⋆ཻུ✧ EIGHTY ONE་༘࿐
─ Então, você tá namorando o Kei agora?
─ Cala a bola e come a porcaria do bolo quieta.─ Ri e mexi os ombros, soltando um grunhido ao me lembrar que meu corpo todo estava dolorido já que dormir com os imbecis que não paravam de chutar nem mesmo no meio de um sonho não era fácil e tive vontade de matar os dois umas mil vezes.
─ Ah, parece que J conseguiu, mas vocês vão só se apresentar na abertura do Nacional.─ Falou minha tia, se virando para me fitar, depositando uma xícara de café na minha frente.─ Quer que eu faça as roupas denovo?
Pisquei os olhos, estalando a língua.
─ Nada de corvo.─ E ela riu.
─ Ah, qual é, pode dizer que aquelas roupas ficaram incríveis.
Também soltei uma risada alta. Só que em vez da minha tia me acompanhar, ela apenas piscou os olhos para o celular em sua mão, franzindo o cenho antes de me fitar com aquele olhar que fazia com que eu soubesse que se falasse não pro que ela falasse, iria estar morta nos próximos segundos.
─ Ei, que tal você se apresentar na Winter Cup também?
─ Que?─ Soltei um pouco confusa. Ela sorriu e pude sentir um arrepio subir por minha coluna.
─ Vamos dar um passeio.
─ A gente tá em Tóquio?─ Perguntei, enfiando as mãos dentro dos bolsos da jaqueta de couro que minha tia obrigou que eu colocasse, porque precisaria parecer sempre pronta pra meter um socão na cara de alguém.
─ Não.─ Ela falou, desviando os olhos. Pisquei os olhos, franzindo levemente o cenho para a mulher que continuou a andar pela calçada do colégio, com certeza ignorando o olhar dos estudantes que passavam por nós.
Era claro que minha tia estava mentindo na cara dura, mas não sabia exatamente o motivo que ela estava com aquela palhaçada. Tentei não ficar levemente irritada quando fui enfiada no carro e ela pediu que eu ficasse de boca fechada até chegássemos sei lá onde, já que não me disse nada, só jogou as roupas que eu deveria vestir e criticou todas as roupas do meu armário, nada estranho debaixo desse sol que não esquentava porcaria nenhuma nos últimos meses do ano.
─ A gente deveria estar aqui?─ Perguntei. Ela deu de ombros mas não hesitou quando abriu as portas do ginásio e fez uma careta de claro tédio para todo mundo que a encarou.
─ Ei, bando de idiotas, sejam educados e se curvem.─ Disse ela. Soltei uma risada quando uma bola de basquete voou na direção dela. A mais velha não deixou de lançar um olhar assassino para quem tinha feito aquilo.─ E vê se enfia essa bola no meio do seu cú, Aomine!
─ Vai pro inferno, sua velha!─ Gritou o tal Aomine em resposta e...
Que Daichi me perdoasse mas aquele garoto em minha frente merecia e muito o título do maior gostoso que já conheci na minha vida até agora.
─ Isso é bem tenso.─ Murmurei, não sabendo exatamente o que deveria sentir naquele momento. Daichi parecia estar na mesma situação pela forma que mordeu o bolinho em suas mãos com o cenho franzido.
─ Tenho medo que Hinata acabe ficando muito mal só por não ser convidado.─ O garoto suspirou.─ Ele, com certeza, é um que mais chamou atenção nos jogos e...─ Ele piscou os olhos para mim, estranhando o jeito que eu estava sorrindo na sua direção.─ Que cara é essa?
Acabei soltando uma risada, abraçando minhas pernas com força e depositando meu queixo nos joelhos.
─ Não é nada, você só tá parecendo um pai super preocupado.
Daichi riu, me empurrando levemente para o lado.
─ Ora, não era você que tava me chamando de papai corvo?─ Ele sorriu antes de suspirar, mordendo o bolinho mais uma vez.
Eu entendia que a situação era um pouco complicada demais, afinal Hinata era pequeno, um dos maiores pontuadores da Karasuno e ele não receber a atenção que tanto merecia poderia quebrá-lo... Mas, acredito que aquilo tenha acontecido por um bom motivo, talvez muitos acreditassem que Hinata era o que é por conta do Kageyama, talvez essa imagem se desfizesse durante os jogos do Nacional mas...
Suspirei, piscando os olhos enquanto deixava minha cabeça se encostar no ombro de Daichi.
─ Conheci um garoto bem bonito hoje.
O meu namorado pareceu confuso mas então, soltou mais uma risada, movendo o ombro que eu estava apoiada.
─ O que é isso?─ Ele sorriu.─ Tá tentando me fazer ciúmes?
Neguei com a cabeça, também sorrindo.
─ Só estou falando pro meu namorado que conheci alguém bem bonito hoje, isso é proibido agora?─ Daichi me fitou, cheio de zombaria antes de balançar a cabeça, ainda soltando uma risada quando passou um braço por cima dos meus ombros, me puxando para perto.
─ Tudo bem, fala mais sobre esse garoto.
Sorri, abraçando seu torso.
─ Okay, escuta.─ Ele balançou a cabeça, parecendo se divertir.─ Tem uns dezessete anos e já tá com um metro e noventa-e-dois de altura.
─ Uau, ─ Daichi piscou os olhos, realmente surpreso.─ ele joga vôlei?
─ Não, basquete. É um prodígio incrível, pelo que dizem.─ Estalei a língua.─ Mas, eu quero falar sobre o quanto ele é bonito, posso?
Meu namorado riu de uma maneira que até inclinou a cabeça para trás, também o acompanhei no riso, sentindo-o me abraçar e depositar um beijo nos meus fios.
─ Desculpa por interromper você.─ Ele falou, não me pareceu sincero e isso me fez soltar mais uma risada, empurrando o garoto para o lado com o ombro.─ É sério, por que você tá rindo? Vai, fala, quero saber sobre esse cara.
Rimos juntos.
Estávamos andando pela rua, nossas mãos entrelaçadas enquanto alguns chiados escapavam de nossos lábios conforme continuávamos naquela brincadeira de pisar no pé um do outro, às vezes tropeçando ao longo da calçada e rindo um do outro por isso.
Com certeza, estávamos atraindo olhares estranhos de quem nos via agindo como duas crianças pela rua, mas não era como se fôssemos nos parar, não quando estávamos se divertindo tanto com aquela idiotice.
─ Você é um idiota.─ Falei, me afastando para acariciar meu pé que acabou de ser pisado pelo garoto. Daichi riu de mim.
─ E você é uma estrelinha.
Estalei a língua e o empurrei com o ombro mais uma vez antes dele entrelaçar nossos dedos mais uma vezes, continuando a andar pela rua. Pisquei os olhos, erguendo a cabeça e fitando o rosto de Daichi, aqueles olhos castanhos não demoraram a me fitar.
Sem dizer nada, dei de ombros ao perceber que talvez tenha me apaixonado por Daichi desde que me deparei com suas orbes castanhas tão parecidas com a cor do café quente.
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