⋆ཻུ✧ THIRTEEN་༘࿐
─ Achei você.─ Foi o que falei quando encontrei Asuna. A garota piscou os olhos um pouco vermelhos, parecia surpresa quando simplesmente saltei para sua frente, estendendo a sacola de bolinhos na sua direção.─ Se distraiu denovo?
Asuna franziu o cenho, enfiando a mão dentro da sacola e puxando um bolinho de lá, não demorando muito para mordê-lo.
─ O quê?─ Balbuciou ela. Torci o nariz, agarrando seu pulso e a puxando para perto, enganchando seu braço no meu.
─ É por isso que demorou, não foi?─ Asuna balançou a cabeça, concordando. Mas, eu sabia que era mentira.
Pisquei os olhos, guiando minha atenção para longe. Era o fim da tarde, laranja e amarelo banhava boa parte da cidade enquanto a noite chegava lentamente. Os céus estavam bonitos e eu podia perceber isso muito bem, o que não aconteceria se estivéssemos em Tokyo, com toda aquela agitação constante e as luzes da cidade sempre impedindo que a gente realmente prestasse atenção nas estrelas que brilhavam acima de nós.
Às vezes, Bokuto me irritava o suficiente e me arrastava até o telhado do colégio junto de Akaashi para observar as estrelas. Certo que fazíamos tudo menos observar as estrelas, mas ainda era divertido fazer batalhas de dança com o garoto que tinha aparência que lembrava muito uma coruja. Sinceramente, tenho medo do que vai acontecer se alguém com más intenções pegar o celular de Akaashi, tem coisas ali que acabaria ainda mais com a minha carreira.
Sorri ao me lembrar das lembranças e empurrei Asuna com o quadril.
─ I can see you with nothin' on, feelin' on me before you bring that on.─ Cantarolei. Fazia muito tempo que eu não cantava, mas me senti feliz ao perceber que não desafinei nem um pouquinho. Asuna me olhou com mais surpresa do que confusão, ela sorriu ainda mais quando notou o que eu estava cantando.
─ Bring that on?!─ Ela riu.
─ You know what i mean.─ Pisquei um olho na sua direção e sorri ao senti-la me abraçar com força, retribui com a mesma intensidade.
Asuna estava precisando de um abraço. Apesar dela estar aguentando tudo, eu sabia que uma hora os comentários iriam sobrecarregá-la e que seria difícil, estava sendo dificil para mim, mas talvez estivesse sendo mil vezes mais dificil para Asuna.
─ Quero dançar.─ Murmurei para ela, escondendo meu rosto no vão de seu pescoço. A garota de cabelos rosas assentiu em confirmação mas não fez nenhum movimento para se afastar.
─ Dançar? Agora?─ Neguei com a cabeça.
─ Não, em casa.─ Ergui a cabeça para fitar o céu.─ Tia gosta de escutar Britney hoje. Acho que ela vai obrigar a gente dançar "Me against The Music".
Asuna me encarou e eu a encarei.
─ Eu vou ser a Madonna.─ A gente soltou em uníssono. Fiz uma careta ofendida.
─ Que saco, por que tenho que ser sempre a Britney?
Asuna sorriu, convencida. Torci o nariz quando ela apontou para meu peito.
─ Princesa do pop e ─ Ela apontou para si mesma.─ rainha do pop.
Eu a empurrei enquanto ela ria. Injustiça! É isso que aquilo tudo era! Uma grande injustiça é o que aquilo tudo era!
─ Você voltou mesmo!─ Exclamei, dando um tapa no ombro de Asahi, assim que o vi sentado na banca atrás de mim, como sempre.
O garoto sorriu de jeito tímido, mas então, piscou os olhos e franziu o cenho, me analisando. Culpada, encolhi os ombros e sorri, deslizando para me sentar em sua frente.
─ Então, você estava duvidando. Yeji, você realmente é bem cruel.
Mordi os lábios, prendendo uma risada que acabou escapando de qualquer maneira.
─ A culpa não é minha, se você é um grandão molenga, Asahi.─ Apontei um dedo acusadoramente na sua direção e eu o vi encolher os ombros. Sorri para ele.
É igual ao Bokuto, talvez um pouco menos surtado, mas ainda assim, é um molenga que muda só quando tá em quadra.
─ Bom, ─ Me virei, abrindo minha bolsa com rapidez, pegando meu caderno junto do papel que estava o texto que deveríamos traduzir. Já consegui uma boa parte, mas o que complicava era o meio e o final que tinha uns kanji difíceis que nem eu ou Asuna sabia muito bem o que significavam.─ você disse que ia me ajudar!
Asahi sorriu, não demorando muito para pegar o caderno das minhas mãos e analisar os kanjis ali, escrevi apenas aqueles que não estava conseguindo traduzir de jeito nenhum.
─ Você dá medo.─ Falei para Kageyama quando o encontrei na máquina perto do ginásio.
O garoto arregalou os olhos e em um gesto rápido, estendeu sua caixinha de leite na minha direção. Sorri para ele, ainda estava um pouco assustada. Talvez a culpa fosse dele por ficar com essa cara assustadora só pra apertar um botão.
─ Não deveria ficar com essa cara. Vai acabar assustando o povo do Nekoma.─ Empurrei a mão de Kageyama para seu peito e apertei um botão da máquina, esperando que aquela porcaria me desse meu leite logo.
─ Sim.─ Ele soltou, balançando a cabeça.
─ Mas se assustar eles é uma coisa boa, não é?─ Sorri, me inclinando para pegar meu leite, furando a caixinha com o canudo pequeno rapidamente.
─ Sim.─ De novo, ele balançou a cabeça com um pouco de intensidade, até demais. Soltei uma risada, dando tapinhas no ombro do garoto.
─ Boa sorte.─ Falei, dando-lhe as costas e começando a andar para minha sala em passos lento, chegando até ser arrastado por conta da preguiça que sempre dominava no intervalo.
Meu corpo doía um pouco por conta das coveladas e os pisões no pé que recebi durante uma performance nada convencional. Tenho certeza que a Madonna não rolaria no chão atropelando tudo ao sei redor enquanto cantava sua parte em Me Against The Music. Na verdade, acho que aquela velha faria isso, sim. Ela é a Madonna pode fazer tudo e um pouco mais.
Soltei um gritinho assustado quando esbarrei em alguém. Minha caixinha atingiu o piso quando a larguei para me agarrar nas roupas da pessoa só para não me esborrachar no chão. Olhos de tom café quente me fitaram quase que risonhos. Pisquei os olhos, e não me afastei de Daichi.
─ Acho que a gente devia parar de se encontrar assim.─ Ele disse, lentamente tirando as mãos da minha cintura e me observando enquanto eu tentava disfarçar o quão vermelha estava.
─ É, eu acho...─ Encolhi os ombros e lancei um olhar para minha caixinha, não demorei para pegá-la e jogá-la no lixo mais próximo. Daichi me acompanhou em silêncio.
─ Acho que tô te devendo uma caixinha.─ Ele falou. Piscando os olhos, pronta para dizer que não precisava mas...
─ Se me der uma caixa de chocalate, posso pensar em perdoar.─ Murmurei. O garoto sorriu, mesmo que seus olhos entregassem que estava surpreso com minha fala.
─ Está feito.─ Ele esticou a mão e eu não pensei duas vezes em colar sua palma na minha.
Sorrimos um para o outro. E eu continuei a sorrir, mesmo quando a gente se separou para cada um ir para sua sala. Continuei sorrindo quando me sentei na minha banca e vi Asahi me lançar um olhar suspeito no momento que raciocinou meu sorriso.
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