. Matt seguiu a Eve e agora sabe onde ela mora. Ele também deu um apelido bem condizente pra ela. Amo demais um casal que ainda não é casal.
V. Por hoje é só, mas nos vemos em breve.
Byee♡.
21.01.2023
Duda.
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