Capítulo 4 - Salvar.
Hallo! ~~Lauren voice~~
Pensaram que eu iria demorar né? Peguei vocês.
Eu prometi que iria tentar postar mais rápido, e vou cumprir de acordo com as possibilidades. Terminei esse capitulo hoje, e confesso que estou adorando escrever essa fanfic. Pois tem uma clima mais leve e sutil que as outras, espero que gostem bastante tanto quanto eu.
Aproveitem!
Lauren Jauregui's point of view.
O salão de festas agora parecia bem menor do que eu imaginava. As pessoas se encontravam espalhadas por todos os lados, enquanto se divertiam e bebiam. A festa era privada, somente as modelos, sócios e convidados especiais poderiam participar daquele evento em comemoração a abertura da nova coleção. Alguns dos trajes usados pelas modelos, incluindo o fantasy bra estavam sobre um pequeno palco para exposição aos convidados. Ao fundo um enorme banner com a foto de todas as modelos, e no centro, como foco principal estava a nossa Angel principal. Elizabeth Owen pediu gentilmente que Karla tirasse algumas fotos perto do manequim com o american Diamonds bra, para divulgação da peça. Agora a morena seria o rosto responsável pela divulgação de nosso produto durante um ano inteiro; ela estamparia revistas, catálogos, outdoors e tudo que fosse vinculado a Victoria secrets.
- Lauren! – a senhora gesticulou com uma das mãos, sinalizando que eu deveria me aproximar.
- É melhor se acostumar com isso. – Dinah murmurou ao levar a taça de champagne até os lábios.
Elizabeth estava sobre o palco, ao lado de Karla. Havia uma gama de fotógrafos posicionados a frente, tirando todas as fotos possíveis da modelo e da lingerie mais cara de toda a historia daquela grife.
- Quero que tire algumas fotos ao lado de seu projeto, e de Karla.
- Ah, tudo bem.
- Ótimo, eu vou chamar a Dinah também. Ela é a nossa estilista, precisa estar aqui. – a senhora falou antes de descer do pequeno palco.
Meus olhos a acompanharam pelo meio da multidão, antes de virar em direção a morena ao meu lado.
- Então vamos lá, olhe para as câmeras, Lauren. – disse a latina ao virar em direção as lentes posicionadas em sua direção.
Eu a fitei por alguns segundos, e só então me aproximei mais do manequim que estava entre nós. Encarei as lentes das câmeras a minha frente com o meu melhor olhar. Eu não sabia dizer quantas fotos tiramos até Dinah se unir a nós; éramos de fato o foco principal daquela festa. Diretora, estilista e modelo. Ficamos mais alguns minutos ali, respondendo alguns jornalistas, tirando mais algumas fotos, e só depois fomos totalmente liberadas para aproveitar a festa.
- Nós temos que fazer um brinde! – Dinah exclamou ao chegarmos à mesa.
Elizabeth julgou melhor reservar uma mesa para nossa chegada, ou seja, eu teria que permanecer a noite inteira ao lado de Karla. Não que aquilo fosse algo ruim, até o momento a modelo parecia totalmente imparcial com minha presença, como se nem sequer lembrasse de mim, e aquilo era o que estava me incomodando.
- Vamos! – Karla disse animada.
O garçom logo se aproximou após um aceno de Normani; cada uma de nós capturou uma pequena taça de champagne.
- Vamos brindar ao sucesso dessa abertura. – disse a mulher.
- E ao desfile mais do que perfeito. – Dinah completou.
- Vão brindar sem mim?
Ouvi uma voz que julguei ser familiar, e antes que a pessoa se aproximasse, eu virei meu corpo em sua direção. Eu não poderia acreditar no que estava acontecendo, era Allyson. Confesso que foi um certo choque vê-la depois de tantos anos, não como havia sido com Camila, afinal Ally e eu nunca tivemos qualquer tipo de desentendimento; mas o reencontro sempre era uma surpresa. Diferente de anos atrás, agora ela era uma mulher formada e de postura aparentemente séria, mas permanecia com a mesma beleza angelical de sua adolescência. Seus cabelos eram lisos e loiros, seus traços já não eram joviais e leves, mas sim maduros, ela sempre foi a mais velha da turma. Com certeza já devia estar em seus vinte e oito anos. Surpreendia-me que Camila, mesmo depois da fama ainda preservava suas amizades de colegial.
- Finalmente chegou! – Karla exclamou ao abraçá-la.
- Vi seu desfile pela TV, e foi incrível! Me perdoe não ter conseguido chegar a tempo, Mila.
- Não tem problema! Você sabe que eu entendo, afinal sou eu que te dou tanto problema para resolver. – a morena murmurou risonha. – Vem, brinde conosco.
Ally se aproximou da mesa abraçada a morena, e assim que me avistou seus olhos se arregalaram. Ela fitou Camila, que pela primeira vez ficou visivelmente desconfortável com a minha presença, e só então repousou seus olhos novamente sobre mim.
- Lauren! – a menor se aproximou com uma expressão surpresa. – O que você...
- Quanto tanto tempo, Ally!
A mulher me abraçou apertado com um sorriso nos lábios, e eu retribui da mesma forma.
- Muito! O que está fazendo aqui?
- Lauren é a diretora da Victoria secrets, Ally. – Normani falou.
- Oh, Deus. Eu jamais poderia esperar por isso. Estou feliz em vê-la. – disse de forma sincera.
- Estou feliz em ver você também.
Allyson foi apresentada a Dinah que pareceu adorá-la de cara, não era para menos, ela continuava tão carismática e gentil como há anos atrás. Realizamos o brinde todas juntas, desejando que o restante do ano da coleção fosse tão perfeito como o desfile de abertura havia sido. Com a chegada de Ally, Camila pareceu se fechar mais em seu mundo, na qual eu estava de fora. A modelo interagia com todas, até mesmo com Dinah que em poucos meses de contato já se tornou sua amiga. De certa maneira, eu também restringia nosso contato; não queria adentrar o espaço pessoal de Camila, afinal eu não sabia até onde ela se manteria em paz comigo.
- Eu vou dançar. – Karla exclamou ao levantar do banco onde estava sentada.
- Vou com você, posso? – Dinah perguntou.
- Claro, vamos lá com as meninas.
- Vocês não vão vir? – a loira mais alta perguntou.
Normani recusou assim como Allyson e eu. Não demorou nada, e tivemos a visão de Camila e Dinah dançando animadamente ao lado das outras angels do desfile, todas estavam eufóricas e felizes com o sucesso. A comemoração realmente estava grandiosa; eu ainda não estava em clima total de festa, mesmo estando em pura felicidade pela aceitação de meu projeto. Mantive-me em uma conversa entretida com ambas as mulheres ao meu lado, enquanto hora ou outra me permitia observar a latina no meio das outras modelos.
- Ainda não consigo acreditar que encontrei você novamente. – Ally sussurrou, enquanto Normani conversava com um velho conhecido ao nosso lado.
- Eu também não consigo acreditar nesses acontecimentos do destino. – soltei tranquilamente enquanto remexia o liquido alcoólico no interior do copo.
- Como foi?
- O que? – perguntei confusa.
- O primeiro contato.
Naquele instante meu olhar pousou sobre o corpo da morena no meio daquele salão. Karla Camila estava incrivelmente linda, como de costume. Agora, ela usava um vestido longo de seda na cor grafite, ele tinha uma fenda enorme na coxa esquerda, dando certa leveza ao pano. Suas alças finas deixavam a pele clara e macia dos ombros da mulher a gosto de quem quisesse ver. Seus cabelos ondulados estavam soltos, movendo-se de um lado para o outro na medida em que a mulher remexia seu corpo ao som da musica que tocava.
- Intenso, como todos os que tive com ela.
- Estou realmente surpresa de Camila ter aceitado ficar no mesmo ambiente que você.
- Não está mais surpresa que eu, Allyson.
- Isso é bom, não acha? Camila mudou muito, e a atitude dela é a prova disso.
Allyson tinha razão, Camila mudou, já não possuía mais nada da doce garota que um dia foi. Hoje ela era uma mulher sexy e imponente, com um ar superior que engrandecia seu titulo de melhor modelo do mundo. Ela tinha todos que quisessem ao seu redor, realizando suas vontades e caprichos. Mesmo não tendo qualquer tipo de contato com a morena, a todo instante recebíamos noticias de sua vida, e dos acontecimentos que a cercavam. A doce garota que era conhecida por suas boas ações, por seu carisma inconfundível, pelo jeito amoroso e gentil, agora era a modelo mais conhecida e instigante que o mundo da moda possuía. Era ela que estampava as capas de revista com manchetes boas ou ruins. Era Karla Cabello.
- Eu não sei se isso é tão bom. – foram minhas palavras ao ver a morena dançar tão próxima de uma das angels.
Flashback on.
"Estávamos todos reunidos na casa de Joshua. Era um patrimônio grande, típico de uma família de classe media alta americana. O lugar estava lotado de jovens que bebiam e dançavam ao som da musica alta que deixava as caixas de som da sala. De acordo com os comentários de Vero, os pais de Josh haviam saído em viagem para um congresso em Los Angeles, e a casa estava totalmente livre para o filho, que não perdeu tempo em fazer uma grande festa de comemoração ao inicio das aulas; não que aquilo fosse um motivo para ser comemorado, Josh não tinha cara de ser um aluno estudioso, mas em meu ponto de vista, sua fama no colégio lhe dava motivos para mante-la sempre em alta, e nada melhor que uma festa para isso.
- Esse lugar está maravilhoso. – Vero comentou enquanto despejava um pouco do ponche de frutas vermelhas e vodka em seu copo de plástico. – Quer?
- Ah, não. Obrigada. – murmurei ao me encostar na bancada da cozinha.
- Vi que Ethan ficou de olho em você o dia todo.
- Ele é um cara muito legal, eu adorei conhecê-lo. Foi muito gentil em me mostrar o colégio.
- Os garotos sempre são gentis quando querem pegar você. – minha amiga afirmou enquanto degustava de mais um gole da bebida. – Sabe que ele é o capitão do time de futebol, não é? Todas as menininhas loucas por macho querem ele.
Soltei uma risada divertida ao ouvi-la falar. Verônica Iglesias era bem extrovertida, tinha uma personalidade marcante e alegre. Eu não conhecia um ser humano que não adorasse estar em sua presença tão envolvente e carismática. Mesmo que não tivéssemos tantos anos de amizade, ela era do tipo que estava presente em todos os momentos que precisei; isso inclui todas as vezes que chorei por meu antigo namorado. Vero estava lá para me apoiar e dar o mesmo conselho:
"Beije garotas, elas são melhores e mais sensíveis. Um tanto complicadas, mas ainda sim, muito melhor do que os homens."
Isso mesmo, Vero não tinha uma sexualidade definida. Na verdade, ela sempre dizia que era apaixonada por pessoas, independente de sexo. Seu lema era ser feliz com quem quisesse ser feliz ao lado dela. Eu sempre admirei seu lado liberto e solto pela vida, mas eu era segurava de mim. E apesar das desilusões amorosas com meus ex's namorados, eu ainda sim persistiria em encontrar o homem da minha vida.
- Eu soube disso hoje mais cedo. Mas não quero arrumar confusão, e não tenho nada com Ethan. Eu mal cheguei ao colégio.
- Lauren, Lauren... É melhor ficar de olhos bem abertos, Ethan já esta com os dele para cima de você. – disse ao encher seu copo novamente. – E falando nele...
- Lauren! Que bom que veio!
Virei em direção ao rapaz que me encarou com um largo sorriso estampado em seus lábios. Ele se aproximou e me abraçou gentilmente, e eu tratei de correspondê-lo a altura. Ethan estava ainda mais bonito do que hoje mais cedo; agora estava usando calças jeans branca e uma camisa na cor azul marinho. Ao abraçar seu corpo musculoso, pude sentir o aroma do perfume forte e amadeirado presente em seu pescoço.
- Você está linda. – sussurrou próximo ao meu ouvido.
Aquela noite eu optei por jeans escuros, e uma blusa sem manga, de tecido leve e meio transparente, com botões na parte da frente, sua coloração se definia em azul turquesa. Meus cabelos castanhos e ondulados estavam soltos, batendo na altura de minha cintura. E nos pés um salto alto.
- Muito obrigada, você também está ótimo. – falei ao solta-lo.
- Iglesias, que bom vê-la aqui.
O rapaz abraçou minha amiga de forma carinhosa, fazendo-me sentir bem aliviada por eles se darem bem. Não que eu já tivesse qualquer tipo de intenção com Ethan, mas era bom ter o apoio de minha nova melhor amiga se eu quisesse ter algum dia.
- Já falou com Josh? Ele estava te procurando quando chegamos. – Vero murmurou.
- Oh, não. Eu acabei de chegar, vou falar com ele. Depois venho te fazer companhia também, Lauren. – ele me soltou um belo sorriso antes de beijar meu rosto e se retirar.
Eu avistei o jovem garoto deixar a cozinha com um sorriso idiota nos lábios.
- Meu Deus, não faça essa cara. Ele as vezes é um idiota.
- Vero...
- É sério! Mas vem, vamos dançar e conhecer o restante das pessoas.
Iglesias agarrou em minha mão, puxando-me em direção a sala da casa de Josh, a maior quantidade de pessoas estava lá, dançando e se divertindo da melhor maneira possível. Eu ainda estava um pouco acuada, confesso que um lado meu era bem mais tímido do que imaginei, mas estava tratando de deixá-lo de lado, e aproveitar um pouco da festa ao lado de minha amiga, e seus amigos. Quase todos aqueles rostos já foram vistos por mim há horas atrás, a maioria daquelas pessoas estavam no ginásio hoje mais cedo, exceto por um grupo de mais velhos que julguei já estarem na faculdade. Eles fumavam e bebiam entre uma conversa entretida com outros mais jovens. Dentre tantas pessoas, estranhamente uma me fez falta naquele lugar. A morena cujo qual havia ganhado o concurso de beleza no Dalton Academy ainda não havia chegado. Será que ela não viria?
- Hum, Vero? – sussurrei para minha amiga que dançava ao som de uma musica agitada.
- Sim?
- Aquela garota, a que ganhou o concurso. Não vem?
- Camila? – murmurou um pouco mais alto por conta do som.
Eu assenti rapidamente.
- Ela disse que viria. Realmente, muito estranho ela não ter chegado ainda, mas creio que não deve demorar. Por quê? – indagou de forma despreocupada.
- Por nada, apenas curiosidade. Achei ela muito legal.
- Mila é um amor, sério. Uma das melhores pessoas daquele colégio, e olha que aquele lugar carece de pessoas boas.
- Ela me parece muito simpática.
- Sim, e ela é. Vai adorar estudar com ela.
Eu franzi o cenho para minha amiga de forma confusa.
- Ela está no mesmo ano que a gente?
- Sim! Estamos todas no ultimo ano. E acho que ela vai ter muitas aulas com você.
Mordi os lábios levemente, enquanto pensava nas possíveis aulas que teria ao lado da moça tão gentil. Camila me pareceu uma garota de bom coração, mesmo em poucas horas em sua presença. Ela era do tipo de pessoa que você quer estar por perto pela sua forma tão educada e acolhedora.
- Veja só, ela acabou de chegar! Mila!
Virei meu corpo, e então encarei a bela garota que adentrava aquela sala com um de seus melhores sorrisos. Camila estava incrivelmente linda aquela noite, não diferente de hoje mais cedo. Ela usava uma saia de pregas na cor preta, que ficava levemente armada em seu quadril volumoso; sua blusa de mangas longas tinha uma coloração rosada, contendo apenas uma palavra estampada no peito "fabuleuse". Seus cabelos castanhos eram longos e assim como os meus, batiam na altura de sua cintura. Sobre sua cabeça estava um pequeno e delicado arco com um laço preto.
Ela cumprimentou algumas pessoas de forma gentil, enquanto uma outra garota a acompanhava. Essa já era um pouco mais baixa que Camila, seus cabelos eram de um tom castanho contendo algumas mexas mais claras. Ela era muito bonita, e parecia ser tão simpática quanto Camila.
- Pensei que não viria. – Vero exclamou assim que Camila parou a sua frente.
- Eu passei na casa de Ally antes de vir para cá, por isso demorei. – comentou ao abraçar minha amiga rapidamente. – Oi, Lauren. Que bom que veio.
A morena se aproximou de mim, e para minha surpresa me abraçou, assim como fez com Vero.
- Nossa, eu amei sua blusa. Você está linda. – Camila soltou de forma sincera.
- Você também está muito linda. – respondi um tanto envergonhada. Camila era bem espontânea.
- Deixa eu te apresentar minha amiga, essa é Ally Brooke.
- Muito prazer, Ally. Sou Lauren Jauregui.
- O prazer é todo meu, Lauren. Seja bem vinda.
Ficamos as quatro conversando sobre os assuntos diversos, na verdade, eu mais assistia a conversa do que participava. Não que aquilo fosse ruim, ambas as garotas não me deixavam ficar deslocada. Camila sempre que podia perguntava minha opinião sobre o assunto abordado naquele instante.
- Meninas! Estão gostando da festa? – Joshua perguntou ao repousar os braços, um sobre os ombros de Camila e o outro sobre os de Vero.
- Está ótimo!
- Minhas festas sempre são as melhores do campus, viu Lauren?! – o garoto afirmou me fazendo sorrir.
- Josh, deixe as meninas. – Ethan se aproximou. – Não ligue para esse chato, Lauren.
- Ei, não fale assim do seu amigo, cara.
Joshua já estava bem mais alterado do que quando chegamos. Talvez fosse a boa quantidade de ponche que ingeriu, ou até mesmo as ervas trazidas por seus amigos mais velhos. Eu nunca havia fumado maconha, mas sabia de longe o cheiro, pois todos meus amigos da Califórnia adoravam consumir.
- Não vão dançar, meninas?
- Claro, nós vamos sim. – Camila disse animada.
- Então vamos comigo todas vocês.
Joshua puxou as três garotas ao meu lado para o meio da sala, junto ao outro grupo de colegiais que dançavam animadamente ao som de Don't stop the music da Rihanna. Ethan permaneceu ao meu lado em meio às risadas divertidas ao ver Josh dançar com as meninas. Eu observei a cena e não contive os risos ao ver a maneira desajeitada que o garoto dançava ao lado de Camila que parecia tão conectada a musica. A morena movia seu corpo em uma perfeita sincronia com as batidas animadas que deixavam as caixas de som. Não podia deixar de ressaltar como ela sempre tratava de sorrir entre os amigos, como se a felicidade fizesse parte dela.
- Vejo que está se enturmando bem rápido. – Ethan murmurou atraindo minha atenção.
- Sim, estão sendo todos muito gentis comigo.
- Sou um desses?
- Com toda certeza sim. – eu sorri, e ele também.
Nós conversamos por alguns minutos. E o jovem rapaz desandou a falar sobre musica, sobre planos e coisas que adorava fazer. Ethan me parecia um garoto bem extrovertido, gostava de futebol e filmes de ação. Seu gênero musical favorito era rock e musica eletrônica, era vaidoso e um tanto desleixado com os estudos. Tudo isso dito pelo mesmo.
- Hey! Ethan! – um garoto se aproximou. – Os meninos estão te chamando do lado de fora. Parece que Josh está um pouco alterado e está querendo brigar.
Eu arregalei os olhos assim como o rapaz a minha frente.
- Eu avisei para ele não arrumar confusão. Eu já estou indo.
O garoto assentiu de forma frenética e nervosa, e correu em direção a saída.
- Me desculpe, eu vou ter que ajudar lá. Se importa?
- Não, claro que não. Vai lá.
Ele lançou-me um sorriso e se afastou. Mas antes que Ethan pudesse sumir totalmente do meu campo de visão, ouvi o barulho do estilhaçar de vidro ao lado de fora. Apressei os passos em direção a janela da sala, assim como todos os outros convidados que lá estavam. O aglomerado de pessoas no jardim da casa de Josh era grande, todos estavam em uma grande circulo, presenciando o espetáculo que julguei ser uma briga, pois todos ao redor gritavam de forma animada em torcida.
- Meu Deus... – sussurrei para mim mesma.
Eu não sei por quantos minutos aquilo durou, mas meus olhos se arregalaram assim que as luzes vermelhas e azuis piscaram ao fundo.
Essa não...
O amontoado de gente dentro da casa se alvoroçou, assim como aqueles que estavam do lado de fora. Agora os convidados da festa de Joshua começaram a correr, esvaindo-se por todas as saídas possíveis e existentes daquele lugar. Três policiais desceram da viatura estacionada sobre o jardim, correndo em direção aos rapazes que brigavam, incluindo Joshua.
- É melhor você vir comigo. – ouvi a voz doce e agora um tanto nervosa de Camila.
A morena segurou em minha mão, e me puxou em direção a cozinha. Eu não protestei ou a impedi, apenas segui em passos apressados a garota que praticamente corria a minha frente. Saímos pela porta dos fundos, pisando sobre a grama fofa e molhada. Minha respiração estava ofegante diante ao susto da situação e a correria na qual estávamos.
- Corre, tem uma saída por ali. – Ela apontou para o fundo do quintal daquela casa, mas precisamente para a cerca de madeira.
Eu olhei para ambos os lados, ainda vendo algumas pessoas correndo de dentro da casa de Josh. O barulho da sirene e as luzes ainda piscavam mais a frente, e a única coisa que eu pensava naquele instante era: tenho que sair daqui.
- Por aqui. – ela sussurrou ofegante.
Camila com certa dificuldade puxou algumas das ripas de madeira do cercado, que já estava mal colocada, dando-nos assim uma boa brecha para fugir daquele lugar. Assim que atravessamos com dificuldade para a área externa da casa ao fundo, a moça tratou de colocar tudo em seu devido lugar.
- Pronto. – murmurou enquanto esfregava a mão uma na outra, retirando os resquícios de terra.
Eu a encarei com o cenho franzido em uma expressão confusa. A morena depois de limpar suas mãos, me encarou tranquilamente.
- O que? – perguntou incrédula.
Eu tinha um riso preso naquele momento. Camila era tão delicada e gentil, seu estilo era o típico menininha inocente e quieta. O que não cabia em nada no modelo fugitiva de poucos segundos atrás.
- Só estou um pouco afetada com a situação. – eu ri nervosa enquanto meneava com a cabeça em um sinal negativo.
- Eu entendo, fiquei assim da primeira vez. – ela agora também riu.
- Isso acontece sempre? – eu tinha uma das sobrancelhas arqueadas naquele momento.
A morena mordeu o lábio inferior, enquanto pensava sobre minha pergunta.
- Quase sempre. Você vai se acostumar. As maiores festas de Josh acabam assim, a policia sempre é chamada pelos vizinhos. Por isso eu já tenho minha passagem secreta – ela murmurou ao apontar para a falha na cerca de madeira. – agora não tão secreta assim.
- Muito esperta, Camila.
Ela me lançou um olhar convencido enquanto arrumava o arco com o laço preto em seus cabelos.
- Onde estão as meninas?
- Vero levou Ally na frente. – sussurrou enquanto gesticulava para que eu a seguisse. - Ela já sabia da passagem.
- E nem sequer me esperou.
- Eu disse que ficaria para te salvar, Lauren. Por isso ela foi na frente.
- Obrigada por isso. – soltei com um sorriso para ela. – Ai – Exclamei ao tropeçar em uma das pedras.
- Shhh. – ela pediu silencio. – Não faça barulho. Os Madsom são muito chatos, e tem um cachorro imenso aí dentro. Acho que é um pastor alemão, eu não sou fã de pastor alemão. – ela sussurrava enquanto caminhava com a coluna curvada atrás da cerca viva. - E você não vai gostar de correr com ele atrás de você, vai por mim, eu já fiz e não foi nada legal.
Não pude conter a risada ao imaginar a doce garota correndo de um cachorro pelos quintais dos vizinhos. Ela expandiu os lábios e riu de sua própria desgraça.
- Vem comigo, é por ali. – ela segurou em minha mão e me puxou gentilmente.
Nós saímos do quintal dos Madsom, e por sorte, o pastor alemão não nos encontrou, apesar de ter latido algumas vezes. Estávamos agora caminhando pela calçada, diante as casas daquele bairro.
- Você mora muito longe daqui? – ela perguntou curiosa.
- Não muito, alguns quarteirões. Moro na quadra sete, o bloco três.
- Sério? – ela ergueu uma das sobrancelhas, expressando sua surpresa.
Eu assenti enquanto caminhava ao seu lado.
- Eu moro na quadra oito. Bloco um. Somos quase vizinhas.
Saber que Camila morava tão perto de minha casa me fez gostar um pouco mais daquele bairro, que inicialmente eu havia odiado. Mas pensar que ter a presença de uma nova amiga tão legal deixava tudo menos opaco e sem graça.
- Já que vamos fazer essa boa caminhada, me fala um pouco de você, Lauren.
Aquele era o tipo de coisa que eu nunca sabia responder. É a mesma coisa quando alguém pergunta quais são nossas qualidades e defeitos, e tudo some em nossos pensamentos, como clarão.
- Ok, é melhor eu te fazer perguntas. – ela riu. – Por que saiu da Califórnia?
Eu a fitei por alguns segundos, e Camila parecia estar distraída a espera de minha resposta enquanto chutava uma pequena pedrinha sobre a calçada.
- Meu pai trabalha para uma imobiliária, e tem um índice de venda alto. O dono sempre o remete para os lugares onde tem novos apartamentos para vender.
- Então está sempre a mudar de lugar?
- Já havia um bom tempo que não nos mudávamos. De acordo com ele essa será a ultima vez.
- Imagino que deve ser muito chato para você, ter que reconstruir seu dia a dia.
- Você nem faz idéia do quanto.
Nós nos entreolhamos por alguns segundos e ela apenas sorriu. Camila tinha uma forma peculiar de olhar, quase como se buscasse decifrar tudo que estava em nosso interior apenas pelos nossos olhos.
- Vi você no desfile hoje mais cedo, sabia que iria ganhar. – tentei puxar assunto.
- Sabia?
Eu assenti enquanto acompanhava seus passos lentos e preguiçosos.
- Então você torceu por mim? – perguntou ao virar de frente para mim, sem deixar de andar. Mas agora, caminhava de costas. Eu desviei meus olhos dos seus, sentindo minhas bochechas esquentarem. – Vamos lá, se não torceu não tem problema. Não é como se eu fosse te deixar aqui sozinha. Mesmo achando que devo. – ela soltou pensativa antes de rir. – mentira.
- Eu torci por você. Foi à melhor. E eu não estou dizendo isso por ter medo de me deixar aqui sozinha. – dei uma pequena pausa e continuei. – Mesmo achando que devo.
Camila voltou a caminhar ao meu lado, com uma risada contagiante.
- Obrigada! Eu juro que não imaginei que ganharia. Amber ganhou nos três últimos anos.
- Você mereceu. Estava igual aquelas modelos da TV.
- Um dia quero ser igual elas. É meu maior sonho. – disse com um tom esperançoso.
- Aposto que um dia vai ser.
- Que Deus escute você, eu quero isso desde muito pequena. Minha mãe sempre conta a historia de que quando eu era criança, calçava seus saltos e ficava desfilando por toda casa. É uma mania. – ela contava em meio a uma risada tão doce de se ouvir. – Não que eu faça isso hoje.
Eu rir ao imaginar a morena caminhando com saltos maiores que poderia usar.
- Ah, quem eu quero enganar, eu ainda faço isso. MAS – ela gesticulou com um dos dedos. – Com meus saltos.
Nós continuamos a caminhada entre uma conversa tão agradável que poderia durar a noite inteira, e eu não iria me importar. Camila tinha um jeito fascinante de prender alguém, como se estar em sua presença fosse uma das melhores coisas de seu dia.
- Bom, chegamos. – ela disse ao parar em frente de minha casa.
Olhei para o interior, vendo as luzes ainda acesas. Eu sabia que minha mãe não iria dormir até me ver entrando por aquela porta.
- Não quer que eu peça para meu pai te levar em casa? Não acha perigoso ir sozinha? – perguntei seriamente.
- Não se preocupe, Lauren. Minha casa é no outro quarteirão, alguns passos e eu já estou lá.
- Certeza?
Ela assentiu e sorriu.
- Bom... – eu olhei para o chão, e logo em seguida para seus olhos castanhos, que tinham um brilho quase hipnotizante. – Obrigada por hoje, por ter me salvado.
- Não precisa agradecer, Lauren. Retribua quando puder.
Nós ficamos em silencio por alguns instantes, e Camila então se aproximou dando-me um abraço.
- Boa noite! Nos vemos amanhã.
- Boa noite, Camila."
Flashback off.
Mesmo o relógio marcando duas da madrugada, a festa ainda se mantinha incrivelmente animada, como se nenhum dos convidados estivesse cansados de toda aquela correria. Eu me permiti dançar e beber depois de muita insistência de Dinah e Ally, mas agora já havia parado outra vez. Fiquei em uma conversa despreocupada com Elizabeth que já estava se retirando para sua casa. Camila estava no meio do salão dançando e se divertindo como se o mundo fosse acabar ao amanhecer. Eu já havia perdido as contas de quantas taças de champagne a morena havia consumido desde o momento que adentramos o salão, eu só tinha certeza de uma coisa, ela já estava bêbada.
Dinah já estava um pouco alterada, mas nem chegava aos pés do estado que Camila se encontrava. A modelo agora estava dançando com uma das angels, de forma sensual, atraindo a atenção de todos ao redor. Era uma cena linda, eu não poderia negar, mas no fundo me senti um pouco incomodada ao vê-la tão próxima de alguém, mesmo que hoje meus sentimentos por ela fossem quase nulos.
- Não acha que está na hora de levar sua amiga para casa? – perguntei a Normani.
- E você acha que eu já não dei a idéia? Ela disse que quer aproveitar até o ultimo segundo. Hoje é um dia memorável na vida dela.
Avistei a morena no meio do aglomerado de mulheres, agora em um beijo de tirar o fôlego com a modelo que dançava há poucos minutos atrás. Martha Hunt também era uma das angels, e agora estava beijando a mulher que um dia foi minha.
- Uau, que beijão. – Dinah exclamou ao parar ao meu lado.
Eu assisti aquela cena até o final. Camila olhou nos olhos da modelo de cabelos dourados, e sorriu com aquele sorriso largo e feliz. Eu senti meu estomago embrulhar, reencontrar Camila não foi tão simples quanto imaginei que seria. Não era apenas a volta de sua presença, mas a volta de tudo que um dia ela me causou. E dessa vez não foi tão natural e bom como da primeira vez, agora Karla mostrava-me que conseguia ter uma bela e perfeita vida sem mim.
- Eu vou dar uma volta. – murmurei para Dinah que apenas assentiu, com aquele olhar preocupado.
- Quer que eu vá com você?
- Não, obrigada.
Ar puro. Era o que eu precisava naquele instante. Caminhei pela área externa do prédio, que também contava com uma linda decoração ao redor da grande piscina. Havia uma pequena quantidade de pessoas distribuídas por ali com relação à quantidade de gente que estava no interior do salão de festas. Talvez aqueles assim como eu, queriam um momento de paz fora de toda a comemoração. Ou apenas queriam momentos mais íntimos com seus parceiros. Encostei-me no batente de vidro, enquanto fitava o movimento fraco de carros pelas ruas de Nova York; o céu estava aberto àquela noite, proporcionando uma visão limpa dos pequenos focos estrelados. A musica lá fora já não era tão alta, tinha um som abafado, dando-me a chance de pensar calmamente.
- O destino só pode estar brincando com você... – sussurrei para mim mesma.
Abaixei a cabeça sobre meus braços apoiados no batente, quando ouvi os gritos desesperados e o soar da sirene no interior do salão. Arregalei os olhos e corri em direção a passagem entre as duas áreas. O restante das pessoas que estavam no interior do salão corriam de forma desesperada debaixo da água que deixava o Sistema de Sprinklers. Eram aqueles pequenos chuveiros distribuídos no teto do ambiente, que se acionavam com focos de incêndio.
Merda!
Olhei de um lado para o outro, e avistei Dinah totalmente encharcada ao lado de Ally. Os seguranças corriam para ajudar as pessoas a saírem com segurança do lugar, enquanto outros tentavam apagar o fogo que se alastrava por uma das cortinas da decoração. Não era um foco grande incêndio, mas o desespero foi geral entre o restante dos convidados da festa. Adentrei o lugar mesmo com a chuva artificial e notei que um dos seguranças levantou Camila no colo, ela estava desacordada.
- Leve ela daqui! – Dinah exclamou ao apontar para Camila. – Eu vou tomar conta disso com Ally e Normani.
Eu apenas assenti nervosa, e pedi que o homem me ajudasse a levar a modelo para meu carro. O grupo de pessoas ainda estava do lado de fora, agora todos molhados e assustados.
- Coloque ela aqui, por favor. – disse ao segurança forte que acomodou o corpo da morena no banco de trás do carro. – Ela está bem?
- Está sim, senhora. Apenas desmaiou em meio à confusão.
- Tudo bem, obrigada.
Olhei para Camila mais uma vez, verificando se ela estava mesmo respirando. Em seguida corri em direção ao lado do motorista, agradecendo aos deuses por Elizabeth sempre deixar um carro da grife disponível para mim. Respirei fundo, procurando toda calma existente em mim antes de dar partida no carro e sair daquele lugar com a modelo. Durante todo o caminho me certifiquei de que ela estava em perfeito estado, mesmo estando desacordada. Será que eu devia levá-la ao hospital? Não, ela apenas desmaiou, posso levá-la até o quarto e chamar algum enfermeiro para atende-la. E foi exatamente o que fiz; parei com o veiculo em frente ao hotel luxuoso escolhido pela Victoria secrets para hospedar as modelos que desfilaram aquela noite. Apressei-me em sair do carro, e solicitar ajuda de um dos funcionários para retirar Camila do carro. Por sorte, o movimento no hotel era quase nulo devido às horas naquele instante. O homem carregou o corpo da modelo, e seguiu até o quarto reservado para ela assim que consegui o cartão de acesso.
- Coloque ela na cama, por favor.
O rapaz perfeitamente uniformizado colocou Camila sobre a cama com todo cuidado que pedi, e eu apenas agradeci antes do mesmo se retirar. Guiei o mesmo em direção a saída, e fechei a porta, agora voltando para o centro do quarto.
- Bem melhor agora... – soltei acompanhado de um suspiro aliviado.
Olhei para a mulher adormecida sobre a cama, e pela primeira vez depois de tantos anos, pude recordar naqueles traços, agora serenos e doces, a Camila que um dia ela existiu. Por alguns instantes eu senti meu coração aquecer pelo simples fato de vê-la tão frágil, como se precisasse de mim para cuidar e proteger. E eu faria, se ela permitisse.
- Essa noite, eu salvei você.
Como será o momento em que a nossa modelo acordar??
Os erros eu arrumo depois, espero que tenham gostado. Até breve.
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