22. Você faz parte da família
Continuação da one 20.
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- Esse está lindo!
Charlotte abriu um pequeno sorriso ao ver o macaquinho estilo marinheiro que Siren segurava, a Hart mais velha estava tão animada que a jovem não teve como recusar o pequeno guarda-roupa que ganhava para o bebê naquela tarde. Siren ofegou alto, praticamente correndo em direção à seção de luvinhas, Charlotte permaneceu no lugar, segurando a barra de um carrinho e sem saber o que fazer.
Henry deveria estar em aula, havia conseguindo transferência para uma faculdade mais próxima da dela com o intuito de não perder um segundo longe do filho. Charlotte insistiu para que ele não mudasse toda a sua vida por eles, porém não podia negar que ter Henry ao seu lado diminuía parte de suas inseguranças. Olhou ao redor da loja, somente poucas pessoas passeavam pelos corredores ao analisarem felizes os inúmeros objetos em miniatura.
Uma risada incrédula saiu de seus lábios quando viu Siren tentar arrancar um casaquinho vermelho das mãos de outra mulher, elas sussurravam algo entre si enquanto seus rostos se avermelhavam a medida que se aproximavam irritadas. Deixou o carrinho parcialmente cheio e caminhou em direção à elas, um meio círculo já se formava ao redor das duas e quando chegou a uns metros de distância já conseguia distinguir as vozes raivosas.
- Eu já disse que vi ele primeiro.
- Mas foi eu que peguei primeiro!
- Essa não é a regra. - a mulher de cabelos castanhos e nariz empinado puxou mais forte o tecido em sua direção, o que fez Siren tombar levemente para frente, mas ela logo recobrou o equilíbrio. - Solta agora!
- Você vai ter que tirar das minhas mãos mortas!
Charlotte sentiu seu peito borbulhar pela risada que prendia, parece que a veia dramática de Henry tinha vindo também por parte de Siren. A Hart não soltava o tecido por nada, a outra mulher também não parecia que iria largar o casaquinho tão cedo.
- Esse casaco é pro meu neto! Eu procurei em todas as lojas algo pra ele e não vou desistir agora!
Siren avançou as mãos alguns centímetros a mais no tecido e afirmou impaciente:
- Eu peguei primeiro e não vou deixar o meu netinho sem esse casaco!
- É pra minha filha!
- Pra minha também! - e com esse último grito, puxou o tecido com mais força fazendo com que a outra mulher gritasse frustrada quando se viu perder o casaco. - Isso! Isso! Isso! Ganhamos, Charlotte!
Gritava animada, pulando pela loja em direção à ela, Charlotte riu alto quando foi abraçada pela Hart. Os clientes que acompanhavam tudo se afastaram rindo enquanto a mulher de cabelos castanhos saiu pisando duro para longe delas.
- Olha que coisinha mais linda.
Segurou o pequeno casaquinho de tricô em vermelho morango, ele era tão pequeno e os botãozinhos que imitavam madeira o deixavam ainda mais adorável. Piscou os olhos para tentar impedir as lágrimas, sua mão direita acariciando naturalmente a barriga já proeminente. Siren apertou seu pulso de maneira carinhosa, em seus olhos podia ser lida a preocupação.
- O que houve, Charlotte?
Fungou, limpando algumas lágrimas teimosas enquanto se virava para encontrar o carrinho, Siren acompanhou seus passos.
- Não é nada. Hum, é só que. - parou, apertando o tecido macio entre seus dedos. - Você me chamou de filha enquanto discutia com aquela mulher.
Em questão de segundos sentiu os braços da Hart a rodearem, a prendendo em um abraço caloroso mais que bem-vindo.
- E eu não menti. - garantiu, afastando-se um pouco com os olhos úmidos. - Você faz parte da família, Charlotte, sempre lhe disse isso. Eu vi você crescer, acompanhei muitos passos importantes da sua vida e não a vejo de outra maneira, você é sim uma filha pra mim.
- Ah, nossa. - respirou fundo, sentindo seus olhos arderem e seu nariz pinicar. - Eu não queria chorar hoje. - declarou, com a voz embargada e um nó na garganta.
Siren riu a abraçando novamente. Estavam tão absortas na outra que nem notaram a presença de Henry, ele parou à frente delas e as encarou confuso quando as viu chorando, mas com sorrisos enormes nos rostos.
- O que houve?
Se separaram rindo e então Charlotte correu para abraçar Henry pela cintura, ele passou um braço sobre seus ombros ainda sem entender o que estava acontecendo.
- Nada não. - respondeu simples, levantando o rosto para trocar um rápido beijo com ele. - Agora vamos comer, por favor, parece que tem um buraco negro dentro do meu estômago.
- Vai ser assim até você ter essa criança. E depois que ela nascer vai sumir com toda a sua comida. - Siren avisou, cutucando o filho na cintura quando passou por ele.
- Ei!
- Só estou dizendo a verdade, meu amor. - assegurou, apertando a bochecha de Henry antes de empurrar o carrinho em direção ao caixa. - Encontro vocês depois.
- Então, vai me dizer por que estava chorando?
Charlotte riu da curiosidade dele e o puxou pela mão para fora da loja. A tarde de compras havia se mostrado mais surpreendente do que havia esperado.
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Um pequeno porque estava com saudade deles. Beijos e se cuidem, meus amores!
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