⋆ཻུ✧ SIXTY SEVEN་༘࿐
─ Você está apaixonada por alguém e está com medo desse sentimento então veio até mim, procurando por algum conselho.
Não consegui me impedir de encolher os ombros com as palavras cobertas de uma verdade crua e nua vindas de Kita que me atingiram com força. Ele conseguia ser sincero ao extremo e sem ao menos considerar isso como sinceridade.
─ Eu só não sei o que fazer.─ Sussurei, mordendo os lábios. Kita sorriu com leveza, pondo um braço nos meus ombros, me puxando para perto dele.
─ Você nunca sabe o que fazer, Yeji.─ Fechei os olhos, lançando levemente a cabeça fazendo-o soltar uma risada.─ Mas, fico feliz que confie em mim ainda.
Ergui a cabeça e fitei Kita. Amigos, era isso que éramos e sempre fomos, mas confundimos tudo. Os comentários dos nossos pais que ficaríamos bons juntos acabou nos fazendo confundir as coisas ao ponto de começarmos namorar. Foi uma época boa, até que a gente percebesse que sempre seríamos só amigos.
─ Nunca vou deixar de confiar em você, Kita. É o meu primeiro amigo e namorado, lembra?─ Nos olhamos por um momento e soltamos risadas.
Mas então, meus dedos se encontravam entrelaçados nos deles enquanto meus olhos se focavam nos seus olhos castanhos, meus lábios se movendo e confessando o que eu não conseguia dizer nem mesmo para Asuna.
─ Eu gosto de Daichi, mas e se eu estiver confundindo tudo do mesmo jeito que confundi tudo com você?─ Perguntei, piscando meus olhos.─ E se eu gostar dele como amigo e não como um namorado?
Kita suspirou, apertando meu ombro com carinho.
─ Você nunca vai saber disso se não tentar, Yeji. Não pode achar que só porque isso aconteceu uma vez que irá acontecer denovo, isso é auto sabotagem e tenho que você já enfrentou sabotagem o suficiente.
─ Mas...
O garoto acertou um peteleco no meu nariz me fazendo soltar um chiado.
─ Não atraía pensamentos ruins para algo que nem ao menos começou, Yeji. E não se impeça de ser feliz por uma confusão que nós dois fizéssemos.
Balancei levemente a cabeça deixando que ele me abraçasse mais uma vez, depositando um beijo nos meus fios escuros.
─ Eles me lembram os meus Koukai.─ Falei para meu pai, mordendo um pedaço do doce em minhas mãos. Ele me lançou um olhar curioso.─ São dois perturbados iguais a eles.
O mais velho não segurou a risada alta, concordando. Não fazia cinco minutos que todo o time do Inarizaki estava no ginásio e os gêmeos já brigaram umas cinco vezes me fizeram encolher os ombros e torcer o nariz ao me dar conta que Atsumu tinha uma mão pesada demais só pelo som do último tapa que deu em Osamu que não deixou de devolver com um chute no estômago.
Aqueles dois não brigavam nível Hinata ou Kageyama conseguiam ser mil vezes pior porque eles queriam mesmo descer porra um no outro, com certeza era coisa de irmão.
─ Eles são assim nos treinos mas são a melhor dupla que já encontrei.─ Meu pai mexeu levemente o óculos, abrindo um sorriso quando viu Kita soltar mais um de seus comentários dolorosamente
sinceros na direção de Atsumu, algo que fez o garoto se encolher quase que no mesmo instante. Também sorri com a cena.
Acho que todos os capitães, menos Bokuto, tinham essa habilidade de agir como os pais do seu time e lidar com os garotos mais novos como se não fossem nada além de crianças um pouco endiabradas demais que jogam vôlei com um entusiasmo demais.
Pisquei os olhos, vendo Atsumu realizar um levantamento em uma posição que não podia ser chamada de nada além de perfeita. Se um dia Kageyama se encontrar com Atsumu não quero nem pensar no apocalipse que isso desencadearia, afinal o garoto de cabelos loiros era pura malícia e deboche, o completo contrário de Tobio que só é um garoto sincero demais e que mal consegue notar comentários sarcásticos direcionados a ele, talvez fosse por isso que Tooru era infantil demais com Tobio, só assim para o garoto entender que estava sendo provocado.
─ Eles são bons.─ Murmurei, dando uma última mordida no doce.
─ Ainda tem muito o que aprender mas, são garotos ótimos, sim. Podemos chegar longe nesse Nacional por conta deles.─ Assenti em confirmação. Inferno, era isso que aconteceria se Karasuno acabasse jogando contra o Inarizaki no Nacional.
─ Isso não deveria ser impossível.─ Perguntei vendo Suna, um garoto de olhos levemente preguiçosos e afiados, cortar uma bola levantada por Atsumu. Foi quando meu pai tocou meu ombro e disse com uma sinceridade que me pareceu grande demais:
─ Querida, você vai aprender que, nesse mundo do vôlei, é comum conhecer pessoas que estão fazendo coisas impossíveis o tempo todo.─ Ele sorriu.─ E devo dizer que as melhores coisas que podem ocorrer em um jogo é quando essas pessoas que fazem o impossível se encontram.
Estava jogada no sofá do pequeno apartamento que meu pai morava enquanto estava em Hyogo. Novamente, rabiscando no meu caderno de composição, escutando o mais velho cantarolar algo na cozinha, algo que eu reconhecia ser das Wonder Girls. Franzi levemente o cenho ao sentir meu celular vibrar dentro do bolso da minha calça. Com cuidado, o retirei dali, esperando uma mensagem de Tooru ou de Asuna mas o que eu me deparei foi o que mais me surpreendeu ao ponto de derrubar meu celular no piso.
─ Quebre e você vai ficar sem celular por um ano, Yeji Akira Im.─ Encolhi os ombros com aquele tom de reclamação acompanhado por meu nome completo.
Eu odiava como meu pai fazia isso. Me inclinei na direção do chão, pegando meu celular e logo deixando que meus olhos vagassem pela mensagem que acabara de receber. Era de um número desconhecido mas eu sabia muito bem quem era, só pelo início da mensagem.
“Yeji, não quero atrapalhar sua viagem
mas é que, eu só... É difícil, muito difícil.
Eu não tenho ideia do que esteja rolando entre nós dois mas a única coisa que tenho certeza e sei é que não é normal.
Não é normal que me preocupe tanto assim com você e pense tanto em você, mesmo quando nem quero isso. Não é normal e eu sei que tudo isso é porque eu gosto de você, não como uma amiga ou algo assim
E, sim, sei que posso estar sendo covarde ao falar isso por mensagem e não na sua cara, mas é que... Minha coragem toda desaparece quando a vejo. Quando sorri e pisca seus olhos daquele jeito adorável que só você consegue fazer, perco meu rumo e é difícil achá-lo devolta então a oportunidade sempre foge por meus dedos
Mas a questão é... Estrelinha, sei o quanto tudo está sendo difícil pra você e entendo que um namorado ou algo do tipo seja a última coisa que precisa nesse momento. Então, só queria dizer que eu estou aqui. Estou aqui para ser o que você quiser que eu seja, mesmo que não passe de um idiota, como você mesma diz. Pelo menos, entenda que sou um idiota que gosta de você
Estarei esperando por você
então só volte rápido...”
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