⋆ཻུ✧ NINETY SEVEN་༘࿐
— Vocês foram incríveis.— Sorri para todos eles. Não havia lágrimas em meu rosto quando estiquei uma mão na direção dos rapazes e Nishinoya simplesmente se jogou em mim, soltei uma risada alta, retornando o enlace do líbero.
— Yeji-san, você que é incrível.— Gritou ele, assim que se afastou. Pisquei os olhos, momentaneamente surpresa com a fala dele mas um sorriso cresceu no meu rosto quando depositei uma mão no ombro do Yuu, antes de apertar suas bochechas com força.
— Não me faça chorar, Yuu Nishinoya.— Chiei.
— Solte ele, Yeji!— Falou um sorridente Daichi que se aproximou, retirando minhas mãos do rosto do garoto e entrelaçando nossos dedos enquanto se virava para todos os outros.— Vamos, temos que nos organizar.
Todos sem exceção, balançaram a cabeça e após uma troca rápida de roupas, todos estavam retornando para a pousada que estavam instalados, eu os acompanhei em silêncio pelos corredores, atravessando o mar de gente até chegar na saída, onde um som de uma bola atingindo o piso chamou minha atenção. Virei-me para trás com rapidez, piscando e fui atingida com uma verdade crua e nua.
Tão rápido quanto chegou, nossa primavera se esvaiu por entre nossos dedos, perdendo-se nas memórias do passado.
Um aperto em minha mão fez com que eu voltasse a olhar para frente, para aqueles olhos castanhos parecidos com café quente, o conforto que encontrei naquelas orbes fez com que um sorriso crescesse em meu rosto e em silêncio, Daichi pressionou seus lábios contra os meus em um beijo rápido, me puxando para perto.
Sorri, pensando que a primavera pode ter acabado mas nós dois estamos muito longe de acabar.
— Meu deus, Hinata, não é como se eu fosse morrer.— Falei para o garoto ruivo abraçado a mim, chorando ao ponto de molhar boa parte da minha blusa. Sorri, me inclinando levemente e depositando um beijo em sua testa.
— M-mas, Yeji-san, v-você...— Ele soluçou.
— Vou continuar morando em Miyagi.— Revelei, tocando em seu ombro, ainda sorrindo. Ele fungou e se separou, o rosto escondido na curva de seu braço.— Mas que bebê corvo dramático.
Hinata encolheu os ombros, começando a chorar ainda mais quando Asuna se aproximou, a garota também chorava quando abraçou o mais novo. Neguei com a cabeça, levando minhas mãos a cintura e lançando um olhar para Kageyama que estava ao meu lado, fitando o longe. Toquei seu braço, cutucando-o.
— E você? Não vai chorar também?— O garoto pareceu minimamente surpreso mas, então, virou-se para mim, os olhos estavam sérios.
— Não, eu sei que vamos continuar nos vendo, então, senpai, eu peço.— Recuei um passo, meu rosto tomado pela surpresa quando Kageyama se curvou diante de mim.— Continue nos observando!
Pisquei os olhos, sorrindo quando toquei em seus ombros fazendo-o erguer a cabeça e fitar meu rosto.
— Pode deixar!
— A gente se vê amanhã?— Perguntou Daichi, balancei a cabeça, confirmando. Meu namorado sorriu, se inclinando e depositando um beijo nas minhas bochechas levemente infladas por causa do bolinho que eu mastigava.
Retribui seu sorriso, apoiando meu queixo em seu ombro. Estávamos sentados em frente a lojinha do Ukai, era meio estranho o jeito que sempre acabámos sentados naquela calçada com bolinhos em nossas mãos, na verdade era ainda mais estranho pensar que foi ali que lentamente fui me apaixonando por Daichi e seus olhos castanhos.
— Será que vamos estar juntos daqui a oitenta anos?— Lentamente, o garoto virou o rosto na minha direção com um franzir de cenho, com certeza confuso pela pergunta repentina. Daichi analisou meu rosto por um bom tempo, antes de soltar uma risada, me empurrando de leve para o lado.
— Por que você tá pensando nisso?— Dei de ombros, mordendo um bolinho, me aproveitando do silêncio que mastigar a massa salgada criou. O atual ex-capitão da Karasuno suspirei, erguendo os olhos para o alto, fitando o céu azul com um sorriso mínimo surgindo em seus lábios.
— Acho que sim.— Ele soltou, novamente analisando meu rosto com aqueles olhos castanhos.—B-bom, pelo menos eu quero continuar com você até os oitenta.— Seu tom levemente nervoso fez com que eu risse. Peguei um bolinho da sacola do garoto e o ergui bem em frente aos lábios de Daichi que franziu o cenho.
— Então, eu prometo que vou estar com você, até mesmo quando for um velho catatônico.— Ele soltou uma risada, me dando uma cotovelada de leve.
— E eu prometo que vou ficar com você até não passar de uma velha ridiculamente rica.
— Já tá pensando em como vai me matar pra ficar com minha fortuna?— Pisquei os olhos, falsamente incrédula. Daichi deu de ombros, claramente fingindo uma feição inocente.
— O mundo é dos espertos, estrelinha. O que posso fazer?
Em silêncio, nos encaramos e então, soltamos uma risada.
— Como você é idiota, idiota!
Tooru segurou minha mão e me girou, acabamos soltando uma risada quando tropecei ao retornar a ficar em sua frente. Olhei para trás, onde Asuna e Iwaizumi juravam que conseguiam recriar a dança final de Dirty Dancing, que eles continuassem naquela por mais tempo, pois eu estava adorando ver eles tropeçando nos pés um do outro, quase caindo no chão no processo. Não fazia muito tempo que estávamos ali, dançando que nem quatro idiotas no parque após Asuna conseguir roubar uma garrafa de Whiskey nas coisas da minha tia e simplesmente nós ingerir todo o líquido em minutos.
—Eu consigo fazer melhor que você, Iwa-chan!— Exclamou Oikawa, as bochechas levemente rosada. Soltei uma risada vendo Iwaizumi fazer uma careta irritadiça para o garoto, parecendo muito perto de chutá-lo quando Tooru simplesmente me girou mais uma vez, percebendo o que ele tava tentando fazer, não deixei de soltar uma risada antes de cantarolar:
— Now i've had the time of my life.— Oikawa segurou minha cintura e eu girei, ficando de costas para ele, fitando o rosto emburrado de Iwaizumi e o sorriso de Asuna.— And i owe it all to you.
— Isso já é humilhação demais!— Falou minha melhor amiga, algo que me fez soltar uma risada.
— Podem dizer que eu sou perfeito!— Gritou Tooru, só pra receber um chute de Hajime que não me acertou por muito pouco.
Não demorou muito para eu estar deitada na grama, minha cabeça descansando no colo de Oikawa e Iwaizumi soltando risadas pro nada, preso a um jogo de Pedra-Papel-Tesoura com Asuna.
— Vocês vão embora, isso é tão injusto.— Falei, piscando os olhos, sentindo lágrimas escorrerem por minhas bochechas.— Vão embora e eu vou ficar no Japão, fazendo nada.
Asuna franziu o cenho, confusa e piscou os olhos.
— Mas, você não passou naquela faculdade incrível em Tokyo?
— Do adianta ir para uma faculdade incrível sem vocês por perto?— Choraminguei.
— Mas...— A garota continuou parecendo confusa e perdida. Meu Deus, só bebemos alguns goles de Whiskey e ela parecia ter fumado alguma droga. Soltei uma risada, mesmo que continuasse chorando que nem a idiota que eu era.
— A gente não vai se separar.— Falou Iwaizumi, parecendo muito sóbrio quando lançou um olhar para o horizonte e voltou a nos encarar.— Família nunca realmente está separada.
Um minuto de silêncio antes que Oikawa soluçasse, cobrindo o rosto choroso com as mãos enquanto Asuna simplesmente se jogou no Hajime, chorando abraçada ao seu pescoço. Funguei, me sentando na grama, tentando limpar as lágrimas que caíam em abundância.
— Droga, Iwa-chan! Você me fez chorar, seu babaca!— Exclamou Tooru, a voz trêmula.
— O que você disse, ShittyKawa?— Gritou Iwaizumi, irritadiço. O ex-levantador da Aoba Johsai continuou chorando como uma criança igual a mim e Asuna.
Sorri em meio as lágrimas, percebendo que, no final de tudo, eu era uma baita de uma sortuda por tê-los em minha vida.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro