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Capítulo 23 - início da turnê.

Olá, crianças!

Demorei um pouquinho, mas não foi intencional. As coisas ficaram um pouquinho corridas com o lançamento do meu primeiro livro! Acho que não contei para vocês aqui, mas Xeque-Mate é oficialmente um livro e está sendo vendido pela Editora Euphoria!!! 
Quen sabe minhas outras historias não sigam pelo mesmo caminho, não é?


Bom, sem me prolongar muito, gostaria de dizer que esse é um capitulo de ponte, que vai começar a definir o rumo para o fim de Fallen Angel. 

Aproveitem bastante!



Karla Camila Cabello's point off view.


Os olhos de Normani me encaravam curiosos, enquanto um breve sorriso se escondia no canto dos lábios. Conhecendo-a como eu, sabia que seus pensamentos giravam em torno sobre o que havia acontecido na noite passada entre mim e Lauren. Depois do plano com Dinah, talvez ela merecesse aquilo.

― Isso é sério? ― Indagou, impaciente.

― O quê? — fingi desentendimento, só para provocar.

― Estou há horas com você e não vai me contar como foi a noite com Lauren?

― Ah, uma noite armada entre você e Dinah?

― Vamos com calma, você também fazia parte do plano! Ela se defendeu, erguendo o indicador em sinal de alerta.

― O combinado era que fosse uma festa surpresa, lembra? Mas eu desisti de ir.

― Sim, mas Lauren deve ter tido dezenas de festas surpresas. Sem você, essa não faria sentido. Por isso, Dinah e eu resolvemos fazer alguns ajustes finais e só esquecemos de comunicar você.

Ela falava com uma expressão serena, como se nada tivesse sido arquitetado de maneira fria e calculista por aquelas mentes malignas no amor. Eu apenas assenti, contendo o riso que ameaçava escapar dos meus lábios. Normani deu de ombros e voltou sua atenção para a tela do notebook. Estávamos no meu apartamento, organizando a agenda das próximas semanas. Entre sessões de fotos para marcas importantes, eu ainda deveria cumprir todas as datas da Victoria's Secret, o que incluía uma turnê com o Fantasy Bra. Uma sequência de viagens para desfiles e apresentações em diversos lugares do mundo e, como se o universo pudesse ler meus pensamentos, Normani arregalou os olhos e comemorou a chegada do tão esperado e-mail.

― É a programação da turnê! ― Exclamou animada. ― Ui, e foi enviada pela nossa diretora-geral do projeto, Lauren Michelle Jauregui Cabello.

Rolei os olhos e arremessei um pedaço de pão em sua direção.

― Fala logo!

― Temos uma longa turnê pela frente, Cabello. Alguns países da Europa e América Latina. É um projeto menor, não são todas as modelos que estão escaladas, apenas você e as angels principais e o final será um grande desfile final em Nova Iorque.

― Isso parece incrível e cansativo.

― Sim, são três meses. Você está pronta?

― Se você estiver do meu lado, sim.

― Claro que estarei, não largo você sozinha por nada nesse mundo. Tenho amor ao meu emprego e à minha reputação como sua empresária.

― Pensei que tinha amor por mim?

― Isso também ― implicou ela. ― Estou brincando! Obvio que é por você, mas acha mesmo que vou perder a oportunidade de viajar por todos esses lugares? Você tem direito a levar até três acompanhantes.

"Eu ouvi bem? Viagem, Camila e acompanhante?"

A voz de Verônica nos fez saltar das cadeiras em um susto repentino. Ela explodiu em uma risada divertida, enquanto caminhava em nossa direção.

― Desculpe assustar, meninas. Queria fazer uma surpresa ― murmurou, depositando um beijo no topo da cabeça de Normani, seguida pela minha.

― Qualquer dia, você vai nos matar do coração, sabe disso, não é?

― Desculpe, chefe ― ela deu um sorrisinho tímido e ocupou um lugar ao nosso lado na mesa. ― Pelo visto, há planos importantes para as próximas semanas?

― Sim! Vou entrar em turnê com o Fantasy bra.

― Isso é incrível! É um projeto arriscado e milionário que eles sempre quiseram fazer.

― Sim, a Victoria's secret está empenhada em voltar ao poder no mundo da moda e querem a Camila consolidando isso.

― Eles ou a Lauren? ― Vero indagou com um humor afiado.

― Lauren não me queria na VS, Vero.

― Acho que isso mudou, não é?

Nós nos encaramos por alguns instantes, conflitando sobre os interesses de Lauren em mim.

― Com Lauren ou sem, Camila é a angel principal e vai viajar o mundo com uma lingerie que facilmente resolveria a vida financeira de qualquer ser humano normal desse planeta!

― Vai me levar junto, Cabello?

Normani se calou e inspirou sutilmente, mas expressiva o suficiente para me fazer entender que não concordava com a ideia. Ela amava Verônica, mas sabia que, na atual situação, ela não era a escolha perfeita.

― Se você quiser, sim. Sempre programamos uma viagem pela Europa.

― Eu espero que as senhoritas lembrem que essa é uma viagem de trabalho!

― Vou dizer isso quando estiver se afogando em margaritas, Mani.

― Eu odeio você, sabia?

― Chega! Vocês duas estão me deixando maluca, exclamei ao me levantar. ― Você, tome seu café da manhã. Mani e eu vamos trabalhar.

No fim daquelas duas semanas, senti meu corpo amolecer. Foram dias de uma rotina intensa de sessões de fotos, gravação de comerciais e aparições em eventos de mídia das marcas a qual eu havia sido contratada. Em algum momento, achei que poderia dar conta de tudo, mesmo quando Normani repetia que não precisávamos daquilo. O sucesso poderia ser viciante, quando seu ego era algo dominante. E só agora, eu tinha certeza disso. Movimentei o pescoço de um lado para o outro, enquanto sentia minhas costas tensionadas. Engoli mais algumas doses de energético, enquanto caminhava para a sala de embarque privada do aeroporto. A VS havia reservado uma aeronave que levaria todos as modelos envolvidas no projeto até o nosso primeiro destino. Portugal. O clima era de animação e ansiedade, todas nós gravávamos conteúdos de bastidores e pessoais para nossas redes sociais, estávamos devidamente uniformizadas com jaquetas bomber rosas com o nome da Victoria's secret nas costas. Nesse momento, nossas postagens no instagram estavam bombando.

― Precisamos de uma foto de vocês três! ― Dinah exclamou, apontando para Alessandra, Adriana e eu.

― Quero milhões nessa foto ― foi a vez de Alessandra brincar.

― Com certeza teremos.

Em uma selfie, Dinah se posicionou entre nós e abriu um largo sorriso antes de registrar aquele momento. Conversamos sobre assuntos aleatórios, até que ambas as modelos se afastassem.

― Está animada?

― Animada e cansada.

― Eu imagino que sim, mas não se preocupe, no primeiro destino você vai fazer apenas uma sessão de fotos. Terá um momento de descanso.

― Eu já disse que amo você? ― segurei em seu rosto, onde depositei um beijo.

― Não o suficiente, Cabello ― retrucou ao me abraçar. ― Vejo que trouxe a chata...

― Dinah... ela é minha amiga. Veronica é um amor, só estamos em uma fase turbulenta da vida, mas eu tenho certeza de que você amaria muito ser amiga dela.

― Não sei, não. Ela é um tanto rancorosa com a minha melhor amiga.

― Falando na sua melhor amiga, onde ela está? Tem um tempinho que eu não a vejo.

― Está com saudade? ― perguntou, arqueando uma das sobrancelhas.

― Cala a boca! Eu só estranhei o sumiço.

― Ela fez algumas viagens a trabalho, mas perguntou de você ontem ― informou despretensiosamente, enquanto bebericava a taça de champanhe. ― E falando dela...

Meus olhos se voltaram para a entrada principal, avistando uma Lauren animada e sorridente ao lado da Sra. Owen. Elas pareciam conversar tranquilamente, enquanto a empresária carregava a bolsa da mais velha. Não pude deixar de notar como ela estava bonita naquela manhã. Desde seu aniversário, não havíamos nos falado, nem uma mensagem sequer. Cheguei a cogitar que tudo havia dado errado, ela ainda me odiava, mas pelo sorriso que lançou em minha direção, talvez não odiasse tanto assim.

― Olá, meninas! ― Elizabeth Owen cumprimentou ao se aproximar.

― Eliza! Que bom vê-la!― respondi ao abraçá-la. ― Está sumida.

― Estava de férias! Muitos anos trabalhando, agora com Lauren do meu lado, as coisas estão mais tranquilas... para mim! ― Ela riu convencida, fazendo Lauren dar de ombros.

― Lauren não se importa, ela adora trabalhar, não é? ― Foi a vez de Dinah brincar.

― Lauren é apaixonada por isso ― continuei.

Lauren arqueou uma das sobrancelhas em minha direção, contendo um sorriso assassino.

― Claro que sim! É um prazer, vocês sabem.

"Desculpe a demora, Mila!!"

― Oh, céus! ― Dinah exclamou.

Inspirei o ar para dentro de meus pulmões e lancei um olhar de repreensão para Dinah. Veronica parou ao meu lado com um sorriso largo e gentil.

― É uma nova modelo? ― sra. Owen brincou.

― Quem sabe no futuro?! Muito prazer, sra. Owen. Eu me chamo Veronica Iglesias.

Veronica sempre foi muito agradável e gentil, não era trabalho algum para mulher conquistar pessoas à sua volta, mas naquele momento, o clima se tornou denso, quase palpável. Lauren comprimiu os lábios sutilmente e não trocou sequer uma palavra com sua antiga melhor amiga.

― Tenho certeza de que tem muitas chances!

― Camila vai me ensinar tudo nessa viagem ― respondeu, animada.

Naquele instante, quase instintivamente, encarei o rosto de Lauren, seu maxilar trincado e os olhos frios indicavam que não era uma notícia de seu agrado, mas fui discreta para evitar qualquer desconforto. Dinah, por outro lado, ergueu as sobrancelhas em um sinal de antipatia. Que maravilha!

― Ah, você vai conosco! Ela é sua namorada, Camila?

A pergunta caiu como uma tonelada. Lauren soltou uma risada nasal e Dinah rolou os olhos. Eu apenas inspirei o ar para dentro de meus pulmões e olhei nos olhos de Vero, que tão logo tratou de amenizar o clima.

― Ela ainda não teve essa honra, Sra. Owen! Mas quem sabe um dia, não é? ― A mulher brincou, arrancando uma risada da senhora.

― Ela é uma mulher disputada mesmo, Sra. Iglesias. Mas tenho certeza de que a Camila fará a escolha certa!

Por uma fração de segundos, pude jurar que ela olhou para Lauren e em seguida para mim. Eu estava enlouquecendo?

― O Sr. Truman está nos esperando, nos vemos em breve, meninas ― Lauren cortou, gesticulando gentilmente para que Elizabeth seguisse o caminho.

― Vejo vocês depois! ― Dinah apenas disse, antes de se retirar.

― Ela é muito agradável ― foi a vez de Iglesias dizer.

― Você ainda não viu nada!

Mesmo de maneira discreta, pude ver os olhares de Lauren sobre mim. Talvez estivesse curiosa sobre Veronica e eu, ou estava apenas remoendo a ideia de lidar com ela aqui também. Não parecia irritada, tampouco chateada, mas era de se notar que satisfeita não estava.

"Meninas, por favor, vamos nos preparar para o embarque!"

Depois de alguns minutos, me acomodei na poltrona confortável da aeronave, enquanto as outras modelos e membros da VS escolhiam seus lugares. Pela voz rouca e a risada inconfundível, avistei Lauren na entrada do avião, estava ao lado de Dinah, que tão logo colocou os olhos sobre mim. Sorri para ela e recebi um sorriso sugestivo de volta, o que me deixou verdadeiramente confusa. Atrás da loira, enxerguei Veronica, pela estatura mais baixa, ela fazia certo esforço em me procurar. Tinha quase certeza de que estava na ponta dos pés.

― Ah, veja Camila! Está sozinha, sente-se com ela, Lauren! ― Dinah ordenou, empurrando-a para a poltrona em minha direção.

Lauren sorriu sem jeito, tentando se equilibrar na poltrona ao meu lado.

― Dinah, Camila está acomp...

― Tenho certeza de que ela não vai se importar! Sente-se aí, Iglesias irá se sentar comigo. O comandante está ficando impaciente com nossa demora.

Eu não consegui segurar o riso; suas intenções eram mais do que claras, e era evidente que, para nenhuma de nós, aquilo representava um verdadeiro sacrifício. Notei o sorriso satisfeito que brotou no rosto da loira, contrastando com a expressão totalmente oposta estampada no semblante de Iglesias.

― Vero!! Sente-se aqui comigo. Hoje, você vai me fazer companhia.

Verônica sorriu de canto e ocupou o lugar ao lado de Dinah, na fileira ao lado. Eu lancei um breve sorriso em direção à mulher, mas ela apenas deu de ombros. As coisas não seriam fáceis.

― Me desculpe por isso. ― Lauren deu de ombros, visivelmente envergonhada. ― Você conhece a Dinah e sabe que não existe alguém que consiga contê-la. Se você quiser, eu posso me levantar para que...

― Eu quero que você fique, Lauren.

Os olhos verdes pousaram sobre mim com um brilho gentil e satisfeito. Ela inspirou o ar e assentiu devagar, acomodando-se de maneira confortável ao meu lado. Após finalizar todo o embarque, ouvimos a voz de um dos membros da equipe de bordo, que repassava todas as informações do voo. Lauren afivelou os cintos com rapidez e ouviu atentamente as palavras, suas mãos seguravam os braços da poltrona com firmeza e, pela maneira como as juntas de seus dedos estavam esbranquiçadas, eu poderia jurar que ela as apertava com força. E naquele momento, uma lembrança me atingiu, Lauren tinha medo de avião.

Enquanto o discurso do comissário se arrastava, observei o esforço que Lauren fazia para parecer tranquila, mesmo quando meu corpo dizia outra coisa. O instinto me levou a deslizar minha mão pelo espaço estreito entre nossos corpos e tocar suavemente a dela. A princípio, Lauren não reagiu; seus olhos estavam vidrados na tela à nossa frente, como se a fixação pudesse dissipar seu medo. Mas logo senti seus dedos se entrelaçarem aos meus, a pressão inicial substituída por um toque mais calmo.

— Você está bem? — perguntei baixinho, inclinando-me para que só ela pudesse ouvir.

Lauren expirou devagar, um suspiro profundo que parecia carregar o peso do mundo. Um sorriso pequeno, quase imperceptível, surgiu em seus lábios. Tive a sensação de que ela estava tentando me distrair de seu pânico, mas não me importei.

― Tem coisas que não mudaram, Camila.

― Não tem problema, sim? Estou aqui com você e essa viagem vai passar rápido como um estalar de dedos ― meu tom de voz ainda era baixo. ― Podemos ver um filme ou uma série, o que acha?

Ela apenas assentiu, como se o medo estivesse alojado em sua garganta. Era estranho da minha parte achar aquilo fofo? Quer dizer, diferente de anos atrás, Lauren agora era uma mulher adulta, um ícone forte e poderoso no mundo da moda. Quem diria que ela teria medo de avião? Um riso nasal escapou, mas nada que ela pudesse perceber. Senti um aperto mais forte em minha mão quando a aeronave iniciou a decolagem, as luzes se apagaram e os olhos verdes se fecharam. Seus dedos só se afrouxaram quando o avião ganhou estabilidade no céu aberto de Miami. Ela ainda segurava minha mão, mas agora era um gesto mais natural e reconfortante. Não trocamos nenhuma palavra, acho que naquele momento, não precisávamos.

Me acomodei melhor em minha poltrona, quando percebi o olhar ligeiro e avaliativo de Veronica, que tão logo virou-se em direção à janela. Será que eu estava errando outra vez?

Assim que a aeronave pousou e todos começaram a se levantar, Lauren permaneceu ao meu lado, ainda sentada. Sua mão, que antes segurava a minha com tanta força, agora repousava mais relaxada, mas ainda presente. O silêncio entre nós era confortável, quase como uma bolha de segurança no caos do desembarque.

― Tudo bem aí? ― perguntei, quebrando o silêncio com um sorriso de canto.

Lauren virou o rosto em minha direção. Seus olhos verdes ainda tinham um brilho hesitante, mas havia algo mais ali — uma mistura de alívio e, talvez.

― Melhor... bem melhor. ― Ela suspirou, soltando um riso leve, como se se sentisse um pouco boba. ― Apesar de eu me sentir idiota.

― Todos temos nossos momentos. ― Inclinei-me ligeiramente em sua direção, mantendo o tom descontraído. ― E eu confesso: é um pouco divertido ver a poderosa Lauren Jauregui assim.

Ela arqueou uma sobrancelha, fingindo indignação.

― Você realmente está tirando sarro de mim depois de segurar minha mão como uma heroína?

― Eu diria que fui mais uma heroína discreta. ― Dei de ombros, tentando esconder um sorriso maior do que pretendia.

Ela balançou a cabeça, ainda rindo, e finalmente soltou minha mão. O toque dela me deixou com uma sensação estranha — uma mistura de vazio e calor residual que, sinceramente, eu preferia não analisar muito naquele momento.

― Muito bem, heroína. O que acha de liderar a saída? Ou vamos esperar que todos saiam antes de nós? ― O tom dela agora era mais descontraído, mas seu olhar ainda me avaliava com curiosidade.

― Que tal esperar mais um pouco? Não sou muito fã de multidões. ― Respondi, olhando para o corredor movimentado.

Lauren assentiu, relaxando novamente em sua poltrona. Seus dedos começaram a brincar distraidamente com a alça de sua bolsa enquanto ela olhava ao redor.

― Sabe... você precisa me prometer uma coisa ― Ela quebrou o silêncio repentinamente, mas sua voz estava suave. 

Olhei para ela com curiosidade.

 ― O quê?

 ― Que não vai contar isso para ninguem, eu tenho uma reputação a zelar!

― Se prepare para ser o assunto da manhã! Você precisa me oferecer uma coisa muito boa para ficar calada.

― Eu vou pensar em algo muito bom para você.

― Faça isso!

Pouco tempo depois, a movimentação no corredor diminuiu, e finalmente nos levantamos. Ela ficou perto de mim enquanto saíamos, nossos passos sincronizados como se fosse algo natural. Quando chegamos ao portão de desembarque, Veronica já estava lá ao lado de Dinah. Lauren me fitou, como se soubesse que não manteriamos a mesma conversa a partir daquele momento.

― Então, heroína... espero que tenha outros truques para me salvar durante essa viagem.

― Vai depender do que você enfrentar. ― Retruquei, rindo. ― Medo de aranhas? Alturas? Ou só de mim?

Lauren soltou uma gargalhada sincera, que fez meu peito se apertar.

― Definitivamente, de você.

Flashback on.

― Não existe a menor possibilidade, esquece.

Lauren afirmou, enquanto andava de um lado para o outro sem parar. Se fizesse aquilo por mais tempo, com certeza abriria um buraco no chão da sala.

― Vai mesmo querer perder uma viagem como essa? É o nosso último ano no colégio, Laur ― disse, me aproximando dela. ― E é uma viagem para a Europa! Imagina? Conhecer Espanha, França, Itália.

Os olhos verdes e apreensivos de Lauren me fitaram profundamente e, por alguns instantes, quase desisti da ideia, mas eu sabia que ir ao lado dela seria uma experiência inesquecível. Dei mais um passo à frente, certificando-me de que estávamos sozinhas na sala de aula. Apesar do barulho e toda movimentação dos corredores, ainda era seguro, pelo menos até a Sra. Parker adentrar a sala com seus óculos em formato de coração. Notei a maneira como os olhos de Lauren encaravam a porta de entrada por seguidas vezes, enquanto eu segurava sua mão.

― Faltam dez minutos, não se preocupe.

Ela sorriu sem graça e assentiu.

― Não precisa ficar nervosa, o diretor nos deu até amanhã para resposta. Mas pensa em como seria incrível colocar nossos planos em prática? Não quer jogar uma moeda na Fontana di Trevi? Ou apreciar a visão da Torre Eiffel comigo? Quem sabe visitar o Palácio de Buckingham? Em outra vida, eu poderia ser uma princesa, sabia? ― Brinquei, arrancando um sorriso de seus lábios.

― Eu quero muito ― ela entrelaçou nossos dedos e se aproximou, parando a poucos centímetros do meu corpo.

― Acho que está perto demais, Jauregui. Estamos em zona amarela.

Ela não respondeu, tampouco se afastou. Permaneceu parada, encarando-me com aquele par de olhos que me devoravam sempre que era permitido ― e até mesmo quando não era. Havíamos determinado em verde, amarelo e vermelho os ambientes onde poderíamos ser flagradas, como uma maneira de evitar problemas. Mas Lauren, apesar de tudo que temia, parecia adorar amarelo e vermelho.

― Desculpa, mas imaginar tudo que possamos viver nesses lugares me deixou assim.

― Então, você vai aceitar?

Minha pergunta foi quase em um tom de súplica. Lauren suspirou, um suspiro de derrota, acompanhado de um sorriso que me desmanchava por inteiro. Ela havia aceitado, iríamos para a Europa juntas.

Flashback off.

A estadia em Lisboa foi mais intensa do que eu previa. Entre sessões de fotos nos pontos turísticos da cidade e gravações de vídeos promocionais e bastidores para o documentário da turnê mundial da Victoria's Secret, os primeiros dias passaram em um piscar de olhos. O ritmo frenético não dava trégua, mas, ainda assim, era gratificante ver tudo fluindo tão bem, especialmente com os olhos do mundo voltados para nós.

A satisfação era evidente no rosto de Elizabeth Owen, que nos prestigiava quase diariamente. Sem qualquer traço de cobrança ou fiscalização, sua presença era um gesto de apoio e entusiasmo, acompanhando de perto a evolução do projeto liderado por Lauren e Dinah. Segundo os funcionários mais próximos e os burburinhos das modelos mais novas, aquele era o primeiro ano em que todos pareciam se empenhar ao máximo, como se acreditassem no renascimento da Victoria's Secret. E eu sabia que boa parte dessa mudança vinha de Lauren. Apesar de seu cargo elevado dentro da marca, ela fazia questão de se mostrar acessível e grata a cada funcionário. Era algo admirável.

— Mais duas horinhas e você estará livre — murmurou Vero, esboçando um sorriso ao meu lado.

— Eu amo o que faço, mas confesso que estou contando os minutos para relaxar em algum cantinho dessa cidade — comentei, enquanto meus olhos seguiam Lauren ao fundo. Ela parecia entretida em uma conversa ao telefone. Naquela manhã, trocamos poucas palavras, mas nos fitávamos sempre que possível, como se estivéssemos tentando estabelecer uma conexão silenciosa, mesmo à distância.

— Isso é música para os meus ouvidos, Cabello — disse Verônica, divertida.

— Posso saber o motivo de tanta animação? — indaguei, encarando-a pelo reflexo do espelho.

— Como hoje é nossa última noite em Portugal, fiz uma reserva em um restaurante maravilhoso. Você vai poder comer bem, beber um bom vinho e, o melhor de tudo, estará na companhia da pessoa mais incrível do mundo.

Um sorriso escapou pelos meus lábios.

— E quem seria essa pessoa incrível? — brinquei.

Verônica arqueou uma sobrancelha com uma expressão de falsa irritação que me arrancou uma risada.

— Não se faça de boba, Cabello. Sou eu, obviamente. — Ela revirou os olhos, fingindo impaciência.

— Tá bom, tá bom! Eu vou adorar beber uns vinhos com você — respondi, ainda rindo —, mas ouvi dizer que a equipe vai comemorar o fim dos trabalhos em alguma boate.

— Sim, eu também ouvi! Mas, sinceramente, você os vê todos os dias. Acho que merece um descanso, não acha?

Verônica pousou as mãos nos meus ombros, iniciando uma massagem lenta e certeira que me arrancou um suspiro quase instantâneo. Seus dedos eram habilidosos, e por um momento, fechei os olhos, me permitindo relaxar. Quando os abri novamente, encarei o espelho e, mais uma vez, meus olhos encontraram os de Lauren. Ela não estava mais no telefone. Observava de longe, com uma expressão indecifrável.

Evitar as comemorações em grupo significava perder a chance de estar na presença dela, e uma parte de mim detestava essa ideia. Mas, por outro lado, recusar o convite de Verônica poderia me causar dores de cabeça que eu não estava disposta a enfrentar. E, convenhamos, uma noite de vinho e boa comida não parecia nada mal.

— Você está certa — concordei. — Que horas vamos?

Verônica sorriu, os olhos brilhando com um entusiasmo quase infantil.

— Acho que às 20h está perfeito.

— Combinado, meu amor.

— "Combinado" o quê? — A voz de Dinah preencheu o ambiente, cortando o momento. Girei na cadeira e me deparei com a loira ao lado de Lauren. Droga.

— Camila e eu vamos sair para jantar esta noite — Verônica respondeu com a maior naturalidade do mundo.

— Sozinhas? — A pergunta de Dinah veio afiada, com um toque de acusação que fez o clima pesar levemente. Lauren ergueu uma sobrancelha e lançou-me um olhar rápido, algo entre a provocação e o deboche.

— Vero quer me levar a um restaurante famoso no centro da cidade — respondi, tentando soar casual. — O...

— Belcanto — completou Verônica.

— Que romântico — comentou Lauren, o tom de sarcasmo transbordando em sua voz.

Verônica soltou uma risada forçada e, pela primeira vez naquele dia, olhou diretamente para Lauren. O clima ficou mais denso. Meu coração acelerou. Não era hora nem lugar para um confronto, mas ali estavam as duas se encarando como se o mundo tivesse parado.

— Uma pena, meninas — interveio Dinah, lançando um olhar breve para mim antes de continuar. — Tínhamos programado uma festa com toda a equipe esta noite. Mas não se preocupem, ainda temos muitos destinos pela frente.

Seu tom era amistoso, mas havia algo a mais em suas palavras.

— Podemos passar por lá depois do jantar — sugeri, sem pensar muito, na tentativa de suavizar as coisas.

Verônica me encarou pelo reflexo, os olhos semicerrados. Droga.

— Nos vemos em outro momento, Karla — disse Lauren antes de se afastar, com o tom de quem encerrava a conversa.

— Vem, Lauren. Estão chamando a gente — disse Dinah, puxando-a pelo braço, encerrando de vez aquele teatro silencioso.

Fiquei olhando as duas se afastarem, o estômago revirando. O que diabos estava acontecendo? Eu teria que escolher?

— Nos vemos às oito — murmurou Verônica antes de se retirar, deixando para trás uma tensão que eu não sabia como desfazer.

Passei o resto do dia focada no trabalho, ocupando minha mente com qualquer coisa que me fizesse ignorar o incômodo que havia se instalado no peito. Mas bastava erguer a cabeça e lá estava Lauren. Depois daquele episódio, nossas trocas de olhares foram interrompidas. Ela não estava irritada, tampouco magoada, mas não fazia gosto de minha proximidade com Iglesias. Um calorzinho em meu peito dizia que Lauren estava enciumada e isso me agradava de alguma forma, por mais desconfortável que a situação fosse.

Quando o relógio marcou 17h, eu já tinha terminado todas as minhas obrigações. Me despedi de alguns colegas que ainda estavam finalizando suas tarefas e segui para o hotel. O plano era simples: banho, roupa confortável, jantar agradável e vinho. Sem drama. Sem dilemas. Eu repetia isso mentalmente como se fosse um mantra.

19h45

Estava pronta. Um vestido preto simples, mas elegante. Nada chamativo demais, mas o suficiente para me deixar satisfeita. Meu cabelo estava solto, caindo em ondas leves sobre os ombros. Passei um perfume discreto, mas marcante. Enquanto me encarava no espelho. Por um instante, me peguei pensando em como seria a comemoração da equipe, como Lauren estaria vestida e com quem ela dançaria. Por que eu estava pensando nisso? Ela era uma mulher solteira e eu não poderia me incomodar, não é?

O som de notificações no meu celular me trouxe de volta à realidade. Peguei o aparelho e vi duas mensagens de Verônica.

"Apenas aguardando você, atrasadinha. Estou no saguão."

Quando as portas do elevador se abriram, avistei Verônica sentada em uma das poltronas do saguão. Suas pernas cruzadas, os olhos fixos na tela do celular e o vestido vinho que ela usava a faziam parecer saída de uma capa de revista. Ela levantou a cabeça assim que me viu e abriu um sorriso radiante.

— Eu sabia que você ia me deixar esperando até o último minuto — disse ela, levantando-se e me observando dos pés à cabeça. — Mas valeu a pena. Você está linda, Cabello.

— Obrigada, mas você também não está nada mal, Iglesias — brinquei, pegando em sua mão para seguirmos até a saída.

O carro já nos aguardava. Durante o trajeto, Verônica falava animadamente sobre o restaurante, o menu e as opções de vinho, mas minha mente ainda insistia em voltar para os olhos de Lauren e, como ela disse, "nos vemos em outro momento, Karla". Era como se aquela frase estivesse ecoando na minha cabeça sem parar.

— Está tudo bem? — Vero perguntou, me olhando de soslaio.

— Sim, claro. Por quê? — respondi rápido demais, o que só a fez arquear a sobrancelha.

— Porque você está calada demais. E eu sei que, quando você fica assim, alguma coisa está te incomodando.

Suspirei, apoiando a cabeça no banco do carro.

— Só estou pensando no trabalho, sabe? Esses últimos dias foram corridos. — Era uma meia verdade, mas foi o suficiente para ela aceitar.

— Bom, então hoje você não pensa em nada. Deixa isso comigo.

Ela piscou e sorriu, e eu retribuí o sorriso, embora ele não fosse tão genuíno quanto eu gostaria.

O restaurante era ainda mais impressionante do que Verônica havia descrito. As luzes quentes e suaves criavam um clima intimista, o aroma dos pratos que saíam da cozinha era quase hipnotizante, e o ambiente era sofisticado sem ser exagerado. Fomos recebidas pelo maître, que nos guiou até uma mesa em uma área mais reservada.

— Esse lugar é incrível, Vero — admiti, enquanto me acomodava na cadeira de veludo macio.

— Eu te disse, não disse? Eu não erro, Cabello. — Ela piscou e pegou o cardápio. — Agora, escolha o que quiser. Hoje, a noite é nossa.

O jantar foi leve e descontraído, desfazendo a sensação de peso que eu mesma havia colocado sobre os momentos com Iglesias. As coisas podiam ser mais complexas do que eu gostaria, mas uma coisa era certa: ela era, antes de tudo, minha amiga. Foi ela quem esteve ao meu lado nos momentos mais difíceis, e não seria justo deixá-la de lado agora.

Era engraçado como a vida poderia nos pregar peças. Em uma realidade perfeita, Iglesias seria a escolha ideal. Era uma mulher linda, atraente e muito bem-sucedida, sem falar que, em mais de quinze anos de amizade, não houve um dia em que ela não estivesse empenhada em me arrancar um mísero sorriso, sem qualquer pretensão de receber algo em troca. Entretanto, por alguma decisão remota das forças do universo, o amor que ela me despertava passava longe do que ela parecia desejar naquele momento. Será que desejava mesmo? E se eu fosse a pessoa que estivesse confundindo tudo? Suas brincadeiras e investidas sempre estiveram presentes. O que havia de diferente agora?

— Vamos pedir a sobremesa ou prefere continuar bebendo vinho? — perguntou ela, apoiando o queixo nas mãos enquanto me olhava com atenção.

— Vinho, com certeza — respondi, rindo.

O garçom trouxe outra garrafa e mais uma vez brindamos.

― Vai ficar bêbada assim, Mila.

― Você não está longe disso! E eu mereço um descanso, vai.

― Você merece o mundo, Camila.

A brisa da noite de Lisboa era fresca, e as ruas de pedra tinham um charme próprio. Verônica tagarelava sobre a sobremesa e o vinho, enquanto eu sentia meu celular vibrar no bolso, mas resolvi ignorar. Caminhamos pelo corredor extenso do hotel em direção ao meu quarto, eu não sabia exatamente que horas eram, mas sabia que estava tarde, muito tarde.

— Foi uma boa noite, né? — disse ela, olhando para mim com aquele sorriso sincero que eu conhecia tão bem.

— Foi, sim, Vero. Obrigada por isso.

― Não precisa me agradecer, esse foi só o primeiro ponto da nossa própria turnê.

Eu franzi o cenho de maneira confusa, enquanto a encarava.

― Eu sei que fez planos de conhecer os melhores lugares do mundo e, se eu puder te ajudar com isso, ficaria imensamente feliz.

― Vero...

― Qual é, Cabello?! ― Ela sorriu, empurrando-me sutilmente com o ombro direito. ― Eu não quero pesar as coisas. Eu sei que não tenho sido tão compreensiva com... tudo isso, mas ainda sou eu aqui por você, como nos velhos tempos.

― Eu sei que sim, eu só estou com muita coisa na cabeça ultimamente.

― Com muita coisa, você quer dizer Lauren?

Eu não respondi, apenas suspirei. Talvez aquilo fosse o suficiente para uma resposta, pela maneira como ela deu de ombros.

― Eu entendo que ela tenha sido o seu grande amor, mas somos adultas agora. Você se surpreende com o que a vida tem para te oferecer, viu? ― Disse ela, com um sorriso brincalhão e cafajeste.

― Não começa com isso! ― retruquei em meio a uma risada.

― Tem medo de que seja verdade? Eu poderia te fazer muito feliz.

― Ah, poderia?

― Tenho certeza, você só precisa deixar.

De repente, o tom de brincadeira se foi. Iglesias não sorriu, tampouco desmentiu suas próprias palavras. Pelo contrário, seu olhar penetrante carregava um brilho intenso e intimidador. Ela estava falando sério? Naquele momento, senti um frio percorrer minha espinha. Talvez eu não estivesse preparada para lidar com a continuação daquele discurso. Durante muitos anos, todos ao meu redor sempre questionavam minha relação com Verônica, seu cuidado, carinho e suas investidas em tom de brincadeira. Eu compreendia que aquilo deixava uma brecha enorme para inúmeras interpretações, mas para mim, tudo sempre foi claro, tivemos momentos de confusão há alguns anos, mas tudo havia voltado ao normal... até agora.

― Você está diferente... está bêbada? ― Perguntei em um tom descontraído, quando senti o celular vibrando no meu bolso outra vez.

― Talvez um pouquinho ― ela sorriu e suspirou. ― Posso fazer uma pergunta?

― Pode...

― Em algum momento, você já nos imaginou juntas de verdade? 

― Juntas? Tipo, um casal?

Ela assentiu, seus olhos agora carregavam uma pitada de insegurança que me fez tremer.

― Você sabe que sim. Você foi a primeira garota que beijei e me apaixonei ― respondi serenamente, mesmo quando meu coração se descontrolava em meu peito.

― Isso foi no jardim de infância, Camila. Eu me refiro ao presente. Já passou pela sua cabeça em algum momento? ― Ela tentava passar normalidade. ― Eu sei que tivemos uma conversa parecida há uns anos, mas sinto que você não levou muito a sério. Talvez, achou que eu estivesse brincando.

― Eu achei, sim. Mas depois você me disse que isso isso tinha passado. 

― Eu sei, eu estava confusa naquele momento.

― Você seria minha escolha ideal, Vero ― confessei, encarando seus olhos castanhos tão profundos. ― Mas...

― Eu sabia que esse ''mas'' iria chegar ― uma risada baixa e sem humor deixou seus lábios. ― Eu posso pedir uma coisa?

― O que quiser.

Ela assentiu devagar e deu um passo à frente, fazendo-me engolir em seco. As mãos de Iglesias tocaram as minhas com suavidade, o que fez minha pele formigar. Talvez o vinho estivesse fazendo efeito ou o nervosismo daquele momento estava fazendo com que tudo ao meu redor começasse a girar.

― Não pense nela ao menos por um momento.

― Vero...

O rosto de Iglesias se aproximou devagar, quase como se estivesse me pedindo permissão para o que estava prestes a acontecer. Não era a primeira vez que nos beijávamos depois de mais velhas, mas eu sabia que aquele teria um tom diferente. Eu fechei os olhos e balancei a cabeça devagar e, quando os abri novamente, algo estava diferente. Os olhos não eram mais castanhos, eram verdes. Eram verdes como os de Lauren. Naquele instante, me questionei se estava enlouquecendo, mas minha cabeça não soube formular uma resposta. Eu deveria me afastar ou simplesmente beijá-la? Droga, Camila. Tome menos vinho da próxima vez. Umedeci os lábios e fechei os olhos por alguns instantes, eu estava começando a alucinar? Maldita mulher dos infernos. Quando eu os abri mais uma vez, em uma tentativa de voltar para a realidade, ela tocou seus lábios nos meus.

― Lauren, espera... ― Ela se afastou, trazendo-me de volta à realidade. ― Oh, droga! Vero, eu...

Os olhos de Iglesias, que me fitavam fixamente, agora encaravam algo ou alguém, no fundo do corredor. Ela riu em puro desgosto, enquanto balançava a cabeça em um sinal claro de decepção.

― Isso foi um erro. Melhor ir para o seu quarto, Camila. Boa noite! ― Ela murmurou ao se afastar.

― Vero, vamos conversar!

Iglesias saiu apressada, deixando um rastro de silêncio ensurdecedor pelo corredor. Fiquei ali parada, tentando absorver o que tinha acabado de acontecer. Minhas mãos ainda tremiam levemente, e meu coração batia rápido, quase como se quisesse sair do meu peito.

― Droga... ― murmurei para mim mesma, passando as mãos pelo rosto.

Meu celular vibrou novamente no bolso, interrompendo meus pensamentos confusos. Eu o peguei, tentando clarear a mente, quando notei um nome na tela.

Lauren Jauregui.

Li aquele nome várias vezes, como se meu cérebro precisasse processá-las em câmera lenta. Suspirei, bloqueando o telefone sem responder. Não podia lidar com aquilo agora. Nem com Lauren, nem com Verônica, nem comigo mesma.

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