⋆ཻུ✧ FIFTY SEVEN་༘࿐
─ Eu conheço você.─ Falei, amarrando os cadarços do meus sapatos com a maior rapidez que conseguia enquanto ouvia minha tia gritar na porta de casa, com certeza irritada com alguma coisa que eu não sabia bem o que.
─ E eu sei disso?─ Murmurou Asuna, um pouco confusa com minhas palavras. Espreitei os olhos na sua direção, vendo-a recuar um passo, meio assustada.─ O que foi, hein? O que é essa sua cara?
─ Nada.─ Dei de ombros.─ É, só isso mesmo.
Ela me olhou, um pouco desconfiada. Mas apenas sorri na direção dela, certo que Asuna recuou mais um passo.
─ Vamos?
Ela assentiu. E eu analisei seu rosto por um instante vendo-a ficar um pouco tensa demais. Tá legal...
─ Por que todo mundo parece estranho hoje?─ Perguntei para Asahi. O garoto de cabelos longos piscou os olhos e olhou ao redor com o cenho levemente franzido. Ele soltou uma risada quando viu Hinata levar uma bolada na cara quando tentava fazer uma recepção e talvez eu posso ter rido junto dele.
─ Pra mim, todo mundo parece bem normal.
─ Asahi, sinceramente...─ Pisquei os olhos, franzindo o cenho para ele.─ Onde aquilo é normal?─ Perguntei, apontando para Nishinoya e Tanaka que pareciam estar entrando em depressão no canto do ginásio.
E sabia muito bem que isso não tinha nenhuma relação com Shimizu, afinal ela não chegou a dar um fora neles ou ignorá-los completamente. E, isso se formos ignorar os olhares que Suga e Asuna estavam trocando direto como se ninguém tivesse notando, bom, talvez só pessoas que nem Hinata ou Kageyama, mas....
Espreitei os olhos na direção do garoto ruivo que saltitava, um pouco mais sorridente que o normal. Tão sorridente que até Kageyama estava estranhando e não parava de acertar socos nele, junto de chutes para ver se ele parava com aquilo.
─ É, acho que você tem razão.─ Murmurou Asahi.─ Algo está acontecendo...
Abri minha boca, pronta para mandar ele ficar de olho em mim caso Asuna fosse fazer alguma coisa contra mim quando ouvi alguém chamar meu nome.
─ O que você quer, ein?─ Gritei, colocando as mãos na minha cintura, olhando na direção do Treinador que parecia muito perto de pegar aqueles bolas no chão e jogar no meio da minha testa.
─ Vá ser útil e pega o casaco daquele idiota ali lá em cima.─ Ele apontou na direção de Ennoshita que pareceu surpreso com a ação do Ukai. Franzi o cenho, confusa.
Ah, isso só pode ser brincadeira...
─ Mas, isso não é trabalho da...─ Rapidamente fui interrompida por um grito.
─ Isso não importa! Vai lá, sua inútil!
Abri a boca, revoltada com ele. Ergui a mão, pronta para retrucar quando senti mãos agarrarem meus ombros, os empurrando levemente para a porta do ginásio.
─ Vamos, é só um casaco!─ Falou Asuna em um tom risonho. Girei o rosto para dizer algo para Asahi mas ela meteu mão no meu rosto, me jogando para fora do ginásio.─ Eu vou com você!
Eu não sei muito bem o que diabos Asuna estava fazendo mas, tenho certeza que vai ser alguma coisa que vai me fazer jogá-la por essas escadas e levar seu namorado junto. Lancei um olhar de canto para minha melhor amiga ficando cada vez mais tentada deixá-la cair pelos degraus conforme ela empurrava minhas costas para subir até o segundo andar mais rápido.
─ Asuna, eu conheço você.─ Falei, me virando, dando tapas em suas mãos para que ela parasse com aquela porcaria de ficar me empurrando, já estava começando a me irritar.
─ Você já me disse isso, lembra?─ Ela riu, dando de ombros.
─ Você disse me conhece também, então sabe que vou matar você se tiver fazendo o que tô pensando, não é?─ Asuna parou de rir quase que no mesmo instante, mas logo se recompôs, me lançando um sorriso tranquilo, claramente falso.
─ Só acho que tá muito nervosa hoje, o que foi?─ Ela se inclinou na minha direção.─ Finalmente, aceitou que tá apaixonada pelo Daichi?
Não pensei muito antes de empurrar um de seus ombros com força. A garota de cabelos turquesa se desequilibrou, mas se agarrou no corrimão para não acabar caindo. Ela me olhou, irritadiça. Mas ignorei ela. Começando a andar pelo corredor na direção do vestiário dos garotos, só que meus passos cessaram quando escutei vozes que conhecia muito bem.
─ Suga, eu não sei do que você tá falando.─ Falou Daichi.
─ Você sabe muito bem do que eu tô falando e sabe muito bem que estou certo.─ Retrucou Suga e com certeza bateu em Daichi pelo resmungo que ouvi.
Dei um passo, me posicionando na porta, lançando um olhar na direção de Asuna. Estava prestes a mandá-la ficar longe de mim quando mãos agarraram meus ombros e me puxaram para dentro do vestiário. Soltei um gritinho no instante que tropecei nos meus próprios pés enquanto Suga saia do cômodo com um sorriso malicioso que era exatamente igual ao que estava direcionando para Asuna lá na porcaria do ginásio. Dois filhos de uma...
─ Aproveitem.─ Desejou ele, acenando e havia uma chave entre seus dedos. Ah, que desgraçado! Tentei avançar na direção do garoto mas ele fechou a porta bem na minha cara, ouvi o barulho do trinco fechando.
Soltei um grito irritadiço, batendo na porta com os punhos.
─ Vou matar vocês! Nossa, Asuna, a sua sorte é que não tenho o número do Tetsurou!─ Chutei a porta com força e chiei, me jogando no chão para acariciar meus dedos doloridos.
Senti quando Daichi se ajoelhou ao meu lado, tirando meu pé de entre meus dedos e retirando lentamente meu sapato. Ele suspirou, antes de encarar. De novo, seus olhos estavam alterando entre um tom escuro e um tom um pouco mais claro. Acho que prendi a respiração no momento que seus dedos deslizaram por minha pele, apertando levemente.
─ Não deveria fazer isso.─ Falou ele com um sorriso pequeno nos lábios, sentando-se ao meu lado, abraçando as pernas enquanto fitava a porta na nossa frente.
Ficamos em silêncio, não aquele confortável que geralmente nos rodeava, mas um desconfortável, aquele que congelava os ossos a uma possibilidade de quebrá-lo, pois sabíamos muito bem o que nossos amigos esperavam quando nos trancaram ali. Suspirei, trazendo minhas pernas para meu peito, as abraçando da mesma forma que Daichi estava fazendo. O garoto me olhou de canto, abrindo um sorriso suave quando me empurrou levemente com o ombro.
─ Então, quanto tempo acha que vamos ficar aqui?
Dei de ombros. Sinceramente, eu não importava quanto tempo demorasse, sabia muito bem que eles iriam ter que abrir aquela sala alguma hora, as coisas de todo mundo estava ali então, aposto que não iriam embora sem seus celulares ou algo do tipo.
─ Vamos devolver mil vezes pior.─ Falei. Daichi sorriu e balançou levemente a cabeça, concordando.
Afundei minha cabeça entre meus joelhos, fechando meus olhos. Bom, acho que vou ter uma ligação para fazer quando voltar para casa e eu sei muito bem que vou querer sumir do mundo independente do que escutaria pelo telefone.
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