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21. Confie em mim

Charlotte praguejava baixo, seus saltos afundando no gramado enlameado enquanto tentava se afastar o mais rápido possível da mansão onde ocorria a festa. Segurava as laterais de seu longo vestido sentindo uma raiva descomunal de sua tia, se ela não tivesse colocado na cabeça de sua mãe que Charlotte precisava se casar urgentemente, ela estaria naquele momento trancada na biblioteca de seu padrinho lendo pela centésima vez um de seus livros favoritos. Parou, soltando um bufo indignado e nada elegante, ela havia acabado de completar vinte e três anos! Casamento era o último ponto em uma lista que nem sabia se deveria considerar ou não.

Olhou ao redor procurando por um abrigo, uma estufa reluzia a luz da tarde alguns metros à frente, poderia passar o resto da festa escondida ali e deixaria para sua tia Carmen se preocupar sozinha com as desculpas que daria por seu sumisso. Apressou o passo para chegar o mais rápido possível, tropeçando algumas vezes por conta do saltos; no meio do caminho parou irritada, se abaixando e retirando os saltos infernais que só aumentaram sua raiva desde que havia saído de casa. Charlotte detestava usar saltos, sempre preferiu qualquer outro tipo de calçado, melhor ainda, a sensação de ter seus pés tocando o solo era a melhor que podia experimentar.

A sensação da grama molhada e fria contra sua pele a fez suspirar aliviada, correu em direção à estufa se sentindo mais leve a cada passo que dava. Quando chegou ao local, abriu a porta de vidro e a fechou atrás de si, a luz que atravessava a estrutura dava um ar mágico ao local. Inúmeras espécies de plantas compartilhavam um espaço que não era muito grande, mas que no momento trazia uma paz imensa a Page. Caminhou tranquilamente pelo espaço, árvores frutíferas e flores de cores vivas a faziam suspirar deleitada por sua visão. No meio da estufa se encontrava uma grande fonte de pedra onde a água jorrava ininterrupta, ao redor da fonte foi construído alguns degraus, sentou-se em um dos mais baixos, o tecido claro e esvoaçante do vestido cobrindo suas pernas.

Passou a mão pelo tecido laranja claro, até que sua tia tinha uma boa noção de moda e não a permitiu ir com o vestido bege cor-de-morte que sua mãe havia separado. Torceu a boca, detestava ter que seguir ordens quando já deveria estar podendo tomar suas próprias decisões, porém ser a filha única de uma das maiores herdeiras no ramo tecnológico tinha suas limitações. Por mais que o nome de sua mãe fosse reconhecido em todos os lugares que ia, poucos sabiam que suas economias estavam a um passo de deixá-las na falência, tudo graças a um investimento de seu tio/primo de sua mãe, que a convenceu a investir em um negócio falido.

Então, em um dia totalmente normal que se transformou em um desastre épico, sua tia Carmen apareceu com a brilhante ideia de casarem Charlotte com alguém de posses, onde elas estavam? No século XIX?! E para piorar sua mãe concordou que talvez fosse a única saída para salvar o nome dos Page, o que a trouxe até ali, em uma festa de "apresentação" para herdeiros e aristocratas. Detestava como o nome e a linhagem ainda importavam tanto para os britânicos, séculos já haviam se passado desde que o casamento era feito para salvar reputações ou mantê-las e ali estava ela, à procura de um noivo com "posses".

Escutou passos apressados adentrarem a estufa, levantou o olhar para encontrar um homem jovem que parecia estar angustiado, ele passava as duas mãos por entre os fios lisos de seu cabelo, bagunçando uma formalidade que em nada combinava com ele. Abriu um pequeno sorriso ao reconhecê-lo, Henry Hart se destacava onde quer que pisasse, nunca chegou a conversar com ele, porém sua fama visivelmente não era em vão. Lindo e irresistível. Mordeu o lábio inferior enquanto o analisava sem pudor, ele não era musculoso e nem parecia ser atlético, mas tinha algo que sempre captava sua atenção.

- Com licença?

Piscou rapidamente quando escutou a voz rouca, levantou o olhar para encontrá-lo a encarando desconfortável, quis rir da situação em que foi pega. Henry arranhou um pouco a garganta, dando um passo em sua direção e depois olhando por cima do ombro.

- Está fugindo de quem?

- Hum?

Soltou confuso como se parte dele ainda não estivesse inteiramente ali, Charlotte quis revirar os olhos e repetiu a pergunta de maneira mais incisiva.

- Está fugindo de quem?

- Você é sempre assim tão direta? - devolveu um pouco impaciente e intrigado.

A Page deu de ombros, o vendo desviar o olhar de seu rosto para seu colo, sorriu presunçosa, sabia que era bonita, mas ver Henry Hart tentar disfarçar que a olhava era animador para dizer o mínimo. Ora, ela não estava a procura de um casamento, mas quem disse que uma garota não tem o direito de se divertir?

- Então, de quem você está fugindo?

Apertou os lábios para não rir ao escutá-lo suspirar baixo, ela era imensamente curiosa e realmente queria saber quem poderia assustar Henry fucking Hart daquela forma. Quando ele chutou uma pedrinha invisível e se aproximou para sentar ao seu lado, soube que ganharia sua resposta.

- A melhor amiga da minha irmã está determinada a se casar comigo, então ela passou a festa inteira tentando me encurralar em algum canto. - fez uma careta desgostosa enquanto olhava para baixo. - As pessoas daqui ainda ligam muito para o que consideram ser adequado e dois jovens de sexos opostos sozinhos e sem companhia, o que é totalmente antiquado, é um prato cheio para fofocas.

- Todos ligam de mais para isso, até onde sei uma fofoca nunca matou alguém. - comentou despreocupada, ficando confusa quando escutou uma risada amarga sair do Hart.

- Até onde você sabe. - ele deu todo um novo significado aquela frase. - Conheço pessoas que foram despedidas por conta de fofocas sem fundamentos, mulheres que tiveram que procurar noivos desprezíveis com rendas enormes para poder sustentar sua família. Em uma sociedade como a nossa as fofocas podem acabar com vidas, Charlotte, e eu não pretendo ser a causa de problemas para a minha família.

Ficou calada, não sabia o que dizer já que ele tinha razão, o fato dela não ligar para quem deixava de fazer o que não significava que todos pensavam assim. Olhou para o outro lado, a visão do lado de fora embaçada por conta do vidro, perdida nas sensações que a luz provocava na estufa, demorou um pouco para perceber que ele a havia chamado pelo nome. Girou rapidamente para que ficasse de frente para ele, naquela posição estavam mais pertos e essa proximidade visivelmente assustou Henry.

- Como você sabe meu nome?

Ele estava... corando? Arqueou as sobrancelhas surpresa, um sorriso provocador apareceu em seu rosto, aumentando a medida que ele se afastava alguns centímetros. Charlotte se aproximava a cada centímetro que ele tentava se afastar, o constrangimento dele era o mais próximo de uma diversão que ela teve há horas, e para ser sincera estava amando saber o efeito que conseguia provocar em Henry Hart.

- Ora, Henry, não precisa ficar desse jeito. - afirmou, apertando levemente seu antebraço antes de se inclinar um pouco em sua direção. - Admito que fico contente em saber que o tão conhecido Henry Hart sabe o meu nome.

- Você... você.

Seu tom saiu como uma leve acusação, Charlotte piscou inocentemente e inclinou a cabeça ligeiramente para o lado. A imagem da inocência não convenceu o Hart, a mão que segurava seu braço foi coberta pela esquerda dele. Charlotte observou a mão de Henry acariciar a sua enquanto subia lentamente até envolver seu cotovelo, levantou o olhar para encontrar nos olhos dele algo que a fez perder o fôlego. Seu corpo vibrou em ansiedade, só bastava um deles dar o primeiro passo para que pudessem acabar com aquela tensão.

- Sabe. - começou, a voz suave enquanto cravava levemente as unhas em sua pele coberta, sentia que Henry só precisava ter certeza de que ela realmente o queria. - Estar em uma estufa ao pôr do sol com uma jovem extremamente atraente depois de fugir de uma festa chata, não é algo que acontece todos os dias.

A risada leve que ele soltou a surpreendeu, não esperava que fosse se sentir tão satisfeita só por tê-lo feito rir. Henry passou um braço por sua cintura e a puxou em uma velocidade impressionante para o seu colo. Charlotte riu um tanto incrédula quando sentiu os braços fortes ao redor de sua cintura e a respiração em seu pescoço.

- Charlotte Page, sabia que no instante em que você pisou naquele salão eu não consegui mais tirar os olhos de você?

Virou o rosto surpresa para ele, então abriu um pequeno sorriso e enlaçou os braços ao redor de seu pescoço, se movimentando levemente em seu colo para ficar melhor acomodada. A expressão no rosto de Henry ao senti-la a fez ter que prender uma risada.

- Então você por acaso me seguiu até aqui?

- Não, infelizmente a perseguição foi real. - seu rosto caiu em um exagerado desânimo. - Minha vida correu perigo desde o momento em que ela apareceu, mas agora acredito que possa ter encontrando uma salvadora?

- E o que eu ganho com isso, senhor Hart?

Henry abriu a boca para responder, seus olhos desviando momentaneamente de seu rosto ao ver seus pés descalços aparecendo por baixo da barra do vestido, então a encarou com um brilho de divertimento no olhar.

- Que tal um closet cheio de sapatos?

- Você fala como se eu não tivesse dinheiro. - revirou os olhos, mas logo parou, rindo de se mesma ao lembrar que estava quase na falência. - Na verdade eu talvez aceite já que provavelmente vou ter que encontrar um trabalho logo. Ser dona de um brechó de luxo ainda dá dinheiro?

- Por que você vai precisar de dinheiro? - indagou confuso.

- Não finja que não sabe, querido. - pediu, sem perder o bom humor quando o notou ficar sem jeito. - Tenho certeza de que nesse salão as fofocas não andaram e sim correram.

- Então é verdade?

- Que minha família está falindo ou que minha tia está praticamente me vendendo como uma égua reprodutora?

Gargalhou alto quando ele se engasgou, o rosto de Henry ficou extremamente vermelho enquanto tentava recuperar o ar. Charlotte deu leve batidinhas em seu ombro como se para consolá-lo e esperou que ele recobrasse o controle da respiração.

- Você... - parou, tossindo para recuperar ao voz que saiu fina. - Você não existe.

- Sou completamente real. - pegou a mão dele e levou ao seu rosto. - E não tenho paciência para rodeios e nem fofocas maldosas.

- Hum, por falar em fofocas. - franziu o cenho, olhando ao redor como se alguém pudesse pular de algum canto a qualquer instante. - Se souberem que estamos aqui juntos...

- Não se preocupe, ninguém sabe que estou aqui, qualquer coisa eu corro e me escondo caso venham lhe procurar.

Tentou acalmá-lo, porém, como se o destino estivesse contra eles, um grito alto e irritado pôde ser escutado do lado de fora.

- Henryyyyy Hart!

Henry engoliu em seco, os olhos arregalados de terror, Charlotte quis rir, mas ficou com pena da situação dele e tinha que admitir que estava gostando da forma como ele a apertou como se ela fosse protegê-lo.

- Deve chutar e dizer que é dela que está fugindo?

- Sim. - sua voz saiu fraca. - É a Paloma.

Charlotte torceu o nariz em desagrado, conhecia a jovem herdeira de outros eventos, ela sempre era extremamente mal educada com quem considerava inferior e andava com um nariz tão empinado que a impressionava ela não ter caído de cara no chão ainda. Um sorriso brilhante surgiu em seu rosto, saiu do colo de Henry e pegou seus saltos. Os gritos de Paloma podiam ser ouvidos cada vez mais próximos.

- Eu não gosto dessa expressão.

O Hart se levantou quando ela estendeu uma mão em sua direção, Charlotte revirou os olhos para o seu receio, o sorriso nunca deixando seu rosto.

- Vamos aparecer para ela, como ela está sozinha ninguém vai acreditar no que ela contar. - garantiu, enlaçando seu braço ao dele, os saltos balançando em sua outra mão. - Só vai ser uma pequena brincadeira e eu vou adorar ver a cara dela. - confessou animada, o vendo sorrir.

- Tudo bem, mas você promete que não vamos nos meter em confusão?

Apoiou o queixo em seu ombro, franzindo o nariz em uma careta e falando de maneira despreocupada.

- Você é muito assustado, não tem nada para dar errado. Confie em mim.

*****

P.s. estou lendo muito romance de época, tô precisando extravasar kkkkk

*** Desfecho em Just friends, Cap. 11

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