⋆ཻུ✧ THIRTY THREE་༘࿐
─ Ah, vamos, bebê, não chore.─ Disse Bokuto, dando tapinhas no meu ombro, pois sabia que eu acertaria um soco nele.
Solucei, tampando o rosto com as mãos e respirando fundo, eu precisava me aclamar, mas isso parecia impossível. Deus, eu queria tanto ter batido naquela garota. Bokuto fez bem em me tirar de cima dela, ele sabia muito bem que eu mal sei dar um tapa em alguém, um soco iria quebrar minha mão...
─ Cadê aquela garota? Vou jogar ela de uma ponte! Como ela ousa fazer a Yeji-san chorar!?─ Gritou Nishinoya. Aquilo me fez chorar mais, encolhendo os ombros.
Que ódio! Cadê minha tia quando eu mais preciso dela? Ela sim acabaria com aquela maldita mas tinha que tá ocupada beijando um maluco por gatos.
─ Ora, vamos! O show já acabou!─ Ouvi Daichi bater palmas, com certeza empurrando Tanaka e Nishinoya para a quadra enquanto gesticulava para que os outros fizessem o mesmo.
─ Mas a gente não pode!─ Gritou Hinata. Ergui a cabeça e o vi ao lado de Kageyama que balançou a cabeça, concordando com as palavras do garoto baixinho.─ Yeji tá chorando e Asuna sumiu!
O quê? Olhei para os lados e notei que Hinata estava certo. Asuna deve ter ido se esconder em algum lugar depois de tudo que aquela maldita vaca falou... Sugawara parecia preocupado e tava muito perto de começar argumentar com Daichi para ir atrás de Asuna quando o Capitão caminhou até meu lado, colocando um braço em meus ombros, começando a me puxar para caminhar na direção mais aleatória possível. Bokuto gritou alguma coisa mas se calou quando Akaashi retrucou.
─ Se acalme.─ Ele murmurou, os olhos fixos na nossa frente. Balancei a cabeça, respirando fundo enquanto limpava as lágrimas.─ Asuna não vai precisar do Suga ou dos amigos dela agora, ela vai precisar de você, Yeji.
Eu o olhei. Mais claros, os olhos dele ficavam mais claros quando falava naquele tom compreensivo. O garoto sorriu e pude ter a certeza que meu coração se aqueceu, acelerando.
─ Daichi...─ Murmurei, piscando os olhos.
─ Sim?─ Ele disse, inclinando levemente a cabeça para o lado enquanto se distanciava de mim.
Respirei fundo, encolhendo os ombros e balançando a cabeça para os lados.
─ Não é nada, boa sorte com os jogos.
O garoto franziu o cenho levemente, quase parecendo que estava decepcionado com algo mas logo sorriu novamente.
─ Traga Asuna para a quadra. Os corvos precisam um pouco de sorte.
Soltei uma risada e o empurrei.
─ Como é imbecil.
─ Falando nisso, fique longe da quadra, não precisamos de mais azar.─ Ele falou em um tom de brincadeira e eu o empurrei, começando a andar, olhando pros lados na procura da minha melhor amiga.
─ Eu posso ouvir o som de algo quebrando.─ Cantarolei, assim que avistei Asuna, ela me encantou, os olhos vermelhos de tanto chorar e os dedos entrelaçados no colo. Em silêncio, me movi, sentando ao seu lado, encostando minhas costas na parede.
─ Você se lembra disso?
Ela balançou a cabeça.
─ É aquela parte que jogamos do lixo de "Don't Call".─ Assenti, deixando que minha cabeça tombasse e encostasse em seu ombro.
Eu me lembro claramente daquele momento, era uma das letras mais pesadas que já escrevemos por conta do sentimento que carregava. A visão de um casal sobre um relacionamento desgastado. Foi Asuna que olhou em meus olhos, sorrindo como nunca quando disse: "Eu posso ouvir o som de algo quebrando, combina muito, não é? É como um coração quebrando".
J, a nossa produtora, achou genial mas quando tentamos adicionar aquela parte na música, percebemos que se colocarmos ela, teríamos que alterar a letra toda e a música já estava quase pronta, a melodia estava certa e o tom que cantaríamos também. No fim, ela foi para o lixo mas aquilo continuou na minha cabeça, e ela soou por minha mente quando Asuna disse que aquela maldita terminou com ela.
─ Achei essa parte muito boa. Acho que combinou muito com o que queríamos passar e lembra da cara da J?
Asuna riu, pareceu um som forçado e embargado demais. Suspirei, guiando uma mão até as delas, tocando os dedos com a ponta dos meus.
─ Mas, ela acabou nem entrando.─ Murmurou ela.
─ Na letra que você fez.─ Falei. Ela ergueu a cabeça, encarando meus olhos.─ Foi você que teve a ideia da canção, quem fez todos os arranjos e me ajudou a escrever a letra. Não sei se se lembra mas você escreveu toda sua parte de rap e cobrindo as notas que eu não conseguia alcançar.
─ Você fazia a mesma coisa comigo.
─ Claro que sim, Asuna! Somos melhores amigas, família. Eu sempre vou ajudar você e você vai fazer a mesma coisa comigo.─ A garota me encarou um pouco surpresa pelo forma que praticamente gritei com ela.─ Quando eu estava no fundo do poço, foi você que me puxou de volta, lembra? Foi você que tentou me alegrar todos os dias e me fazer sorrir quando tudo estava perdido.
Asuna ficou calada, mas seus olhos lacrimejaram. Sorri para ela.
─ Demorei para perceber isso mas, naquele dia, não foi Lucky ou Jinx. Fomos nós, quem subiu naquele palco e mostrou para todos o que aquela maldita empresa fazia com a gente foram Asuna e Yeji, quem fez tudo aquilo fomos nós. Lucky e Jinx eram covardes, nunca, jamais fariam isso. Elas são fracas e somos fortes. E sabe quem me fez perceber isso? Foi você, Asuna.
A garota soluçou, me abraçando com força. Apenas retribui um enlace com a mesma intensidade.
─ E quer saber alguma coisa?─ Perguntei. Asuna se afastou para fitar meus olhos.─ Aquela horrorosa se gaba tanto de ter uma música, então, vamos fazer uma música pro Suga e esfregar isso bem na cara dela!
A garota me fitou com um pouco de surpresa mas riu, me abraçando ainda mais.
─ Não sabia que você continuava compondo.─ Falou Asuna, prestando atenção no que eu focava em escrever, cantarolando um ritmo qualquer. Ela parou, prestando bem atenção no que eu fazia e balançou a cabeça em confirmação. Tá bom, parece que temos um ritmo.
─ Ah, eu tive uma explosão de criatividade.─ Murmurei, rabiscando o que provavelmente seria o refrão.
─ Foi quando escreveu a música do Hinata?─ Ela perguntou, pegando o caderno que eu estendia na direção dela. Asuna analisou a versão mais crua do que seria nossa letra e sorriu, só que ela não parou ali, começou a folhear e ler tudo que escrevi.─ É engraçado que é assim que nossos sonhos tornam realidade.
Ela parou, me olhando com o cenho franzido, logo abrindo um sorriso malicioso e erguendo uma sobrancelha.
─ Você escreveu isso para quem?
Dei um passo, arrancando o caderno pequeno, que escondi dentro do meu moletom de gato naquela manhã, das mãos dela.
─ Foi pro Tooru.─ Resmunguei a contra gosto. Asuna piscou os olhos, surpresa. Mas tive vontade de morrer quando quando ela abriu aquele sorriso malicioso.
─ Você fez uma música pro Oikawa?─ Só fiz uma careta para ela, lançando um olhar para a entrada do ginásio. Afinal, quando é que esses garotos iam sair dali?─ Isso é estranho, pensei que você e o Daichi...
Dei um tapa nela.
─ Nem ouse terminar essa frase.─ Chiei na direção dela.─ Ele é nosso fã, o primeiro que vimos que não largou a gente... Só queria mostrar que estava grata por isso.
Asuna me olhou por tempo demais, mas logo se aproximou de mim, abraçando meu pescoço com força mais uma vez.
─ É, eu te entendo.─ Ela murmurou, mas seus olhos não estavam em mim, eles estavam ocupados fitando o garoto de cabelos levemente cinzentos que agora corria na nossa direção com um sorriso enorme no rosto.
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